TECIDOS OSTEOCONDRAIS
Prof. Dr. G.L.Santa Rosa
Virgínia Santa Rosa
Multimídia= J.Guilherme Santa Rosa
As células mesenquimais indiferenciadas originam células osteo-progenitoras ou osteocondrogênicas.
O sentido da diferenciação é dado pelos teores de oxigênio ou gás carbônico que a célula recebe.
Variedades do Tecido Cartilaginoso
Cartilagem hialina
em repouso - vias aéreas
molde endocondral - cortes de fetos
cartilagem articular - articulações
Cartilagem elástica - epiglote e pavilhão da orelha
Fibrocartilagem - disco intervertebral
Tipos de colágeno e sua topologia essencial
TIPO I - pele, osso, tendão, ligamentos, dentina, esclera, fáscias, cápsulas dos órgãos.
TIPO II - cartilagem hialina e elástica, notocórdio e disco intervertebral.
TIPO III- estroma dos órgãos, músculo liso, endoneuro, vasos sangüíneos e pele fetal.
TIPO IV- lâminas basais, cápsula do cristalino, e glomérulo renal.
TIPO V- lâminas externas das fibras musculares, células gliais e placenta.
Cartilagem adulta em repouso
Observe a ausência de vascularização.
O pericôndrio pode ser observado envolvendo o tecido cartilaginoso.
Os condrócitos se dispõem em grupos isogênicos coronários
Cartilagem Hialina
Observe a intensa basofilia dos condrócitos, indicativa de sua atividade de síntese
Observe os grupos isogênicos coronários nesta cartilagem hialina em repouso
Qual a célula secretora da substância fundamental ?
no tecido conjuntivo pp.. dito é o fibroblasto
no tecido cartilaginoso é o condroblasto ou o condrócito
no tecido ósseo é o osteoblasto
no tecido hemopoético pode ser a célula reticular fixa
na dentina é o odontoblasto
EM RESUMO: A célula é sempre a mesma que produz o colágeno.
As proteínas são sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso e os glicídios são acrescentados no aparelho de Golgi
Crescimento da Cartilagem hialina
Os grupos isogênicos coronários caracterizam a cartilagem em repouso
os grupos axiais são próprios da ossificação endocondral
Cartilagem hialina imatura
Note-se que os condrócitos são alongados e não formam grupos isogênicos.
O pericôndrio ainda não se diferenciou.
Cartilagem elástica
Observar as fibras elásticas que envolvem os condrócitos
Não há grupos isogênicos na cartilagem elástica
Estrutura básica do tecido ósseo
Note-se em negro a matriz óssea, mineralizada e impermeável, percorrida por canalículos que são prolongamentos dos osteoplastos, cavidade que contém os osteócitos.
Os osteoblastos, células precursoras, também possuem prolongamentos.
Os osteoclastos, ativados pelo paratohormônio, destroem o osso liberando o cálcio armazenado.
A produção do osso, osteogênese e a destruição, osteólise, ocorrem concomitantemente durante toda a vida, mostrando-se em equilíbrio na idade adulta.
Ossificação intramembranosa
O corte revela traves ósseas em formação na porção esponjosa de um osso chato
Entre as espículas ósseas, nota-se a medula óssea
Início da formação de uma espícula óssea na ossificação endocondral
Observe o âmago que resultou da destruição de uma cartilagem calcificada.
Já há alguns osteócitos aprisionados numa matriz osteóide.
Os osteoblastos estão dispostos em palissada em torno da espícula
Células mesenquimais (estreladas) e osteocondrogênicas estão presentes no túnel.
Já se observa a presença de um osteoclasto.
Ossificação Endocondral
Observe os grupos isogênicos axiais, bem nítidos na cartilagem epifisária.
A multiplicação dos condrócitos depende do hormônio somatotrópico hipofisário (STH).
Em vermelho, nota-se o tecido ósseo
Química da ossificação endocondral
Os vasos sangüíneos, ao aportarem no pericôndrio diafisário induzem a hipertrofia das condrócitos.
Melhor nutridos, os condrócitos armazenam glicogênio e produzem fosforilase. A fosforilase, atuando sobre o glicogênio resulta num fosfato de hexose, que sai da célula e vai à matriz. A célula também exporta outra enzima - a fosfatase alcalina.
A fosfatase alcalina atuando sobre o fosfato de hexose acarreta um excesso de ions fosfato na matriz promovendo a precipitação de fosfato de cálcio, ao qual se agrega o carbonato de cálcio.
A matriz calcificada é impermeável, o que induz a morte do condrócito e liberação de suas enzimas hidrolíticas.
Zonas da Ossificação Endocondral
cartilagem em repouso
grupos isogênicos coronários
cartilagem seriada
(grupos isogênicos axiais)
cartilagem hipertrofiada
cartilagem calcificada
zona de erosão
zona de osteogênese
tecido osteóide
Etapas da Ossificação endocondral
Em A os vasos sangüíneos limitam-se ao pericôndrio do centro primário de ossificação da diáfise.
Observe os vasos sangüíneos apontados pelas setas (brotos ósteo-vásculo-mielogênicos).
Analise seu papel na ossificação endocondral, inclusive na formação aposicional do colar ósseo sub-periósteo e na ossificação das epífises.
Colar ósseo sub-perióstico
O colar ósseo sub-perióstico forma-se por ossificação membranosa, num pericôndrio subitamente hipervascularizado na região diafisária do molde cartilaginoso.
O colar mantem a estrutura do molde, apesar da maior fragilidade, decorrente da diminuição, calcificação e destruição da matriz cartilaginosa no foco primitivo de ossificação diafisária.
O colar é penetrado pelo broto ósteo-vásculo-mielogênico, o qual leva células osteocondrogênicas para a zona de erosão da cartilagem diafisária.
Espícula óssea mais madura
O corte revela a disposição dos osteoblastos em torno da espícula como se fôra um epitélio cúbico ou cilíndrico
No centro da espícula notam-se áreas de cor diferente, dependentes da maior ou menor disponibilidade de cálcio no momento da formação da matriz
Observe a vênula ampla e as células mesenquimais na medula óssea em formação entre as espículas.
Foco de ossificação diafisária
Completada a ossificação da diáfise terá início a das epífises.
Ao se completar a ossificação das epífises restarão, além das cartilagens articulares uma cartilagem de crescimento, ou metafisária, no limite epífiso-diafisário.
A cartilagem metafisária sofre a ação do STH e solda-se por efeito dos hormônios sexuais.
Tecido ósseo imaturo (não haversiano)
Observe a confluência das espículas ósseas formando uma trama tridimensional que se distribui conforme as linhas de força a que o osso esteja submetido.
Osso Maturo sêco (desgastado)
lamelas concêntricas
osteócitos
canal de Havers com vaso sangüíneo
osso interlamelar
Sistema de Havers
Neste esquema tridimensional as lâminas concêntricas num sistema de Havers foram parcialmente removidas expondo as comunicações entre os prolongamentos dos osteócitos.
A disposição das fibras osteocolágenas nas lamelas garante a elasticidade ao osso adulto, apesar de ser densamente mineralizado.
Osso maturo (haversiano)
Numa preparação por desgaste iluminada com luz amarela os espaços vazios assinalam os osteoplastos e os canais de Havers.
À sua esquerda as lâminas circunferenciais.
Formação de novos sistemas de Havers
Durante a maturação do osso e durante toda a vida adulta osteoclastos destroem o osso pela superfície e cavam as lacunas de Howship.
Nas lacunas, alojam-se vasos sangüíneos com células osteocondrogênicas em seu entôrno, que ao se diferenciarem darão origem às camadas concêntricas de osteócitos nos novos sistemas de Havers
Osso haversiano (injeção vascular)
Este tipo de preparação revela a disposição dos vasos sangüíneos desde o perióstio, atravessando as lamelas circunferenciais, pelos canais de Volkman, até alcançar transversalmente as lamelas dos sistemas de Havers e atingir os canais de Havers.
Articulações móveis
As epífises são recobertas pela cartilagem articular, que não possui pericôndrio.
Entre as epífises existe uma bolsa, saco sinovial, preenchido pelo líquido sinovial, rico em ácido hialurônico.
O líquido sinovial é responsável pela nutrição das cartilagens articulares e lubrificação da superfície de atrito.
Papel metabólico do tecido ósseo
A deposição do cálcio nos ossos é regulada por hormônios, principalmente os esteróides sexuais.
O cálcio, absorvido pelos intestinos é levado pelo sangue aos ossos.
A retirada de cálcio dos ossos é estimulada pelo paratormônio.
O cálcio retirado dos ossos e veiculado pelo sangue é armazenado nos músculos, sendo fundamental à contração muscular.
O cálcio é excretado pelas vias urinárias (risco de cálculos renais) pela saliva (tártaro) e pelo leite.
A absorção do cálcio pelos enterócitos possui mecanismo regulador próprio que inclui a vitamina D.
Tanto o excesso quanto a falta de cálcio aumentam o risco de fraturas.
A exposição aos raios UV é fundamental para evitar o raquitismo.
Há uma relação íntima entre os níveis de cálcio e fósforo.
Regeneração Óssea (fraturas)
A regeneração do tecido ósseo depende das células osteocondrogênicas do pericôndrio.
Havendo adequada vascularização da área fraturada tais células originarão osteoblastos que formarão o calo ósseo.
Não havendo vascularização (por extrema mobilidade da fratura, por exemplo) formar-se-á um calo cartilaginoso, a ser destruído e substituído pelo calo ósseo, nos moldes do que ocorre na ossificação endocondral. Daí a importância da pronta imobilização das fraturas.
Nos indivíduos idosos, o balanço negativo do cálcio, por bloqueio osteoblástico retarda a consolidação.