RAIA-CHITA (Aetobatis narinari)

As Raias-Chita são costeiras, estando próximas as ilhas e sobre fundos de areia, geralmente em nado livre, embora alimentem-se de moluscos e crustáceos bênticos. Usam as peitorais como se fossem "asas", nadam de maneira calma mas podem ter surtos de rapidez, se necessário. Solitárias ou aos pares, e em pequenos grupos, eventualmente em cardumes de algumas dezenas, como se "voando" a metros do fundo, são uma visão linda para o mergulhador. Costumam saltar fora da água, seja por fuga de tubarões, para se livrar de parasitas da pele ou ainda na reprodução, realizada por todo o ano em pares ou trios, os machos perseguindo uma fêmea e montando-a após muitas tentativas, quando chegam a mordê-la no dorso. Ainda conforme Peixes da Costa Brasileira, os filhotes, de 3 a 4, nascem com 17-36 cm. Os dentes pavimentosos, muito fortes, esmagam as carapaças de moluscos e crustáceos e podem causar estragos a bancos de ostras. Nas zonas temperadas migram para águas quentes no inverno. Os ferrões, que quando quebrados são substituídos, são perigosos apenas quando arpoadas ou seguras. São comuns, mas raras em águas oceânicas. A raia-chita tem as peitorais largas e pontudas, cabeça distinta do disco, com projeção inferior em forma de bico de pato e olhos laterais. Pequena dorsal à frente das pélvicas. Cauda muito longa e fina, com 1-4 ferrões. Seu dorso é cinza a marrom com manchas brancas nos jovens e anéis desta cor nos adultos. O seu ventre é branco. Atinge até 2 metros de largura e 200 kg. A sua pesca esportiva realizada de barco, costão ou praia, proporciona muita luta, pois ela oferece muita resistência. O material a ser utilizado deve ser médio e isca variável, desde camarão e pedaços de peixe a caranguejos. A sua carne não costuma ser apreciada. A raia-chita é um peixe cosmopolita, em águas quentes e temperadas. No Atlântico Ocidental ocorre desde a Carolina do Norte ao Sul do Brasil.