Componentes dos Tecidos Conjuntivos
Células
fibroblastos
mastócitos
células mesenquimais indiferenciadas (adventiciais ?)
histiócitos (macrófagos fixos)
plasmócitos
adipócitos
Fibras Conjuntivas
sistema fibrilar ( colágenas e reticulares )
sistema fibrotubular ( de oxitalan, elaunínicas e elásticas)
Substância Fundamental Oticamente Amorfa
não mineralizada
mineralizada
Líquido Intersticial ( transudato e exsudato)
Fibras Colágenas
pela cocção dão origem à cola animal.
pela taninização (cortumes) dão origem ao couro.
formam o derma, tendões, fascias e aponeuroses, osso, dentina, córnea, etc...
Coram-se pela eosina e outros corantes ácidos, notadamente o azul de anilina, fast green e light green.
São compostas por feixes de fibrilas com estriações transversais de 68 nm.
Cada fibrila é composta por moléculas com 300 nm de comprimento e 1,5 nm de diâmetro, dispostas lado a lado ,com intervalos entre as moléculas de cada fileira.
Cada molécula é um polímero de tripla hélice.
São ricas em hidroxiprolina.
Captação de aminoácidos por endocitose
Formação do mRNA
Síntese ribosômica de cadeias alfa com peptídios de registro.
Hidroxilação dos resíduos de prolina e lisina ( vit... C= co-fator da prolino-hidroxilase)
Glicolisação, no REg dos resíduos de hidroxilisina
Formação das moléculas de tripla hélice do procolágeno e deslocamento para vesículas de transferência.
Agregação, no Golgi, do procolágeno nas vesículas de secreção.
Exocitose do procolágeno.
Clivagem dos peptídios de registro, o que forma o tropocolágeno.
Polimerização do tropocolágeno em fibrilas
Tipos de colágeno e sua topologia essencial
TIPO I - pele, osso, tendão, ligamentos, dentina, esclera, fáscias, cápsulas dos órgãos.
TIPO II - cartilagem hialina e elástica, notocórdio e disco intervertebral.
TIPO III- estroma dos órgãos, músculo liso, endoneuro, vasos sangüíneos e pele fetal.
TIPO IV- lâminas basais, cápsula do cristalino, e glomérulo renal.
TIPO V- lâminas externas das fibras musculares, células gliais e placenta.
Fibras reticulares
São argirófilas ( têm afinidade pelos complexos de prata amoniacal)
São constituídas de fibrilas de colágeno.
Não são identificáveis com Hematoxilina-eosina.
Coram-se em magenta pelo PAS e em negro pela prata amoniacal.
Formam as porções mais delicadas do estroma dos órgãos.
Formam redes nos tecidos hemopoéticos (tecido reticular)
Estão freqüentemente associados ao sistema mononuclear fagocitário, também chamado sistema retículo endotelial.
Fibras elásticas
Possuem um componente fibrotubular - as microfibrilas e um componente amorfo a elastina.
São elásticas, no sentido leigo do termo, pois se deformam com facilidade e tendem a retornar à forma original.
Coram-se seletivamente pela orceína de Tanzer, fucsina-resorcina de Weigert, paraldeido-fucsina de Gomori, e hematoxilina de Verhoeff.
São ricas em isodesmosina.
Podem formar lâminas elásticas ao invés de fibras.
Características da Substância Fundamental
É amorfa
Recebeu, dos antigos histologistas, o nome de "Matriz" porque consideravam-na a mãe dos elementos fibrilares. Atualmente, alguns autores americanos tentam ressuscitar o termo sem se importarem com sua etimologia.
É transparente ou translúcida
Tem consistência de um gel semi-líquido ou consistente
dependendo de sua constituição físico-química o coloide possui maior ou menor quantidade de água de solvatação
É composta de substâncias, comumente chamadas mucopolissacarídios ou modernamente , glicosaminoglicanas
Encerra também proteínas solúveis e glicoproteínas
Serve de ambiente ao trânsito do líquido intersticial
Trata-se de um coloide poli-aniônico o que explica sua afinidade pelo cálcio e pelo ferro
Representa mais de 30 % do peso do adulto
É a principal vítima dos milagrosos métodos de rápido emagrecimento.
Qual a célula secretora da substância fundamental ?
no tecido conjuntivo pp.. dito é o fibroblasto
no tecido cartilaginoso é o condroblasto ou o condrócito
no tecido ósseo é o osteoblasto
no tecido hemopoético pode ser a célula reticular fixa
na dentina é o odontoblasto
EM RESUMO: A célula é sempre a mesma que produz o colágeno.
As proteínas são sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso e os glicídios são acrescentados no aparelho de Golgi
Glicosaminoglicanas
Uma glicosaminoglicana é constituída de duas unidades dissacarídicas, uma das quais é uma hexosamina, sulfatada ou não. A outra é um ácido urônico ou a galactose
Uma cadeia de glicosaminoglicanas com ligação covalente a um núcleo de proteína constitui uma proteoglicana.
Seu caráter polianiônico lhes confere propriedades histoquímicas como a metacromasia e a captura do ferro coloidal.
Ácido hialurônico
É uma glicosaminoglicana ácida não sulfatada
Não se cora pelo método do P.A.S (ácido periódico Schiff ) porque o grupamento 1-2 glicol do glicídio está bloqueado
Sua unidade dissacarídica repetitiva é a N-acetil glicosamina + ácido glicurônico
Forma uma trama macromolecular que retém o líquido intersticial
Cora-se metacromaticamente pelos corantes básicos ou catiônicos
Proteoglicanas na substância fundamental das cartilagens
observe como os monômeros de proteoglicana se prendem ao Ac. hialurônico
repare como a estrutura deixa amplos espaços por onde flui o líquido intersticial, nutrindo o tecido.
Glicosaminoglicanas sulfatadas extracelulares
A metacromasia das glicosaminoglicanas ácidas
cada monômero de corante do grupo das thiazinas se comporta como um cationte (azul), que é atraído para os sítios do polianion.
como os sítios são próximos, os monômeros de corante ligam-se formando polímeros que absorvem a porção azul do espectro da luz branca, permeando o vermelho.
Caracterização das glicoproteínas pelo método do P.A.S.
Se a molécula glicídica for suficientemente grande para ser imobilizada pelo fixador...
o corte histológico, mesmo após a inclusão em parafina e tratamento subsequente...
pode ser oxidado pelo ácido periódico, que atuará sobre os grupamentos 1-2, glicol , transformando o glicídio em aldeído.
Os radicais aldeído, que permanecem imobilizados na lâmina, podem ser revelados em magenta, pela leucofucsina (fucsina básica descorada pelo gás sulfuroso) , conhecida como Reativo de Schiff.
PROPRIEDADES DAS GLICOSAMINOGLICANAS
Caráter polianiônico
Metacromasia
Calcificação
Retenção hídrica ( 30% do peso corporal)
importância no edema e no choque
Reserva metabólica glicídica
Reserva metabólica de Enxofre
Tamponamento
Lubrificação de massa
nas superfícies articulares
Algumas correlações histofisiológicas das Glicosaminoglicanas
Os androgênios aumentam o teor de hexosamina e a polimerização.
Crista do galo e crescimento dos órgãos genitais dos mamíferos
A hialuronidase despolimeriza e diminui a viscosidade
Ação da hialuronidase bacteriana e espermática
A tiroxina diminui a síntese dos ácidos hialurônico e condroitino- sulfúrico
Menor viscosidade no hipertireoidismo
Acúmulo de glicosaminoglicanas no mixedema
A vitamina C é essencial à síntese dos Acs. hialurônico e Condroitino- sulfúrico
Os estrogênios despolimerizam as glicosaminoglicanas sulfatadas
Dilatação da sínfise pubiana durante a gravidez
A cortisona inibe a síntese de glicosaminoglicanas
Ação anti-cicatrizante da cortisona e dos corticoides
Enzimas que atuam sobre a substância fundamental
A hialuronidase, secretada por algumas bactérias patogênicas, despolimeriza a substância fundamental, o que favorece sua disseminação.
A condromucinase, ou condromucase, extraída de algumas ervas, é usada pela medicina alternativa e indústria de cosméticos para despolimerizar a substância fundamental, e diminuir a retenção hídrica, com objetivos estéticos ou puramente comerciais.
Os principais riscos da lesão disseminada da substância fundamental estão na perda da tonicidade cutânea, e no comprometimento insidioso das propriedades físicas das válvulas cardíacas e da transparência da córnea.
Mucopolissacaridoses; doenças de armazenamento lisosômico de glicosaminoglicanas por defeito enzimático hereditário
MPS I H (Hurler) = a -L- Iduronidase
sulfato de heparan e sulfato de dermatan
MPS I S (Scheie) = a -L- Iduronidase
sulfato de heparan e sulfato de dermatan
MPS II (Hunter) = L- Iduronosulfato-sulfatase
sulfato de heparan e sulfato de dermatan
MPS III (Sanfelipo) = Heparina N-sulfatase
sulfato de heparina
MPS IV (Morquio) = N-acetilgalactosamina-6-sulfatase
sulfato de queratan e condroitino-sulfato
Líquido intersticial; produção e drenagem
O excesso da produção, a retenção exagerada ou a insuficiente drenagem do líquido intersticial causa o EDEMA
A área edemaciada pode ser pequena, circunscrita, como no caso da pápula conseqüente a uma picada de mosquito.
O edema pode ainda atingir a totalidade dos membros, tronco, ou da face, ou mesmo o corpo todo (anasarca).
Principais causas de edema
Aumento da permeabilidade vascular
quando a ação da histamina não for acompanhada da ação anti-coagulante da heparina ocorrerá a transformação do fibrinogênio transudado em fibrina.
Aumento da pressão hidrostática no capilar
aumento da pressão arterial
aumento da pressão venosa por obstrução venosa
Baixa da pressão coloido-osmótica do plasma
fome ou carência crônica de proteínas
Aumento da pressão osmótica do líquido intersticial
retenção de sódio nos tecidos
lesões renais graves
Aumento da retenção hídrica da substância fundamental
insuficiência tireoidiana
mucopolissacaridoses
Obstrução da drenagem linfática
tumores malignos
filariose
Fatores que aumentam a permeabilidade vascular nas reações inflamatórias e seus locais de origem
Histamina e serotonina
[ mastócitos, basófilos e plaquetas]
Anafilotoxinas ( C3 e C5)
[ fígado, via proteína plasmática]
Leucotrienos C, D, E
[ mastócitos, leucócitos]
Prostaglandinas
[ fosfolipídios da membrana de mastócitos]
Os medicamentos anti-inflamatórios agem, principalmente, bloqueando:
Prostaglandinas
Leucotrienos
Por meio destes mecanismos, inibem o aumento da permeabilidade, o edema, a tumefação e a dor, sinais que acompanham o processo inflamatório.
Impedem portanto o que se convencionou denominar a defesa do organismo.
Seu emprego deve ser sempre precedido de uma indicação pertinente ao caso e à oportunidade.
Membranas basais e suas lâminas
As membranas basais, vistas ao M.O.. são homogêneas e P.A.S. positivas.
Ao M.E. constitui-se de uma Lâmina densa de origem epitelial que repousa sobre a Lâmina rara
Na lâmina rara reconhecemos a lâmina lúcida e a lâmina fibro-reticular, que se continua com a trama fibrilar do conjuntivo.
A lâmina densa contém uma trama de fibras de colágeno tipo IV e glicoproteínas que funcionam como se fora uma resina de troca aniônica.
A lâmina fibro-reticular contém colágeno tipo III e algumas membranas basais possuem ainda colágeno tipo V
Outras proteínas da membrana basal são: laminina, fibronectina, entactina, nidogênio e um complexo de proteoglicana com heparansulfato
Capilares sangüíneos ordinários
nos capilares contínuos, padrão muscular, bem como em algumas vênulas, notadamente no derma e na vagina, a histamina abre as junções íntimas, o que aumenta a permeabilidade. Normalmente, o transporte se dá por difusão, transporte ativo e mecanismos seqüenciais de endocitose / exocitose, das vesículas transportadoras.
nos capilares descontínuos as fenestras podem estar guarnecidas de delgados diafragmas que se tornariam membranas filtrantes, caso tais diafragmas não resultem de meros artefatos.
as setas em vermelho representam o trajeto aberto pela histamina dos mastócitos
Capilares sinusóides
O esquema tridimensional A mostra a disposição das células do sinusóide do baço de humano.
Observe que as células endoteliais permitem a passagem até de células pelas fendas entre elas.
O esquema tridimensional B mostra a disposição das células no capilar ordinário do baço de cão.
A célula endotelial - mais uma célula endócrina
As células endoteliais apresentam inclusões eletrondensas, em forma de bastonetes - Corpos de Weibel-Palade
Verificou-se que as inclusões bastoniformes contém o fator VIII da coagulação sangüínea.
Uma proteína, denominada endotelina é produzida pelas células endoteliais.
As células endoteliais secretam uma substância peculiar, hidro-repelente, que recobre sua superfície livre e impede a coagulação intravascular, na vigência da integridade endotelial
Há indicações de que as células endoteliais estimuladas possam produzir colágeno
Angiogênese
Dentre os fatores que promovem a angiogênese no período embrionário e pós-natal temos:
a heparina, uma glicosaminoglicana
o AFGF (fator ácido de crescimento fibroblástico)
o BFGF (fator básico de crescimento fibroblástico)
o BFGT (fator beta de transformação e crescimento), (fator mesodermizante notocordal ?)
Polímeros da heparina e do hialuronan podem ter ação estimuladora ou inibidora da angiogênese.
As glicosaminoglicanas são incapazes de promover a angiogênese na ausência de cobre, com o qual formam complexos.
Os baixos teores de oxigênio estimulam a angiogênese através da atração de mastócitos e plaquetas.