Quando pendurou as
chuteiras em 33, passou a condição de titular da meta atleticana
a seu irmão, Alfredo Gottardi, o Caju.
O jovem garoto de então 18 anos, estreou num Atletiba. Com defesas
maravilhosas, amor à camisa rubro-negra e muita dedicação
ao Clube, tornou-se o maior ídolo da História do Clube Atlético
Paranaense. A Majestade do Arco, como ficou conhecido, defendeu o rubro-negro
por 17 anos. Chegou à Seleção Brasileira e foi eleito
o melhor goleiro da América do Sul em 1942, quando disputou o Sul-Americano
como titular na meta brasileira. Depois de encerrar a carreira, continuou
no clube, ajudando em reformas na Baixada e exercendo várias funções
no Atlético. Foi campeão em 34, 36, 40, 43, 45 e 49. Participou
do Furacão de 49, sendo considerado "Doutor em Futebol". Foi ainda
técnico do time em 58, sendo campeão paranaense.
Outro grande ídolo
da massa rubro-negra foi Zanetti.
O zagueiro chegou ao rubro-negro em 32. Após um afastamento de 3
anos, voltou em 36 e foi titular até 1945. Muitos o consideram o
melhor zagueiro da história do clube. Somando todo tempo que permaneceu
no clube, foi titular por 12 anos, sendo campeão em 36, 40, 43 e
45. Era raçudo e metia medo nos adversários. Dizem que raramente
um adversário conseguia passar por Zanetti.
Depois de Caju, outro goleiro. Laio, conhecido como "A Fortaleza Voadora". Era arrojado, sensacionalista, amado pela torcida. Também participou do Furacão de 49, sendo titular em inúmeras partidas. Encerrou a carreira em 51, aplaudido pela massa rubro-negra que reconheceu nele um grande rubro-negro.
Do time brilhante de 1949, muitos foram ídolos da torcida atleticana. A começar pela defesa. Nilo Biazzetto sempre representou um exemplo dentro e fora dos gramados. Vestiu durante 10 anos a camisa rubro-negra, desde os 18 anos de idade. Sempre foi um líder nato. Times de outros estados, como Botafogo, Flamengo e Fluminense, tentaram contratá-lo, mas ele prefiriu ficar na Baixada e no clube que amava. Nilo foi campeão em 43, 45 e 49. Era o capitão fo Furacão.
O ataque também
marcou época. Pricipalmente a grande dupla, Jackson e Cireno. Jackson
do Nascimento jogou no Atlético de 44 a 49. Campeão em 45
e com o Furacão em 49. Em 50 foi para o Corinthians, onde também
virou ídolo no alvinegro. Em 52 a saudade falou mais alto e Jackson
voltou para vestir a camisa do seu Atlético. Foi artilheiro do Paranaense
de 53 com 23 gols. Encerrou a carreira em 56 e foi técnico do Atlético
(juntamente com Caju e Pedro Guimarães) em 58, quando foi mais uma
vez campeão paranaense.
Cireno Brandalize formou ataque com Jackson no Furacão de 49. O craque da ponta-esquerda foi um dos jogadores mais irreverentes da História do Clube. Logo no seu jogo de estréia marcou 3 gols e fez a festa da torcida. Ficou no Atlético por 10 anos, até 52, quando se aposentou. Nesse período sempre integrou a Seleção Paranaense e foi pré-convocado para a Seleção Brasileira de 42, junto com Caju. Injustamente, o técnico Flávio Costa prefiriu Chico, porque esse jogava no Vasco. Cireno foi o protagonista do famoso Atletiba dos 8 minutos. O Coxa saiu na frente logo no começo. Aos oito minutos, tabela de Cireno e Jackson e esse empata a partida. Cireno vai buscar a bola no fundo das redes e arranca o gorro do goleiro careca Belo, do Coritiba. Estava armada a confusão. A torcida coxa-branca xingava Cireno. A torcida atleticana ia ao delírio com seu grande ídolo. Em outra ocasião, um torcedor adversário o xingou. Cireno saiu do campo e foi atrás do indivíduo. Depois de acertar as contas, voltou rapidinho para o gramado. Ainda hoje Cireno circula pela Baixada com a faixa de Campeão Paranaende de 1945, contando muitas histórias de sua época de jogador.
Em 1968, o grande
presidente Jofre Cabral e Silva deu dois presentes à torcida: Bellini
e Djalma Santos, os craques da Seleção. O capitão
da Copa de 58, Hideraldo Luis Bellini defendeu
o Atlético nos campeonatos de 68 e 69, organizando o time rubro-negro.
Djalma Santos
é considerado o maior lateral-direito do mundo e não escondia
que uma de suas maiores alegrias foi ter conquistado o título paranaense
de 70, vestindo a camisa atleticana.
Nessa mesma época
chegava à Baixada um dos personagens mais queridos pela torcida
atleticana. O ponta-esquerda Nílson
Borges foi outro que vestiu a rubro-negra
e nunca mais quis ir embora. Jogou no Atlético de 68 a 74, sempre
encantanto a torcida com sua visão de jogo e seu dribles que deixavam
os adversários sentados no gramado. Em 74 foi vítima de uma
jogada maldosa e sofreu sérios danos no joelho. Ele tentou se recuperar
da contusão, mas não foi possível. Demonstrando um
amor incrível pelo time, ele pedia para ser escalado de vez em quando.
Mesmo sem ter condições de jogar e não podendo mostrar
o mesmo futebol de antes, ele nunca foi vaiado pela torcida e nunca pediram
sua substituição. Pelo contrário. Nos sete anos de
Atlético só conquistou admiradores e fãs. Hoje, Nílson
é auxiliar técnico do time profissional e ainda é
um fanático torcedor.
Também nesse
período apareceu na Baixada o "extraordinário e único"
Sicupira. Barcímio
Sicupira Júnior vestiu durante 7 anos a camisa 8 do Atlético.
Chegou na Baixada em 68, sendo artilheiro e campeão em 70 (20 gols)
e artilheiro em 72 (29 gols). Sicupira é o maior artilheiro do Clube
Atlético Paranaense e é ainda hoje um dos maiores ídolos
do rubro-negro. Fazia com que bicicletas, voleio, sem-pulos, passes de
calcanhar e peixinhos parecessem jogadas fáceis, tamanha sua desenvoltura
em executá-las. Como forma de prestar uma homenagem à sua
grande qualidade, A Página do Furacão instituiu o Troféu
Sicupira, dado ao jogador com melhor desempenho nas partidas do Atlético.
Outro grande craque
que mereceu também um Troféu com seu nome na Página
do Furacão, é Júlio.
O lateral-esquerdo paulista chegou à Baixada em 1970 e rapidamente
identificou-se com a camisa rubro-negra, com a torcida e com o clube. Suas
três primeiras partidas pelo clube foram três derrotas. Mas
se tornou um ídolo! Pela raça, vontade, valentia, gana e
vontade de vencer, mostrou que o Atlético valia muito para ele,
conquistando a torcida. Jogou cinco anos pelo rubro-negro e no último
ano ainda cedeu seu passe ao Atlético. Júlio José
Pepicelli foi realmente o "Campeão da Raça", com seu vigor,
sua valentia e seu amor ao clube.
Na década de 80, mais um grande time trazia ídolos para a torcida rubro-negra. A começar pelo gol, defendido por Roberto Costa. Conhecido como "O Mão de Anjo", Roberto realizou verdadeiros milagres com a camisa atleticana. Foi eleito o melhor goleiro do Brasil em 83 (pelo Atlético) e 84 (pelo Vasco). Chegou facilmente à Seleção, mas não conseguiu se firmar.
No meio, o destaque coube a Nivaldo, grande articulador de jogadas. Chegou no Atlético em 79 e ficou aqui até 85. Foram oito anos no Atlético e três títulos conquistados: campeão paranaense em 82, 83 e 85.
E no ataque a grande dulpa Washington e Assis, que ainda traz grandes lembranças aos jovens atleticanos. Chamados de "Casal 20", tamanha sua afinidade, os dois foram ídolos do Atlético após a conquista do bi-campeonato em 82 e 83. O baiano Washington marcava por seu faro de artilheiro e seu estilo "trombador". Assis era o mais técnico da dulpa, mas também fazia muitos gols.
Ainda no final de
80, chegou à Baixada o mineiro Carlinhos,
o grande ídolo da torcida no título de 88. O ponta-direito,
driblador, sempre demonstrou muita alegria em vestir a rubro-negra e também
tornou-se ídolo da massa atleticana.
Após Caju, nenhum outro jogador atleticano havia sido convocado para a Seleção Brasileira principal. Em 91, um jogador acabou com o tabu. Foi o volante Valdir, outro grande ídolo da massa atleticana. Chegou ao Atlético após passagens pelo Inter de Porto Alegre e pela Platinense. Foi campeão paranaense em 90, jogando com muita raça improvisado na lateral-direita. Quando passou a sua posição original, a cabeça-de-área, chegou à Seleção Brasileira, vestindo a 5 amarelinha. Seu destaque foi tanto que o Atlético acabou vendendo seu passe. Foi para o Atlético-MG, de onde saiu para p Kashiwa Reysol do Japão.
E em 1992 chegava
à Baixada mais um atacante. Atacante baiano, marcando na História
do Atlético a passagem de grandes atacantes vindos da Bahia. Já
tinha sido assim com Washington e viria a ser com Oséas. E Renaldo
surgia entre os dois. Nascido em Cotegipe, começou a jogar futebol
no Gama, do Distrito Federal. Quando chegou ao Atlético em 92, tinha
somente 22 anos. Tornou-se logo um ídolo. Futebol objetivo, bom
no cabeceio, preciso nas finalizações. Participou da boa
campanha do estadual de 92, quando o Atlético só não
foi campão por fatalidade. Em 93 foi o artilheiro do estadual com
22 gols, chamando a atenção de vários times do Brasil.
Foi vendido ao Atlético-MG, onde foi artilheiro do mineiro e do
brasileiro. Após passagem pelo Deportivo La Coruña (ESP),
voltou ao Brasil, para o Corinthians.
Na década de 90, os grandes ídolos vieram depois de 95, no time Campeão Brasileiro da Série B. Ricardo Pinto chegou à Baixada e logo tornou-se o maior símbolo da torcida do Atlético. Veja em Destaque. O amor e respeito às cores rubro-negras sempre foram suas marcas. As defesas incríveis que davam tranqüilidade ao time também fizeram com que a torcida nunca se cansasse de gritar seu nome.
E como se esquecer de Oséas e Paulo Rink? A dupla maravilhosa que encantou a todos na Baixada. Inseparáveis, não há como falar no nome de um sem automaticamente se lembrar do outro. As vitórias e os massacres dos adversários na Baixada estão associados aos dois. Paulo Rink, guri curitibano - veja em Por Onde Anda -, atleticano desde criança, marcou mais de 54 gols no período de 2 anos, quando jogou ao lado de Oséas. O baiano, por sua vez, marcou 51 no mesmo período. A torcida atleticana ainda não se esquece do que os dois fizeram pelo time e sonha em vê-los juntos novamente com a 9 e a 11 do Atlético.
E o maior ídolo
da torcida atualmente chegou na Baixada em 92. Reginaldo
veio e tornou-se logo o maior destaque do
time que não era muito forte. O futebol alemão quase o tirou
da Baixada, mas ele foi parar no Guarani. Voltou em 94 para liderar o rubro-negro.
Tem a raça e o amor à camisa dos maiores ídolos da
história do time. A geração mais jovem certamente
não viu um jogador tão dedicado ao Atlético como ele.
Em 95 sofreu uma séria contusão. Foi numa partida contra
o Paraná. O jogo estava empatado e o time adversário ia fazendo
um gol por cobertura. Reginaldo correu e se esforçou tanto que sofreu
uma contusão ao esticar demais a perna para salvar o gol (felizmente
conseguiu). Voltou só em 96, participando da brilhante campanha
do Brasileiro. Em 97 foi efetivado como capitão do time e é
certamente o melhor zagueiro do futebol brasileiro atualmente.