Muitos aventureiros, ao longo desses últimos quinhentos anos, tentaram sem êxito localizar essa fonte especial, onde jorraria uma água milagrosa que faria qualquer corpo rejuvenescer e se manter assim indefinidamente.
Por todos esses séculos o engano permaneceu vivo, simplesmente porque os gadjos queriam simplesmente acreditar na existência de algo milagroso e fantástico como essa famosa água.
Ao afirmar que a Fonte da Eterna Juventude estava na Amazônia, os ciganos jamais se enganaram. Ocorre que toda a confusão estava no termo Fonte, que não se referia a uma mina de água, mas usado no sentido de origem. Essa origem é a riqueza ainda inexplorada do potencial curativo das plantas existentes ali. Desde a antigüidade, os ciganos sempre foram mestres na arte de curar, utilizando plantas. Tanto que foi com eles que Paracelso, que revolucionou a medicina, veio morar conosco para aprender nossos segredos. Segredos simples, oferecidos pela natureza, como esses que vêm a seguir. O mundo todo ensinou para os ciganos as mais diferentes práticas das medicinas natural, mágica e oculta, muitas delas ainda hoje utilizada em suas simpatias. De um modo geral, os ciganos que ainda vivem livres, sem residência fixa, mantêm uma saúde mais controlada e regular que a dos ciganos que se fixaram.
O sedentarismo está cobrando um alto preço dessa gente habituada ao movimento e à ação. Muitos deles, para se adaptarem à nova vida, estão lançando mão da medicina convencional, com seus medicamentos fortes, que acabam afetando irremediavelmente organismos habituados à medicina natural, na qual os ciganos sempre foram pródigos.
Em muitas partes do mundo, porém, continuam a ser usadas as antigas práticas, entre elas o uso das cores, dos metais, dos cristais e pedras preciosas, das plantas e de outras terapias que já não encontram similar em parte nenhuma do mundo, recebida de culturas hoje já extintas, como foi a sacerdotes do Nilo, no Egito Antigo. Seguramente, com o tempo muita coisa acabará se perdendo, à medida em que mais e mais ciganos forem se estabelecendo. Até lá, enquanto for possível, continuaremos nosso trabalho de divulgação dessas simpatias que representam um conhecimento que ainda hoje encontra seu espaço e sua utilidade no mundo.
Na Medicina Oculta dos Ciganos há um capítulo especial, destinado à Frenologia, que nos tempos atuais é conhecida também como Craniologia e Cranioscopia.
Um ramo da Frenologia estuda as diferenças fundamentais entre os cérebros das diversas raças. Outro ramo estuda a localização de cada uma das funções do cérebro e a maneira de estimulá-las.
É comum ver ciganos e ciganas, com lenços presos à cabeça, de onde pendem moedas, medalhas e aros de metais diversos. Antigamente, o metal usado era o ouro e esses objetos eram colocadas no lenço, de modo a ficarem sobre uma determinada parte do crânio.
O objetivo dessa aplicação era provocar algum tipo de reação do cérebro, baseada no estímulo que o ouro proporcionava àquela região específica.
Esses segredos tiveram de ser mantidos ocultos por muito tempo e, mesmo ainda hoje, são muito pouco praticados, já que os lenços e seus penduricalhos assumiram uma função mais de enfeite do que de estimulação.
No entanto, em várias regiões do mundo, famílias tradicionais ainda se utilizam dessas simpatias tão antigas como a própria história do povo cigano. Em muitas partes do mundo, até hoje, utilizam-se práticas terapêuticas para os mais diferentes males, baseadas em conhecimentos divulgados pelos ciganos, em suas peregrinações.
As chamadas Terapias Alternativas encontraram em nosso povo seus mais assíduos defensores e divulgadores. Estando em constante movimento, precisávamos conhecer o máximo possível de práticas curativas que pudéssemos lançar mão, pois muitas vezes íamos para regiões que nos eram completamente desconhecidas quanto aos seus recursos. Conhecimentos antigos, trazidos do Egito e da Pérsia, o uso das cores, dos metais, dos cristais e pedras preciosas, das plantas e de outras terapias, muitas das quais ainda hoje ocultas ou pouco divulgadas, tudo nos era importante. Com isso aprendemos as mais diferentes práticas das medicinas natural, mágica e oculta, muitas delas ainda hoje utilizada em nossas simpatias. Em muitas das nossas simpatias, há uma semelhança muito grande com a dos gadjos, mas é difícil determinar quem teve contato com a simpatia original, pois esse processo sempre foi muito dinâmico. Muitas de nossas práticas apenas agora começam a ser divulgadas, revelando a riqueza e a magia desse repertório. Descubra um pouco dessa maravilha.
Há, no Brasil, uma espécie de profissão chamada de raizeiro, tido como mago ou bruxo por uns, charlatão por outros e grande conhecedor da nossa flora pelos que realmente o conhecem. Sua grande virtude foi ter estabelecido uma relação muito íntima com a natureza, aprendendo as virtudes e propriedades das plantas e dos elementos a disposição de quem deles queira fazer uso.
O uso da flora medicinal e de outros elementos da natureza com fins curativos sempre fizeram parte do repertório dos conhecimentos populares em todo o mundo, mas nenhum povo estudou, praticou e divulgou tanto esse assunto como os ciganos, graças à rara oportunidade que sempre tiveram de manter contato, em suas viagens, com conhecedores do assunto em toda parte por onde passavam.
Aqui no Brasil isso não foi diferente e através dos raizeiros, encontrados em praticamente todas as cidades e atendendo um público sempre cativo, puderam rapidamente os ciganos assimilar todo esse conhecimento, aplicando-o de imediato e introduzindo-o em suas próprias simpatias.
É um conhecimento muito amplo, que desperta hoje a curiosidade de pessoas de todo o mundo, pois pode-se dizer que é o mais completo no assunto, como se poderá observar.
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