RPG vem de Roler Playing Game, "jogo de interpretação de papéis". Jogar RPG significa interpretar um papel. Você finge ser outra pessoa, age como ela agiria e pensa como ela pensaria. Uma espécie de teatro, mas sem um roteiro para seguir: a história apenas vai acontecendo.
RPG é um jogo de faz de conta , um jogo
de contar histórias. A história acontece enquanto os jogadores
tomam suas decisões, vivendo seus papéis em mundos de imaginação.
Sentados a volta de uma mesa, anotando em papéis e jogando dados,
eles experimentam aventuras heróicas, viagens pitorescas, batalhas
gloriosas e perigos apavorantes. Todo mundo já "brincou" de RPG um dia.
Um exemplo disso é a famosa brincadeira de "Polícia e
Ladrão" ou "Mocinho e Bandido". A semalhança
desta brincadeira e RPG é a representação que está
por trás dela. Quando se brincava de "Polícia e Ladrão",
um fingia que era o policial e outro fingia que era o ladrão, isto
é você interpretava um dos dois. No RPG acontece mais ou menos
isso, a diferença está no fato de no RPG haver regras que
devem ser seguidas para não dar as brigas que davam quando o policial
dava um tiro no ladrão e ele não queria morrer.
No RPG cada jogador interpreta um personagem em um mundo imaginário,
controlado pelo Mestre do Jogo que é uma espécie de juiz (também
conhecido como Game Master ou Dungeon Master).
Na virada dos anos 90 o RPG começou a mostrar
a força que tinha no Brasil, apesar de já existir aqui desde
meados de 70. O número de lojas começou a crescer proporcionalmente
ao número de interessados no assunto, a imprensa passou a se mostrar
mais favorável ao jogo, destacando o aspecto criativo do jogo e teve
início a mania dos livrinhos de "Aventura Solo" (aqueles
que se acha em qualquer lugar).
Apostando nos lucros que o RPG traria, algumas empresas começaram
a comprar direito da publicação de livros estrangeiros no
Brasil, enquanto isso, um grupo de jogadores e mestres experientes do Rio
de Janeiro ia por outro caminho, investinndo no desenvolvimento do que viria
a ser o primeiro RPG brasileiro.
Isso tudo resultou na movimentação notada no final de 1991,
quando vários lançamentos importantes vieram a agitar o mercado
nacional. Durante a I Bienal Internacional de Quadrinhos do Rio de Janeiro,
o público foi apresentado ao jogo de miniaturas Aventuras Heróicas,
produzidas pela IDD Miniaturas, e também ao ótimo RPG genérico
GURPS, um jogo norte americano traduzido e publicado pela Devir.
Próximo ao Natal foi publicado Tagmar, o primeiro RPG brasileiro,
ambientado num mundo de Fantasia Medieval publicado pela GSA.
Essa iniciativa inspirou um outro grupo de jogadores (do Rio de Janeiro,
também) a produzir seu próprio RPG. Assim sendo, no Natal
de 1992 foi lançado O Desafio dos Bandeirantes, um jogo ambientado
no Brasil e logicamente inspirado na História do Brasil e na sua
mitologia, também publicado pela GSA.
O jogo de tabuleiro Hero Quest entrou no mercado em 1993, lançado
pela Estrela. A Grow não ficou atrás e lançou dois
jogos de cara, Classic Dungeon e Dragon Quest, todos voltados
para o público infantil.
Ninguém e todos. Uma partida de RPG não termina com vencedores ou perdedores. Vencer ou perder não é importante, nem competir.
Este é um jogo de cooperação. Em uma partida de RPG, temos um pequeno grupo de jogadores e um mestre. O mestre propõe um desafio e os jogadores, com seus personagens, tentam supera-lo. Na verdade eles apenas fingem que participam da aventura, ela se passa na mente, na imaginação de cada jogador.
RPG é diferente dos outros jogos que você conhece. É como assistir a um filme ou ler um gibi, mas com VOCÊ participando da história.
Sim senhor, pode esquecer o conforto e a segurança da poltrona do espectador: neste mundo de aventuras e perigos, VOCÊ deve lutar para sobreviver. VOCÊ deve decifrar os enigmas, encontrar as saídas, combater os inimigos e lutar por um final feliz.
Final? As aventuras nunca terminam...