Pronomes:

 

Emprego dos pronomes pessoais.
1. Os pronomes pessoais do caso reto (eu, tu, ele/ela, nos, vós, eles/elas) devem ser empregados na função sintática de sujeito. Considera-se errado seu emprego como complemento. Convidaram ele para a festa. (errado)
Eu cheguei atrasado. (certo)
Receberam nós com atenção. (errado)
Ele compareceu à festa (certo)

2. Na função de complemento. Usam-se os pronomes oblíquos e não os pronomes retos.
Convidei ele. (errado) Convidei-o. (certo)
Chamaram nós. (errado) Chamaram-nos. (certo)

3. Os pronomes retos (exceto eu e tu), quando antecipados de preposição, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se correto seu emprego como complemento. Informaram a ele os reais motivos.
Emprestaram a nós os livros.
Eles gostam muito de nós.

4. As formas retas eu e tu só podem funcionar como sujeito. Considera-se errado seu emprego como complemento.
Nunca houve desentendimentos entre eu e tu. (errado)
Nunca houve desentendimentos entre mim e ti. (certo)

*Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de preposição não se usam as formas retas eu e tu, mas as formas oblíquas mim e ti.
Ninguém irá sem eu. (errado)
Ninguém irá sem mim. (certo)
Nunca houve discussões entre eu e tu. (errado)
Nunca houve discussões entre mim e ti. (certo)

Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas eu e tu mesmo precedidas por preposição:
quando essas formas funcionam como sujeito de um verbo no infinitivo.
Deram o livro para eu ler. Deram o livro para tu leres.

Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas eu e tu é obrigatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de sujeito.

5. Os pronomes oblíquos se, si, consigo devem ser empregados somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em que os referidos pronomes não sejam reflexivos.
Querida, gosto muito de si. (errado)
Querida, gosto muito de você. (certo)
Preciso muito falar consigo. (errado)
Preciso muito falar com você. (certo)

Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os pronomes e, si consigo foram empregados como reflexivos.
Ele feriu-se.
Cada um faça por si mesmo a redação.
O professor trouxe as provas consigo.

6. Os pronomes oblíquos conosco e convosco são utilizados normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavras de reforço, tais pronomes devem ser substituídos pela forma analítica.
Queriam falar conosco.
Queriam falar com nós dois.
Queriam conversar convosco.
Queriam conversar com vós próprios.

7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As combinações possíveis são as seguintes:
me + o = mo
me + os = mos
me + a = ma
me + as = mas
te + o = to
te + os = tos
te + a =ta
te + as = tas
lhe + o = lho
lhe + os = lhos
lhe + a = lha
lhe + as = lhas
nos + o = no-lo
nos + os = no-los
nos + a = no-la
nos + as = no-las
vos + o = vo-lo
vos + os = vo-los
vos + a = vo-la
vos + as = vo-las
lhes + o = lho
lhes + os = lhos
lhes + a = lha
lhes + as =lhas

Você pagou o livro ao livreiro? - Sim, paguei-lho.
Verifique que a forma combinada lho resulta da fusão lhe (que representa o livreiro) com o (que representa o livro).

8. As formas o, a, os, as são sempre empregadas como complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas lhe, lhes são empregadas como complemento de verbos transitivos indiretos.
O menino convidou-a.
O filho obedece-lhe.

V.T.D. V.T.I.
Consideram-se erradas construções em que o pronome o (e flexões) aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as construções em que o pronome lhe (lhes) aparece como complemento de verbos transitivos diretos.
Eu lhe vi ontem. (errado)
Eu o vi ontem. (certo)
Nunca o obedeci (errado)
Nunca lhe obedeci. (certo)

9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar como sujeito. Isso ocorre com os verbos deixar, fazer, ouvir, mandar, sentir, ver seguidos de infinitivo; o pronome oblíquo será sujeito desse infinitivo.
Deixei-o sair.
Sofia deixou-se estar à janela.
(Machado de Assis)

sujeito Vi-o chegar.

É fácil perceber a função de sujeito dos pronomes oblíquos, desenvolvendo as orações reduzidas de infinitivo.
Deixei-o sair.
Deixei que ele saísse.

10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos.
A mim, ninguém me engana.
A ti tocou-te a máquina mercante.
(Gregório de Matos)

Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonasmo vicioso, e sim ênfase.

11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivos, exercendo função sintática de adjunto adnominal. Roubaram-me o livro.
Roubaram meu livro.
Não escutei-lhe os conselhos.
Não escutei os seus conselhos.

12. As formas plurais nós e vós podem ser empregadas para representar uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de modéstia.
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes. (plural de modéstia)
Vós sois a minha salvação. Meu Deus! (plural majestático)

13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de vossa, quando nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por sua, quando falamos dessa pessoa.
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
- Vossa Excelência já aprovou os projetos?
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração.

Verifique que no primeiro caso empregou-se Vossa Excelência, porque o interlocutor falava diretamente com o governador, Já no segundo caso, empregou-se Sua Excelência, pois se falava do governador.

14. Você e os demais pronomes de tratamento (Vossa Majestade, Vossa Alteza, etc.), embora se refiram à pessoa com quem falamos (2a. pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como pronomes de terceira pessoa. Você trouxe seus documentos?
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.

Emprego dos pronomes demonstrativos
1. Os pronomes demonstrativos podem ser utilizados para indicar a posição espacial de um ser em relação às pessoas do discurso.
a) Os demonstrativos de 1a. pessoa (este, isto etc.) indicam que o ser está relativamente próximo à pessoa que fala.
Pode ser usado em frases em que apareçam os pronomes eu, me, mim, comigo e com o advérbio de lugar aqui.
Esta caneta que está comigo é azul.
Este relógio que eu tenho nas mãos é de ouro.
Isto que está aqui comigo é um livro.

b) Os demonstrativos de 2a. pessoa (esse, isso, etc.) indicam que o ser está relativamente próximo à pessoa com quem se fala. Podem aparecer com os pronomes tu, te, ti contigo, você, vocês e com o advérbio de lugar aí.
Essa caneta que está contigo é azul.
Esse relógio que tu tens nas mãos é de ouro.
Isso que está aí contigo é um livro.

c) Os demonstrativos de 3a. pessoa (aquele, aquilo, etc.) indicam que o ser está relativamente próximo à pessoa de quem se fala, ou distante dos interlocutores. Podem ser usados com os advérbios de lugar ali ou lá.
Aquela caneta que está com o aluno da outra sala é azul. Aquele relógio que está lá na vitrine é de ouro.
Aquilo que está ali com o professor é um livro
.

2. Os demonstrativos servem para indicar a posição temporal, revelando proximidade ou afastamento no tempo, em relação à pessoa que fala.
a) Os demonstrativos de 1a. pessoa (este, isto, etc.) revelam tempo presente, ou bastante próximo do momento em que se fala.
Este dia está bom para se ir à piscina.
Pretendo fazer as compras ainda nesta semana.
Agora estou tranqüilo: neste ano o Corinthians montou um time à altura de suas tradições.

b) Os demonstrativos de 2a. pessoa (esse, isso, etc.) revelam tempo passado relativamente próximo ao momento em que se fala.
Em fevereiro fez muito calor; nesse mês pude ir várias vezes à piscina.
Há exatamente dois anos o Corinthians conquistou seu último campeonato; nesse ano possuía um esquadrão imbatível.
c) Os demonstrativos de 3a. pessoa (aquele, aquilo, etc.) revelam tempo remoto ou bastante vago.
Em 1950 realizou-se a Copa do Mundo no Brasil; naquele ano o Uruguai surpreendeu a todos, conquistando o título.
Logo no início do século foi publicado o Código Civil; naquela época a sociedade brasileira era bem mais conservadora.

3. Os pronomes demonstrativos podem indicar o que ainda vai ser falado e aquilo que já foi falado.
a) Devemos empregar este (e variações) e isto quando queremos fazer referência a alguma coisa que ainda vai ser falada.
Espero sinceramente isto: que se procedam às reformas.
Estas são algumas características do Romantismo: subjetivismo, apego à natureza, nacionalismo.

b) Devemos empregar esse (e variações) e isso quando queremos fazer referência a alguma coisa que já foi falada.
Que as reformas sejam efetuadas rapidamente; é isso o que mais desejo.
Subjetivismo, apego à natureza nacionalismo; essas são algumas características do Romantismo.

4. Emprega-se este em oposição a aquele quando se quer fazer referência a elementos já mencionados. Este se refere ao mais próximo; aquele, ao mais distante.
Ronaldinho e Edmundo atualmente jogam na Itália: este jogava no Vasco; aquele, no Cruzeiro.
Matemática e Literatura são matérias que me agradam: esta me desenvolve a sensibilidade; aquela, o raciocínio.

5. O, a, os, as, são pronomes demonstrativos quando podem ser substituídos por aquele, aquela, aquilo, isso.
Achei o que procuras.
Somos o que somos
. (Fernando Pessoa)

6. Tal é pronome demonstrativo quando equivale a este, esse, isso, etc.
Não havia motivos reais para tal comportamento.
Jamais consegui compreender tais decisões.

7. Mesmo e próprio são demonstrativos de reforço e equivalem ao termo a que se referem, concordando com ele.
Ele mesmo fez o exercício.
Elas próprias resolveram o problema.

Obs.: Em expressões como: por isso, além disso, isto é, o uso do demonstrativo nem sempre está em conformidade com a regra; nessas expressões, sua forma é fixa.

Emprego dos pronomes possessivos
1. Normalmente, o pronome possessivo antecede o substantivo a que se refere; nada impede, porém, que ele venha posposto ao substantivo, como nos exemplos que seguem:
Recebi notícias suas.
Recebi um livro teu.
Amigos meus, não desanimem!

Obs.: Pode ocorrer mudança de sentido na frase, conforme a posição do pronome pessoal. Compare:
Recebi notícias suas. (notícias sobre você)
Recebi suas notícias. (notícias transmitidas por você)
Tenho comigo uma carta sua. (uma carta que pertence a você)
Tenho comigo sua carta. (uma carta escrita por você)

2. Em muitos casos, a utilização do possessivo de terceira pessoa (seu e flexões) pode deixar a frase ambígua, isto é, podemos ter úvidas quanto ao possuidor.
Pedro saiu com sua irmã. (irmã de quem? De Pedro, ou do interlocutor?)

Para evitar essa ambigüidade deve-se reforçar o possessivo através da forma dele (e flexões).
Pedro saiu com a irmã dele.
Neste caso, não temos dúvida alguma, pois está claro que se trata da irmã de Pedro.
Veja outro exemplo:
A professora disse ao diretor que concordava com sua nomeação.
Verifique que o emprego do possessivo torna a frase ambígua, pois sua pode estar referindo ao diretor ou à professora.
Desfaz-se a ambigüidade desta forma:
A professora disse ao diretor que concordava com a nomeação dela. (da professora) A professora disse ao diretor que concordava com a nomeação dele. (do diretor)

Obs.: É considerado dispensável o uso do possessivo de terceira pessoa quando já está sendo utilizada a forma dele e flexões; entretanto, ele pode ser empregado como reforço em benefício da clareza.
Pedro saiu com sua irmã dele.
A professora disse ao diretor que concordava com sua nomeação dela.

3. Há casos em que o pronome possesivo não exprime propriamente idéia de posse. Ele pode ser utilizado para indicar aproximação, afeto ou respeito. Aquele senhor deve ter seus cinqüenta anos. (aproximação)
Meu caro aluno, procure esforçar-se mais.
(afeto)
Minha Senhora, permita-me um aparte
. (respeito)

4. Não se deve usar o pronome possessivo antes de termos que indiquem partes do corpo quando estes estiverem funcionando como complemento de verbos.
Quebrei minha perna. (errado)
Quebrei a perna.
(certo)

Obs.: A palavra seu que antecede nomes de pessoas não é pronome possessivo, mas corruptela de senhor.
Seu Humberto, o senhor poderia emprestar-me a furadeira?

Emprego dos pronomes relativos.
Os pronomes relativos virão antecipados de preposição, se a regência assim determinar.
Este é o autor a cuja obra me refiro.
Este é o autor de cuja obra gosto.
São opiniões em que penso.

2. O pronome relativo quem é empregado com referência a pessoas.
Não conheço a menina de quem você falou.
Este é o rapaz a quem você se referiu.

Obs.: Quando possui antecedente, o pronome relativo quem virá sempre precedido de preposição.
Não sei de quem você está falando.

*É comum empregar-se o relativo quem sem antecedente claro. Neste caso, ele é classificado com relativo indefinido.
Quem cala consente. (Aquele que cala consente.)

3. O pronome relativo que pode ser empregado com referência a pessoas ou coisas.
Não conheço o rapaz que saiu. (refere-se a pessoa)
Não li o livro que você me indicou. (refere-se a coisa)

4. Quando precedido de preposição monossilábica, emprega-se o pronome relativo que Com as preposições de mais de uma sílaba, usa-se o relativo no qual (e flexões).
Esta é a pessoa de que lhe falei.
Esta é a pessoa sobre a qual lhe falei.

Obs.,: Com as preposições sem e sob, usa-se de preferência o relativo o qual (e flexões).
O professor nos apresentou uma condição sem a qual o trabalho não terá sentido.
Este é o móvel sob o qual ficou escondido o documento.

5. O pronome relativo que pode ter por antecedente o pronome demonstrativo o (e flexões).
Cesse tudo o que a Musa antiga canta…" (Camões)
Sei o que estou dizendo.

6. O pronome relativo cujo (e flexões) é relativo possessivo, equivalendo a do qual (e flexões). Deve concordar com a coisa possuída e não admite a posposição de artigo.
Esta é a pessoa em cuja casa me hospedei. (casa da pessoa)
Feliz o pai cujos filhos são ajuizados.
(filhos do pai)

7. O pronome relativo quanto (e flexões) normalmente tem por antecedente os pronomes indefinidos tudo, tanto, etc.; daí seu valor indefinido.
Falou tudo quanto queria.
Coloque tantas quantas forem necessárias.

Obs.: Quando pode ser empregado sem antecedente. Esse emprego é comum em certos documentos jurídicos.
Saibam quantos lerem este proclama…

8. O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a em que, no qual. Esta é a casa onde moro.
Não conheço o lugar onde você está.
Não conheço o lugar aonde você irá.

Obs.: * Onde é empregado com verbos que não dão idéia de movimento * Aonde é empregado com verbos que dão idéia de movimento e equivale a para onde; é resultado da combinação da preposição a + onde.
Sempre morei na cidade onde nasci.
Aonde eu for, virás comigo.

Onde pode ser usado sem antecedente.
Fique onde está.

Colocação de pronomes oblíquos átonos.
Os pronomes oblíquos átonos (o, a, os, as, lhe, lhes, me, te, se, nos, vos) costumam apresentar problemas de colocação, uma vez que podem ocupar três posições:
1. antes do verbo (próclise ou pronome proclítico):
Nunca me revelaram os verdadeiros motivos.
2. no meio do verbo (mesóclise ou pronome mesoclítico):
Revelar-me-iam os verdadeiros motivos.
3. depois do verbo (ênclise ou pronome enclítico):
Revelaram-me os verdadeiros motivos.
Convém lembrar que os pronomes oblíquos átonos nunca podem vir no início da frase, embora na linguagem popular isso ocorra com freqüência. Assim, não são aceitas pelas norma culta construções como:
Me convidaram para a festa.
Nos revelaram os verdadeiros motivos.
Devemos dizer:
Convidaram-me para a festa.
Revelaram-no os verdadeiros motivos.

Uso da próclise:
É obrigatória quando houver palavra que atraia o pronome para antes do verbo. As palavras que atraem o pronome são as seguintes:

a) palavras ou expressões negativas:
Nunca me informavam os verdadeiros motivos.
b) advérbios:
Sempre me informavam os verdadeiros motivos.

Obs.: Se houver vírgula depois do advérbio, ele deixa de atrair o pronome.
Aqui se trabalha.
Aqui, trabalha-se.

c) pronomes indefinidos e pronomes demonstrativos neutros:
Alguém me informou os verdadeiros motivos.
Isto me pertence.

d) conjunções subordinativas:
Embora me informassem os verdadeiros motivos, não acreditei.

e) pronomes relativos:
A pessoa que me informou os verdadeiros motivos não compareceu.

Obs.: Se houver duas palavras atraindo um mesmo pronome, pode-se colocar o pronome oblíquo entre as duas palavras atrativas.
É difícil entender quando se não ama.
Ou, como é mais freqüente:
É difícil entender quando não se ama.
A palavra que atrai o pronome, mesmo que venha subentendida.
Desejo me compreendam. (Desejo que me compreendam.)

A próclise é obrigatória também nas orações:
a) interrogativas diretas:
Quem nos revelou os verdadeiros motivos?
b) exclamativas:
Quanto nos custou tal procedimentos!
c) optativas (orações que exprimem um desejo):
Deus te abençoe.

Uso da mesóclise:
A mesóclise é obrigatória com o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito. Desde que não haja antes palavra atrativa.
Convidar-me-ão para a cerimonia.
Convidar-me-iam para a cerimônia.

No caso de haver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.
Não me convidarão para a cerimônia.
Nunca me convidariam para a cerimônia.

Obs.: É sempre errado o uso do pronome oblíquo depois de verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito.

Uso da ênclise:
A ênclise é obrigatória:
a) com o verbo no início da frase:
Entregaram-me as mercadorias.
Obs.: Lembre-se de que é sempre errado o pronome oblíquo átono no início da frase.

b) com o verbo no imperativo afirmativo:
Alunos, comportem-se

c) com o verbo no gerúndio:
Saiu, deixando-nos por instantes.
Obs.: Se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa, ocorrerá próclise. Em se tratando de cinema, prefiro as comédias.
Saiu da sala, não nos revelando os motivos

d) com o verbo no infinitivo impessoal:
Era necessário ajudar-te.
Obs.: Se o infinitivo impessoal vier precedido de palavra negativa, é indiferente o uso da ênclise ou da próclise.
Era necessário não te ajudar.
Era necessário não ajudar-te.

Se o infinitivo impessoal vier precedido de preposição, é indiferente o uso da ênclise ou da próclise.
Estou apto a te ajudar.
Estou apto a ajudar-te.

Com o infinitivo pessoal precedido de preposição ocorre próclise.
Foram censurados por se comportarem mal.

Colocação dos pronomes nas locuções verbais
a) Locução verbal com verbo principal no particípio.
Nas locuções verbais cujo verbo principal é um particípio, o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se houver palavra atrativa, deverá ficar antes do verbo auxiliar.
Havia-lhe contado a verdade.
Não lhe havia contado a verdade.
Obs.: Se o auxiliar estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, ocorrerá a mesóclise, desde que não haja atração.
Ter-me-iam falado a verdade, se a soubessem.
Veja que é sempre errada a colocação do pronome depois de um particípio.

b) Locução verbal com o verbo principal no infinitivo ou no gerúndio
Se não houver palavra atrativa, coloca-se o pronome oblíquo depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal.
Quero-lhe dizer a verdade. OU Quero dizer-lhe a verdade.
Ia-lhe dizendo a verdade. OU Ia dizendo-lhe a verdade.

Caso haja palavra atrativa, coloca-se pronome antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal.
Não lhe quero dizer a verdade. OU Não quero dizer-lhe a verdade.
Não lhe ia dizendo a verdade. OU Não ia dizendo-lhe a verdade.

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