CORPO E MENTE TEXTO

Os ciganos espanhóis, que acompanharam as expedições que vieram para as Américas Central e do Sul colonizar e explorar as riquezas naturais, divulgaram a lenda da Fonte da Eterna Juventude, que estaria em algum lugar da floresta amazônica.

Muitos aventureiros, ao longo desses últimos quinhentos anos, tentaram sem êxito localizar essa fonte especial, onde jorraria uma água milagrosa que faria qualquer corpo rejuvenescer e se manter assim indefinidamente.

Por todos esses séculos o engano permaneceu vivo, simplesmente porque os gadjos queriam simplesmente acreditar na existência de algo milagroso e fantástico como essa famosa água.

Ao afirmar que a Fonte da Eterna Juventude estava na Amazônia, os ciganos jamais se enganaram. Ocorre que toda a confusão estava no termo Fonte, que não se referia a uma mina de água, mas usado no sentido de origem. Essa origem é a riqueza ainda inexplorada do potencial curativo das plantas existentes ali. Desde a antigüidade, os ciganos sempre foram mestres na arte de curar, utilizando plantas. Tanto que foi com eles que Paracelso, que revolucionou a medicina, veio morar conosco para aprender nossos segredos. Segredos simples, oferecidos pela natureza, como esses que vêm a seguir. O mundo todo ensinou para os ciganos as mais diferentes práticas das medicinas natural, mágica e oculta, muitas delas ainda hoje utilizada em suas simpatias. De um modo geral, os ciganos que ainda vivem livres, sem residência fixa, mantêm uma saúde mais controlada e regular que a dos ciganos que se fixaram.

O sedentarismo está cobrando um alto preço dessa gente habituada ao movimento e à ação. Muitos deles, para se adaptarem à nova vida, estão lançando mão da medicina convencional, com seus medicamentos fortes, que acabam afetando irremediavelmente organismos habituados à medicina natural, na qual os ciganos sempre foram pródigos.

Em muitas partes do mundo, porém, continuam a ser usadas as antigas práticas, entre elas o uso das cores, dos metais, dos cristais e pedras preciosas, das plantas e de outras terapias que já não encontram similar em parte nenhuma do mundo, recebida de culturas hoje já extintas, como foi a sacerdotes do Nilo, no Egito Antigo. Seguramente, com o tempo muita coisa acabará se perdendo, à medida em que mais e mais ciganos forem se estabelecendo. Até lá, enquanto for possível, continuaremos nosso trabalho de divulgação dessas simpatias que representam um conhecimento que ainda hoje encontra seu espaço e sua utilidade no mundo.

Na Medicina Oculta dos Ciganos há um capítulo especial, destinado à Frenologia, que nos tempos atuais é conhecida também como Craniologia e Cranioscopia.

Um ramo da Frenologia estuda as diferenças fundamentais entre os cérebros das diversas raças. Outro ramo estuda a localização de cada uma das funções do cérebro e a maneira de estimulá-las.

É comum ver ciganos e ciganas, com lenços presos à cabeça, de onde pendem moedas, medalhas e aros de metais diversos. Antigamente, o metal usado era o ouro e esses objetos eram colocadas no lenço, de modo a ficarem sobre uma determinada parte do crânio.

O objetivo dessa aplicação era provocar algum tipo de reação do cérebro, baseada no estímulo que o ouro proporcionava àquela região específica.

Esses segredos tiveram de ser mantidos ocultos por muito tempo e, mesmo ainda hoje, são muito pouco praticados, já que os lenços e seus penduricalhos assumiram uma função mais de enfeite do que de estimulação.

No entanto, em várias regiões do mundo, famílias tradicionais ainda se utilizam dessas simpatias tão antigas como a própria história do povo cigano. Em muitas partes do mundo, até hoje, utilizam-se práticas terapêuticas para os mais diferentes males, baseadas em conhecimentos divulgados pelos ciganos, em suas peregrinações.

As chamadas Terapias Alternativas encontraram em nosso povo seus mais assíduos defensores e divulgadores. Estando em constante movimento, precisávamos conhecer o máximo possível de práticas curativas que pudéssemos lançar mão, pois muitas vezes íamos para regiões que nos eram completamente desconhecidas quanto aos seus recursos. Conhecimentos antigos, trazidos do Egito e da Pérsia, o uso das cores, dos metais, dos cristais e pedras preciosas, das plantas e de outras terapias, muitas das quais ainda hoje ocultas ou pouco divulgadas, tudo nos era importante. Com isso aprendemos as mais diferentes práticas das medicinas natural, mágica e oculta, muitas delas ainda hoje utilizada em nossas simpatias. Em muitas das nossas simpatias, há uma semelhança muito grande com a dos gadjos, mas é difícil determinar quem teve contato com a simpatia original, pois esse processo sempre foi muito dinâmico. Muitas de nossas práticas apenas agora começam a ser divulgadas, revelando a riqueza e a magia desse repertório. Descubra um pouco dessa maravilha.

Há, no Brasil, uma espécie de profissão chamada de raizeiro, tido como mago ou bruxo por uns, charlatão por outros e grande conhecedor da nossa flora pelos que realmente o conhecem. Sua grande virtude foi ter estabelecido uma relação muito íntima com a natureza, aprendendo as virtudes e propriedades das plantas e dos elementos a disposição de quem deles queira fazer uso.

O uso da flora medicinal e de outros elementos da natureza com fins curativos sempre fizeram parte do repertório dos conhecimentos populares em todo o mundo, mas nenhum povo estudou, praticou e divulgou tanto esse assunto como os ciganos, graças à rara oportunidade que sempre tiveram de manter contato, em suas viagens, com conhecedores do assunto em toda parte por onde passavam.

Aqui no Brasil isso não foi diferente e através dos raizeiros, encontrados em praticamente todas as cidades e atendendo um público sempre cativo, puderam rapidamente os ciganos assimilar todo esse conhecimento, aplicando-o de imediato e introduzindo-o em suas próprias simpatias.

É um conhecimento muito amplo, que desperta hoje a curiosidade de pessoas de todo o mundo, pois pode-se dizer que é o mais completo no assunto, como se poderá observar.

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