Auxilio visual para aulas de Leite – ECONOMIA FINANCEIRA – UFPB: 2000. |
3.4 - MERCADO
MONETÁRIO |
1.
Mercado de Moeda |
1. Definição - O Mercado
Monetário compreende as aplicações financeiras de curto prazo de baixo risco
e alta liquidez na forma de depósitos e fundos de investimento (mercado de
moeda) . Inclui também as operações com moeda estrangeiras “spot” , futuro e
a termo (mercado de câmbio). 3. Mercado de Moeda: Explicado por modelo de oferta e procura de meios de pagamento: a) Oferta (Ms): Consiste do Papel Moeda
em Poder do Público (PM) e dos
Depósitos à Vista (DV), criados pelos
bancos comerciais nas suas relações com o público: Ms = PM + DV b) Demanda (Md) : Tem dois componentes, sendo um transacional, que depende da renda, e outro especulativo, que depende inversamente da taxa de juros nominal: Md = kY - mi c) Condição de Equilíbrio: Determina a taxa de juros e o estoque de moeda usado no país: Ms = Md |
3. Utilidade do modelo: Previsão das variações da taxa de juros (Δi)
com base nos movimentos de oferta
(ΔMs) e procura (ΔMd)). |
2. Definições de Moeda |
1.1
- Definição Geral: A moeda é
composta dos instrumentos financeiros usados como meios de pagamento e reserva de
valor. 1.2 - Definições específicas: Por ordem decrescente de
liquidez: M1 = PM + DV M3 = M2 + DP M2 = M1 + FF + TGpp M4 = M3 + TPr |
3. Ativos Monetários: |
1.
Papel Moeda: O
papel moeda em circulação se compõe da parte em poder do público (PM) e da
parte em poder dos bancos comerciais (PB): 2. Depósitos do Público: São os seguintes por ordem de liquidez a) Depósitos à Vista: Plena liquidez, remuneração negativa (custo) b) Depósitos de Poupança: Curto prazo, baixa remuneração (6% a. a. + ΔTR), liquidez com custo (perda da rentabilidade); c) Depósitos a Prazo: Maior remuneração, mas baixa liquidez (saque no vencimento) d) Certificados de Depósitos: Melhor remuneração, saque só no vencimento, mas ao portador (negociáveis no mercado secundário); 3. Depósitos de
Instituições Financeiras: a) Depósitos Compulsórios: 60% dos DV (sem remuneração) b) Depósitos Interbancários (são emprestados entre bancos pelos que têm excesso aos que têm deficiências de depósitos compulsórios) 4. Fundos de Investimento: a) FIF DI – Fundos de Investimentos Financeiros com recursos
aplicados em depósitos interbancários (Taxa
CETIP) b) FUNDOS DE CURTO
PRAZO – Recursos aplicados em ativos
finan-ceiros de curto prazo (títulos, moedas, hotmoney, etc) c) FUNDOS DE RENDA
FIXA - Recursos aplicados em títulos de crédito, especialmente títulos
governamentais. Ex.: FIF-RF 30/60/90
dias. d) FIF RENDA MISTA: Aplicações em títulos de crédito e propriedade. e) FIF RENDA
VARIÁVEL: Aplicações
em ações e moedas. f) FIF Derivativos
(Conservador, Moderado, Agressivo): Aplicações em mercados de índices,
futuros, opções e swaps; g) FAC (Fundo de
Aplicações em Cotas) Aplicações em cotas de outros fundos.
Assim, os FAC's, assumem
características dos fundos básicos (FAC-di, FAC-cp, FAC-derivativos, etc) h)
FUNDO CAMBIAL: Aplicações em títulos com correção
cambial. Verificar se pode aplicar em mercado futuro de moeda; i) FUNDO DE AÇÕES (Carteira livre): Aplicações em todos os ativos financeiros. |
4. Taxas de Juros Brasileiras |
1. Classificação: a) Taxas referenciais: estabelecidas pelo Banco Central para controlar as taxas de mercado; b) Taxas de mercado: são as taxas de remuneração dos diversos ativos financeiros. |
5 - TAXAS DE JUROS REFERENCIAIS Taxas mensais (% a.m.) |
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Período |
SELIQ Over |
CDI Over |
CDB |
TR |
TJLP |
TBF |
TBC |
TBAN |
1994 - Jul |
6,87 |
6,68 |
5,20 |
5,03 |
- |
- |
- |
- |
- Set |
3,83 |
3,85 |
3,97 |
2,44 |
- |
- |
- |
- |
- Dez |
3,80 |
3,84 |
3,50 |
2,87 |
1,95 |
- |
- |
- |
1995 - Mar |
4,26 |
4,41 |
4,57 |
2,30 |
1,78 |
- |
- |
- |
- Jun |
4,04 |
4,05 |
4,06 |
2,89 |
1,86 |
- |
- |
- |
- Set |
3,32 |
3,25 |
3,09 |
1,94 |
1,67 |
3,16 |
- |
- |
- Dez |
2,78 |
2,73 |
2,54 |
1,34 |
1,37 |
2,66 |
- |
- |
1996 - Mar |
2,22 |
2,20 |
2,11 |
0,81 |
1,41 |
2,12 |
- |
- |
- Jun |
1,98 |
1,94 |
2,00 |
0,61 |
1,20 |
1,82 |
- |
- |
- Set |
1,90 |
1,88 |
1,80 |
1,17 |
1,82 |
1,88 |
- |
- |
- Dez |
1,80 |
1,79 |
1,63 |
0,67 |
0,87 |
1,73 |
1,74 |
1.90 |
1997 - Mar |
1,64 |
1,62 |
1,58 |
0,63 |
0,82 |
1,59 |
1,62 |
1,80 |
- Jun |
1,61 |
1,59 |
1,59 |
0,65 |
0,81 |
1,59 |
1,58 |
1,78 |
-Set |
1,59 |
1,58 |
1,55 |
0,66 |
0,75 |
1,60 |
1,58 |
1,78 |
- Dez |
1,80 |
1,79 |
2,56 |
0,87 |
0,87 |
1,73 |
1,74 |
1,90 |
1998- Jan |
2,67 |
2,67 |
2,65 |
1,15 |
0,79 |
2,59 |
2,70 |
3,02 |
Mar |
2,20 |
2,18 |
2,11 |
0,90 |
0,93 |
2,26 |
2,24 |
2,89 |
6 -
Taxas de Mercado |
6.1 – Taxas de Captação: DPo, DPr, CDB, FIFs 6.2 – Taxas de Aplicação: Chq Esp, Hot money, Cap. De Giro, Desc títulos 6.3 – Taxas Interfinanceiras:
DI over, rd, redesconto, SELIC |
7. Previsão de taxa de juros |
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7.1 - Objetivos da Previsão: Determinar variações esperadas das taxas de juros para operações de arbitragem, especulação e proteção (“hedge”). 7.2 - Método de Previsão: Determinação do impacto sobre a taxa de juros proveniente de variações no comportamento dos determinantes da demanda e oferta de fundos de empréstimos (teoria dos fluxos financeiros) e/ou da oferta e demanda de moeda (teoria da preferência por liquidez). Teoria do Fundos de Teoria de Moeda
(Preferência
Empréstimo pela liquidez)
7.2 – Ganhos da Previsão: As previsões de alta/baia na taxa de juros permite a realização de operações vantajosas no mercado futuro de juros ( compra e venda de contratos futuros de DI, expressos em termos de valor atual ou preço unitário) . Permite, também, a realização dos seguintes tipos de transações: a) compra e venda à vista b) compra a descoberto (mediante empréstimo) a) venda a descoberto (para compra e entrega futura) envolvendo ativos e passivos financeiros. |
8. Mercado Cambial: |
8.1 - Definição: As transações com moedas estrangeiras são realizadas em termos da taxa de câmbio nominal (E) : 8.2 - Tipos de Mercados de Câmbio: a) Mercado à vista (“Spot”) c) Mercado futuro b) Mercado
a termo d)
Mercado de opções 8.3 - Modelo Explicativo: A taxa de câmbio real é explicada pelas leis de oferta (Sq) e demanda de divisas estrangeiras (Div) Sq = X + Ek = entradas de divisas (moedas estrangeiras) Dq = Z + Sk = saidas de divisas
8. 4 – Estabilidade e
instabilidade: a) Estabilidade: Resultante do
diferencial Sq - Dq b)
Instabilidade: Resultante de distúrbios aleatórios
|
9. Taxas de Câmbio Real e Nominal |
O modelo explicativo é geralmente apresentado em termos da taxa de cambio real (Q), que corresponde à taxa nominal (E) ajustada pelo diferencial entre os níveis de preço nacional e externo, isto é : Qn/e = E(Pe/Pn) Portanto, dados os níveis de preço externo (Pe) e interno (Pi) a teoria explicativa de ambas as taxas são as mesmas. |
10. Teorias Explicativas da Taxa de Câmbio |
A teoria da oferta e procura de divisas estrangeiras, envolvendo as transações de mercadorias e serviços (X-Z) e os movimentos de capitais (Ek-Sk), pode ser dividida nos seguintes componentes: 10.1 – Paridade do poder de compra (generalização da Lei do Preço Único) A longo prazo, a taxa de câmbio nominal é determinada pela razão entre os níveis de preço nacional e externo em virtude da lei do preço único (arbitragem de diferenciais de preços nas transações de mercadorias eserviços): En/e = Pn/Pi = (1 + Pn) / (1 + Pe) . 10.2 – Paridade da taxa de juros (generalização de Regra de Cassel) A curto prazo, a taxa de câmbio é determinada pelo razão entre as taxas de juros nacional e externa em virtude dos fluxos internacionais de capitais (arbitragem de diferenciais de remuneração do capital) En/e = (1 + ie) / (1
+ in) |
11. Arbitragem internacional |
11.1.
Definição: Arbitragem é a transação de
intermediação por conta própria, envol-vendo a compra e venda de um
bem em determinado lugar ou época para apro-veitamento de injustificado
diferencial de preço. A arbitragem
pode ser a) interespacial,
envolvendo diferencial de preço em dois lugares; b) intertemporal,
envolvendo diferencial de preço em dois momentos no tempo; c)
instrumental, envolvendo diferencial de rentabilidade entre dois tipos de
operações com
mesmo bem. 11.2 - Arbitragem internacional: É baseada em diferenciais de preço,
câmbio e juros bem como nas regras cambiais anteriormente discutidas. Portanto, a arbitragem internacional
envolve; a) Diferenciais de preço (violação do lei do preço único) b) Diferenciais de taxas de câmbio (violação da regra de Cassel) c) Diferenciais de taxas de juros (violação da paridade das taxas de
juros) 11.3 - Bases da arbitragem: Os valores observados das variáveis são inseridos nas equações das
referidas regras. Se a proposta igualdade não prevalecer (considerados os
custos transacionais e de transporte) surgem as oportunidades de arbitragem.
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12. Exemplos de arbitragem
internacional |
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: 12.1 – Arbitragem
de preço:
Dada a taxa de câmbio E, se o preço de uma mercadoria em um país diferir do
preço da mesma mercadoria em outro país, surge a oportunidade de arbitragem através
do comércio (contanto que o diferencial de preços sejam suficiente para
cobrir os custos de transacionais, inclusive transporte, seguro, impostos,
etc.
Se p ≠ p*E => oportunidade de
arbitragem 7.2 – Arbitragem de taxa de juros: Dada uma esperada variação (E1/Eo)
taxa de câmbio E, se a taxa de juros
nominal (i) de um país divergir da mesma taxa de juros prevalecente em outro
país (i*), surge a oportunidade de arbitragem através de movimentos de
capitais, contanto que o diferencial
de cotação seja suficiente para
cobrir os custos de transacionais.
Se (1+ i) ≠ (1+ i*)(E1/Eo) ==> oportunidade de arbitragem 7.3 –
Arbitragem com taxas de câmbio Considerando que
cada moeda é simultaneamente comprada e/ou
vendida em cada “praça” cambial, o diferencial de taxas entre dois
lugares abre oportunidade para a arbitragem. A arbitragem pode ser: a) arbitragem
direta (entre duas moedas). Ex.
Para se verificar a oportunidade de
arbitragem, deve-se inverter a cotação de venda da
primeira praça e compara-la com as cotação de venda prevalecente na segunda praça. No caso em foco Toma-se 1/ Er/us e
compara-se com (Eus/r) Diferença 1/ 1,8625 = 0,5369 çè 0,5325 0,0044 Verifica-se que
os reais são mais caros no Brasil (os dólares são mais baratos no Brasil).
Portanto, é viável comprar reais nos EUA e trocá-los por dólar no Brasil ou comprar dólares no Brasil
para trocá-los por reais no Estados Unidos. O lucro é de 0,0044 por real. |
|
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b) arbitragem
cruzada (entre duas moedas através de uma terceira).
Para examinar a oportunidade de arbitragem cruzada usa-se
o princípio matemático de que uma taxa de câmbio é uma fração em que o
numerador e denominador são as
moedas. Logo, tem-se que
(R/US)(US/Y) = (R/Y)d por cancelamento do termo US Portanto, basta
comparar a taxa derivada (R/Y)d com a taxa verdadeira
(R/Y)v.
A
coluna “diferenças” revela a existência de oportunidades de arbitragem em
todas as cotações, sendo maior a que relaciona ienes com dólar através do real. |