Fenícios
 
 

A origem:

                A orígem dos fenícios ainda é desconhecida. Segundo o historiador grego Heródoto (484ac - 430ac) eles teriam vindo do Oceano Índico. Já os estudiosos modernos discordam e acreditam que 5000 anos eles teria migrado da região entre o Mar Morto e o Mar Vermelho.
                Os documentos originais dos próprios fenícios não deixam pistas, pois falavam apenas do endereço para o qual haviam mudado e, como aquela região era conhecida na antiguidade como Canaã, eles se autodenominaram Cananeus.

Maior característica: eram ótimos comerciantes

                Por volta de 2000 anos ac, conheceram os gregos, que passaram a chamá-los de Phoinix (vermelho), o que mais tarde passou a ser fenício. Existem duas razões possíveis para que fossem chamados de vermelhos pelos gregos: Ou por possuírem pele bronzeada ou uma homenagem ao produto dos fenícios mais requisitado, a púrpura, substância usada para tingir tecidos extraída do molusco múrex. Essa substância fazia sucesso naquela época porque só existiam roupas com cores entre o preto, o branco e o cinza. Sair de vermelho era etatus de poder, nobreza.
                Os fenícios transformavam pequenas aldeias em grandes cidades devido ao comércio fervilhante. Na Síria, havia a cidade de Ugarit, atual cidade de Ras-Shamia. No Líbano, havia Tiro (que ainda conserva este nome) e Biblos, atual cidade de Jubeil. No norte da África (atual Tunisia) ficava Cartago.
                Cartago foi a cidade fenícia de maior importância histórica por ter desafiado inclusive os grandes impérios como o romano.

Organização Social

                Cada cidade cuidava dos seus próprios negócios. Possuíam monarcas para defender seus interesses, cujo trono era passado de pai para filho. Os monarcas eram os que mais lucravam, no entando, o sucesso dos fenícios se deu muito pela política de boa vizinhança dos seus reis.
                Os reis fenícios aceitavam pagar tributos aos seus vizinhos, dos impérios Hitida, do Egito, os Ass;irios e Babilônios, em troca de terem livre iniciativa no comércio. Os monarcas tinham ainda outra estratégia: permitiam que estrangeiros morassem em suas cidades e abrissem qualquer tipo de negócio, o que foi uma alternativa rara e autêntica.
                Eram auxiliados por um governador que liderava um conselho das fam;ilias mais importantes, que equipavam a marinha mercante e custiavam as expedições. O rei prestava contas ao sacerdote que usava os lucros para construir templos a uma coleção de deuses.

Aspecto Religioso

                As mulheres tinham de oferecer a virgindade aos sacerdotes do templo de Ashtart, a deusa da fertilidade. Crianças eram sacrificadas em altares a céu aberto para garantir o fluir das estações.
                Os fenícios eram competentes comerciantes e os mais habilidosos construtores de barcos da antiguidade, fama que se espalhou pelos egípcios. Estes, em suas pirâmides contam que por volta de 2600 ac, o faraó Sakuré comprou 40 embarcações fenícias, feitas com um tipo de madeira clara, de qualidade e abundante na região, o cedro. Essa madeira foi o grande trunfo os egípcios.

A Dominação

                Durante quatorze séculos, a partir de 2600 ac, o egito dominou a fenícia, cobrou pi~âmides de taxas e impôs sua cultura e valores religiosos sobre os fenícios. Porém, era dos portos da Fenícia que seguia todo o cedro que os egípcios precisavam, então eles tiveram como barganhar e obtiveram  a garantia de negociar com quem bem entendessem.
                Lá pelo sec. VIII a.C. os hititas também passaram a dominar os fenícios, e para não haver discórdia entre os hititas e os egípcios, os fenícios fizeram com que as suas cidades dividissem o seu apoio. Mais tarde ocorreu a invasão dos indo-europeus (os povos do mar) e isso provocou a queda do império hitita e o retraimento dos egípcios. Então os fenícios puderam sentir o gostinho da liberdade, o que não durou muito tempo. Logo foram dominadospelos assírios, que desejavam uma saída pasra o mar. Em 612 a.C. , os babilônios foram dominados pelos persas. Mais tarde foi a vez do comando dos gregos e,  em seguida,  dos romanos.
                Por onde os fenícios da cidade de Tiro passavam, construíam aldeias que amis pareciam grandes mercados. Até um ponto em que alcançaram a região da atual Espanha e, em 1100 a.C. fundaram cidade portuária de Gadir, na Costa Atlântica (hoje, Cádiz). Forma para lá extrair a prata, que era abundante na região e tinha consumidores fiéis no oriente, que pagariam por ela, qualquer preço. Passado algum tempo, gadir se tornou o centro econômico mais importante da região e monopolizou o comércio desde o norte da Argélia e a ilha de Ibiza, até além do litoral atlântico de Marrocos.
                Eles sempre aproveitavam oportunidades para lucrar. As embarcações fenícias possuíam casco arredondado, o que aumentavam o espaço interno e permitia maior volume de carga. Inventaram os trirremes, barcos que possuíam 3 fileiras superpostas de remos, que poderiaseguir com velocidade independente da condiçãodos ventos. Já as embarcações de guerra possuíam um espigão metálico para por a pique os navios inimigos. No entanto, não utilizavam da força, esse artifício era sim, para afugentar os piratas que tentassem roubá-los.

Boa Fama? Nem sempre...

                Em alguns locais ponde onde passaram  não gozaram de boa fama de honrados comerciantes. Isso porque atraíam os filhos dos nativos de uma determinada região onde atracavam para fazer suas vendas, para conhecer os barcos, e os capturavam para vendê-los como escravos.

Produtos

                Vendiam o azeite, cereais, vinho e artigos de luxo como pratos de ouro, garrafas de marfim, enfeites de prata ou de bronze, fina cerâmica e perfumes. No entanto, para povos guerreiros, vendiam também lanças e escudos de ferro.

Não eram originais

                Certo está que eles eram ótimos comerciantes e habilidosos artesãos, mas estavam longe de serem originais. Em suas obras, copiavam traços de escritos das pirâmides e da cultura egípcia. E quando foram dominados passaram a ser dominados pela Grécia, de imediato, adotaram o estilo à grega.
                Foram influenciados, portanto, por várias culturas. E se não ficaram famosos por deixarem sua própria marca registrada, foram importantes por expandir as culturas pelos diversos lugares por onde passaram. Um conhecimento que foi importante, para o desenvolvimento dos povos da antiguidade.

Decadência

                Entraram em decadência depois da conquista de Tiro pelos romanos em 332 a.C.  Depois disso, o seu maior império,  Cartago, foi destruído em 146 a.C. Nessa época, eles já nem falavam sua língua de origem e sim,  uma mistura  de grego e aramaico.
 
 
 


  Bibliografia:

Os fenícios, Donald Hardem, Editorial Verbo, Lisboa, 1980.