Pacú


Este fantástico peixe já é um velho conhecido dos pescadores que frequentam  o Pantanal do Mato Grosso. Os relatos  e  fotos de grandes pescarias de Pacus  realizadas no Pantanal, que  na  região  podem  atingir  até  20 Kg  e  medirem  pouco mais de 1 metro(quando são chamados de "gamelão"),deixam qualquer pescador maravilhado. Sua briga dura e intensa, aliada à  carne  saborosa, po- rém um pouco enjoativa em certas épocas do ano devido o  acúmulo  de  gor-
dura, ganhou fama em quase todo País. Devido a essa fama e uma série de ou- tras características, o Pacu foi eleito, entre várias espécies nativas, para  ensai-
os (nos anos 70) que precederam  o  maior  impulso  de  piscicultura nacional, ocorridos em  meados de 1980.
O Pacu "Pantaneiro" (Piaractus mesopotamicus) é um  peixe  da  Bacia do Prata  e, segundo alguns trabalhos  científicos, pertence  ao  mesmo  grupo das  Pira- nhas Serra-salminae. A verdade é que esses dois  tipos de peixes  são  pareci-
dos no formato do corpo arredondado, diferindo basicamente no tipo de den-
tição, que no Pacu é do tipo  esmagadora/trituradora, enquanto  que  nas Pira- nhas é  cortadora (dentes afiados triangulares, disposto em uma ou duas "filei- ras"). Peixe de hábito  alimentar  onívoro, come  praticamente  de  tudo: folhas, frutos, caranguejos, pequenos peixes e insetos. Devido à alimentação variada, ele é conhecido  em algumas  regiões  do  Pantanal  como  "Porco D' água". Seu  ciclo  de vida, como  o  da  maioria  das  espécies de piracema, é regido  principalmente  pele  nível de água, alimentação, duração dos dias e variação térmica. De outubro a maio, quando os  campos  são  alagados, o Pacu  migra
dos rios para as cabeceiras  e regiões  vegetadas submersas, a fim  de  se  re-
produzir e, posteriormente, se alimentar. Nessa época o peixe engorda bastan-
te em virtude da alimetação farta. Nestas  áreas, ele  tende  a  apresentar  uma coloração enegrecida mas, ao retornar para  os rios, quando cessa  o  período de cheias, ela se torna pálida, deixando-o mais prateado.
 

O PACU NOS PESQUEIROS

O comportamento do Pacu nos lagos de pesca é um pouco diferente daquele
apresentado na natureza. Nos pesque e pagues o peixe pode  ocupar  desde
a regiões mais próximas da superfície até o fundo; do meio da lagoa até bem próximo às margens. Isto depende da temperatura da  água, oxigênio  dissol- vido e da quantidade de pessoas  que estiverem pescando, entre outros fato- res. O mais indicado é sondar esses locais, armando  varas  ou  linhadas que tentem contemplar os lugares mais diversos. Regular  a profundidade de isca em vários níveis e lançar as linhas em distâncias variadas ajudam no sucesso da pesca.A observação desses peixes mostra que os grandes exemplares ten- de a ficar afastados  das  beiradas, concentrando-se na parte mais central da lagoa. As iscas mais indicadas são as bolas de  massa feitas  com  ração  de  peixe ou de cachorro moídas, aglutinadas  com farinha de mandioca ou trigo, massas caseiras, caramujos do tipo escargot (sem a casca), pedaços de salsi- nha, queijo, minhocuçu etc. Não  se esqueçam do apelido Porco D' água! Em cativeiro o peixe pode apresentar o apetite bastante  seletivo. Então, é  reco- mendado levar uma maior variedade de iscas, para descobrir qual é  a esco- lhida pelo glutão naquele dia.
 

IMPORTANTE

Em certos momentos, os Pacus atacam a isca assim que ela toca a superfície, devido ao instinto de se alimentarem de frutas que caem das árvores. Portan-
to, preste atenção na bóia assim que a linha cair na água, já que  essa  movi- mentação pode enganar o pescador menos atencioso, que  não  capturará  o peixe.
Um detalhe que não pode ser esquecido na pesca do Pacu é o encastoador. Recomenda-se o uso de anzol com haste curta preso à linha mestra por meio  de um arame ou fio de aço, a fim de evitar que o peixe  rompa  a  linha  com
sua  poderosa mandíbula. Um encasto com cerca de 5 a 10 cm é o ideal. Jamais use mais de um anzol na linha, já que  duas  iscas  podem  atrapalhar
na hora da fisgada. Outro detalhe importante, já que o Pacu tem boca  relati- vamente pequena e um pouco dura, é usar varas com ponta dura e esperar  o peixe acomodar a isca na boca antes de dar a fisgada. Boa pescaria!

EQUIPAMENTOS RECOMENDADOS PARA A PESCA DO PACU

   - Varas: com comprimentos superiores a 2metros (cerca de 6.6" pés),  o ide-
al é que o tamanho esteja situado entre 2,5 e 3 metros. As varas maiores faci-
litam o arremesso do conjunto de isca mais bóia ou isca mais chumbo.
   - Carretilhas ou Molinetes: que comportem 100m de linha.
   - Linhas: as mais indicadas deverão ter a resistência situada entre 12 e 20
lb (de 0.25 a 0.40 mm).
   - Anzóis: de tamanho situado entre 2/0 e 5/0.
   - iscas: bolas  de massas de  receitas variadas, escargot, lesmas  minhocu-
çu,  minhoca, milho, etc.
     - Varas:com comprimento situados entre 6.0" e 7.1" pés (de 1.80 a 2.10 m),
de ação média a média pesada.
   - Carretilha ou Molinete: que comportem de 100 a 120 m de  linha  esco-
lhida.
   - Linhas:a resistência deverá ser de 12 a 30 lb, de acordo com o tamanho
dos peixes e situação da pescaria (0.25 a 0.50 mm).
   - Anzóis: do 3/0 ao 6/0, dependendo do tamanho dos peixes.
   - Iscas: frutas da região, como o Tucum, Laranjinha-Jenipapo, massa de fa-
rinha de mandioca com refresco em pó, caranguejo, filé de curimbatá azedo.