Algumas Experiências
Pergunta: Qual a maneira correta de iscar
um anzol?
Resposta: Esse
é um dos maiores mitos na pescaria. Não é verdade
que a ponta do anzol não pode aparecer. Vamos raciocinar juntos.
Enquanto se procura es- conder a ponta do anzol na isca, o cabo do anzol
e às vezes até o encastoa- dor, ficam para
fora. Será que o peixe sabe o que é
ponta e o que é cabo de anzol? É
evidente que não. O anzol não atrapalha em nenhuma hipótese
o ata- que do peixe à isca. Uma
isca morta pode ser iscada de qualquer maneira, desde que
fique firme no anzol. Já uma isca viva deve ser iscada de
maneira que continue viva. Assim sendo, temos, no caso de pequenos
peixes, que is- car ou pela boca ou
pelo dorso do peixe, para que ele fique vivo e não perca
o movimento.
Pergunta: O barulho atrapalha a pescaria?
Resposta: Isto
é realidade. Apesar de não ver cores e não enxergar
bem, o pei-
xe possui audição 10 vezes superior
à de qualquer animal terrestre. Assim sen- do, realmente o barulho
atrapalha e muito a pescaria; que tanto pode ser
em margem ou embarcada. Porém, convém salientar que são
determinados ruídos que atrapalham mais. Por exemplo, em um barco,
o cair de um remo ou
então de um outro objeto qualquer produz ruídos ensurdecedores
embaixo da água. Já o ruído do motor não
é tão prejudicial assim, pois caso contrário, as pesca-
rias de corrico seriam bastante prejudicadas. Nas margens, o ruído
que atra- palha mais são as pisadas do pescador durante as
pescarias, andando de um lado para o outro. Já conversas não
atrapalham a pescaria, seja ela de barco
ou de barranco. Finalizando, diríamos
que determinados barulhos atrapalham
e outros não. Um exemplo disso é
que em nosso litoral é comum ver-se pesca- dores profissionais que
antes de tarrafear uma área, jogam primeiro uma pedra na água
para depois jogar sua rede. Segundo eles, devido ao barulho da
pe- dra, o peixe vem ao local para verificar o que foi que caiu dentro
da água.
Pergunta: O peixe quando está criando
não pega?
Resposta: Isto
pode ser considerado como meia verdade, já que algumas
es-
pécies realmente não fisgam
quando estão na época de desova. No entanto,
outras, para defender os alevinos, fisgam em qualquer coisa
que se mova em
volta delas. Preferimos dizer a esse respeito,
que quando um peixe está deso- vando, não deve ser
pescado ou molestado. A época de desova
deve ser
considerada um período em
que ninguém deve praticar a pesca, seja ela de qual
tipo for.
Pergunta: A lua influi na pescaria?
Resposta: Com
certeza é este um dos assuntos mais polêmicos
no nosso es-
porte. Vamos dar nossa opinião e explicar
o porquê de dizermos que a lua
não influi absolutamente no resultado
de uma pescaria. Começamos pelos fa- mosos calendários,
que dizem que a lua cheia é ótima; quarto minguante,
re-
gular; quarto crescente, boa e que a lua nova
é neutra. Ora, então o pescador amador é
um felizardo, já que lua ruim não é citada. Então,
como explicar que mesmo quando a indicação é
de uma lua ótima, fazemos uma péssima
pesca- ria? Pois bem, em nossa opinião, em água doce a lua
não influi absolutamente nada na pescaria. No mar, a lua tem
muita influência é nas marés e estas
sim, de acordo com a movimentação e altura, determinam melhores
ou piores perí- odos de pesca. Dizer que ela influi diretamente
na pescaria é dizer uma meia verdade. Isto porque em
uma "excelente lua" poderemos fazer uma pescaria péssima,
pois contra o "poder da lua", estão os ventos, as ressacas, a
pressão atmosférica, etc, que decidirão o resultado
da pescaria.
Pergunta: Sorte na pescaria existe?
Resposta: Particularmente,
nós achamos que sorte não existe em pescaria.
Se-
não vejamos: coloque-se frente a frente
um veterano e um novato, e que a pes- caria
aconteça em local de conhecimento dos dois. Por certo o pescador
ve- terano se sairá melhor no confronto. Dizer-se que
um pescador pesca mais porque tem sorte é praticamente
uma heresia. Antes de sorte, pode ser que es-
se pescador conheça profundamente o
peixe que está pescando, seu
materi-
al de pesca é o correto, suas iscas
são as ideais, o local é o melhor para pei- xes daquele
tipo, etc. Evidente está que, se alguém pega mais peixe que
nós, ele é também um pescador melhor, apesar de
ser duro admitir tal hipótese.
Mas, com certeza, sorte não é.
Seria mais ou menos dizer que o Senna ganhou corridas por sorte. Iscas
em contato com produtos estranhos... A maior preocu- pação
do pescador que pesca embarcado é não tocar a isca
quando mexeu em gasolina. Esse cuidado tem fundamento, não
só com relação à gasolina
como também com outros produtos usados freqüentemente pelo
pescador. En- tre esses destacamos: desodorante, perfume, etc. Mas
que fique bem clara
uma coisa, visto que o peixe tem seu olfato
junto com o paladar: só quando ele põea isca
na boca é que sentirá o gosto dos produtos estranhos. No
caso de iscas artificiais, tais produtos não apalham, e a maior
prova disso é que
as tintas usadas nas iscas, bem
como o verniz, na maioria dos casos são à base
de petróleo. No caso de iscas naturais, e só nestas, esses
produtos atra- palham, pois o peixe antes de engolir a isca, apalpa-a na
boca e assim o seu olfato/paladar acusa o gosto estranho. Sabendo
disso, caem por terra todos
os mitos dos produtos para atrair peixes.