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Respostas ao pré-teste

 

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Introdução geral à disciplina de Engenharia Genética

 

O objectivo desta 1ª aula é definir o conceito de engenharia genética e discutir alguns conceitos básicos subjacentes a esta disciplina.

Em termos simplistas falar de engenharia genética é o mesmo que falar de manipulação de DNA (ácido deoxiribonucleico). O conjunto completo de instruções  responsáveis pelo crescimento e estrutura de um qualquer organismo é denominado genoma. Presente em todas (quase todas é mais correcto) as células de um organismo, o genoma é constituido por DNA. Numa célula eucariótica o DNA encontra-se no núcleo, "empacotado" com proteínas (principalmente histonas) em estruturas que se designam por cromossomas (Fig. 1). Em células procarióticas a organização é mais simples já que não existe núcleo nem "empacotamento" do DNA.

 

Fig. 1


O DNA é constituído por duas cadeias polinucleotídicas (sequências repetitivas de nucleótidos ou bases azotadas) que adoptam uma estrutura em dupla hélice. Estas duas cadeias associam-se através da formação de pontes de hidrogénio entre as bases azotadas constituintes: a guanina (G) associa-se especificamente com citosina (C); a adenina (A) associa-se especificamente com timina (T). Este emparelhamento de bases constitui a base da complementaridade do DNA. Este modelo estrutural do DNA implica que as duas cadeias estejam orientadas em sentidos opostos - anti-paralelas (Fig. 2).

 

Fig. 2

 

Com excepção do número e sequência de nucleótidos, o DNA de qualquer organismo é física e quimicamente semelhante.

A descoberta de que o DNA de um qualquer organismo se mantém funcional quando transferido para outro organismo constitui a base da Engenharia Genética!  

 

Pré-teste

O objectivo deste pré-teste é discutir e avaliar o grau de conhecimentos dos alunos em relação a alguns conceitos básicos. O desafio é elaborar uma explicação sucinta e objectiva para cada um destes dez temas. Escreva as suas respostas num período máximo de 15 minutos.

 

1. Diferenças entre DNA procariótico e eucariótico.

2. Enzimas de restrição.

3. Ligase.

4. Vectores (no contexto da engenharia genética).

5. Clonagem de DNA.

6. Amplificação de DNA.

7. Oligonucleótido.

8. DNA recombinante (rDNA).

9. DNA complementar (cDNA).

10. Biblioteca de DNA.

 

Respostas

Difícil ou nem por isso? Se teve dificuldades em responder, não se preocupe. No fim do semestre estes temas, e outros mais elaborados, serão triviais.

 

Uma das conclusões óbvias após a discussão das respostas às perguntas do pré-teste é a seguinte:

Engenharia genética = tecnologia de DNA recombinante

 

Uma definição mais descritiva:

Engenharia genética – Manipulação do DNA de um determinado organismo com o objectivo de estudar a estrutura e/ou função de determinado gene ou sequência, produzir ácidos núcleicos, proteínas ou processos biológicos úteis ou melhorar as características desse organismo.

A Engenharia Genética permite a identificação de genes ou sequências específicas, o seu isolamento do genoma de um organismo, a sua clonagem de forma a obter um grande número de cópias, a análise e modificação dessa cópia e a sua reinserção no genoma do organismo de origem ou num organismo diferente.

O esquema da figura seguinte (Fig. 3) pretende resumir, de forma abrangente, as abordagens técnicas e teóricas e aplicações da engenharia genética.

   

Fig. 3

 

Perspectiva histórica da engenharia genética

A combinação de DNA de diferentes organismos (plantas, animais, bactérias, etc.) resulta em organismos modificados com uma "combinação" (limitada, obviamente) de características dos organismos originais. No entanto, este processo ocorre naturalmente através da reprodução sexuada.

Poder-se-á chamar Engenharia Genética a este processo? E à selecção de cruzamentos (animais domésticos e plantas de cultivo) que vem sendo feita à milhares de anos?

Não, pois ocorre apenas (com raras excepções) entre indivíduos da mesma espécie.

 

A Engenharia Genética teve a sua origem no final dos anos 60 e início dos anos 70. Em experiências com bactérias, vírus e pequenas moléculas de DNA circular presentes em bactérias (plasmídeos) foi identificada a "ferramenta" primordial e fundamental da Engenharia Genética.

Enzimas de restrição!

Hamilton Smith, Daniel Nathans e Werner Arber foram galardoados com o prémio Nobel da Medicina e Fisiologia em 1978 em virtude desta descoberta.

As enzimas de restrição proporcionam um conjunto de ferramentas que permite "partir" o DNA em fragmentos de tamanho definido e previsível. Desta forma é possível obter informação relativa à sequência de DNA, remover um fragmento de DNA de um determinado organismo, amplificá-lo, e reintroduzi-lo no mesmo ou num novo organismo!

 

Limitações da engenharia genética

O "cartoon" seguinte (Fig. 4) pretende utilizar o clássico da literatura de terror, Frankenstein, para caricaturar algumas das preocupações e receios actuais com a potencial má utilização da engenharia genética.

Fig. 4

 

A resposta a estes, e outros receios, tem que ser encontrada na sociedade humana e na sua capacidade de julgar e regulamentar a aplicação do conhecimento científico. Com certeza não passará pelo bloqueio da aquisição desse conhecimento...

Tendo em conta as limitações actuais da engenharia genética temos de reconhecer que, pelo menos para já, a ficção está longe de se confundir com a realidade:

- É impossível começar apenas com um tubo de ensaio cheio de nucleótidos e criar um novo organismo! É necessário trabalhar com o genoma de um organismo pré-existente ao qual é possível adicionar ou modificar um pequeno número de características.

- Só é possível transferir características determinadas por um único ou poucos genes. A engenharia genética não permite a transferência de características complexas que são o resultado da interacção de dezenas ou centenas de genes, como características comportamentais ou inteligência.


Aplicações da engenharia genética

A lista seguinte é apenas um resumo de algumas aplicações bem sucedidas da engenharia genética. A tecnologia subjacente ao estabelecimento destas aplicações constitui o corpo principal desta disciplina.

 

- Produção de substâncias úteis - Peptídeos (insulina, endorfinas, várias hormonas)

    - Em 1980 foi tratado com insulina produzida em bactérias o primeiro doente diabético.

    - No inicio dos anos 80 foi realizado o primeiro teste de terapia para vários tipos de cancro com interferão recombinante.

    - Hormona de crescimento - Tratamento de nanismo.

    - Activador de plasminogénio - Prevenção de Tromboses.

 

- Vacinas genéticas para doenças causadas por vírus cujo controlo não está completamente estabelecido.

 

- Diagnóstico pré-natal e pós-natal de doenças genéticas - Huntington´s, fibrose cística, distrofia muscular de Duchenne, etc.

 

- Terapia génica.

    - Em 1990 foi feita a primeira terapia com células geneticamente modificadas numa criança de 4 anos com deficiência de Adenosina deaminase (ADA). Usaram linfócitos do próprio paciente onde inseriram uma cópia funcional do gene defeituoso.

 

- Agricultura

    - Bactérias recombinantes produtoras de toxinas contra parasitas de plantas.

    - Bactérias modificadas para aumentar a resistência de plantas aio frio

    - Plantas modificadas com gene de resistência a herbicidas.

 

Outras fontes de informação

Associação Australiana de biotecnologia

Introdução à biotecnologia

Informação sobre biotecnologia

Ética e genética

 

Últimas modificações: 19-06-2003

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