Estômago e Intestinos

Estômago e Intestinos

Prof. Dr. G. L. Santa Rosa

Virgínia Santa Rosa

J. Guilherme Santa Rosa

Cavidade abdominal

Grande parte do tubo digestivo e as principais glândulas anexas situam-se numa cavidade celomática - peritonial - revestida pela serosa peritonial e preenchida pelo líquido peritonial ou ascítico.

Estômago

Surge como uma dilatação irregular do intestino primitivo para o meso ventral.

Produz suco gástrico e executa movimentos que auxiliam a digestão.

Mucosa Gástrica

Reconhecemos histológicamente as seguintes mucosas gástricas:

cárdica

fúndica

pilórica

Epitélio superficial do Estômago

O estômago apresenta numerosas pregas ou rugas da mucosa, que se desfazem quando o órgão está distendido. Não possui vilosidades.

O epitélio superficial, cilindrico simples, mucosecretor sem células caliciformes, recobre criptas rasas, de forma estrelada, que se denominam fovéolas gástricas.

No fundo das fovéolas abrem-se as glândulas tubulosas, características de cada região.

O epitélio superficial é facilmente destruído por bebidas destiladas, de alto teor alcoólico e pelo ácido acetil salicílico, mas regenera-se em poucas horas.

Região Fúndica

sua mucosa possue as glândulas fúndicas, retas e não ramificadas.

produz pepsinogênio (células principais), HCl e fator antianêmico intrínseco (células parietais).

Corresponde às regiões anatômicas do fundo, corpo e linha ácida.

Células Parietais

apresentam canalículos intracelulares

devem sua acidofilia às mitocôndrias muito numerosas.

produzem HCl e fator anti-anêmico.

são ativadas pela histamina e pela gastrina.

tem sua atividade inibida por determinadas prostaglandinas abortofacientes.

Células principais

São células cilíndricas altas, granulares, basófilas e muito numerosas.

Produzem o pepsinogênio, que será ativado em presença do HCl, aind na luz glandular, tranformando-se em pepsina.

A pepsina é uma potente enzima proteolítica.

Células Mucosas do colo

São células mucosas especiais, responsáveis pela produção de um muco mais viscoso que aquele do epitélio superficial.

Admite-se que as células mucosas do colo tenham grande efeito protetor contra a ação proteolítica do suco gástrico.

Região pilórica

As glândulas pilóricas são ramificadas na sua porção mais basal e revestidas por células cilíndricas claras.

A secreção das glandulas pilóricas é alcalina e favorável a proliferação de Helicobacter pillori, bactéria responsável por expressiva percentagem de casos de úlcera péptica, notadamente nas populações mais desassistidas.

Intestinos

O tubo intestinal apresenta estruturas responsáveis pelas suas funções relativas a:

absorção

secreção

motilidade

digestão

atividade imunitária

atividade endócrina

Vilosidades Intestinais

Numa microscopia eletrônica de varredura pode-se observar, em três dimensões, as vilosidades intestinais.

As formações mais claras representam o muco que sai das células caliciformes.

As demais células são enterócitos (células absorven-tes) cujas microvilosidades são pequenas demais para serem visualizadas.

Vilosidade intestinal

epitélio cilindrico simples com células caliciformes e absorventes com planura estriada (microvilosidades)

vaso sangüíneo arterial

vaso sangüíneo venoso

plexo capilar

vaso linfático (quilífero central)

Para não confundir a figura não foi representado o outro componente, o músculo de Bruck, eixo de fibras musculares lisas, que lhe dá motilidade.

Criptas de Lieberkühn

Fotomicrografia de duas crptas adjacentes, delimitadas por delgada faixa de lâmina própria conjuntiva.

Observe as células caliciformes, nas quais o muco não se mostra corado.

Observe a linha azul, na superfície apical dos enterócitos, que constitui a planura estriada, revelada ao M.E. como um conjunto de microvilosidades.

Enterócitos

Sua membrana celular participa da digestão e da absorção.

As enzimas digestivas (peptidases, dissacaridases e enteroquinase), presas à membrana, tem sua parte funcional integrante do glicocálix que recobre as microvilosidades.

Enzimas digestivas intracelulares (peptidades intracelulares) digerem petídios pequenos transportados por carreadores.

Triglicerídios de cadeia curta são transportados e formam complexos ácido graxo-albumina, independentemente dos sais biliares.

Células enteroendócrinas

As células enteroendócrinas, enterocromoafins, cromoargentoafins, integram o GEP (sistema gastroentero-pancreático) e, segundo alguns autores, integrariam um sistema maior o APUD.

Somatostatina, gastrina, peptídio vasoativo intestinal, secretina, colecistoquinina, glucagon e peptídio inibidor gástrico são algumas secreções endócrinas ou parácrinas destas células.

São de difícil visualização com as colorações de rotina, evidenciando-se pela sua capacidade de reduzir os sais de cromo e de prata, de onde o termo cromoargentoafim.

Podem ocorrer em todo o tubo digestivo e vias excretoras das glândulas anexas, onde podem originar tumores.

Células caliciformes

Células mucosas cuja porção apical mostra-se dilatada, assemelhando-se a um cálice.

Não são encontradas nem no estômago nem na vesícula biliar embora tais órgãos tenham epitélio mucosecretor.

São mais numerosas no intestino grosso que no delgado.

Células de Paneth

São células com grânulos apicais grandes, muito acidófilos, encontradas na base das criptas de Lieberkühn do intestino delgado de diversos animais (inclusive o homem).

Nelas foi identificada a presença de uma dipeptidase e um alto teor de Zinco.

Duodeno

Presença de vilosidades intestinais claviformes (com extremidade alargada).

Presença das gândulas de Brunner na submucosa.

Secreção alcalina, capaz de neutralizar o suco gástrico.

Presença de secreções biliares e pancreáticas na luz.

Ampola duodenal

Projeção da mucosa duodenal correspondendo a uma dilatação comum às vias excretoras hepatopancreáticas.

Ponto de invasão importante de tumores malígnos da cabeça do pâncreas e da impactação de cálculos biliares, que causam aí a chamada icterícia obstrutiva.

Jejuno-íleo

Fotomicrografia de um corte de jejuno mostrando as valvas coniventes sobre as quais se inserem as vilosidades intestinais.

A ausência de glândulas na submucosa permite a distinção com o duodeno.

Jejuno

Vilosidades intestinais filiformes (de extremidade afilada).

Dobras da muscular da mucosa e da mucosa, formando as válvulas coniventes.

Ausência de glândulas na submucosa.

Íleo

Estrutura histológica semelhante à do jejuno. Somente os cortes que atingem as placas de Peyer permitem o diagnóstico diferencial.

Placas de Peyer:

Região da mucosa desprovida de vilosidades.

Presença de nódulos linfáticos coalescentes que ocupam a mucosa e a submucosa e, portanto, interrompem a muscular da mucosa.

Presença de células M no epitélio.

Íleo com placa de Peyer

Observe que a topografia da placa de Peyer facilita a retenção do conteudo do intestino delgado em contacto com os sistemas mononuclear fagocitário e imunitário.

Como os demais membros do GALT possibilita à flora intestinal normal permanecer livre do ataque dos sistemas imunitário e mononuclear fagocitário posto que seus antígenos são reconhecidos como self.

Cecum e Apêndice

Pontos de estagnação do bolo fecal com proliferação da flora normal.

Nestes locais ocorre intensa absorção da vitamina K e alguns membros do complexo B, produzidos por bactérias intestinais, reconhecidas como self pelo GALT.

A retirada injustificada do apêndice, sob argumentos de prevenção, deve ser denunciada aos poderes competentes.

Apêndice

Observe que os nódulos linfáticos ocupam a mucosa e a submucosa.

Observe que sobre os nódulos não se encontram criptas de Lieberkuhn.

Sendo uma parte do intestino grosso, o apêndice não apresenta vilosidades intestinais.

Cólon

criptas de Lieberkuhn sem células de Paneth.

Nódulos linfáticos solitários

Muscular da mucosa

Musculatura lisa circular interna

Musculatura lisa longitudinal externa

serosa peritonial

apêndice epiplóico (tecido adiposo)

Reto

A parede retal assemelha-se a do cólon mas possue uma vascularização bastante maior e mais intensa infiltração linfoplasmoitária da lâmina própria.

É facilmente permeável a medicamentos (supositórios) e susceptível à transmissão bacteriana (sífilis) e viral (AIDS e hepatite B).

Vasos e Nervos

plexo nervoso de Auerbach

plexo vascular submucoso

plexo nervoso de Meissner.

Lesões congênitas dos plexos nervosos acarretam os Megas

Fim

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