Emprego dos tempos e modos verbais:

 

Modo verbal:
O falante, ao enunciar o processo verbal, pode tomar várias atitudes em relação ao que enuncia: de certeza, de dúvida, de ordem, etc.
O modo verbal revela a atitude do falante ao enunciar o processo.
Pode ser:
a) indicativo: revela o fato de modo certo, preciso, seja ele passado, presente ou futuro.
Ele deitou na rede
b) subjetivo: revela o fato de modo incerto, duvidoso.
Se todos estudassem, a aprovação seria maior.
c) imperativo: exprime uma atitude de mando, ordem ou solicitação.
Fique quieto.

Emprego dos tempos verbais.
Há em Português, basicamente, três tempos verbais:
a) presente: revela um fato que ocorre no momento em que se fala.
Neste instante ele olha para mim.
b) passado: revela um fato que ocorreu anteriormente ao momento em que se fala.
Ele saiu com os amigos.
c) futuro: revela um fato que deverá ocorrer posteriormente ao momento em que se fala.
Amanhã terei aula de Português.
Essa divisão dos tempos verbais em passado, presente e futuro não esgota todas as variações que o verbo pode assumir em relação à categoria tempo, já que esses tempos verbais se subdividem e, muitas vezes, assumem outros matizes, alterando de maneira bastante sensível a significação inicial.
Sem pretender esgotar o assunto, vejamos alguns empregos significativos dos tempos verbais.
1. presente do indicativo: exprime um fato que ocorre no momento em que se fala. Vejo um pássaro na janela
O presente do indicativo também é usado para:
a) exprimir uma verdade científica, um axioma:
A Terra é redonda.
Por um ponto passam infinitas retas.
b) para exprimir uma ação habitual:
Aos domingos não saio de casa.
c) para dar atualidade a fatos ocorridos no passado:
Cabral chega ao Brasil em 1500.
d) para indicar fato futuro bastante próximo, quando se tem certeza de que ele ocorrerá:
Amanhã faço os exercícios.

2. pretérito perfeito do indicativo: exprime um fato já concluído anteriormente ao momento em que se fala.
Ontem eu reguei as plantas do jardim.
3. pretérito imperfeito do indicativo: exprime um fato anterior ao momento em que se fala, mas não o toma como concluído, acabado. Revela, pois, o fato em seu curso, em sua duração.
Ele falava muito durante as aulas.
4. pretérito mais-que-perfeito do indicativo: indica um fato passado que já foi concluído, em relação a outro fato também passado.
Quando você resolveu o problema, eu já o resolvera.

Obs.: Na linguagem atual tem-se usado com mais freqüência o pretérito mais-que-perfeito composto.
Quando você resolveu o problema, eu já o tinha resolvido.

O mais-que-perfeito é, em alguns casos, usado no lugar do futuro do pretérito ou do imperfeito do subjuntivo.
"…mais servira, se não fora Para tão longo amor tão curta a vida!"(Camões) servira = serviria; fora = fosse)

5. futuro do presente: exprime um fato, posterior ao momento em que se fala, tido com certo.
Amanhã chegarão os meus pais. A
s aulas começarão segunda-feira.
O futuro do presente pode ser empregado para exprimir idéia de incerteza, de dúvida. Serei eu o único culpado?

6. futuro do pretérito: exprime um gato futuro tomado em relação a um fato passado.
Ontem você me disse que viria à escola.
O futuro do pretérito também pode ser usado para indicar incerteza, dúvida.
Seriam mais ou menos dez horas quando ele chegou.
Usa-se ainda o futuro do pretérito, em vez do presente do indicativo ou do imperativo, como forma de cortesia, de boa educação.
Você me faria um favor?

Emprego do infinitivo:
Não é fácil sistematizar o emprego do infinitivo em Português, já que, além do infinitivo impessoal, nossa língua apresenta também o infinitivo pessoal (ou flexionado). Emprega-se o infinitivo impessoal:
1. quando ele não estiver se referindo a nenhum sujeito:
É preciso sair.
2. na função de complemento nominal (virá regido de preposição):
Esses exercícios eram fáceis de resolver.
3. quando ele faz parte de uma locução verbal:
Eles deviam ir ao cinema.
4. quando, dependente dos verbos deixar, fazer, ouvir, sentir, mandar, ele tiver por sujeito um pronome oblíquo:
Mandei-os sair. Deixei-os falar.
5. com valor de imperativo:
Fazer silêncio, por favor.

Emprega-se o infinitivo pessoal: * quando ele tiver sujeito próprio (expresso ou implícito) diferente do sujeito da oração principal:
O remédio era ficarmos em casa.
O costume é os jovens falarem e os velhos ouvirem.
Além dos casos mencionados, em que é obrigatório o uso de uma ou de outra forma, quando o infinitivo for regido de preposição (com exceção de a), admite-se indiferentemente o uso das duas formas.
Viemos aqui para cumprimentar (ou cumprimentarmos) os vencedores.

Tempos derivados do presente do indicativo
O presente do indicativo é um tempo primitivo. Da primeira pessoa do singular do presente do indicativo obtêm-se: o presente do subjuntivo; o imperativo negativo.

Obs.: Evidentemente, se o verbo não possui a primeira pessoa do singular do presente do indicativo, não possuirá também o presente do subjuntivo e o imperativo negativo. O imperativo afirmativo provém em parte do presente do indicativo (as segundas pessoas) e em parte do presente do subjuntivo (as demais pessoas).

Flexão verbal - Flexão nominal

Verbos irregulares irregular:
quando se afasta do modelo da conjugação.
Para se saber se um verbo é irregular, deve-se conjugá-lo no presente do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo. Se houver qualquer irregularidade, ela se manifestará em um desses dois tempos.

Vozes do verbo

As vozes verbais são três:
1. voz ativa: quando o sujeito é o agente, isto é, aquele que executa a ação expressa pelo verbo.
O macaco comeu a banana.
O aluno leu o livro.

2. voz passiva: quando o sujeito é o paciente, isto é, o receptor da ação expressa pelo verbo.
Há dois tipos de voz passiva:
a) voz passiva analítica: formada por verbo auxiliar mais particípio. A banana foi comida pelo macaco.
O livro foi lido pelo aluno.
b) voz passiva sintética (ou pronominal): quando é formada pelo verbo na terceira pessoa mais a partícula apassivadora se.
Comeu-se a banana.
Leu-se o livro.

3. voz reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente, isto é, executor e receptor da ação expressa pelo verbo.
O macaco cortou-se.
O aluno feriu-se.

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