UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF
Instituto de Ciências Humanas e Filosofia
Programa de Pós-Graduação em Antropologia e Ciência Política (PPGACP)
Departamento de Antropologia.
 
 
 
 
Projeto de Dissertação de Mestrado
"A Sócio-Lógica dos Computadores: 
Projeto para uma Antropologia com Cabos, 
Chips e outras ‘Coisas’ "
Eduardo Botelho Ribeiro
Orientadora: Tânia Stolze Lima
 
 
Niterói – RJ
Agosto de 1998
 
Resumo

A antropologia, que busca no diálogo com o "outro" elementos para uma discussão ampla sobre o humano, volta-se para o próprio locus com as lentes do estranhamento e encontra o laboratório e as práticas científicas em processo. Tal exercício parece importante para uma reordenação dos modelos de alteridade ao compreendê-la em objetos de estudo antes insuspeitos. Entendemos ser necessário privilegiar na análise antropológica uma via de mão dupla, que ao colocar entre parênteses os fenômenos tecno-científicos e aqueles destacados pelas ciências humanas, possibilite compreendê-los numa relação de estabelecimento mútuo. A partir deste momento poderíamos falar de "relações entre homens e computadores", na medida em que pudermos tomar estes elementos fora de uma lógica de descontinuidades. Para isso, proponho uma "sócio-lógica dos computadores", que visa uma abordagem alternativa à domínios tradicionalmente concebidos como opostos dados pela dicotomia natureza/cultura. Desta forma, pretendemos destacar e discutir diferentes abordagens, que têm como interesse central as relações sociais mediadas por computadores, ou que apresentam caracterizações genéricas quanto a presença dos computadores na vida cotidiana, aos fenômenos multifacetados que podem ser vividos no amplo terreno do ciberespaço.

 

1. Introdução

A proposta mais geral para esta pesquisa é de uma análise de textos que se debruçam sobre a temática das comunicações mediadas por computador (CMC), e daqueles que mais especificamente sustentam a existência de relações sociais em âmbitos estabelecidos por redes de computadores, objetivando a construção de material crítico acerca do tema da interação entre homens e máquinas nestes contextos.

A inspiração para esta pesquisa surge de um primeiro contato com alguns trabalhos de Bruno Latour (1986 e 1994) quando de meu ingresso neste programa de pós-graduação. Refiro-me com mais precisão ao interesse deste autor em traçar uma antropologia da ciência (inclusive das práticas daqueles que fazem ciência em sua forma certamente mais reconhecida como "científica"), do laboratório. Latour afirma a possibilidade, e até a necessidade, de uma perspectiva orientada segundo os moldes tradicionais da pesquisa etnográfica para estas áreas relativamente intocadas do "mundo ocidental" quando comparadas a outras modalidades de saberes (científicos, mágicos, religiosos etc.) do "mundo outro" ao qual a antropologia tem se dedicado. Uma perspectiva simétrica (1) , informada por um princípio básico de eqüidade que prima por executar o retorno crítico prometido em princípio pela antropologia no seu projeto de construir um discurso amplo sobre o homem. Trata-se de submeter os fundamentos de objetividade que criam o terreno para a ciência às suas próprias estratégias de funcionamento.

Este princípio torna-se um projeto e um meio para sua obra, levando-o a desenvolver uma crítica à modernidade (e seus desdobramentos: anti-modernidade e pós-modernidade), que se expressa de maneira ampla pelo estabelecimento de "grandes divisores". A dicotomia natureza/cultura é, assim, privilegiada pelo autor como principal traço deste momento paradigmático de nossa história (modernidade). Como resultado esta divisão é apresentada como produto histórico desta "modernidade", argumento que põe em xeque o caráter ontológico e hierárquico destes domínios instituintes do conhecimento científico (2). A "Ciência Moderna", nas figuras das "ciências naturais" e da "epistemologia científica", seria a grande potência na tarefa de "purificar" fenômenos, estabelecer práticas e discursos legitimadores do crescente abismo entre natureza e cultura. As primeiras postulando uma conexão de ordem direta com o plano do empírico, o real, criam os "não-humanos"( 3 ), concebidos como ausentes de seu meio social e tornados seu oposto simétrico. Na outra extremidade as "ciências humanas", outro bem que nos é bastante caro, também cumpririam seu papel neste jogo de fragmentação. Estas, por ele ilustradas nos exemplos da sociologia e da desconstrução do discurso, atuariam na área restrita aos "humanos" desenvolvendo outros discursos e práticas que também legitimam a divisão ( 4 ).

Talvez a principal tese defendida por Bruno Latour (1994) seja justamente afirmar que a divisão natureza/cultura, espelhada na forma como este mesmo "mundo ocidental" concebe a existência de culturas (e a si mesmo como mais uma) foi capaz de criar uma espécie de armadilha para o pensamento (talvez um "mito da objetividade"), levando-nos a produzir a diferença e reproduzir tais "grandes divisores", a irredutibilidade do "nós" ao "outro" como essência ( 5 ) afastando seu caráter eminentemente relacional.

Alguns dos objetivos deste projeto passam por estes pontos. A proposta analítica de Bruno Latour parece oferecer um instrumental bastante interessante para uma discussão sobre a questão da diferença, ao passo que as problemáticas levantadas pelo atual crescimento, em número e importância, das redes de computadores proporcionam uma promissora fonte à pesquisa antropológica. Tomo aqui como ponto de partida a cisão entre homens e máquinas como representativa de um exercício estimulante e dramático da produção da alteridade.

Como apresentado, os fenômenos técnicos ou "objetos", os "não-humanos", são um foco desta pesquisa na medida que o trato dos "humanos" para com aqueles expressa o caráter de uma relação de opostos. Melhor dizendo, textos provenientes das ciências humanas e de outras áreas não acadêmicas, que têm como interesse central as relações sociais mediadas por computadores, ou que apresentam caracterizações genéricas quanto a presença dos computadores na vida cotidiana, são o objeto de análise desta pesquisa, por representarem, segundo julgo, parte significativa do trabalho de (re)produção desta oposição.

 

2. Uma Proposta: Desmembrando o Problema

Um dos principais temas nas abordagens antropológicas (não exclusivamente, pois destacaria também os trabalhos de sociólogos e comunicólogos) a ambientes de redes telemáticas tem sido, em seu curto período de existência, as interações sociais e o desenvolvimento de comunidades virtuais (vide p. ex.: Aranha Filho,1996; Carneiro Da Silva,1997; Cardoso,1996 e Ribeiro,1995). Reproduzindo a tradição de estudos em comunidades periféricas, que gradativamente se desloca das margens para o centro (ou seja, se aproxima da própria sociedade do antropólogo), as pesquisas voltadas ao ciberespaço ( 6 ) parecem privilegiar o paradigma comunicacional já bastante recorrente. Contudo, ao cruzarmos tal abordagem ao interesse deste projeto de pesquisa transparece a barreira imposta pela presença marcante das máquinas (computadores, software, protocolos de comunicação etc.) neste novo ambiente de sociabilidade. Creio que com isso não deveríamos simplesmente assumir que as máquinas se comunicam "conosco", apelando à uma estratégia antropomórfica, conforme apresentado em Lupton (1995) Lupton e Noble (1997). Estes autores, preocupados com os relacionamentos entre humanos e artefatos tecnológicos, apresentam uma pesquisa que tem como resultado diversas estratégias pessoais de para se "desumanizar" os cumputadores. Sua análise pretende esclarecer como pessoas concebem e interagem com seus computadores via uma perspectiva animista, por mais que o tentem negar. Ao mesmo tempo que os entrevistados recusam assumir seus PC’s como "metaforicamente" humanos, apresentam vários depoimentos que reforçam a idéia de que as relações subentendem propriedades humanas nas máquinas. Seria inevitável atribuir emoções, poder de ação, etc. a objetos como os computadores (carros etc.), pois esta seria uma maneira inevitável de apreensão e atribuição de sentido para o "mundo real". Ou seja, o antropomorfismo é a forma pela qual seres humanos lidam com não-humanos. Como conclusão, os autores afirmam que "(...) o antropomorfismo e outras técnicas para humanizar e domesticar tecnologias, como meios de apropriação, as tronam menos assustadoras e misteriosas, representam uma tentativa de exercer controle simbólico sobre objetos estranhos e os tornam compreensíveis por estabelecê-los como mais ‘parecidos conosco’"(Lupton & Noble;1997). O peso desta conclusão parece ser enorme. Uma espécie de "ponto de fuga" comum a estes tipos de estudos, e também para os projetistas de software, que tem como objetivo a chamada "interface amigável", onde o ponto alto é a reprodução e reconhecimento da voz humana como meio de efetuar as operações complexas e "assustadoras" destas tão estranhas máquinas ( 7 ). Esta análise parece representar o tipo de questão levantada por este projeto. Os computadores são apresentados como destituídos de características que lhes são intrínsecas. Ora, não podemos excluir seu potencial de verdadeiros interlocutores, pois assim, novamente os colocamos à margem, insistindo em seu caráter "objetivo", pois, precisam ser domesticados por meio de estratégias de "controle simbólico". Também não podemos privá-los de suas razões próprias de ser, dadas pela forma como são concebidos possuindo teclados, monitores, drives e cpu. Reduzir seu caráter humano à forma metafórica como são tratados, pois, parecem fazer saudações aos seus usuários por meio do bip que se escuta ao ligá-los, é subestimar a extensa rede de humanos e não-humanos que os constituem. É (re)produzir a cisão entre suas supostas "naturalidade objetiva-racional" e "culturalidade subjetiva-apaixonada" como essência, estimular o estranhamento.

O que se observa são duas possibilidades de tratamento dado a este tipo de relação mediada por máquinas no que se refere às redes de computadores. Estudar "a" rede ou "na" rede. Quanto às "aldeias", tradicionais aos antropólogos, estes casos já foram pensados por Geertz (1994). Este autor conclui que o antropólogo estuda "nas aldeias", enfatizando que o estudo não se resumiria à materialidade ou especificidade explícita do objeto, mas, antes de tudo, focaliza os constructos simbólicos subjacentes à dinâmica social, ou "redes de significados", sendo estes, portanto, comuns à qualquer vida humana em sociedade.

A primeira alternativa, estudar apenas "a" rede, implicaria do ponto de vista da antropologia, um objeto nada usual, ou até não razoável. Mergulharíamos numa torrente de elementos técnicos como: modems, cabos, chips, rotinas de programação etc. Por outro lado, abraçar a idéia de estudar apenas "na" rede implicaria certamente, para as ciências sociais, acrescentar novas possibilidades de "ruído" à empreitada antropológica além de, neste caso específico, retornarmos ao modelo das trocas simbólicas como apresentado por Geertz. Criaríamos com isso, várias problemáticas paralelas que concorreriam com as já tradicionais à pesquisa etnográfica referentes interação de corpos e subjetividades (traço que faz os defensores de uma abordagem etnográfica mais tradicional, que a tomam, desta forma, como central e mesmo constitutiva da viabilidade de uma antropologia - o "diário de campo" ou o mito do "antropólogo e sua tribo", destilarem múltiplas críticas parcialmente pertinentes). O que parece exigir uma abordagem plural em nada obriga a isso, e o que vemos é uma atitude em grande parte tradicionalista, largamente ocasionada pela necessidade de aceitação perante cânones disciplinares. Parece que este impasse poderia ser amenizado se tentássemos estudar n(a) rede, simultaneamente. Ao visualizarmos uma análise associativa de sua operacionalidade comunicativa e daquilo que nos apresenta como conteúdo técnico, logo de início, antropólogos são levados a perceber o local de destaque da tecnologia em confluência com seus aspectos humanos (em demasia "humanos"). Ou melhor ainda, tomar o problema das CMC antes mesmo das contribuições destas duas vertentes de análise (a tecnicista e a humanista), tomar o problema como um "quase-objeto" de pesquisa, numa tentativa de negar, ou melhor, negligenciar a forma como se concebe o foco analítico de tais alternativas excludentes.

Entretanto, nossa pesquisa não tem a pretensão de testar esta hipótese numa "pesquisa de campo" a partir destes moldes idealizados. Após diversas tentativas exploratórias quanto a uma pesquisa mais propriamente etnográfica concluímos por efetuar uma estratégia diferente para este projeto. Trata-se de adotar uma perspectiva de maior duração desmembrando estas expectativas iniciais delineadas, e conforme também apresento em "A Sócio-Lógica dos Pc’s" (Ribeiro,1998), para um trajeto a ser percorrido no decorrer de minha formação como antropólogo. Desta forma optamos por fazer da dissertação um momento de análise crítica da bibliografia temática, assim como um ajuste mais fino das questões que me moveram a escolha do tema. Nossa tarefa será verificar, numa ampla gama de trabalhos (que buscam elementos para discussão no estudo de sociabilidades no ciberespaço, juntamente a outros que, de maneira mais genérica tem a informática como foco) o tratamento dado à questão apresentada pela cisão natureza/cultura na busca de leituras alternativas. Conforme apresento neste projeto, apesar do viés de uma análise de textos, não há o intuito de abrirmos mão da perspectiva etnográfica. Esta, que, a princípio, irá fundamentar-se na memória do pesquisador, enquanto um integrante do universo estudado, e em materiais diversos recolhidos no decorrer da pesquisa.

 

3. Ciência e Técnica X Humanos e Humanidades

Uma recorrente maneira de tratar sociologicamente a ciência e a tecnologia é não relacionar as suas práticas cotidianas (seus ritos constitutivos) com a obtenção de seus resultados (Latour e Woolgar,1986). Conferindo-se-lhes o status de "fatos concretos", objetivamente dados no "real" (ao cientista caberia apenas "descobrir" e não "criar" a realidade que manipula habilmente no laboratório) os "fatos" científicos não são tomados como problemáticos ( 8 ). Como nos é costumeiro em antropologia, concentramo-nos no pólo "cultura" (que tem em seu outro extremo a "natureza", o fato essencializado) e, assim, nos "jogos de poder", relações interpessoais e comunicativas (metáforas e representações) travadas pelos atores em questão, negligenciando a ação dos objetos relevantes na construção destes "fatos sociais" que pretendemos esclarecer, que consistem justamente nos resultados de relações humanas mediadas por máquinas, ou melhor, de interações entre homens e computadores.

No que diz respeito diretamente às dicotomias que destacamos, grosso modo, estas se instalam no discurso científico com a ‘modernidade’ e a chamada Ciência Moderna. Temos de um lado as soft-sciences que tratam de fenômenos flexíveis, frágeis, dificilmente "objetificáveis" (pois, estamos falando de seres humanos como nós, que vivem, pensam e se emocionam). De outro lado as "coisas" são seu oposto, são manipuláveis, podem ser usadas para fins de, ou em proveito de algo. Os objetos, das hard-sciences, são destituídos daquelas paixões, são apenas funcionais, modelados pragmaticamente e, mais obviamente, completamente diferentes de nós, humanos. Assim, nossa dicotomia foi desenhada: "humanos" (frágeis, apaixonados e imprevisíveis) / "não-humanos" (técnicas-objetos-coisas, livres de todas estas características do item anterior). O que pretendemos é exatamente não reproduzir de maneira acrítica esta divisão, concentrando-nos nas mediações possíveis entre estes que são tomados como pólos do conhecimento.

Seguindo o caminho aberto por Latour (1994), a alternativa seria explorar as possibilidades que surgem ao compreendermos as máquinas como "quase-objetos", ou "redes de atores" (actor-network). Estas se referem a uma tentativa de tomar fenômenos de uma maneira total (ou irreducionista, nas palavras de Latour), sublinhando as inúmeras conexões de ordens diversas que os constituem. Cabe aqui uma nota para diferenciarmos conceitualmente as "redes de computadores" (net ou web) das "redes de atores". As primeiras são formadas sob uma ideologia da instantaneidade, da superação de barreiras espaço-temporais. São uma atualização do princípio de totalidade que nega as suas partes constitutivas privilegiando o contato, mediado pela máquina, enquanto objeto fechado em si mesmo na sua própria funcionalidade ( 9 ), entre extremos que jamais são "de fato" compatíveis. As "redes de atores" primam pelo inverso. Supõem a necessidade de múltiplos atores associados para tais conexões, enquanto uma via para a compreensão de extremos que jamais foram "de fato" incompatíveis, ou mesmo extremos. Bruno Latour se refere a esta distinção evocando uma "antiga acepção da palavra rede" e a atual aplicada para a rede técnica do "duplo clique", a web:

"What is the difference between the older and the new usage? Network at the time clearly meant a series of transformations -translations, transductions-; now, on the contrary, it clearly means a transport without deformation, an instantaneous, unmediated access to every piece of information. That is exactly the opposite of what we meant. The double click has killed the last bit of critical edge left in the notion of network. I don't think we should use it anymore". (LATOUR, 1997b) Nossa tarefa é buscar superar a estreita perspectiva que insiste em mantê-los (homens e computadores) isolados neste ou naquele domínio segundo os preceitos tradicionais das disciplinas que a eles se voltam e arrogam direitos e preeminências explicativas. Assinalando que natureza X cultura, ou ciências exatas X ciências humanas já não podem mais, isoladas, dar conta da compreensão destes fenômenos ( 10 ), destes "quase-objetos", que, em sua existência, operam sempre de maneira associativa, constituindo "coletivos" formados pelo que convencionalmente chamamos de fatos ou fenômenos políticos, sociais, históricos, técnicos e científicos.

 

 
4. Um Depoimento Nativo:
Unindo "Socius" à "Lógica" dos Computadores

Certo dia, por volta da meia-noite, liguei meu computador, logo após acionar o estabilizador de voltagem que fica debaixo da mesa. Estava pretendendo navegar na Internet. Como de costume, após o boot, foi carregado um programa antivírus (precisamos tomar cuidado com contaminações...), e ao ter o controle do sistema cliquei duas vezes o mouse apontado para o ícone do dial-up networking. Digitei minha senha, teclei enter, e aguardei o tom de discagem. Um ruído estranho e intenso veio dos microfones do kit multimídia. Cancelei a operação e tentei outra vez, outra vez e outra vez. Lembrei da empresa telefônica e da sua promessa, no início de 1997, de transformar minha central telefônica de analógica para digital. Esta maravilhosa tecnologia já existe há muito tempo, mas ainda não foi inteiramente implantada em minha cidade, devido às políticas governamentais e remanejamentos de verbas. Um dia, tenho fé, ainda serei agraciado por esta benção.

Após quinze minutos de tentativas consegui ler a mensagem: login on network. Viva! Como também costumo fazer, antes de ativar o browser, verifiquei por novas mensagens em minha mail box. Acabava de receber uma ótima notícia do meu provedor de acesso:

Prezado Cliente,

Informamos que as linhas do novo número de acesso já utilizam modems digitais de 56K, padrão K56flex.

Agora, todos os usuários que possuírem um modem compatível com o existente em nosso provedor, utilizando uma linha digital, poderão desfrutar de uma conexão mais rápida e segura.

Sobre as tecnologias utilizadas nos modems de 56K:

Existem duas tecnologias utilizadas nos modems de 56K: A X2, desenvolvida pela US Robotics, e a k56flex, desenvolvida por um consórcio entre a Rockwell, Motorola e a Lucent. Ambas tentam ser homologadas para se tornar o padrão do mercado. Nossos modems utilizam a segunda tecnologia, com a garantia do fabricante que, se o padrão de mercado vier a ser o X2, os modems serão convertidos para tal (não inclui a base instalada nos usuários).

Para se conseguir uma conexão a 56K:

Somente o usuário que possuir um modem padrão K56flex poderá usufruir da nova tecnologia de nosso provedor. Os demais usuários também conseguirão suas conexões nesses modems, com a diferença que no máximo chegarão à velocidade de conexão de 33.600 bps.

Mas apenas possuir um modem padrão K56flex não é garantia de uma conexão que utilizará tal tecnologia. Outro requisito básico é que a linha telefônica utilizada seja ligada a uma central digital da teleoperadora local (Telerj). A Telerj já possui várias centrais telefônicas digitais espalhadas pela cidade do Rio. Em caso de dúvida sobre se a linha é ou não ligada a uma central digital, tais linhas podem ser identificadas pelo fato de possibilitarem a discagem em modo tom (ou tone, em inglês). Se a linha funciona com este tipo de discagem é porque está ligada a uma central digital.

Caso todos os requisitos estejam satisfeitos, é possível se estabelecer uma conexão a 56K utilizando a tecnologia K56flex (é bom lembrar que estes requisitos também são necessários no caso de modems com tecnologia X2).

Também é válido lembrar que o usuário que utilizar a tecnologia K56flex estará recebendo dados vindos da Internet a 56K e transmitindo dados no máximo a 33.6K. Esta é uma limitação das tecnologias K56flex e X2. Mas isto não é um fato considerável, pois estatisticamente o usuário recebe muito mais dados do que envia pelo seu modem.

Atenciosamente,

Divisão Internet

Provedor X Ltda.

Quantas possibilidades e códigos, quantos mistérios! E pior, ainda não é dessa vez que meu "sonho digital" se realiza...
*

Olhando para esta enigmática carta eletrônica como "sociólogos puros" poderíamos assinalar alternativas de análise. Para este profissionais são nítidas as variáveis envolvidas. Temos mais obviamente determinações de classe social, pois nosso personagem nativo estaria resumido a um poder de compra que limita os recursos técnicos de que pode dispor, visto estarem indissociavelmente envolvidas aqui, situações de mercado e fetiche que circundam a produção de novas tecnologias. Políticas públicas que limitam a implantação de modernizações - as centrais digitais por exemplo - numa empresa telefônica administrada pelo monopólio do governo, e as discussões ideológicas em torno das vantagens e desvantagens de sua privatização que daí emergem. Neste mesmo plano de análise temos as disputas jurídicas de patentes e padronizações entre a US Robotics e o consórcio das industrias Rockwell, Motorola e Lucent. Isto envolve prestígios, legitimidade, valores em jogo nos tribunais americanos e suas implicações num mercado mundial, onde são impostos padrões americanos, e com isso um certo way of life transnacional típico. Esta transnacionalidade expressa talvez um objeto máximo para os "sociólogos puros" deliberarem sobre as relações humanas que determinam e envolvem os contextos de utilização e produção destas tecnologias globalizantes. Estas informações interessam apenas na medida em que aludem de alguma maneira ao ambiente cibernético (a net) meio por onde atores sociais interagem e criam comunidades virtuais em seus jogos políticos e discursivos ( 11 ).

Note-se que há um resíduo que estes tais "sociólogos puros" não ousariam tocar. Um certo padrão "K56flex" e outro "X2" de modems, algo sobre limitações deste padrão em enviar a 56k e receber apenas em 33.6k. Junto a isso uma estatística puramente técnica, envolvendo dados matemáticos e eletrônicos, sobre a irrelevância desta limitação, afinal, "foi comprovado que recebemos mais que enviamos dados". Tudo isso não nos diria respeito desta forma, apenas a técnicos e cientistas que habitam o outro lado dos vastíssimos conhecimentos humanos, as ciências exatas.

Para uma antropologia da "sócio-lógica dos computadores", contudo, estas informações sobre "não-humanos" devem ser relevantes. Se compreendermos os modems como objetos (apenas), dificilmente poderíamos levar a cabo uma sociologia sobre estes artefatos, onde o tema da velocidade não seria mais que um dado técnico ou aspirações nativas das tribos eletrônicas que urgem pela chamada "comunicação em tempo real". Entretanto, a velocidade de processamento, a comunicação de dados etc. são chaves fundamentais para a compreensão dos nossos computadores atuais. Tanto quanto para o desenvolvimento do homem, que agora pode viver compressões espaço-temporais em seu mundo, supostamente cada vez mais de fato, "encolhido" e "globalizado" ( 12 ).

[Propaganda da revista de informática "Info Exame", Agosto de 98.
O mundo é representado como contido em um mouse, agora ele estaria ao alcance de um clique.]

Ao voltarmos nossos olhos para a história dos computadores, geralmente encontramos uma cadeia evolutiva de crescente complexificação e aumento da capacidade de manipular cálculos ( 13 ). Uma linha que simula a inevitabilidade do fim da cadeia onde temos nossos "supercomputadores" caseiros capazes de gerar gráficos, som e informações mais e mais rebuscadas. Evolução que a antropologia pôde recusar enquanto estratégia explicativa apenas para os humanos, não para suas máquinas. Mas, se observarmos as relações estreitas mantidas entre estas e seus humanos criadores e usuários, o quadro não promete ser tão simples assim.

Pondo nossas mãos sobre o teclado estamos tocando também numa gigantesca cadeia de humanos que vêm soldados nestes objetos tecnológicos. Um coletivo enorme de profissionais da área médica (ortopedia, oftalmologia), matemáticos, físicos, técnicos de computação, hackers, peritos em eletrônica, comerciantes, contrabandistas, funcionários da companhia elétrica, da companhia telefônica etc. Por sua vez, a cada um destes também devemos agregar outros que constituem novas cadeias de humanos e não-humanos que lhes são mais próximos como impressoras, empregadores, chips de memória, controles de qualidade, cabos paralelos e seriais, autoridades políticas governamentais e não governamentais, microfones, placas de vídeo, rotinas de programação, consumidores etc. Estes objetos são inseparáveis destes humanos que os constituem e, que, por sua vez, também lhes são constantemente cúmplices.

1 Cabe lembrar aqui que tal crítica já havia sido apresentada anteriormente por David Bloor (1991 [1976]). Seu "princípio de simetria" fundamenta-se grosso modo na exigência de uma rigorosa postura ética, onde a vigilância recai principalmente sobre a escolha dos critérios capazes de aferir relevância e validade a algum estudo científico. O campo científico, tomado como um território de lutas por hegemonias explicativas, precisaria de um tratamento que não privilegiasse apenas as "forças" mais bem sucedidas, e sim, uma análise ampla, capaz de contemplar as múltiplas partes do litígio de maneira simétrica. Latour irá se apropriar disso dando um novo tratamento à questão como veremos.

2 Tal crítica é largamente devedora da produção recente conhecida como "Science, Technology Studies" (STS). Vários são os núcleos temáticos destes estudos, mas podemos destacar, no que concerne mais propriamente ao nosso objetivo, a crítica à estes tipos de cisões como natureza/ cultura, ciência/ técnica, verdade/ erro, magia/ ciência etc. Esses estudos propõem que antes de tomar como dadas ou embrenhar-se em elucubrações quanto às especificidades de tais domínios seria preferível trabalhar com grupos de casos empíricos e traçar assim o caminho inverso (do todo às partes). Ou seja, de tais casos paradigmáticos à possíveis compreensões contextuais do que venham a ser tais domínios isolados e seus papéis na dinâmica estudada (Pinch et al.,1987).

3 São os "fenômenos naturais" e os "artifícios técnicos" ou "objetos" que domesticam e encerram tais fenômenos a serviço de funcionalidades específicas, desta forma recriando o mundo, o real. A informática vive atualmente de maneira mais dramática este desafio em suas pesquisas sobre Realidade Virtual (VR), onde se pretende recriar o espaço e simular situações específicas, e a Inteligência Artificial (AI), que tem como meta recriar a mente humana.

4 É bastante comum verificar estes pressupostos em diversos estudos sociais da ciência e tecnologia, onde impera a tradição dos estudos de impacto social, transmitindo a idéia de externalidade do fenômeno tecno-científico ao tecido social.

5 No que se refere à ciência como (re)produtora da diferença e sua compreensão de maneira naturalizada ou essencializada ver Lima e Goldman (1998), sobre a Antropologia, Thomas (1991) sobre a Etnografia, Said (1990) em seu estudo sobre o Orientalismo, e Latour (1994) quanto à Neuroendocrinologia.

6 Este termo, atualmente bastante difundido pela imprensa, tem sido compreendido como sinônimo de "Internet" (a rede mundial de computadores [www] estabelecida por um protocolo comum de comunicação de dados, capaz de sustentar um ambiente de compatibilidade para a maioria dos computadores existentes). A origem do termo é devida ao romance "Neuromancer" do escritor canadense Willian Gibson em 1984. Tal concepção geral parece um tanto redutora do alcance do conceito. Autores recentes se propõe a defini-lo de diferentes formas e apresentado vários desdobramentos com destaque à "cibercultura", que se refere a um modus operandi nestes contextos, à compreensão deste "espaço" como o palco da emergência de outras formas de sociabilidade (Lévy,1997 e Escobar,1994).

7 A interface gráfica para o sistema operacional (OS) dos computadores pessoais, conhecida como Windows, representou um grande avanço nesta tarefa. Gráficos auto-explicativos e operações supostamente "intuitivas", substituíram os complexos comandos textuais do antigo Sistema Operacional de Disquetes (DOS) para o usuário final de algum sistema computacional. Nas linguagens de programação também se expressa esta dicotomia, onde há as de "baixo nível", mais próximas ao código binário (0 & 1) operado pelos processadores, e as de "alto nível", que aproximam-se da linguagem real dos humanos (no caso o inglês).

8 Este ponto é tomado aqui de maneira sintética, doutra forma seria preciso discernir os diversos "trabalhos de purificação" oriundos do modo científico de sua produção enquanto "fatos" exaustivamente apresentados em Latour & Woolgar (1986) e Latour (1996a e b).

9 Também chamados pela bibliografia de STS de "caixas pretas". Um artifício vedado à penetração crítica, pois purificado, destilado da rede de relações sociais que o constitui ele apenas "funciona" pragmaticamente.

10 Vários acontecimentos recentes nos sugerem estas continuidades cada vez mais visíveis. Podemos destacar, em outros âmbitos das ciências, mais recentemente, a pílula "Viagra" que associa o "GMP cíclico" (substância que anula o efeito natural de uma enzima, a fosfodiesterase 5 (PDE), causadora da flacidez do pênis após o orgasmo) a novas revoluções sexuais, profundos problemas éticos, cifras bilionárias no mercado mundial de medicamentos e decisões políticas do Ministério da Saúde quanto à sua regulamentação no território nacional e as implicações disto.

11 Quanto a esta abordagem ver Ribeiro (1995).

12 Uma ideologia corrente na atualidade é a "redução do mundo", a eliminação de limites temporais e especiais com a rede mundial de computadores. Para uma visão evolutiva e amplamente acatadora destas chamadas "novas perplexidades" ver, por exemplo, Dreifuss (1996).

13 Para uma crítica ao evolucionismo linear das técnicas em informática ver Lévy (1996).

 

 

5. Plano de Trabalho

Como proposta de trabalho para o que venho chamando de uma "sócio-lógica dos computadores" pretendo fundamentar-me numa bibliografia que contemple diversas abordagens à informática. Grande parte desta se encontra disponível apenas eletronicamente e representa estudos recentes, em sua maioria apresentando abordagens experimentais. A perspectiva destes trabalhos de forma alguma se resume à antropológica, sendo considerável o número de estudos de comunicação, sociologia, filosofia e tantos outros que não se enquadrariam nos moldes acadêmicos tradicionais. Seria interessante considerar que tal quadro reflete largamente o estilo próprio à dinâmica de web. Uma cibercultura, inspirada na pluralidade, simultaneidade e interatividade que lhe são peculiares (ao menos em princípio), estabelecendo sua vocação para a construção de saberes coletivos.

Oportunamente partiremos do emprego de:

 
6. Levantamento Bibliográfico Preliminar
Aranha Filho, Jayme. "Tribos Eletrôncas: Metáforas do Social", In: Comunicação e Política, n.s., V.3, n.1, [64-74], 1996.

Breton, Philippe. História da Informática, Unesp, São Paulo, 1991.

Brockman, John. Digerati. Encontros com a elite digital, Campus, Rio de Janeiro, 1997.

Cardoso, Cláudio. "Vínculo e Compromisso Social no Cyberespaço", In: Comunicação e Política, n.s., V.3, n.1, [76-93], 1996.

Carneiro da Silva, Ana Maria A. "CANAIS DE IRC: Exemplos de tribos urbanas?", apresentado ao exame de seleção do PPGAS-UFSC, 1997. <https://members.tripod.com/~Asdrub/anamaria.htm>

Daiziei, James. "The Aparent Convergence of Humans and Computers". <http://www.december.com/cmc/mag/> (1995).

Evans-Pritchard, Edward E. Antropologia Social da Religião, Col. Contribuições em antropologia, história e sociologia, Ed. Campus, Rio de Janeiro, 1978.

Ferguson, Charles H. & Morris, Charles R. A Guerra dos Computadores: As batalhas pela liderança da tecnologia da informação, Ediouro, Rio de Janeiro, 1994.

Gates, Bill. A Estrada do Futuro, Comp. das Letras, São Paulo, 1995.

Guimarães, Gabriela Machado. "Relações Virtuais: A Aurora De Um Novo Pensar". Trabalho apresentado no GT19 Novos mapas culturais: Cyber espaço e tecnologias da virtualidade", da XXI reunião da Associação brasileira de antropologia. Vitória, 1998.
<http://www.cfh.ufsc.br/~ciber/rba_guimaraes.html>

Guimarães Jr., Mário J.L. "A Cibercultura e o Surgimento de Novas Formas de Sociabilidade", Trabalho apresentado no GT Nuevos mapas culturales: Cyber espacio y tecnologia de la virtualidad", na II Reunión de Antropologia del Mercosur, Piriápolis, Uruguai. 1997. <http://www.cfh.ufsc.br/~guima/ciber.html>

Grosso, Michael, "Technology as a Psychic Phenomenon", <http://www.december.com/cmc/mag/1997/apr/grosso.html> (April, 1997).

Hamman, Robin B. Cyborgasms: Cybersex Amongst Multiple-Selves and Cyborgs in the Narrow-Bandwidth Space of America Online Chat Rooms, MA Dissertation, Department of Sociology, University of Essex, Colchester, UK. 30 September, 1996. <http://www.socio.demon.co.uk/> (1998)

Hayles, Katherine. "The Materiality of Informatics", Configurations 1.1 (1993) 147-170. <http://www.press.jhu.edu/journals/configurations/>.

Herz, J. C. Surfando na Internet: Uma aventura on-line, Domínio Público, Rio de Janeiro, 1996.

His, Alain (org.). Multimédia et Communication à Usage Humain, Fondation Charles Léopold Mayer, Paris, 1996.

Kidder, Tracy. A Alma da Nova Máquina, Digibrás/Melhoramentos, São Paulo, 1982 [1981].

Langham, D. "The common place Moo: orality and literacy in virtual reality", in Computer-Mediated Communication Magazine, 1(3):7, July1, 1994. <http://www.rpi.edu>

Lemos, André L.M. "As Estruturas Antropológicas do Cyberespaço" <http://www.facom.ufba.br/pesq/cyber/lemos/estrcy1.html> 1997.

Levinson, Jay Conrad e Rubin, Charles. Marketing de Guerrilha Online: Como ganhar dinheiro na Internet, Ed. Best Seller, São Paulo, 1997.

Manta, André e SENA, Luiz H. "As Afinidades Virtuais: a sociabilidade no Videopapo." <http://www.facom.ufba.br/pesq/cyber /videopap.html> 1997.

Mizrach, Steve, "Techgnosis, Infomysticism, and the War Against Entropy", <http://www.december.com/cmc/mag/1997/apr/> (April, 1997).

Negroponte, Nicholas. Vida Digital, Comp. das Letras, São Paulo, 1995.

Pereira, Vanessa. "A Rede da Rede". Trabalho apresentado no GT19 Novos mapas culturais: Cyber espaço e tecnologias da virtualidade", da XXI reunião da Associação brasileira de antropologia.Vitória, 1998. <http://www.cfh.ufsc.br/~ciber/rba_pereira.html>

Rawlins, Gregory J. E., Slaves of the Machine: The quickenning of computer technology, MIT Press, Cambridge, Massachusetts, 1997.

Reid, E. M. (1991). Electropolis: communication and community on Internet Relay Chat, bachelor thesis, Dept. History, Univ. Melbourne, Australia. <gopher://wiretap.spies.com:70/00/Library/Cyber/eletrop.txt>

Rheingold, Howard. A Comunidade Virtual, Gradiva, Lisboa, 1996 [1993].

Rheingold, Howard. "A slice of my life in my virtual Community". <http://math.sunsysb.edu/big~dummys/bdgtti-1.04_20.html#SEC210>

Ribeiro, Gustavo Lins. "Bodies and Culture in the Cyberage: A Review Essay": In: Série Antropologia, n. 217, Universidade de Brasília. 1996.

Sannicolas, Nikki. "Erving Goffman, Dramaturgy, and On-Line Relationships", versão eletrônica em: Cybersociology Magazine, September 1997.

Sculley, John e Byrne, John A. Odisséia: Da Pepsi à Apple, uma viagem através da aventura, das idéias e do futuro, Ed. Best Seller, São Paulo, 1988.

Szmrecsányi, Tamás (org.). A Informática e a Nova República – Lei de Informática discutida por Edson Fregni, Ed. Hucitec, São Paulo, 1986.

 
 
7. Cronograma

As atividades estão previstas para duração de doze meses, a partir do início do segundo semestre de 1998, portanto, de agosto de 98 a julho de 1999.

 
Atividade
1998
1999
Ago.
Set.
Out.
Nov.
Dez.
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Mai.
Jun.
Jul.
Levantamento bibliográfico
X
X
X
X
X
Qualificação do Projeto
X
Leitura Crítica e Elaboração de Resenhas/ Relatórios
X
X
X
X
X
Escritura da Dissertação
X
X
X
X
X
X
Defesa
X
 
8. Bibliografia Citada
Aranha Filho, Jayme, 1996.

"Tribos Eletrônicas: Metáforas do Social", In: Comunicação e Política, n.s., V.3, n.1, [64-74].

Bloor, David. 1997 [1976].

Knowledge and social imagery, Univ. Chicago Press., Chicago.

Callon, Michel. 1987.

"Society in the Makinhg: The study of technology as a tool for sociological analysis", In: PINCH, Trevor J.; Bijker, Wiebe E. e Huges, Thomas Parke (eds.), 1987.

Cardoso, Cláudio. 1996.

"Vínculo e Compromisso Social no Cyberespaço", In: Comunicação e Política, n.s., V.3, n.1, [76-93].

Carneiro da Silva, Ana Maria A. 1997.

"CANAIS DE IRC: Exemplos de tribos urbanas?", apresentado ao exame de seleção do PPGAS-UFSC. <https://members.tripod.com/~Asdrub/anamaria.htm>

Dreifuss, René A. 1996.

A Época das Perplexidades. Mundialização, Globalização, Planetarização: Novos desafios, Ed. Vozes, Rio de Janeiro.

Escobar, Arturo. 1994.

"Welcome to Cyberia: Notes on the Anthropology of Cyberculture", In: Current Anthropology, v.35, n.3.

Geertz, Clifford. 1978.

A Interpretação das Culturas, Ed. Zahar, Rio de Janeiro.

Goody, Jack. 1988 [1977].

Domesticação do Pensamento Selvagem, Presença, Lisboa.

Hughes, Thomas P. 1987.

"The Evolution of Large Technological Systens", In: PINCH, Trevor J.; Bijker, Wiebe E. e Huges, Thomas Parke (eds.), 1987.

Law, John. 1987.

"Technology and Heterogeneous Engineering: The Case of Portuguese Expansion", In: PINCH, Trevor J.; Bijker, Wiebe E. e Huges, Thomas Parke (eds.), 1987.

Latour, Bruno & Steve Woolgar. 1986 [1979].

Laboratory Life: The Construction of Scientific Facts, Princeton, New Jersey.

Latour, Bruno. 1994 [1991].

Jamais Fomos Modernos: Ensaio de Antropologia Simétrica, Editora 34, Rio de Janeiro.

Latour, Bruno. 1996a [1989].

"Pasteur e Pouchet: heterogênese da história das ciências", In: Serres, Michel (org.) 1996.

Latour, Bruno. 1996b [1989].

"Joliot: a história e a física misturadas", In: Serres, Michel (org.) 1996.

Latour, Bruno. 1997a.

"On actor-network theory: A few clarifications", Página Eletrônica do Centre for Social Theory and Technology (CSTT), Keele University, UK.

Latour, Bruno. 1997b.

"Bruno Latour's Keynote Speech: On Recalling ANT", Actor Network and After’Workshop <!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 3.2//EN">Centre for Social Theory and Technology (CSTT), Keele University, UK, July 1997.

Lima, Tânia Stolze e Márcio Goldman. 1998.

"Como se faz um Grande Divisor?", XXIª Reunião Brasileira de Antropologia, MR: Sobre os Grandes Divisores: "Etnologia das Sociedades Indígenas" e "Etnologia das Sociedades Complexas", UFES, Vitória – ES.

Lévy, Pierre. 1997.

Cyberculture. Rapport au Conseil de L'Europe, Éditions Odile Jacob/ Éditions du Conseil de L'Europe, Paris.

Lévy, Pierre. 1996 [1989].

"A Invenção do Computador", In: Serres, Michel (org.) 1996.

Lévy, Pierre. 1996 [1995].

O Que é o Virtual, Editora 34, Rio de Janeiro.

Lupton, Deborah. 1995. "The Embodied Computer/User", In: Featherstone, Mike & Roger Burrows. Cyberspace, Cyberbodie, Cyberpunk. Cultures of Technological Embodiment, London, Sage Publications, [97-112].

Lupton, Deborah e Gerg NOBLE. 1997. "Just a Machine? Dehumanizing Strategies in Personal Computer Use", In: Body & Society, SAGE (London, Thousand Oaks New Dehi), Vol. 3(2), [83-101].

Mumford, Lewis. 1984.

"A Primeira Megamáquina", In: Diógenes, nº 6, janeiro-junho 1984.

Pinch, Trevor J.; Bijker, Wiebe E. e Huges, Thomas Parke (eds.). 1987.

The Social Construction of Technological Systems: New directions in sociology and history of technology, MIT Press, Cambridge.

Ribeiro, Eduardo B. 1998.

"A Sócio-Lógica dos PC's: Para Uma Antropologia com Cabos, Chips e Outras 'Coisas' ", apresentado na XXI Reunião Da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), UFES - Vitória, ES, Brasil, 05-09 de abril. <https://members.tripod.com/~Asdrub>

Ribeiro, Gustavo Lins.1995.

"Internet e a Emergência da Comunidade Imaginada Transnacional". Brasília: Departamento de Antropologia, UnB, (Série Antropologia n.198).

Said, Edward W. 1990.

Orientalismo: O oriente como invenção do ocidente, Companhia das Letras, São Paulo.

Serres, Michel (org.) 1996 [1989].

Elementos para uma História das Ciências III. De Pasteur ao Computador, Ed. Terramar, Lisboa.

Thomas, Nicholas. 1991.

"Against Ethnography", In: Cultural Anthropology, v.6, n.3, [306-321].


FastCounter by LinkExchange