Produção
ARMAS QUÍMICAS
Foi calculado que durante o curso da
Primeira Guerra Mundial, numa época em que a indústria química estava em um estágio
relativamente atrasado de desenvolvimento, cerca de 180.000 toneladas de agentes químicos
foram produzidas, das quais, mais de 120.000 toneladas foram usadas em combate. Com o
rápido desenvolvimento da indústria química desde então, tem-se registrado um enorme
crescimento na capacidade potencial para a produção de agentes químicos. A escala,
natureza e custo de qualquer programa para a produção de armas químicas, e o tempo
necessário para implementá-las, logicamente dependeriam em muito do potencial técnico,
científico e industrial do país que as desejasse produzir. Dependeriam não só da
natureza da indústria química em si e da disponibilidade de engenheiros e químicos
adequadamente treinados, mas também do nível de desenvolvimento da indústria de
engenharia química e dos meios de automatização dos processos, especialmente onde
estivesse envolvida a produção de compostos químicos altamente tóxicos.
Qualquer que seja o custo para desenvolver capacidade química ou
bacteriológica (biológica), é preciso esclarecer que este custo seria adicional, e não
substitutivo, ao da obtenção de um arsenal de armas convencionais. Um exército poderia
ser equipado com estas convencionais sem possuir armas químicas ou bacteriológicas Mas
este mesmo exército nunca poderia confiar apenas na eficácia de suas armas químicas ou
bacteriológicas (biológicas). Hoje em dia, muitos países industrializados possuem o
potencial para a produção de uma série de agentes químicos. Muitos dos meio
necessários à sua fabricação, e em alguns casos até mesmo os próprio agentes, são
empregados em larga escala em tempos de paz. Tais substancias incluem, por exemplo, o
fosgênio, do qual alguns países altamentamente desenvolvidos produzem mais de 100.000
toneladas por ano, empregando normalmente como produto intermediário na produção de
plásticos sintéticos, herbicidas, inseticidas, tintas e produtos farmacêuticos.
Outro agente químico, o ácido cianídrico, é um valioso
intermediário na produção de uma série de produtos orgânicos sintéticos, sendo
produzido até em maiores quantidades o óxido de etileno, empregado na fabricação dos
gases mostarda em larga escala em vários países, sendo um valioso agente para a
produção de um grande número de substâncias importantes, tais como detergentes,
desinfetantes, agentes umedecentes, etc. A produção mundial de óxido de etileno de é
bem superior a dois milhões de toneladas por ano. 0 gás de mostarda e os gases de
mostarda nitrogenada podem ser produzidos partir do óxido de etileno por um processo
relativamente simples. Duzentas e cinqüenta mil toneladas de óxido de etileno dariam
para produzir cerca de 500.000 toneladas de gás de mostarda.
A produção de agentes altamente
neurotóxicos, inclusive o compostos de organofósforo, apresentam problemas que, por
serem relativamente difíceis de solucionar, poderiam ser muito caros para resolver. Em
parte, isto se deve às medidas de precaução e segurança especializadas necessárias à
proteção dos que trabalham na produção destas substância altamente venenosas; uma
necessidade que naturalmente se aplica a todo os agentes químicos, especialmente aos
gases de mostarda. Contudo, muito dos componentes para a fabricação dos agentes
neurotóxicos têm aplicação para fins pacíficos: por exemplo, o dimetilfosfito,
necessário à produção do Sarin, é empregado na produção certos pesticidas. Mas
mesmo colocando-se de lado as despesas de operação, o custo aproximado para adquirir um
complexo de fábricas para produzir munições contendo até 10.000 toneladas de Sarin ao
ano, seria de aproximadamente cento e cinqüenta milhões de dólares. Naturalmente, este
custo seria considerável potencial para a produção de agentes químicos. |