História 101 Uma Fanfiction-Documentário de Looney Tunes/Tiny Toon Adventures por Leandro Martins Pinto, (renebunny@hotmail.com) 19 de novembro, 1999 - Primeira publicação -------------------------------------------------------------------------- História 101 é uma fanfiction de Tiny Toon Adventures e Looney Tunes em um formato diferente. Usando o conceito de fanfics, você poderá assistir à "aulas virtuais" com os próprios Looney Tunes descrevendo toda a história da animação da Warner Bros, desde a criação do primeiro curta do estúdio em 1930 até os dias de hoje. Antes de começarmos, é importante ressaltarmos a segunte consideração: Todas as informações históricas que serão discutidas na fanfic a seguir são fatos reais, embora estes fatos serão explicados por personagens obviamente fictícios, no caso os personagens de Looney Tunes. Tenha em mente que este é um trabalho sério, criado após extensa pesquisa, mas que irá procurar passar estas informações de uma maneira diferente e descontraída. Looney Tunes & Merrie Melodies, Tiny Toons Adventures, Animaniacs!, seus personagens, logomarcas e todos os materiais relacionados são Copyright (c) e Trademarks TM da Warner Bros., uma empresa da Time-Warner, Inc. Todos os demais personagens, logomarcas e materiais relacionados que eventualmente sejam citados nesta fanfiction são Copyright (c) e Trademarks TM dos seus respectivos proprietários. -------------------------------------------------------------------------- Parte 1 - Alvorada da Idade de Prata "Eu vi o anjo preso no mármore e esculpi até libertá-lo." -- Michelângelo. Após o seu retorno patrocinado por Lilica alguns anos antes, Doçura entrara no Corpo Docente da Acme Looniversity, quando Pernalonga sugeriu a ela que ela poderia lecionar aulas de História da Animação na Acme Loo. Isto estava sendo ótimo para ensinar as novas gerações de desenhos da Warner Bros. toda a tradição do estúdio no campo da animação, bem como a história da animação em geral. Nestas próximas semanas em particular, a Acme Loo estava hospedando um seminário exatamente sobre esse assunto, dando início aos eventos comemorativos aos 70 anos da animação da Warner Bros., em 2000. Doçura estava sendo a professora responsável por coordenar as várias palestras, e seria a que iria aprensentar a primeira delas, juntamente com Bosko. Algo bastante natural, considerando ele ser o Curador do Museu da Acme Loo, Guardião do Cofre dos Desenhos, e parceiro dela desde o início. Ela estava chegando no horário marcado e, depois de ter estacionado seu New Beetle no estacionamento da Acme Loo e ter pego o material que havia preparado em sua sala, ela chegou na sala reservada para a primeira aula, por assim dizer, do simpósio "História 101". Pernalonga, Bosko e outros professores chegaram juntos, voltando de um almoço com alguns dos profissionais de animação que iriam estar ali também. Vários Tiny Toons alunos dela já estavam lá, assim como outros personagens da Warner Bros, de alguns outros estúdios e até mesmo de vários países diferentes. - Err, antes de mais nada, eu quero dar boas-vindas à todos, - disse o Reitor da Acme Looniversity, Pernalonga. O coelho utilizou alguns minutos iniciais para as apresentações e introduções necessárias, sobre o simpósio, seus objetivos de discutir sobre a história dos Looney Tunes e da Warner Animation, e então o coelho passou a palavra para os dois outros Looney Tunes já começarem a sua parte, que iria cobrir o período inicial, durante o início da década de 1930. - Obrigado, Pernalonga, - Bosko começou. - Bem, aos que eventualmente não me conhecem, eu sou Bosko, e eu e Doçura aqui fomos os dois primeiros personagens Looney Tunes a sermos criados, no início dos anos trinta. Tanto eu quanto Doçura fomos criados pela dupla de animadores Rudolph Ising e Hugh Harman. Agora, como foi que eles começaram? Bem, durante meados dos anos vinte, eles dois trabalharam juntamente com Walt Disney, na época em que Disney ainda estava fazendo vários trabalhos independentes, como uma série de curtas chamada Laught-o-Grams, enquanto todos eles ainda trabalhava em Kansas City, e alguns anos depois, já aqui na costa oeste, eles continuaram a trabalhar com Disney na produção das séries "Alice in Cartoonland" e "Oswald the Lucky Rabbit". - E devemos ter em mente de que nesta época em particular os Estúdios Disney ainda não existiam, - Doçura acrescentou à discussão. - Walt Disney estava trabalhando como produtor independente, e não havia fundado ainda os Estúdios Disney. Tanto Ising como Harman foram empregados de Disney durante esse tempo em que Walt ainda estava trabalhando independentemente. Em 1928 eles separaram-se de Walt Disney para poderem trabalhar com os produtores da série de Oswald Rabbit, que financiavam a produção destes desenhos. Eles produziram mais alguns curtas de Oswald Rabbit para a Universal, mas depois que a Universal parou de comprar essa série, eles ficaram sem trabalho. Harman e Ising decidiram então produzir um curta de três minutos para usarem como exemplo de seu trabalho e procurarem novos produtores, e foi este o primeiro desenho com Bosko, chamado "Bosko the Talkink Kid". - Como era o desenho? - perguntou Plucky. - Eu não lembro de ter assistido este. - Também, você só assiste desenhos com você atuando, Plucky. - Lilica sorri sarcasticamente para o pato, que faz uma expressão de desdenho em resposta. - Bem Plucky, na verdade não era nada de especial, - Bosko foi quem respondeu à questão do pato. - Não tinha história alguma, era apenas eu conversando com Ising perto de uma mesa de animador. O importante sobre este desenho é que ele foi provavelmente o primeiro desenho animado da história com diálogo sincronizado ao movimento. - Bosko afirmou com obviamente uma ponta de orgulho em sua voz. - Era isso que Harman e Ising intencionavam mostar como o diferencial deles, pois isso tinha a possibilidade de causar grande sensação. A Warner Bros. havia lançado em 1927 o primeiro filme com som, The Jazz Singer, e todos em Hollywood estavam sentindo que o som havia vindo para ficar. Entre estas pessoas, estava o produtor Leon Schlesinger, que na época era o chefe de uma empresa chamada Pacific Art, cujo principal produto era fazer aqueles cartazes com as falas para filmes mudos. Ele, portanto, estava interessado em novos negócios, pois sentia que o som iria fazer o seu principal serviço ficar obsoleto. - Mas a Pacific Art ainda existe, não? - Lilica perguntou. - Eu acredito que sim, mas ela obviamente já não deve fazer mais aqueles cartazes de filmes mudos, - cometário com o qual Bosko fez Doçura, Lilica e os demais na platéia sorrirem. - Bem, Jack Warner, o chefe do Estúdio da Warner Bros, sugeriu a Leon Schlesinger que ele entrasse no negócio de animação, então após conhecer o trabalho de Harman e Ising, que há vários meses procuravam um novo produtor para os meus desenhos, Schlesinger sugeriu aos Irmãos Warners que eles poderiam usar desenhos comigo para promoverem tanto sistema de sonorização Vitraphone como as músicas dos longas-metragens da Warner Bros. Leon Schlesinger iria atuar como o produtor destes desenhos, e os Irmãos Warner os distribuiriam. - A distribuição era nossa? - Yakko Warner olhou para seus irmãos, sentados junto com eles nas primeiras filas na classe, dando um leve tapa na testa. - Cara, poderíamos ter criado a MTV com meia década de vantagem com essa idéia! - Bem, mas teríamos que ter criado a Televisão também! Porque não aproveitamos a chance? - Dot Warner adicionou. Doçura se adiantou à eles. - Não estamos nos referindo a vocês, garotos. - Doçura sorriu, respondendo. - Estamos falando dos VERDADEIROS Irmãos Warner, os que fundaram o estúdio. - Ah, eles... isso sempre deu confusão, Doçura. - Wakko terminou, e Bosko retomou a sua narrativa. - Continuando, Leon Schlesinger assinou um contrato com Harman e Ising em 28 de janeiro de 1930, para o primeiro desenho ser entregue em 1 de abril daquele ano, com opções para mais séries de vários outros curtas. Esse desenho estreiou em 6 de maio de 1930 no cinema da Warner Bros. na Broadway, em Nova Iorque. Naquela época, curtas de animação de seis minutos sempre passavam antes do filme principal no cinema, meio que como uma atração prévia, pois vocês devem se lembrar de que até a década de 50, as pessoas iam no cinema não apenas para assistir um filme, mas para verem vários programas diferentes, como notíciarios e outros shows, sendo o filme a principal atração da noite. Então, a estréia deste desenho deu início a primeira série de desenhos da Warner, os Looney Tunes, nome que, devemos admitir, acompanhava bem o estilo da série de curtas "Silly Simphonies" da Disney. - Foi nesse desenho que você também fez a sua estréia, certo Doçura? - Lilica perguntou retoricamente. - Exatamente, Lilica. - Doçura respondeu à coelha. - Esse desenho chama-se "Sinkin' in the Bathtub", e é basicamente um mini-musical, começando com Bosko se preparando para ir me buscar na minha casa, dançando com a sua "banheira viva" e coisas do tipo. Tem também mais outros truques de desenho combinados à trilha sonora, como por exemplo quando eu desço da minha varanda pisando em bolhas de sabão, e assim por diante. No final, Bosko faz vários malabarismos para me salvar do carro desgovernado em uma ladeira, e nós dois acabamos dentro de um lago, com o carro servindo de barco, em um final bem romântico. - ela sorri para o seu parceiro. - E eu lembro que deu o que fazer para eu conseguir alcançar o carro em que você estava, Doçura. - Bosko comenta, retribuindo o sorriso. Doçura aguardou a platéia terminar de rir e ela continuou a explicação. - Os desenhos que se seguiram eram todos na mesma tendência, com Bosko tendo vários papéis diferentes nas histórias. Eu apareci em alguns destes também, e logo um cãozinho chamado Bruno juntou-se a nós. - Como era a qualidade técnica dos desenhos, em relação ao que se fazia na época? - Rene Bunny, um coelho bege sentado ao lado de Coió, perguntou. - Nossos orçamentos eram extremamente curtos, Rene, - Bosko respondeu. - Além do que os prazos de entrega eram igualmente apertados, mas até que nós conseguiamos manter uma qualidade técnica comparável a da Disney na época, cujo desenhos tinham orçamentos muito maiores. Por exemplo, quando nós terminávamos de produzir e fazer a fotografia final de uma sequência, esta sequência TINHA que ser utilizada no desenho, não tinhamos os recursos para efazer o que pudesse ser eventualmente necessário; portanto a coisa tinha que ficar boa na primeira tentativa. - Outro motivo pelo qual você teve que alcançar o carro em que eu estava na primeira tentativa, né Bosko? - Doçura comentou brincando, e todos riram novamente. - Não deixa de ser verdade, Doçura...! Agora, a Disney, por outro lado, podia se dar ao luxo de mandar sequências prontas inteiras para o lixo, e refazer tudo de novo, se algo não tivesse a aprovação final de Walt. Mas isso, embora possa parecer algo melhor com que se trabalhar, na verdade não seria, pois como no nosso caso a coisa tinha sempre que ficar boa na primeira tentativa, as decisões finais sobre a produção das cenas em si estavam sempre com os animadores e diretores dos desenhos. Sempre tivemos mais liberdade nestes aspectos. - E vocês então conseguiam ter uma vantagem, no final das contas, do fato de os orçamentos serem apertados. - Rene Bunny comentou. - Sim, você pode dizer isso, embora nós não reclamaríamos de termos tido mais verbas disponíveis, claro! - Doçura e Rene concordaram com Bosko, ambos sorrindo. - Continuando, a série Looney Tunes tornou-se bastante popular, o que incentivou Leon Schlesinger a dar início em outra série de desenhos, os "Merrie Melodies", que começaram a serem produzidos na metade de 1931, e também tinham uma temática musical. - Qual seria a diferença básica entre um desenho "Looney Tune" e um "Merrie Melodie"? Eu nunca entendi bem isso. - um humano de ação-real perguntou. - Boa pergunta, muita gente também não entende bem isso. - Doçura começou sua resposta. - Os Merrie Melodies era utilizados mais para desenhos com histórias isoladas que não teriam continuação, e personagens que não seriam utilizados novamente, enquanto os Looney Tunes eram para os personagens fixos, como eu, Bosko, e os demais astros do estúdio. Embora ambas as séries tinham um estilo musical, os Merrie Melodies eram os que mais se mantinham nessa linha. Essas particularidades entre as duas séries continuou até o início dos anos 40, quando as diferenças entre um Looney Tune e um Merrie Melodie pouco a pouco deixaram de existir. - É, eu conheci alguns personagens que trabalharam nos primeiros Merrie Melodies, - Lilica acrescentou, - Como aquele casal de raposas, Foxy e Roxy, e Goopy Geer. Lembra de quando ajudamos eles, Perninha? - Eu lembro. E eu lembro também das encrencas que você nos meteu naquele episódio em que fizemos isso, Lilica. - o namorado dela respondeu. - Ah, mas valeu a pena. - Exatamente Lilica, Foxy e Roxy, embora Roxy ainda não tinha este nome naquela época, foram personagens de um Merrie Melodie chamado "Smile, Darn Ya, Smile", feito em 1931, e cuja música fez muito sucesso, e foi utilizada no filme de Spielberg "Uma Cilada para Roger Rabbit". Devemos admitir também que Foxy e Roxy foram os personagens nossos que mais descaradamente imitavam Mickey e Minnie, embora isso fosse considerado prática comum na época. - É, naquela época... imagine se eles conhecessem os advogados de hoje dos estudios! - Yakko Warner comentou como se falasse confidencialmente para uma câmera, com todos no recinto rindo pela ironia. - Não fala muito não Yakko, que eu e você não temos um estilo muito diferente deles dois não...! - Bosko comentou com Yakko, aumentando as risadas. Doçura continuou a sua explicação. - Bem, não só os estilos dos personagens eram inspirados em Disney, mas várias das nossas histórias também eram. Mesmo assim, o estilo da Warner Bros. estava nascendo e se definindo. Por exemplo, em um desenho chamado Ride Him, Bosko, no meio da cena em que Bosko está tentando me salvar de uma diligência, aparecem em filme de ação real Rudolph Ising e outros animadores, discutindo como é que eles iriam dar um jeito de fazerem Bosko me salvarem! Piadas deste tipo iriam cada vez se tornarem mais e mais um estilo definido de nossos desenhos, como bem sabem. Outro exemplo? No curta "Smile, Darn Ya, Smile", personagens em cartazes de propaganda no trenzinho em que Foxy e Roxy estão andando tomam vida, e fazem alguns truques. Isso seria largamente utilizado em vários outros Merrie Melodies, como por exemplo quando pessoas em capas de revistas "saiam" das capas e andavam pela loja de revistas, fazendo atos que combinavam com o tema da revista das quais haviam saído. - É verdade... nós fizemos recentemente um curta em Animaniacs que é nesse estilo! - Wakko comentou. - Só que foi em uma videolocadora... bem vindos aos anos 90! - Dot Warner disse. - Exatamente, Dot. Esse tipo de tema ficou clássico nos primeiros curtas nossos nos anos 30. - Por quanto tempo vocês dois continuaram em curtas Looney Tunes? - Perninha perguntou. - Eu já estava chegando nesta parte, Perninha. Em meados de 1933, Hugh Harman estava tendo alguns desentendimentos com Leon Schlesinger a respeito de orçamentos, pois ele e Ising queriam melhorar a qualidade técnica e começarem a desenvolver nossos desenhos em cores. Mas Leon Schlesinger não queria aumentar os orçamentos, então Harman e Ising romperam com Schlesinger, e retiraram-se do estúdio, e fomos juntos com eles. Nós então fomos trabalhar na Metro Golden Mayer, e continuamos a fazer mais alguns desenhos até 1938. - Leon Schlesinger parece que foi, tipo, uma pessoa bem difícil com quem se trabalhar, ou algo assim. - Leiloca Pataquada disse. - Bem, eu não diria tanto, Leiloca. - Bosko foi quem respondeu agora. - Ele era um bom sujeito, bastante divertido, e se vestia muitíssimo bem. Nos deixava trabalhar com liberdade, mas é verdade também que ele tinha uma visão bastante pragmática do negócio. Ele estava neste ramo obviamente pelo dinheiro -- quem de uma certa maneira não está? -- Mas ele também sabia que para fazer seus desenhos terem sucesso, o melhor caminho era a comédia. Certa ocasião eu lembro ele dizer: "Nossa opção sempre foi pelas risadas; quanto mais, melhor.". E sabia ser duro nos negócios; por duas vezes enfrentou greves de animadores no início dos anos 40, e conseguiu resolver as situações. Para protestar contra um suposto favorecimento para a Disney pela Academia, ele não permitiu nenhum de seus desenhos concorrerem ao Oscar de 1938. - Mas depois que vous todos pararam de trabalhar com ele, como foi que ele fez? - perguntou Fifi La Fume. - Realmente Fifi, depois que eu, Doçura, Harman, Ising e os outros saímos do estúdio em 1933, tudo o que restara basicamente para Leon Schlesinger era os direitos sobre os termos "Looney Tunes", "Merrie Melodies", "That's All Folks" e mais nada. Ele não tinha outros personagens ou equipe com os quais produzir. Neste ponto, ele mudou o local do estúdio para as antigas instalações da Warner Bros. na Sunset Boulevard, em Los Angeles, e contratou outro pessoal, além de alguns outros que não foram conosco para a MGM, entre eles Fritz Freleng e Robert Clampett. Ben Hardaway e outros profissionais também se juntaram ao novo staff de produção. Mas isso ainda não resolvia o problema dos personagens. Então surgiu Buddy, que em essência era basicamente um personagem meio parecido comigo, só que branco. - Ahh, Buddy... lembram dele? - Wakko disse. - E quem poderia esquecer? É sempre tão especial poder ser o assunto de obssesão de alguém! - Yakko comentou junto com seu irmão. - E ele lembrou de nosso aniversário, não se esqueçam. - Dot Warner completou, e Bosko continuou sua explanação. - Ele fez alguns curtas entre 1933 e 1935, mas em geral Buddy não é lembrado como um grande Looney Tune, realmente. Neste período em particular se destacam vários bons Merrie Melodies musicais, entre estes "Mr. and Mrs. Is the Name", com sereias, e "Pop Goes Your Heart", com animais. Vários dos melhores curtas de temática musical foram dirigidos por Friz Freleng, que sabia combinar música e animação excepcionalmente bem. - Fale mais sobre Freleng, Bosko. Ele realmente foi um dos grandes. - Ted Turtle sugeriu. - Tem toda razão, Ted. Freleng era originário de Kansas City, tendo trabalhado também com Walt Disney quando eles estava começando suas carreiras, - começou a explicar Bosko. - Ele foi o que mais dirigiu curtas da Warner Bros, 266 deles, e trabalhou com os desenhos da Warner, de uma maneira ou de outra, praticamente sua vida toda. Freleng realmente gerava em torno de si um senso de comunidade no pessoal que trabalhava no estúdio, e isso colaborava muito para a produção de bons desenhos. Como eu já disse, ele adorava música, e fazia grandes interpretações de clássicos com animação, como por exemplo as várias adaptações diferentes que fez de "Hungarian Rhapsody #2", tornando esta obra de Lizet praticamente uma música que faz você lembrar de desenhos. - Vários de nós aqui podemos dizer que fizemos algum desenho com essa música alguma vez em nossas carreiras, com certeza. - adicionou Doçura, enquanto arrumava alguns materiais visuais adicionais para continuar a palestra. - Fator também importante nesta época foi o primeiro desenho da Warner a cores, em 1934, com Honeymoon Hotel. Contudo, os primeiros desenhos da Warner em cores estavam limitados a processos de cor com apenas dois dos três tons básicos de cores, vermelho e verde, utilizando-se Cinecolor ou Technicolor. Enquanto que a Disney durante um certo tempo teve um contrato de exclusividade para o uso do superior processo Technicolor de três tons. Por volta de 1934 em diante, todos os Merrie Melodies estavam sendo feitos à cores, enquanto que os Looney Tunes continuaram a ter alguns em preto-e-branco mesmo até 1943, uma outra diferença importante entre as duas séries, durante algum tempo. - Que outros desenhos importantes foram feitos nesta época em particular? - Presuntinho perguntou. - Bom você fazer esta pergunta, Presuntinho. Após tentarem sem sucesso durante cerca de um ano e meio tornarem Buddy popular, Leon Schlesinger pediu para a equipe de produção desenvolverem novos personagens para que eles pudessem tentar abordagens diferentes. Um curta começou a ser produzido solenemente para introduzir os vários novos personagens, que o então animador Robert Clamplett tinha intenção de manter como um elenco fixo para diversos outros curtas. O desenho, dirigido por Freleng em 1935 e intitulado "I Haven't Got a Hat", se passava em uma escola, aonde haveria a apresentação dos vários alunos em pequenas peças e números teatrais. Neste desenho haviam um par de cachorinhos, Ham e Ex, uma gata chamada Little Kitty e um gato chamado Beans, a coruja Oliver Owl, a tartaruga Tommy Turtle, entre outros. Mas de todos estes, seria apenas o último personagem apresentado no desenho que sairia dele como a nova estrela da Warner Bros. - e Doçura caminha na direção da fileira de poltronas com os professores da Acme Loo - e que está ainda hoje entre nós... Gaguinho. - Doçura e Bosko juntam-se aos aplausos que todos ali presente começam a fazer em homenagem ao Looney Tune. Ele sorri agradecendo, e Doçura acompanha o porco até a frente da sala de aula. - Obrga-ga-do, Doç-çura, - Gaguinho começou a falar. - A m-minha participação neste de-desenho foi a de recit-tar o clássico poema "The Mi-midnight Ride of P-Paul Revere", e ob-bviamente que o meu nev-vorsismo naquela hora f-fez isto ser ainda mais d-difícil, como p-podem imaginar! - Uma nova fase para os Looney Tunes estava começando ali, Gaguinho, - comentou Bosko. - Fase esta que você mesmo e Patolino irão comentar para nós na próxima parte desse seminário, que irá cobrir o período de 1935 até o começo de 1940, e posso garantir a vocês que esta vai ser uma apresentação ainda mais fascinante, pessoal. - ele terminou de dizer, e Doçura começou seus comentários finais. - Com certeza, Bosko. Eu e Bosko queremos agradecer a presença de todos vocês aqui nesta que foi a primeira parte de História 101, e nos veremos novamente na próxima parte, em breve. E utilizando a versão que eu e Bosko usávamos da frase que Gaguinho aqui iria mais tarde imortalizar... - e Doçura olha para Bosko, lhe dando a deixa. - Até logo, pessoal! - Bosko diz, fazendo um aceno para a platéia, que novamente retoma a salva de aplausos. Final da Parte 1 ------------------------------------------------------------------------- A utilização de todos os personagens citados neste presente trabalho, "História 101", bem como todo o material relacionado, é exclusivamente para fins didáticos e de pesquisa, sendo utilizado para isto o conceito de "fanfiction", não tendo o presente trabalho nenhum fim comercial de qualquer espécie. Da mesma maneira, quaisquer eventuais opiniões e pontos de vista colocados neste trabalho terão sido colocados pelos autores da fanfic, não tendo a Warner Bros. e demais detentores dos copyrights e trademarks nenhuma responsabilidades por nenhuma destas opiniões. Este arquivo pode ser distribuido livremente com a condição de que seu conteúdo não seja alterado de forma alguma, e também não deve ser utilizado para nenhum fim lucrativo. Para uma versão em HTML desta fanfic, utilize a URL: http://members.tripod.com/renebunny/ah101.html Bibliografia utilizada para História 101 (todas as seis partes) ADAMSON, Joe. _Bugs Bunny: Fifty Years and Only One Grey Hare_ - Nova Iorque: Henry Holt, 1990. BECK, Jerry e FRIEDWALD, Will. _Looney Tunes and Merrie Melodies_ - A Complete Guide to the Warner Bros. Cartoons - Nova Iorque: Henry Holt, 1989. BECK, Jerry. _"I Tawt I Taw a Puddy Tat": Fifty Years of Sylvester and Tweety_ - Nova Iorque: Henry Holt, 1994. -----------. _The 50 Greatest Cartoons: As Selected by 1,000 Animation Professionals_ - Nova Iorque: Turner Pub, 1994. BLANC, Mel e BASHE, Philip. _That's NOT All, Folks!_ - Nova Iorque: Warner Books, 1988. ELIOT, Marc. _Walt Disney - O Principe Sombrio de Hollywood_ - São Paulo: Marco Zero, 1995. JONES, Chuck. _Chuck Amuck_ - Nova Iorque: Avon Books, 1990. ------------. _Chuck Reducks_ - Nova Iorque: Warner Books, 1996. SCHNEIDER, Steve. _That’s All Folks: The Art of Warner Bros. Animation_ - Nova Iorque: Henry Holt, 1988. Vários. _Por Dentro de Termite Terrace: O Outro Lado dos Desenhos da Warner Bros._ - São Paulo: Pesquisa de Alunos da Fundação Armando Álvares Penteado, 1996. ------------. _The Non-Stick Looney Page_ - Internet, in: (http://www.nonstick.com/portuguese), 1999. ------------. _Warner Bros. Animation Web Site_ - Internet, in: (http://www.wbanimation.com), 1999.