========================================================================= Contratoons por Eric Gjovaag (tiktok@eskimo.com) Dr. Sam Beckett sentiu a si mesmo caindo, da mesma maneira que ele sempre sente-se quando está prestes a saltar na vida de mais alguém. O que irá acontecer com ele desta vez? Aonde ele estará? QUEM ele vai ser? Em alguns momentos, a realidade fundiu-se novamente em sua volta, e que realidade era! Ele viu a si mesmo parado no meio de um cenário que não se parecia com nenhum cenário que ele vira antes. As cores eram brilhantes e quase não-naturais, e tudo parecia ter uma fina linha preta em volta. Sam também notou que ele estava correndo. Ele olhou atrás de si e viu um estranho redemoinho roxo -- uma COISA que estava perseguindo ele. Alarmado, ele começou a correr mais rápido, e enquanto ele estava ocupado olhando o que quer que fosse atrás dele, ele não notou que estava correndo para fora de um penhasco. No que ele atingiu o chão com um sonoro "THUD" tudo o que ele conseguiu dizer foi - Oh, cara! ######### Dra. Verbeena Beeks era normalmente a primeira a recepcionar os novos visitantes no Projeto Quantum Leap. Sendo uma psicóloga treinada, ela era a mais qualificada para a tarefa, uma vez que poderia ser muito estranho para pessoas encontrarem a si mesmas retiradas de suas próprias vidas sem aviso ou explicação, e serem jogadas anos à frente, mesmo décadas, no seu próprio futuro. Verbeena normalmente entraria na sala e tranqüilamente asseguraria ao visitante -- que, para ela, continuava aparentando ser o Dr. Sam Beckett, coisa que ela ainda achava ser inquietante depois de todo este tempo -- que tudo ficaria bem e que ele voltaria para seja lá de onde ele viera tão logo eles pudessem fazer isto. Ao longo dos anos ela teve que lidar com crianças pequenas, pessoas de idade, homens e mulheres, das mais variadas etnias, e mesmo um aterrorizado chimpanzé. Mas este visitante estava testando a sua paciência. Era com algum espanto que o Almirante Albert Calavecci, da Marinha dos Estados Unidos, (na reserva), foi até a sala de espera atraído pelo sempre constante charme de Verbeena, somente para ver pela primeira vez ela tão zangada. Normalmente ela era não era tão agitada. - Al, eu já tive o suficiente disto, - ela resmungou. - Tudo o que ele faz é exigir ver alguém chamado Coop, ou querer uma cesta de cenouras. Ele não me escuta de jeito nenhum. - Certo, Verbeena, acalme-se, eu vou ver o que posso fazer. - Obrigada, - ela disse, dando a ele um pequeno sorriso. - Eu fico te devendo. - Eu vou me lembrar disto, - Al brincou. Ele abriu a porta, e rapidamente parou espantado, com o seu costumeiro charuto indo ao chão, de sua boca aberta. Porque de sua privilegiada posição como o observador do Projeto, ele não era tão somente a única pessoa que podia contatar o Dr. Beckett não importando aonde ele estivesse, ele também era a única pessoa que podia ver os seus visitantes da maneira que eles realmente eram. - Verbeena, - ele gaguejou em voz baixa - você sabia que o nosso visitante têm pêlo azul e longas orelhas? ######### Depois de guisar na base do penhasco pelo que pareceu ser um bom tempo, Sam estava aliviado em ouvir o "swoosh" da "porta" holográfica de Al abrindo-se. Ele olhou para cima. Al estava vestido em um terno verde-claro, que era de um gosto mais duvidoso ainda do que o normal. - Sam, isto é REALMENTE estranho, - ele disse enquanto olhava no seu console de mão. - Al, - engasgou Sam, - Eu acabei de cair de um grande penhasco com mais de quinhentos pés de altura! Eu estou todo dolorido, e eu não estou em condições de discutir quão estranhas as coisas estão! - Oh, não se preocupe, você está bem. - O quê? - Você me escutou. Apenas levante-se e chacoalhe sua cabeça. Isto vai resolver tudo. Sem saber ao certo o que pensar daquele conselho, Sam tentou-se levantar, e ele surpreendeu-se quando percebeu que podia fazer isto. Ele imaginou que a queda deveria ter quebrado cada osso no seu corpo, mas ainda assim ele sentia-se um tanto desconfortável. Chacoalhando a cabeça como sugeriu Al, ele repentinamente começou a se sentir muito bem. Não exatamente normal, mas bem. - Certo, Al, - ele perguntou especulando, - o que está havendo? - Antes de mais nada, você já deu uma olhada em si mesmo? Sam fez isto, e instantaneamente viu que ele não estava vestindo calças! Tudo o que ele tinha era um par de luvas brancas e um suéter vermelho. Sam ficou vermelho de vergonha enquanto tentava-se cobrir com o suéter, no que não tinha muito sucesso. - Não se preocupe sobre isto, - disse Al com um sorriso. - Ninguém vai reparar. - Porque não? - perguntou Sam confuso. - Eu não estou em uma colônia de nudistas, estou? - Não. Você está em um desenho animado. - UM DESENHO ANIMADO? - É, um desenho animado. Ziggy ainda está trabalhando para ver como isto pode ter acontecido, mas ao menos você já sabe quem você é, e, uhm, bem, o quê você é. Sam suspirou. - Certo, Al, fale de uma vez. Al pressionou alguns botões em seu console de mão. - Seu nome é Perninha Coelho. Você vive em um lugar chamado Acme Ach... - Al aparentou estar aborrecido por um momento e deu uma batida em seu console, fazendo com que este emitisse um beep em protesto. - Acme City, - ele corrigiu, - e você é a estrela de um show intitulado "Perninha Coelho Show". - Nunca ouvi falar. Então, o que eu tenho que fazer? - Ziggy ainda está experimentando alguns cenários, mas aparentemente você está aqui para manter o show em produção. - Porque? O quê aconteceu? - Ele foi apresentado por apenas algumas semanas em 1990 -- ha, sim, hoje é 18 de junho daquele ano -- e então foi cancelado. Apenas desapareceu da programação, e ninguém sentiu a falta. - Porque ele foi cancelado? Al olhou novamente no seu console. - De acordo com Ziggy, ele teve audiência muito baixa, e a Warner Bros. decidiu puxar o plugue fora antes que eles perdessem mais dinheiro na coisa. - Maravilhoso, - murmurou Sam. - Eu sou um personagem de desenho animado que é a estrela de um show destinado ao fracasso. - Bem, poderia ter sido pior. - Como? - sussurrou Sam. - Hum, - disse Al hesitantemente, - bem, você poderia, hum, -- bem, não, eu acho que não. De qualquer maneira, deixe-me voltar e fazer alguns números com Ziggy. Enquanto isso, você, bem, aja como um coelho. - Oh? E como supostamente eu devo fazer isso? - perguntou Sam exasperado. - Ah, você sabe, coma algumas cenouras, aja timidamente, reproduza como um coelho... - AL!!!! - gritou Sam. - Certo, certo, não perca a calma. - Então me ajude, AL, se você não fosse um holograma e o meu melhor amigo, eu acabaria com você. - Bem, então é uma boa coisa ser o que sou, certo? - com isto, AL pressionou o botão em seu console que abriu a sua "porta" e deixou Sam sozinho com o problema de tentar descobrir como foi que ele veio a cair do penhasco de quinhentos pés. Sam piscou. Ele não tinha com quê se preocupar, ele já estava de volta no topo do penhasco! - Já era tempo de você voltar, - disse um sujeito de desenho baixinho com óculos e um topete no cabelo que era absurdamente longo na frente. - Perninha, você está acordado aí? Está na hora da próxima cena. Porque você demorou tanto? - Hein? Oh, eu, hum... acho que eu estou com pouco ferro ou algo assim, - sussurrou Sam. - Não de novo. Cenouras para o coelho! - o homem gritou com um de seus assistentes. - Agora mesmo, Senhor de Ville, - disse uma garota coelha rosa, e ela saiu para buscar. - Ei, Coop, - disse algum tipo de monstrinho roxo com um pequeno boné amarelo com uma hélice na ponta, - consegue alguma comida para mim também? - Depois, Roí, - disse o homem que Sam agora sabia se chamar Coop de Ville, - você precisa ficar com fome para que você consiga girar apropriadamente, lembra-se? - Mas mim sem energia, - Roí lamentou-se. - Mim não pode girar sem comida. Muito trabalho. - Certo, - disse de Ville, - mas Perninha aqui é o astro do show. Você é só um vilão em pontas, e aqui diz no seu contrato que você só ganha comida uma vez por dia. - Aqui está, - disse a coelha rosa para Sam, entregando a ele uma dúzia de cenouras. - Senhor Grande Astro, - ela adicionou sarcasticamente. - Hum, obrigado... er... - Oh, parece que AGORA ele nota os humildes, - ela ironizou. - Coelho. Lilica Coelho. E antes que você fique imaginando coisas ou algo assim, não, nós NÃO somos parentes. - Prazer em conhecer você, - disse Sam, apertando a pata dela. Então ele pegou algumas cenouras de sua cesta e gritou, - Ei, Roí! - e jogou-as para o monstro roxo, que as devorou com uma única bocada. - Mmmm, assim é bem melhor, - disse Roí. - Obrigado, Perninha. - Disponha, - disse Sam. - Há demais para eu conseguir comer, de qualquer forma. - Você está doido? - gritou de Ville. Sam então percebeu uma cadeira com "Cooper de Ville" escrito atrás com um megafone próximo a ela, levando Sam a concluir que ele era o diretor. - Bem, Aquelas eram as minhas cenouras, não eram? - ele perguntou casualmente. - Bem, certo, - disse de Ville, suspirando em frustração. - Está em seu contrato, uma dúzia de cenouras quando desejar. - Então isto significa que eu posso fazer o que eu quiser com elas, e desta vez eu dei algumas para Roí. Além do que, você não vai conseguir nada deixando seus atores famintos. - Desenhos, - resmungou de Ville enquanto ele balançou a cabeça e virou-se contrariado. Com aquilo resolvido, todos voltaram ao trabalho, e Sam e Roí finalmente terminaram aquela cena. Não era tão difícil, Sam pensou para si mesmo, uma vez que você jogasse fora todas as leis conhecidas da física. - Certo, - disse de Ville, - isto é tudo! Ligue-me as 9:00 da manhã, certo? - Claro, - disse Sam. - Perninha, você está sentindo-se bem? - perguntou o diretor, preocupado. - Claro, Senhor de Ville, por que? - Você normalmente reclama sobre ter que ligar de manhã. E outra coisa, porque você está me chamando de Senhor de Ville tão de repente? - Este É o seu nome, não é? - perguntou Sam, confuso. - É. Mas normalmente você me chama de "Coop". - Oh, desculpe, Coop. - E EU NORMALMENTE BERRO COM VOCÊ POR ISTO! O NOME É DE VILLE, SEU COELHO EGOMANÍACO!!! Sam sentiu suas orelhas balançando para trás pela força das palavras do diretor. - Hum, certo, como desejar, Sr. de Ville, - ele procurou dizer ao zangado homem. - Sujeito simpático, - murmurou Al quando ele andou na direção de Sam pela sua porta holográfica. - Não brinca, - disse Sam. - Então, algo de novo? - Primeiro, o show ainda não foi ao ar, está em produção, e vai estrear em setembro. Segundo, este Perninha Coelho que nós temos na sala de espera é um verdadeiro chato! - Como assim? - Ele têm um grande problema de ego, - bufou Al. Ele age como se ele não fosse somente o astro do show, mas também como se fosse o produtor, diretor, escritor, e figurinista. - É, eu tive esta mesma impressão dele pela maneira que todo mundo têm me tratado. - De qualquer maneira o nome do diretor é... - Cooper de Ville. Eu consegui descobrir isto, Al. - Sim, parece que pouco antes da estréia, de Ville deixou o set furioso, largando o show em uma crise. Ele começou a ter reprises muito cedo, não conseguiu ter mais nenhuma audiência e nunca se recuperou desse golpe. - Alguma idéia de porque ele saiu? - Nada definitivo, é claro... - É claro, - adicionou Sam. Ele sabia como era difícil para Ziggy coletar todas aquelas suas informações. - Mas Ziggy estima que há uma chance de oitenta e quatro por cento de que a atitude arrogante de Perninha foi o que causou isto. - Então tudo o que temos que fazer é covencê-lo que este Perninha que ele é não é tão grande como ele pensa que é, e o show vai estar salvo. - É. Verbeena está trabalhando nisto neste momento. Ainda que ela disse que aconselhar personagens de desenho animado não estava no seu currículo. - Então porque eu estou aqui? Se é assim, eu deveria ter saltado em alguém que possa ajudar ele, e não no coelho em si. - É, bem, isto não é tudo, - disse Al assim que ele apertou alguns botões no seu console. - Ziggy também diz que o péssimo horário que o show teve na maioria dos mercados teve uma importante participação em sua demissão. Talvez isto seja o motivo de você estar aqui. Oh, e outra coisa, você têm que fazer o show ser divertido. - Oh, cara, - disse Sam. - Você pode dizer isto de novo. - Bem, - disse Sam com um suspiro, - Eu certamente não posso fazer este show divertido da noite para o dia. Eu estou cansado e preciso dormir um pouco. Aonde eu moro? Al pressionou alguns botões no seu console e deu algumas indicações à ele. - e procure por uma caixa de correio que diga "Perninha" nela, - ele adicionou antes de desaparecer através da porta holográfica. ######### - Lar, - quando Sam o encontrou, viu que se tratava de um buraco no chão. - Grande, - murmurou Sam quando ele viu isto. - Mas por que eu estou surpreso de novo? - Ainda que fosse difícil de acreditar que ele era um coelho, e um de desenho, ainda por ciam, ele balançou sua cabeça e desceu dentro do buraco. - Oh, ai está você, querido, disse uma alta coelha mulher. - Como foi o seu dia no estúdio? - Ah, tudo bem, eu acho, - disse Sam, - Mas eu tenho um pressentimento que o show está condenado. - Porque você diz isso? Você saiu esta manhã cheio de confiança e entusiasmo. - Estava mais para egocentrismo e arrogância, - grunhiu uma áspera voz detrás de um jornal com uma coluna de fumaça subindo detrás dele, cercado por um par de orelhas. - Eu sempre disse a você, Beatrice, você protege demais este garoto dizendo a ele que grande estrela ele é e paparicando ele tanto assim. Ele têm que ser também um coelho comum por algum tempo, você sabe. - Oh, deixe disso, Bernard, - disse Beatrice. O coelho atrás do jornal apenas resmungou em resposta. - Perninha, - disse Beatrice, e Sam repentinamente percebeu que ela era a mãe de Perninha, - Seja gentil e leve o lixo para fora, sim? - Claro, - disse Sam prontamente. Ouvindo aquilo, o pai de Perninha largou seu jornal, derrubando seu cachimbo de sua boca no chão, e saltando de sua cadeiras, ele correu até Sam para sentir a sua testa. - Você está sentindo-se bem? - ele perguntou com preocupação. - Você não está com febre. - Não, Pai, eu estou ótimo, - disse Sam, esperando que Bernard FOSSE o pai de Perninha, e não seu tio ou algo assim. - Porque? - Por que esta é a primeira vez em meses que você não responde malcriado para a sua mãe e eu quando você é requisitado para fazer alguma tarefa. 'Oh, ótimo,' pensou Sam para si mesmo. 'Se eu mantiver isto assim, ninguém vai acreditar que eu sou este pessoa Perninha -- er, coelho Perninha. - Não, - ele disse em voz alta, - eu estou bem. Eu apenas pensei que eu tenho que começar a ter alguma responsabilidade por aqui. O pai de Perninha olhou para ele, mas não disse mais nada. Então, depois de apagar o fogo que a queda do seu cachimbo começara, ele sentou-se para ler o que restara de seu jornal. Sam conseguiu passar o resto da noite sem mais problemas. Ele não estava muito preocupado sobre todos os pratos baseados em cenoura que eles tiveram como jantar, mas ele imaginou que isto era parte de ser um coelho. Então ele foi até seu quarto, sentou-se, e tentou pensar sobre este salto. 'O quê eu posso fazer para melhorar as coisas?' ele questionou-se. Infelizmente, ele não poder ter respostas, haviam muitos fatores involvidos para se conseguir uma resposta facilmente. Frustrado e cansado, ele finalmente deixou isto de lado e preparou-se para dormir. Mas algumas vezes, quando é permitido a mente descansar, esta pode ter alguns brilhantes momentos de inspiração quando você menos espera, especialmente tratando-se de um grande problema. - É isto! - ele gritou quando acordou de repente. - Al! - ele chamou. - Al, onde está você? Eu tive uma grande idéia! - Algo errado, Filho? - Sam ouviu uma voz chamando pelo corredor. - Oh, uh, nada, Mãe, - disse Sam. - Eu estou bem. - Certo, - disse Beatrice e Sam podia praticamente escutar ela caindo no sono novamente. ######### Na manhã seguinte, no set, Sam estava fazendo uma cena com um personagem chamado Valentino Trocatapa, que seria o seu principal antagonista. (O personagem, no caso. Fora do set, Valentino, como ele prefere ser chamado, parece ser um bom sujeito, mas como eles mesmos disseram um para o outro durante o make-up, isto é o show bussines. - Certo, Perninha, - disse de Ville, - nesta cena, você tem que enganar Valentino para que ele não o passe para trás, certo? - Como? - perguntou Sam. - Os escritores não podem pensar em tudo. Improvise. - Oh, ótimo, - sussurrou Sam. - E... ação!! - gritou de Ville. - Ei, seu coelho panaca, me dê todo o seu dinheiro ou eu vou transformá-lo em uma panqueca! - Ah, é? - disse Sam desafiando. - Você e quê exército? - CORTA!!!! - gritou de Ville. - Perninha, isto NÃO foi engraçado! - Desculpe, Coop, er, uh, Sr. de Ville. Eu acho que não estou tão inspirado esta manhã. De Ville pode apenas desviar seu olhar e suspirar. - Tomada cinco, todos, - ele gritou e saiu do set e foi ter a sua massagem com óleo de coco no seu trailer. Sam foi até o refrigerador para pegar uma bebida. Enquanto ele estava lá, a garota colha rosa do dia anterior, Lilica, andou até ele e disse, - Ha, ha, ha, muito engraçado, Senhor Comédia. - Eu imagino que você possa fazer melhor? - perguntou Sam. - Para sua informação, eu poderia ter feito isso melhor de uma centena de maneiras diferentes! - Bem, então por que você não faz a cena? - ele perguntou bem inocente. - Certo, - zombou Lilica. - Para que você então possa rir de mim? - Não, para que eu possa ver uma das centenas de maneiras de fazer isto, - ele casualmente respondeu. Lilica ficou furiosa por alguns segundos por aquela resposta antes de ficar em um nitidamente mais escuro tom de rosa. - Certo, Senhor Sabichão, eu vou fazer isto. Eu vou mostrar para você que Bárbara Ana Coelho pode ser mais divertida que você, Sr. Grande Astro. Nisto, Sr. de Ville voltou da sua sessão de massagem. - Certo, pessoal, - ele disse, - vamos tentar novamente. Perninha, você já pensou em uma maneira DIVERTIDA de fazer essa cena? - Hu, bem, veja, sr. de Ville, eu gostaria de deixar minha amiga Lilica aqui fazer uma tomada, para ver se ela pode me mostrar uma boa maneira de fazer isto. De Ville franziu as sobrancelhas. - A assistente? Bem, por que não? Ao menos ela não pode fazer nada pior do que aquela fala idiota sobre o exército. - Perninha, - sussurrou Valentino, - o que você está planejando? - Confie em mim nisto, - disse Sam sussurrando também. - Eu sei o que eu estou fazendo. Valentino fez um olhar duvidoso quando Sam disse aquilo, mas ele apenas deu de ombros, e ele e Lilica tomaram seus lugares. - Ação! - gritou de Ville. - Ei, sua coelha panaca! - gritou Valentino. - Me dê todo o seu dinheiro, ou então... Em resposta ao desafio de Valentino, Lilica começou a rodopiar mais rápido do que o olho podia acompanhar. Quando ela parou, ela estava vestida em um apertado vestido vermelho que mostrava a sua silhueta de uma maneira mais atrativa - Ooh, garotão, - ela sussurrou em um sedutor tom de voz. - Para quê você quer o meu *dinheiro*, afinal? Os olhos de Valentino saltaram fora da sua cabeça e as pupilas se transformaram em pequenos corações. Sua língua caiu fora da sua boca e atingiu o chão com um alto clang. Lilica cerrou uma sobrancelha para ele antes de gentilmente assoprar um beijo para ele, que foi mais do que suficiente para nocauteá-lo. Com isto, Lilica fez outro rodopio de volta para suas roupas normais, e pegando a carteira de Valentino, ela começou a contar as notas na carteira enquanto saia andando da cena. - CORTA!! - gritou de Ville. - Isto foi EXCELENTE!! Eu não via algo tão engraçado assim ha anos! Lilica, você gostaria de um papel no show? - Oh, nossa, Sr. de Ville, - disse Lilica pensativa - Eu não sei. - Ela fez uma pausa por um momento com um olhar pensativo na sua face antes de sorrir para ele e dizer, - Certo, - e tendo uma boa recepção de todos ali presentes. - Ótima atuação, Valentino, - disse Sam quando ele o ajudou a se levantar. - E quem estava atuando? - ele respondeu. - ela É maravilhosa. - É, eu acho que sim, - disse Sam, imaginando que Al saberia julgar melhor aquilo. - Perninha, - chamou de Ville, - Venha cá! - Sim, Sr. de Ville? - perguntou Sam quando ele o alcançou. - Você não está me chamando de "Coop"? - ele perguntou confuso. - É. Eu acho que finalmente caiu a ficha. - Bem, isto é ótimo, mas não importa. Agora que eu tenho uma coelha realmente divertida para este show, você está despedido. - O QUÊ? - perguntou Sam, espantado. - Sam, - disse Al quando ele repentinamente apareceu através da imagem da porta da câmara, - Nós temos um novo problema aqui. - Sim, eu sei, Al. Eu fui -- Perninha acabou de ser demitido. - Sam saiu de perto dos outros para que ele e Al pudessem conversar em particular. - Oh, então é isto? Não admira então estes fatos estarem mudando tanto. - O quê? O quê aconteceu? - Bem, o show durou cerca de um ano, agora, chamado "Lilica Coelho Show" mas ainda assim não adiantou muito. Ainda conseguiu um péssimo horário na maioria dos lugares, e a Warner Bros ainda assim perdeu os tubos com isto. - Então o que eu faço agora? - perguntou Sam agitado. - Bem, coloque Perninha de volta no show por enquanto. Mas você ainda vai precisar dar ao show um algo a mais. - Mais risadas e coisas assim? - Bingo. - Bem, e como eu faço isto? Para isto, Al não tinha resposta, então Al voltou para poder entrar com mais cálculos através de Ziggy (de novo!), e Sam voltou para casa de Perninha para pensar. 'Porque isto está acontecendo comigo?` ele pensou para si mesmo. 'Deve ter *algo* que eu possa fazer aqui. Porque eu teria saltado aqui se eu não pudesse fazer nada? Eu gostaria de voltar ao Projeto Quantum Leap. Há uma equipe inteira lá para ajudar a resolver problemas. Então, algo lhe ocorreu. Uma equipe! É ISTO o que o show precisa! Ele leu alguns dos scripts, e viu que o show inteiro estava apoiado nos ombros de Perninha, -- agora nos de Lilica. E se houvesse outros personagens no show também? Por isto, porque deveria haver apenas um coelho? Sam, procurando pelas coisas de Perninha, logo encontrou o que ele imaginava que poderia resolver aquele problema também. ######### - Silêncio no estúdio! - gritou de Ville. - Agora, Lilica, nesta cena, você têm que impedir Bubba o Cão Dinamarquês de lançar você na piscina, certo? - Tudo bem, Sr. de Ville. - Isto será fácil para mim, - brincou Bubba com um leve sotaque sulista, - Eu posso fazer isso facilmente. Todos no estúdio riram daquilo, e então a cena começou. Lilica mal havia pronunciado as palavras "Eu sou Lilica Coelho" de sua boca quando ela foi interrompida por Sam, que disse - E eu sou Perninha Coelho. Não somos parentes! - CORTA!!! - gritou de Ville. - Perninha, o quê VOCÊ está fazendo aqui? Eu despedi você! - Você verificou o meu contrato? - ele perguntou calmamente. - Não! - ele gritou. - Porque? - Por causa DISTO! - disse Sam triunfante quando ele mostrou o documento. Com um astuto sorriso no seu rosto, ele apontou para uma cláusula logo na primeira página que dizia "VOCÊS NÃO PODEM DESPEDIREM PERNINHA. (ISTO INCLUI VOCÊ, DE VILLE.) - Oh, - disse Lilica desapontada. - Então eu acho que isto me torna a assistente de novo, hein? - Nada disso, - disse Perninha. - Eu quero você no show comigo. - Hein? - perguntou Lilica, mais interessada. - Você não pode fazer isto, - disse de Ville. - Este show foi desenvolvido para ser de um só coelho. - Quem disse isso? - perguntou Sam. - Há alguma regra que impeça de haver mais de um coelho? De Ville pensou sobre aquilo por um momento antes de dizer, - Bem, não que eu saiba. - Ótimo, - disse Lilica, com seu entusiasmo retornando. - Isto significa que eu posso fazer alguns shows, e Perninha pode fazer alguns outros shows! - Não apenas isto, - adicionou Sam, - nós dois podemos fazermos alguns shows juntos, como um time! Os olhos de Lilica arregalaram-se. - Você tá falando sério, Perninha? - Claro, porque não? Mas, ei, quem disse que coelhos tem que serem os ÚNICOS astros do programa? - O quê? - perguntou de Ville, com um olhar confuso, assim como os outros. - Você sabe, - disse Sam. - Faça deste um show conjunto, com um grande elenco. - Mas nunca houve um desenho conjunto antes, - protestou de Ville. - Bem, ao menos nunca houve um que fosse divertido. - Então porque nós não poderíamos sermos os primeiros? - perguntou Sam. "Hill Street Blues" fez isto, "St. Elsewhere" fez isto, "Star Trek: A Nova Geração" está fazendo isto, então porque nós não fazemos também? - no que terminou de dizer isto, Sam torceu para que ele tivesse acertado em relação as datas quanto à "Star Trek". - Bem, - disse de Ville, a hesitação em sua voz bem nítida, - Eu não sei... - Veja por este lado, - disse Sam - Isto vai significar que haverá muitos mais personagens para se colocar em lancheiras, camisetas, e no McLanche Feliz do McDonald's! - Sabe, - disse de Ville, - nós não vamos poder chamar isto de "O Show de Perninha e Lilica". Nós precisamos de um novo nome. - Eu acho que "Tiny Toon Adventures" é bem melhor para isto, - disse Lilica. Sam acenou com a cabeça, concordando. O olhar de de Ville finalmente se animou. - Sabe, o Sr. Plotz pode realmente vir a querer comprar essa idéia maluca. - Perninha, - sussurrou Lilica, - O quê você está fazendo? - Confie em mim, Lilica. Isto vai dar certo. - Você está certo, - disse Al quando ele repentinamente apareceu. - Funcionou. Contrataram todo um grupo inteiro de adolescentes personagem animais, e o show finalmente ficou divertido. Se tornou uma espécie de clássico cult, e... oh, não, - ele adicionou, soando de alguma forma preocupado. - O quê? - perguntou Sam, meio alarmado. - Ainda assim o show só durou um ano, e há toneladas de merchandising de "Tiny Toon Adventures" empilhadas nos depósitos. A Warner Bros ainda tomou prejuízo com isto. Sam resmungou. - Então o que mais podemos fazer? - Bem, - disse Lilica tenramente, - você e eu poderíamos ir para minha casa estudarmos nossas falas... - NÃO é isto o que eu quis dizer, - disse Sam. - Ei, vamos lá, - disse Al. - Do que é que você está reclamando? Quero dizer, olhe para ela. Ela é atraente, jovem, uma gracinha de coelha rosa... - Mas eu não estou! - disse Sam. - Não está o quê? - perguntou Lilica quando ela fitou nos olhos dele. - Interessado em estudar falas. - Oh, tá bom, - disse Lilica, e ela afastou-se meio desanimada. - Muito bem, Romeu. - Quer parar com isso, Al? Ela realmente não é do meu tipo. - Não, ninguém é do seu tipo, Sr. Escoteiro. - E TODAS são do seu tipo? - falou de volta Sam, irritado. Al passou a mão no seu queixo. - Ooooch! Eu acho que você me pegou desta vez, - ele disse sarcasticamente. Sam não pode evitar de sorrir. - Certo, certo, já chega disto. Nós temos um trabalho a fazermos, lembra? - Certo, - disse Al, - você venceu. Ainda assim, seu eu fosse uns quarenta anos mais novo e um coelho de desenho... - Al! - Tá bom, tá bom. - Nós temos que arranjarmos alguma maneira que fazermos deste show um sucesso, - disse Sam. - É, eu sei, mas você é quem têm as idéias aqui. Alguma sugestão? - Hum, não. Não realmente. Eu nunca trabalhei com desenhos animados antes, lembra? Os dois sentaram-se juntos e pensaram sobre isto durante alguns minutos. - Certo, - disse Sam depois de algum tempo. - Vamos pensarmos nisto de uma maneira lógica. O que foi que tornou tão divertidos os antigos Looney Tunes e Merrie Melodies que a Warner Bros. constumava fazer? - Pernalonga, - disse Al. - Exatamente. Então tudo o que temos que fazer é conseguirmos colocar Pernalonga neste show. Isto vai atrair atenção, certo? Al fez uma expressão de desconfiança. - Eles têm jogado bigornas na sua cabeça ou coisa parecida? De jeito nenhum que a Warner Bros. vai deixar o seu principal astro de desenho estar em um show como esse. - E porque não? - Por causa que ele está fazendo outras coisas. - Como o quê? Quando foi que o último desenho de Pernalonga foi lançado? - Hum, certo, então talvez ele não esteja tão ocupado assim, - concordou Al. - Mas como fazer com que ele não ofusque você -- quero dizer, Perninha -- e Lilica, e torne-se o astro do show ele mesmo? - Bem, ele não estaria nele todo o tempo, - sugeriu Sam. - Talvez ele possa ser uma espécie de mentor. Você sabe, ensinando Perninha e Lilica em como serem divertidos e coisas assim. Al pensou nisto. - Sim, isto pode ser bom. Mas como você vai convencer os chefões na Warner Bros. a fazerem isto? Você é apenas um garoto coelho ator, afinal de contas. - Hum. Boa pergunta. Bem, vamos tentar o seguinte. Você volte e consiga toda a informação que você puder sobre o Pernalonga. Veja se ele ainda está por aqui, aonde nós podemos encontrá-lo, esse tipo de coisa. - Certo, - disse Al quando ele abriu a porta. - E quanto a você? - Não se preocupe comigo. Tudo o que eu tenho que fazer é agir como um coelho de desenho, lembra? Al riu enquanto a porta se fechava. Bubba o Cão Dinamarquês ainda estava descansando no estúdio, lendo uma cópia do "Variatoon", quando algo ocorreu na mente de Sam. - Ei, Bubba, - ele chamou o cão. - Sim, Perninha. O que eu posso fazer por você? - ele dirigiu-se a ele. - Você acha que a cena que você e Lilica estavam prestes a fazerem iria ser engraçada? Bubba riu. - Você também, hein? Que nada, ia ser menos divertida do que um porco-espinho em um baile de debutantes. Mas, de qualquer jeito, é isto que paga as minhas contas, se você entende o que quero dizer. - Bem, sim, mas se aquilo fosse divertido, realmente divertido, realmente realmente bastante engraçado mesmo, isto não faria você sentir-se melhor? - Com certeza que iria. Eu sou um desenho, afinal de contas, e suponho que tenho que fazer as pessoas rirem. - Exatamente! - disse Sam entusiasmado. - Então, que tal se nós déssemos, você sabe, um jeito no roteiro para que este se tornasse realmente engraçado? Um olhar conspiratório formou-se nos olhos de Bubba. - O que cê têm em mente? Sam sussurrou algo no ouvido de Bubba, e um grande sorriso formou-se na sua face. Alguns momentos depois, Lilica retornou (ela havia ido até o seu trailer e se trancado nele depois que Sam foi um tanto rude com ela, mas de Ville conseguiu convencê-la de retornar ao estúdio), e a cena estava pronta para rodar. Lilica deu em Sam um olhar meio azedo, mas esta era a única indicação que algo não estava certo. - Certo, - disse de Ville, - Aqui vamos nós de novo. E... ação! - Oh querido, - disse Lilica. - Eu espero que eu não caia naquela piscina e fique toda molhada. Levaria SEMANAS para secar milhas orelhas se isto acontecesse! - Ha, ha, ha, sua pequena coelha tola, - disse Bubba quando ele pulou dos arbustos. - Eu vou é inflar você!" - Bubba? - perguntou Lilica, bastante confusa pelo novo sotaque austríaco dele. - Me chame de Arrnold, sua pequena fraca roedora você. - Sr. de Ville? - perguntou Lilica, confusa. - Continuem, - ele respondeu. - Isto é ótimo! - Oh, uh, certo. Ahem. Uh, bem, uh, Arnold, e se eu quiser que você não me jogue na piscina? - Me escute e non discuta, eu serr a maior, melhor, mais impressionante e bonito por aqui. Enton se eu quiserr jogar você na piscina, eu irrrei! - Corta! - gritou de Ville. - Algo errrado, Sr. de Ville? - perguntou Bubba, voltando para o seu sotaque natural. - Nós precisamos acalmar a Lilica. Esta está rindo tanto que as câmeras estão sacudindo. Eu nunca vi ninguém rir tanto assim! Bubba, você consideraria mudar o seu nome oficialmente para Arnold para este show? - Ya, eu mudar, enton. - ele respondeu contente, voltando para o seu sotaque austríaco. - Excelente, - disse de Ville. - Talvez nós possamos tornar este show interessante, afinal de contas. Nisto, a imagem da porta abriu-se. - Você fez bem, Sam, - disse Al quando ele passou andando por ela. - Arnold aqui vai ser um dos personagens auxiliares mais populares no show. Mas realmente isto não mudou muito as coisas. Curioso, Sam saiu de lado para falar. Alem do mais, era óbvio para ele que ele não era necessário para aquela cena com Lilica e Bubba, ou melhor, Arnold, como ele agora era chamado. Uma vez que eles estavam longe o suficiente para que ele pudesse falar sem alguém o interromper, Sam perguntou, - Então, o que você encontrou sobre Pernalonga? - Oh, ele ainda está por aqui. A Warner retirou ele para morar em uma pequena casa na extremidade dos estúdios. - Retirado? - É. Parece que ele não trabalha mais tanto, já que todos os desenhos dele não estão em nada mais do que reprises agora. Ele faz ocasionalmente algum especial ou apresentação do Oscar, mas isto é tudo. Ele basicamente fica lá sem fazer nada, nem sequer escrever suas memórias. - Isto é patético, - disse Sam. - Pernalonga é um dos mais divertidos personagens de desenho animando que já foi criado! Um cara como ele não deve se aposentar assim. Eu quero dizer, olhe para George Burns e Bob Hope. - Ei, eu estou do seu lado, Sam. Mas não diga isto para mim, diga isto ao coelho! - Certo, - disse Sam, - você têm razão. Apenas me diga aonde ele está. Al pressionou alguns botões no seu console antes de olhar para sua direita e dizer, - Por aqui, siga-me. Não muito depois, os dois fizeram o caminho pelos estúdios da Warner Bros, e eles se aproximaram de um modesto bangalô. - É só isto aqui? - perguntou Sam surpreso. - Tenha certeza, - disse Al. - De fato, isto... - Al foi interrompido por um beep repentino do seu console. - Oh, cara, - ele disse quando o verificou. - O quê foi? - Ziggy disse que há apenas uma chance de cinqüenta e nove por cento de que falar com Pernalonga vá adiantar alguma coisa. - Bem... - admitiu Al. - Mas isto é um desenho. Qualquer coisa pode acontecer por aqui. - Bem, então eu tenho que encontrar um jeito de aumentar nossas chances. Depois de dizer isto, Sam aproximou-se e bateu na porta. Alguns segundos depois, a porta foi aberta pelo próprio Pernalonga. - Er, o que é que há, velhinho? - ele perguntou. - Oi, Pernalonga. - disse Sam, que estava bastante nervoso em conhecer um superastro de desenho tão famoso. - Eu sou... - Perninha Coelho, - interrompeu Pernalonga. - Você é aquela jovem versão de mim que está naquele novo show "Tiny Toons". Sim, eu sei tudo sobre você. Eu vi todos os esboços que eles tem dado em você. Então, o que você quer, garoto? - Eu gostaria que você me ensinasse a como ser um coelho divertido. O console de Al emitiu um beep. - Oh, esta foi boa, Sam, - ele disse quando verificou. - As chances foram agora para sessenta e três ponto sete por cento. - Er, você me deixa lisonjeado, garoto, mas não iluda a si mesmo. Eu estou com quase cinqüenta anos. Muito velho para um Desenho estar atuando poraí. Vá ver se aquele Roger Rabbit pode ajudar você, - e ele começou a fechar a porta. - Não, - protestou Sam. - Espera! - Desculpe, garoto, - disse Pernalonga e ele terminou de fechar a porta. Sam ficou parado ali e olhou a porta. - E agora? - Não olhe para mim, Sam, - disse Al. Sam voltou para o set, sentindo-se bastante abatido. Eles estavam filmando a última cena do dia, então ele decidiu assistir. Ele não pode evitar de sorrir quando ele viu as artimanhas de Lilica, ela realmente era BASTANTE engraçada. Ele estava contente de haver pensado em incluir ela no show. Ainda assim, ele sentia-se muito triste e devia estar demonstrando isso, pois tão logo de Ville disse que haviam encerrado por hoje, Lilica aproximou-se dele e perguntou, - Ei, porque você está tão azul? - Ah, ah, - disse Sam com um sorriso, pensando que ela estava se referindo à cor do pêlo de Perninha. - Não, sério, - ela disse. - Você parece meio deprimido, e não há nada mais deprimente do que um desenho deprimido. Sam teve que sorrir daquilo. - Bem, - ele finalmente disse, - Eu achei que eu preciso de algum treino, então eu fui falar com Pernalonga e perguntar a ele se ele poderia me ensinar algumas de suas coisas, mas ele não concordou. - Hummm. Eu entendo porque você está deprimido. Pernalonga é o melhor. Nós poderíamos aprendeu muito com ele. - Nós? Você é uma das pessoas -- coelhas -- mais divertidas que eu já conheci! Lilica repentinamente rodopiou para reaparecer em sua roupa de Mãe West. - Hum, galanteador desse jeito vai te conseguir tudo, garoto azul, - ela sussurrou. Então, retornando para suas roupas regulares, ela adicionou. - Que nada. Você realmente acha? - Sim, - disse Sam, - eu acho. De repente, Lilica agarrou o rosto de Sam e deu nele um grande e molhado beijo de coelho, fazendo passar raios elétricos através do corpo inteiro dele - Uau! - ele conseguiu balbuciar quando ela o soltou. - Porque você fez isso? - Por você ser gentil, - disse Lilica. - Eu sempre pensei que você era um idiota egomaníaco, mas nestes últimos dias você têm sido diferente. - Me desculpe, - disse Sam, sem saber ao certo o que ele deveria dizer. - Ah, não precisa. Eu gosto desse novo você. Você é um docinho, - disse Lilica com óbvia afeição na sua voz, o que fez Sam sentir-se meio desconfortável. Como ela irá reagir quando ele saltar fora e o verdadeiro Perninha retornar? - Escute, - Lilica continuou, - Coop nos deu o dia livre amanhã para que nós podemos avaliarmos candidatos para novos personagens. Eu ouvi falar que há um pato verde que faz interpretações de Patolino, ele talvez possa entrar. E vamos você e eu vermos se nós podemos convencer Pernalonga de nos ajudar, afinal de contas. Eu quero que esse show tenha sucesso também, você sabe. Se isto falhar, é ter que voltar para as ruas vender ovos de páscoa encalhados. - Certo, - disse Sam enquanto ele aproximou-se para dar nela um rápido beijo na bochecha. - Eu vou pegar você na sua casa às nove. - Ótimo! - disse Lilica. - Isto é um encontro! - e ela saiu na direção da sua casa. 'Um o quê?' pensou Sam. Porque ele estava tendo o pressentimento que ele estava complicando a vida de Perninha muito mais do que ele pretendia? Na manhã seguinte, Sam parou na frente da toca-de-coelho de Lilica, e chamou dentro dele, - Oh, Lilica, querida. Seu companheiro azul está aqui! - Não o melhor, talvez, mas ele imaginou que isto seria o tipo de coisa que um personagem de desenho diria. Lilica pulou de dentro do buraco com um único salto. - Oi. Então, o que você têm planejado para Pernalonga? Sam sussurrou algo no ouvido dela. Ela sorriu. Então eles deram risadinhas, e ela riu mais alto. - Oh, Perninha, isto deverá interessar a ele estar em nosso show com CERTEZA! - ela disse com alegria. - Vamos lá! Alguns momentos depois eles estavam do lado de fora do bangalô de Pernalonga, e Sam bateu na porta. - Er, o que é que há, velhinho? - perguntou Pernalonga quando ele a abriu. - Oi, Pernalonga, eu sou Perninha Coelho, - disse Sam. - É, eu sei. Eu lembro de você de ontem. - E eu sou Lilica Coelho, - disse Lilica. - Não somos parentes! - eles disseram juntos. Pernalonga sorriu. - Ei, está é uma boa. Não exatamente o meu estilo, ainda assim. - É, - disse Sam. - Nós sabemos. Então, nós estávamos pensando se havendo dois de nós você pudesse reconsiderar em ensinar para nós algumas de suas coisas. - É, certo. Como se eu quisesse um par de iniciantes como vocês usando todos os meus truques. - Mas é exatamente a beleza disto! - disse Lilica. - Você vai nos ensinar no ar! - O quê? - perguntou Pernalonga, realmente curioso. - Nós pensamos que com todo a sua influência você poderia conseguir uma escola adicionada ao show, uma escola para personagens de desenho. - Hum, disse Pernalonga. - Não é uma má idéia. Me conte mais. - Oh, uh, - Sam parou repentinamente quando ele tentou pensar em algo. - O quê o meu erudito colega está tentando dizer, - disse Lilica, - é que a Warner Bros. decidiu adicionar um grupo inteiro de novos personagens no show. Então nós pensamos que você e alguns dos velhos... - O quê? VELHOS? - gritou Pernalonga - EU? Eu posso estar quase com cinqüenta, mas eu só tenho um cabelo cinza! - Você É todo cinza, - explanou Sam. - Bem falado, garoto, - disse Pernalonga quando ele pegou uma cenoura. - Você tá aprendendo. - Uh, o que eu queria dizer, - disse Lilica - é que você e alguns dos outros, er, estrelas veteranas dos desenhos poderiam ser o Corpo Docente da escola. Vocês poderiam todos nos ensinar coisas como reações malucas, andar no ar, ser esmagados por bigornas e esse tipo de coisas. - Você sabe, - disse Pernalonga pensativo, - Que isto pode dar certo. Deixem-me telefonar para os cabeças lá na Warner e com alguns dos outros caras. Eu não prometo nada, mas eu acho que eu posso falar com eles para entrarem nisto. - Nossa, obrigado, Pernalonga, - disse Sam quando ele pegou na mão de Pernalonga e deu um entusiasmado aperto de mão. - Isto vai realmente fazer o show ser um sucesso absoluto! - Não, não vai, - disse Al quando ele reapareceu de novo. Sam, sem querer relevar a presença de seu amigo a Pernalonga e Lilica, virou sua cabeça de lado e fez um silencioso gesto de, 'O quê?' - O show ficou bem melhor com Pernalonga e os outros, mas não teve muito mais sucesso, e ainda assim durou só uma temporada. 'Cara,' pensou Sam. - 'O quê afinal vai ser PRECISO para fazer deste show um sucesso para que eu possa saltar?' ######### Saltar de vida para vida tem me dado muitas oportunidades. Oportunidades que ninguém mais poderia ter. Eu fui um doutor, um padre, um músico, um piloto de testes, um jogador de beisebol, uma secretária, um ator, uma cantora, uma dançarina, um afamado terapeuta sexual, um chimpanzé, e até eu mesmo. Mas em cada um destes casos, eu nunca tive um problema assim, por causa que todas estas pessoas tinham algo com o que eu pudesse me identificar, algo em que eu pudesse perceber o que estava errado e como mudar as coisas. Mas desta vez eu era um coelho de desenho. Tendo crescido em uma fazenda, eu nunca tive muito tempo de assistir desenhos, então mesmo tendo sido Perninha Coelho por várias semanas eu ainda não tinha certeza de como agir em determinados momentos, e eu certamente não poderia perceber o que mais eu podia fazer para que eu pudesse eu mesmo saltar fora -- no bom sentido. Eu tenho feito tudo que Al e eu pudemos pensar para melhorar a performance do show, e ainda assim eu ainda estava em Acme City. Al contou-me que recentemente ele esteve na sala de espera, e viu que Perninha estava finalmente tornando-se um coelho mais humilde, e ele provavelmente não mais faria com que Cooper de Ville o demitisse quando ele retornar, mas parecia que mesmo isso ainda não era suficiente. Não importava quantas vezes Ziggy executava os possíveis cenários, a resposta era sempre a mesma: o show duraria apenas um ano, tendo pouca audiência e suporte, a Warner Bros. perderia bastante dinheiro, e Perninha, Lilica e o resto do elenco desapareceriam no ostracismo. Por estranha que a minha situação era, eu gostava destes personagens de desenho, e eu não queria que isto acontecesse. Trazer Pernalonga, Patolino e todo o restante dos antigos personagens de Looney Tunes fizeram as coisas mais interessantes no set, e eu estou aprendendo muito de como ser um Desenho com eles. A escola que eu propusera, Acme Looniversidade, é ótima, mas ainda assim não estava adiantando. Mesmo trazendo para o show os novos personagens, Plucky Duck (pupilo de Patolino), Presuntinho, Frajuto, Felícia (ninguém jamais vai acreditar que ela é uma graduada de Rhodes; ela tem atuado de maneira bem estúpida!), Cuco Dodo, Leiloca Pataquada, Fifi La Fume, e todos os outros, ainda assim não mudou muito as coisas. Al continuava a me dizer que a única coisa que matava o show era os péssimos horários que conseguia nas emissoras. Então um dia, mais frustrado do que o normal, eu fui fazer algum jogging para me livrar de algumas tensões antes de ler o script das filmagens do dia seguinte. (Lilica havia sugerido algumas outras maneiras que me livrar das tensões, mas eu educadamente recusei.) Voltando para a toca de Perninha, eu tomei um rápido banho e fui para a cama com o roteiro. Mas minha cabeça ainda estava ocupada com o problema de fazer o show ser bem recebido. Ele precisava de algo, ou alguém mais, para se destacar sobre todos os outros desenhos que estavam estreando naquele ano. Mas este "algo" não me ocorria, não importando quando eu pensasse sobre isto. Então eu finalmente deixei isto de lado e decidi dar atenção ao meu roteiro. O episódio tinha o título "Rock & Roar" e envolvia a mim -- Perninha -- adotando um bebê dinossauro. Um tanto óbvio, talvez, mas ainda assim um bom desenho. Então, aquilo me ocorreu. Uma das falas de Perninha -- minha --. Estava quase no fim do roteiro e me atingiu como uma tonelada de tijolos. As possibilidades e conseqüências começaram a passar pela minha cabeça. Eu rapidamente coloquei o roteiro de lado e liguei para Lilica. ######### O telefone de Lilica tocou, e ela procurou por ele várias vezes antes de ela finalmente o pegar. - Alo? - ela disse sonolenta. - Liliquinha, - disse Sam excitado, - lembra na reunião do elenco da semana passada quando o Sr. de Ville estava nos contando sobre como nossas chances não estão boas devido aos péssimos horários para os quais nós estamos reservados? - Hum hummm, - disse Lilica, ainda com sono. - Bem, e se nós tivéssemos algum grande nome, quero dizer, REALMENTE REALMENTE GRANDE nome, no início do show como Produtor Executivo? - Hummm? - murmurou Lilica? 'Eu tenho estado aqui por bastante tempo mesmo', Sam pensou. 'Eu estou realmente começando a entender como Desenhos raciocinam. - Você já viu o roteiro para "Rock & Roar? - Aquele do dinossauro que nós vamos começar amanhã? Sim, porque? - Lembra da fala no fila que Perninha -- eu digo quando a terra dos dinossauros é revelada? - Espera aí, - disse Lilica, soando mais acordada. - Eu vou ver. - Alguns segundos depois, Sam pode ouvir o barulho das páginas sendo viradas, - Você quer dizer esta aqui, "Que Spilbergiriano?"? Ei, esperaumminutoaí, Perninha, você não está sugerindo que nós devíamos envolver Steven Spielberg no nosso show, está? - Porque não? Pense em toda a atenção que o desenho iria ter. E como Produtor Executivo, ele não teria que fazer nada além de colocar o nome dele nos créditos. Isto seria como o velho Leon Schlesinger fazia nos velhos tempos dos Looney Tunes. - Nossa, eu sei lá, - disse Lilica, que estava agora totalmente acordada. - Olha, eu vou propor isto amanhã cedo para o Sr. de Ville. Eu vou fazer isto antes mesmo de começarmos a trabalharmos. Pernalonga pode falar com Spielberg, ele trabalhou com ele antes em "Uma Cilada para Roger Rabbit" e nós sabemos que Spielberg é um fã dos desenhos da Warner Bros. Mas antes de eu tentar isto, eu quero você do meu lado. O que você me diz? - Certo, porque não? Quero dizer, isto é tão maluco que pode dar certo! - Este é o clichê de desenho número três, - disse Sam. - Muito bem, Perninha. Eu vejo que você está realmente aprendendo algo com Pernalonga afinal de contas. - de alguma maneira, Sam podia até escutar o sorriso no rosto dela quando Lilica disse isso. - Eu vejo você de manhã, - ela disse antes de desligar, e então Sam foi dormir. ######### Na manhã seguinte, Sam e Lilica foram falar com de Ville. - Vocês estão malucos? - ele perguntou. - Spielberg nunca vai consentir em trabalhar em outro desenho depois de "Roger Rabbit". - Mas ele não vai trabalhar nisto, - disse Sam. - Ele vai ser apenas uma moldura para nós conseguirmos melhores horários. - É, - adicionou Lilica. - Você não quer que o show termine prematuramente em uma morte súbita antes do que deve, quer? O que você fará, então? Mais importante ainda, o que eu vou fazer então? De Ville pensou sobre isto. - Certo, - ele disse finalmente. - nós vamos tentar. Todas as outras idéias que vocês tiveram até agora têm sido boas, Perninha, então esta também pode ser. Eu vou ligar para Pernalonga e tentar arranjar uma reunião entre ele e Spielberg. - Obrigado, Sr. De Ville, - disse Sam. - Me chame de Coop, - disse o diretor com um amigável sorriso. ######### Dois dias depois, Sam ainda não tinha ouvido nada. Al havia aparecido para dizer a ele que as coisas agora estavam em um ritmo que Ziggy não podia gerar nenhuma possibilidade, e Sam perguntou-se se isto era bom ou ruim. Ainda assim, o show deve continuar, então Sam fez "Rock & Roar". Ele realmente gostou de trabalhar com Rober o Dinossauro, que mostrou ser um ótimo parceiro, e eles dois improvisaram algumas de suas cenas, o que manteve Sam muito ocupado para pensar sobre o problema maior. Então foi um grande choque quando no final do dia, depois de ter recebido um telefonema no set, de Ville pegou seu megafone e começou a gritar, "SPIELBERG ESTÁ VINDO!!!!!" - O QUÊ? - disseram todos no set juntos. - Ele está a caminho neste momento, com Pernalonga. Vamos, vamos deixar esse lugar apresentável. Mas antes que qualquer um pudesse fazer algo, Pernalonga entrou no set com um homem barbado de meia-idade, usando uma camisa havaiana e um boné de "Indiana Jones e a Última Cruzada". - Oh, olá a todos, - disse o homem, que era obviamente Steven Spielberg, o lendário diretor de sucesso. - Apenas pensei em aparecer por aqui e ver como as coisas estão indo. Não se preocupem comigo, - e ele sentou-se em uma cadeira próxima à do diretor. - Hum, certo, vamos fazer a cena vinte e quatro, - gritou Coop. Rapidamente, todos tomaram seus lugares, e ele gritou, - Ação! A parede da caverna abriu-se para revelar uma vista de uma selva e dinossauros. Os efeitos de luz eram perfeitos, pelo menos uma vez eles deram certo! - Ooh, que Spielbergiriano! - disse Sam na sua deixa. Ele ouviu as risadinhas apreciativas. Eles terminaram de filmar o restante do episódio sem problemas, apesar de uma grande dose de nervosa tensão no ar. Quando Coop finalmente gritou, - Corta! E isto é tudo! - um grande suspiro de alívio foi solto por todos, mas mais importante de tudo, Spielberg começou a aplaudir. - Este show é ótimo! - ele disse. - Pernalonga mostrou-me alguns dos esboços hoje cedo, e eu adorei! É assim que desenhos animados têm de ser! - Então você concorda em ser o Produtor Executivo? - perguntou Sam. - Com certeza que eu vou ser. E você sabe, todos esses dinossauros... eu penso... talvez... quem sabe pode dar um bom filme, - ele adicionou pensativo. - Você conseguiu, Sam! - disse Al quando ele apareceu através da sua porta. - "Steven Spielberg presents Tiny Toon Adventures" se tornou um enorme sucesso! Foi produzido durante três anos, então teve uma grande audiência em reprises em TV a cabo. Durante isto tudo eles produziram o primeiro lançamento direto para vídeo de um desenho animado, que foi um sucesso tão grande que criou um mercado novo inteiro. Eles também ganharam um caminhão de Emmys e outros prêmios! - Isto é ótimo, Al. E quanto a Perninha? O que aconteceu com ele? Al pressionou alguns botões no seu console, sorriu e disse, - ele e Lilica eventualmente casaram-se e tiveram mais de uma centena de filhos! E o Doutor Sam Beckett saltou. ######### A realidade formou-se em torno de Sam. Ele estava sentado na frente de um painel com interruptores e cabos. Telefones estavam tocando incessantemente em seus ouvidos. Ele estava vestindo uma blusa branca e um vestido vermelho. Um grande número de mulheres perto dele estavam falando em microfones, e muitas estavam dizendo, - Operadora, posso ajudá-lo? - Oh, cara, - disse Sam. Mas esta é uma história para outra hora, outro lugar, e outro escritor. O Fim ---------------------------------------------------------------------------- Tradução para o Português por Leandro M. Pinto (renebunny@hotmail.com) 1o. Edição, 29/03/1999.