Teresa Salgueiro, a voz do MadreDeus...

Teresa Salgueiro: a voz da alma de muitos de nós...

Há muito o que se dizer e poucos modos de se expressar quando se trata de descrever o talento de Teresa Salgueiro. Sua imagem e a do MadreDeus fundiram-se de tal modo que os três últimos álbuns do grupo apresentam, na capa, a imagem de Teresa como ícone desta música sem rótulos, beatífica e pacificadora. Mas o que mais encanta em Teresa, além da sublime voz, é, sem dúvida, a forma como, mesmo interpretando apaixonadamente cada canção, ela mantém-se a serviço do grupo. Jamais se viu em Teresa, nas apresentações em diversas partes do mundo, nenhuma demonstração de afetação ou soberba. Ela guarda ainda hoje o mesmo ritual de sempre: recolher-se na penumbra do palco para que a música sobressaia à sua imagem de vocalista do grupo. A voz maravilhosa de Teresa, na verdade, é tratada em cada composição como mais um instrumento do quinteto. Sim, ela está ali, apaixonada, mas contida em sua posição de porta-voz da alma nossa.

Teresa SalgueiroTalvez este seja o motivo pelo qual, em diversas partes do mundo, Teresa tenha se tornado objeto de culto. Todos dela falam com reverência e carinho. Mais que isto, o perfeito casamento entre a música do MadreDeus e a voz de Teresa, além da própria postura humilde da artista, colocaram-na ao lado, em nosso imaginário, das grandes intérpretes da música universal. Teresa já foi apontada, por diversas vezes, como a herdeira de Amália Rodrigues, a estrela maior do fado lisboeta, e suas interpretações remetem-nos aos arrebatamentos vocais de uma Edith Piaf, à sinceridade de uma Cesária Évora e à emoção transbordante de uma Elis Regina... mas Teresa difere de todas estas grandes artistas por ser a porta-voz de um mundo de paz, harmônico e indissoluto, que envolve a música do MadreDeus. Teresa é visceral, sincera, arrebatada e emocionada, mas as emoções que canta são a saudade calma, a melancolia quieta e a comoção interior vindas do amor mais puro. São emoções que requerem um outro tipo de interpretação, diverso do que estamos acostumados a ver no cenário pop atual... O MadreDeus resgata, talvez, a tradição européia medieval dos grupos de jograis, e neste contexto Teresa assume o papel de arauto das idéias do grupo. É por intermédio de sua belíssima voz que o Madredeus tem emocionado a todo o mundo, e sua música mudado a vida de tantos. Talvez alguns questionem sobre o que pode fazer uma canção na vida de alguém... bem, em se tratando da música do MadreDeus, muito. Não poucas foram as pessoas das quais ouvi que o MadreDeus parecia estar lhe transmitindo certos "recados" através desta ou daquela canção.

Sim, sempre há algo de novo, instigante, na música do MadreDeus. Talvez seja este novo olhar para o mundo, um olhar antigo que nos remete ao interior de cada um, talvez seja a voz de Teresa que nos faça ficar mais próximos de nossas próprias almas... não sei... Sei apenas que ali está a voz de nossa alma, ressoando por dentro em busca de uma forma de nos dizer algo sobre nós mesmos, e que esta voz encontra na voz de Teresa Salgueiro eco para nossas próprias emoções.

Teresa à serviço da música...

"Sua presença em frente às câmeras foi similar às suas aparições em concertos: ela estava lá pelo filme, não por ela mesma, como quando nas apresentações do MadreDeus, em que se sente que Teresa não está lá para atrair atenção para si mesma, mas para servir à música e ao grupo."

Wim Wenders, cineasta alemão que dirigiu Teresa Salgueiro em "Lisbon Story" ('Os céus de Lisboa')

Teresa Salgueiro em outros momentos...


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Entrevista de Teresa Salgueiro ao canal GLOBOSAT - Brasil (1998): Teresa Salgueiro fala longamente sobre o início do grupo, sobre como foi descoberta, "O Paraíso" e as mudanças em 12 anos de carreira...