Entrevistas

Sign My Guestbook Guestbook by GuestWorld View My Guestbook

Ficam aqui algumas entrevistas dadas pelos Silence 4 a alguns orgãos de comunicação

Entrevista 1 - Entrevista dada á Music.net em 15 de junho de 1998

Entrevista 2 -Entrevista dada ao Jornal Raio X em 4 de Agosto de 1998

 

Entrevista 1

Silêncio a quatro

O sucesso do disco "Silence Becomes It" apanhou-os de surpresa. Agora, o entusiasmo cresce com o próximo passo: lançarem-se na estrada. Chamam-se Silence 4 e, numa conversa simpática, contaram um pouco da sua história.

 

"Silence Becomes It" é o vosso primeiro álbum. Qual foi o percurso da banda até surgir a oportunidade de o gravar?

David Fonseca: A banda surge em 95. Começámos a ensair numa casa de uma aldeia, com instrumentos acústicos, e o percurso que fizémos foi o percurso natural de todas as bandas: concertos, festivais, Queimas.. Depois tivémos a possibilidade de participar no Festival Maquetes, onde tivémos também a felicidade de vencer. Após todos estes festivais, de maquetes e de queimas, houve então a oportunidade de participar na colectânia "Sons De Todas As Cores", com uma versão do tema dos Erasure, "Little Respect". Este subiu rapidamente em todas as rádios nacionais e por isso tivemos uma proposta da Polygram para fazermos um disco.

Foram sempre Silence 4?

DF: Sim, fomos sempre os quatro.

Este primeiro álbum tem correspondido às vossas expectativas (é já disco de prata)?

DF: Eu poderia dizer que excedeu as nossas expectativas.Eu sou muito optimista, mas também sou muito realista.Eu achei que sendo uma banda que cantava em inglês, que não era de Lisboa, que era nova no mercado, que tinha um som completamente diferente do que havia, era um pouco difícil essa adesão em massa ao nosso tipo de som. E superou as nossas expectativas na medida em que não esperávamos. Nós apenas esperávamos fazer um álbum, era esse o nosso objectivo.

Quer dizer que é mais dificil vencer para uma banda que não é de Lisboa?

DF: Não, não é ser mais díficil. Pode tornar-se um pouco mais complicado. Tudo isto depende da vontade da banda, do que é que quer fazer. Porque uma banda de Leiria que toca num anfiteatro qualquer, ou num bar, não tem a projecção que poderia ter aqui, em Lisboa, a nível de Comunicação Social, em termos de público, etc. Não há como rodear esta questão. A banda tem, de facto, que vir para Lisboa, fazer concertos, o que torna as coisas um pouco mais díficeis para uma banda nova, porque se gasta muito dinheiro. Para ir tocar tinhamos que investir bastante dinheiro, tinhamos que ir a bastantes sítios. Depois, o facto de ser Leiria tem também, ao mesmo tempo, uma parte muito boa.. Quando se tem uma banda numa cidade, que não é Lisboa ou o Porto, o que acontece é que o grupo estabelece um determinado número de pessoas que gostam daquele género de música; nascemos já com um certo público agarrado a nós. E posso dizer que, fundamentalmente, o nosso público - chave nasceu em Leiria. Lá temos plateias de 50, 60 pessoas que foram sempre crescendo, e temos lá amigos... Começa-se por aí e eu penso que essa base, como cidade pequena, é muito boa.

Porquê cantar em Inglês?

DF: Foi por acaso. Eu comecei a escrever quando um amigo me emprestou umas músicas e eu comecei a fazer esta brincadeira e gostei da brincadeira. Como na altura as músicas foram feitas em inglês e eu gostava desta linha, e toda a banda gostou, decidimos optar pelo inglês.

Mas no álbum existem duas músicas em português, uma delas com o Sérgio Godinho. Como é que surgiu a colaboração com ele?

DF: A colaboração com o Sérgio Godinho surge depois de uma exigência da editora, quando fizémos a assinatura do contrato.Eles propuseram-nos fazer umas músicas em português e nós aceitámos, porque é uma experiência nova e porque gostamos disso. E fizémos um tema -" Eu não sei viver" - e depois fizémos um tema que gostaríamos que tivesse uma letra, mas não tinhamos nenhuma. Como o Sérgio Godinho é, e sempre foi, dos nossos maiores heróis da música portuguesa, decidimos convidá-lo, na esperança que ele aceitasse, para fazer a letra e cantar neste tema musical. E foi com muito gosto que tivémos o Sérgio Godinho, que é um excelente músico português e dos melhores escritores de língua portuguesa, a participar na estreia de um novo álbum.

Têm a noção do sucesso que têm tido? Conhecem o vosso público?

Sofia Lisboa: Eu acho que ultimamente temos tido mais noção do nosso público porque andámos pelas Valentins de Carvalho do país e aí é que tivémos um contacto mais directo com o nosso público. Conhecemos as pessoas que conheciam as letras, que cantavam connosco e guardavam recortes de jornais já há muito tempo. Foi a partir daí é que tivemos noção até que ponto é que nos conheciam.

Estão a pensar em atingir o mercado internacional?

DF: O mercado internacional...Ora bem, é sempre difícil dizer "vamos conquistar o mercado internacional". Não foi esse o objectivo quando formamos a banda, nunca pensamos numa carreira internacional. Não foi esse, de facto, o motivo de cantar em inglês. E no momento, as nossas preocupações não são essas. Achamos que as preocupações de banda devem ser reais, imediatas em tempo e não queremos desenvolver expectativas que não sejam reais. Neste momento estamos a lançar um disco em Portugal, e estamos a fazer a promoção deste disco, ao vivo, e não pensamos de todo na carreira internacional. Existem curiosidades engraçadas, como o facto da música passar na Colômbia e do nosso disco ter sido importado para a América do Sul. Isso é muito curioso, mas ainda não temos bem a noção do que é que representa, ou do que isso de facto é. Por isso, por enquanto, e porque somos umas pessoas que temos uma maneira de pensar simples em relação a tudo isso, a tudo o que envolve uma banda, gostamos mais de pensar no trabalho que estamos a desenvolver aqui.

Mas não acham que a vossa música pode vencer lá fora?

DF: Eu não sei se pode vencer lá fora, mas acho que a música tem qualidade para ir para fora. Agora se pode vencer...É que, repara, às vezes as coisas não funcionam bem assim. Não é a qualidade da música, e o facto da música ser boa ou má, que é indicador de tudo aquilo que pode acontecer. Não sei se a nossa música é boa ou má, da mesma maneira que não sabemos o que pode acontecer lá fora. Penso, de facto, que existe esta possibilidade de poder combater - não digo combater - mas poder estar ao lado de outras bandas internacionais. Mas penso também que não é um objectivo momentâneo. Não é uma situação que seja pensada agora.. Um dia mais tarde, se tivermos essa possibilidade, então pensaremos.

Em relação à vossa música, que tipo de influências é que têm?

DF: Tudo. Não posso dizer que existe uma influência directa; que existe uma banda, ou duas, ou três que exerçam uma influência directa na música dos Silence 4. O que existe é o facto dos vários elementos da banda gostarem de vários tipos de música, completamente diversos, completamente opostos. Eu penso que o que nós queriamos deste projecto foi fazer esta música deste projecto e não o resultado de influências. É esta a ideia do disco, a ideia de "queremos fazer este género de música".

Desde que lançaram o disco no Paradise Garage qual tem sido o vosso percurso?

DF: Nós lançamos o disco em três sítios diferentes. Lançámos em Lisboa no Paradise Garage, depois no Hard Club no Porto, e depois em Leiria - o que tinha toda a lógica, visto sermos uma banda de Leiria e estar lá o pessoal que nos tem apoiado. Fizémos um concerto para não esquecer ...era a nossa cidade e cantámos ao vivo para cerca de 2000 pessoas. Foi um marco na história dos Silence 4. O que temos feito é a promoção do álbum de diversas maneiras, desde entrevistas, a televisão, etc. Fizémos uma pequena tournée nas lojas Valentim de Carvalho em vários locais do país, Vila Nova de Gaia, Lisboa, Oeiras, Viseu, temos feito concertos .. e é isso, é fazermos estrada.

E vão continuar com o mesmo formato acústico do concerto do Paradise Garage?

DF: Eu não sei se formato acústico é a melhor maneira de definir o nosso espectáculo ao vivo.O que existe são os quatro elementos da banda a tocar e a cantar nos próprios espectáculos.E a música soa mais crua, soa mais viva, mais real.O que acontece é que durante os espectáculos ao vivo nós gostamos de ser só nós os quatro - por enquanto - porque é uma maneira mais viva e às vezes um pouco supreendente. São três instrumentos e duas vozes e um deles é uma guitarra acústica. O que acontece é que há aquela ideia que vamos para lá para tocar baladas, mas por vezes a actuação é bastante agressiva. Aliás, a maioria das vezes. Cada vez que tocamos parece existir mais agressividade. Mas também tem a ver com o próprio ambiente do disco, o próprio ambiente das músicas dos Silence 4 que pemite cada vez mais um som "espraiado" e elementos ao vivo, etc..

Por falar em sons ao vivo, lembrei-me do tema Sex Freak. Porque é que este tema aparece como faixa escondida no álbum?

DF: Depois de ouvir aquele álbum todo não tinha lógica nenhuma pormos lá um tema como o Sex Freak. Eu adoro o Sex Freak ..

Eu gostei muito de o ouvir ao vivo...

DF: Sim... Aliás, o tema surge exactamente no disco por sugestão da Polygram depois de o ouvir ao vivo. Originalmente era até para ser gravado ao vivo. mas não foi possível... Então, o Sex Freak não é um tema tão imediato como se poderia supor. É um tema um pouco complexo. E não é pura e simplesmente pelo facto de ter sexo; não é um tema baseado exclusivamente nisso. O tema fala numa história e tem um fundo um pouco negro..

SL: É um lado obscuro.

DF: Sim, tem um lado um pouco obscuro de todos nós. Por isso tinha toda a lógica escondê-lo num álbum que tem uma linha temática completamente diferente. Eu acho que nós estamos a falar sempre no mesmo assunto em todo o álbum...

E qual é a mensagem que pretendem transmitir?

DF: Transmitir, nada. Eu não pretendo transmitir mensagens nenhumas. As letras que eu faço retratam situações pessoais e reais da minha vida, que se torna real na vida das pessoa (porque é nuito parecido com a vida das outras pessoas todas) mas que são escritas de uma forma um pouco negativa para denunciar um pouco o que se passa e tal...E o Sex Freak, é uma abordagem diferente.

Porque é que incluiram no álbum duas versões de "Little Respect?"

DF: Quando nós fizemos o álbum, a Polygram queria que nós colocássemos o tema "A Little Respect", o que é natural porque tinha sido um tema que nos tinha lançado num mercado maior. Mas dentro da sequência do álbum (o álbum deve ser visto como um livro, daí a faixa escondida) tinha mais lógica a sequência de Little Respect acústico. Já o outro Little Respect não tinha tanta lógica... Por isso, nós fizémos vários alinhamentos do álbum e acabámos por decidir por esta música. No fundo, o tema já estava gravado e nós gostávamos muito e não o queríamos perder.

Em relação à música, são vocês que a compõem...

DF: Sou eu e o Bruno Armando.

Acham importante escreverem as vossas próprias músicas?

DF: É importante, claro, porque no fundo o que resulta das músicas é sempre um trabalho de banda.O que acontece é isto : existe uma música pensada desta forma e e que tem de ser desta maneira.Mas quando é tocada pela banda acaba sempre por ter alterações. A música sofre transformações na medida em que se transforma com o que as outras pessoas fazem. Por exemplo, as músicas todas elas sofrem imensos trabalhos sucessivos de arranjos, ideias, para poder funcionar melhor em termos de arranjos de música. A música está lá, mas é preciso depois dar-lhe ambientes, para se poder perceber que aquela música é dos Silence 4.

Em termos de géneros musicais, onde é que se inserem?

DF: Em termos de de géneros...Lá vou eu dizer a minha definição malaica!... Eu acho que a nossa música é essencialmente acústica mas não necessariamente acústica. Tem a tal divisão da coisas que eu há pouco falei. Tanto pode ser muito calma, introspectiva, como pode ser agressiva e brutal. Eu penso que nossa música anda nesses dois planos, que se ligam um ao outro.É um grande misto entre essas duas coisas, entre a raiva e calma. E eu acho, no fundo, que o catalizador de tudo isso é o próprio silêncio que se transmite nas próprias músicas, na própria dinâmica da música e a maneira como ela é feita.

O nome Silence 4 vem desse silêncio?

DF: É, porque tem a ver com o próprio estilo de música e maneira como encaramos a música. Tem, também, a ver com um facto mais curioso (isto é apenas uma curiosidade): quando estávamos a ensaiar, e visto não termos som e termos só instrumentos acústicos e uma bateria, era díficil ouvirmo-nos todos bem uns aos outros e,então, tinhamos que pedir silêncio.Então surgiu Silence 4.

Vou fazer uma pergunta banal. Como vês o futuro dos Silence 4?

DF: O futuro, eu vejo, com concertos, Vejo muitos concertos. O nosso projecto é conseguir dinamizar a banda em termos de espectáculos ao vivo e podermos mostrar este álbum ao vivo. Esta é a melhor maneira de mostrar um álbum, de outra maneira que não o próprio álbum, e é esse o nosso projecto. Fazer os nossos espectáculos de verão, fazermos uma pequena tournée ... é isso - fazermos vida de estrada.

De que modo é que este disco vem alterar as vossas vidas?

DF: Tudo

SL: Em tudo. Altera em tudo. Mudou completamente o nosso modo de vida que tinhamos antes, para nos lançarmos de cabeça neste projecto...

DF: Quando se tem uma banda faz-se isto porque se gosta. Quando fazemos isto num termo mais profissional, quando lançamos um disco para tocar ao vivo, a vida transforma-se um pouco naquela vida de andar de concerto em concerto. No fundo, faz parte de todo o trabalho da banda, quer de promoção, quer de tocar ao vivo. Acho díficil uma banda progredir se não existirem a tocar ao vivo. Há bandas que não tocam ao vivo, mas não é o nosso género de banda. Nós gostamos de tocar ao vivo...E eu penso que alterou em tudo. Quer dizer, a vida que tinhamos o ano passado. Neste momento temos uma vida completamente diferente. Estamos sempre a vaguear de um lado para o outro.Às vezes à viva força porque tem que ser...

 

Entrevista 2

 

Até ao contrato com a Polygram, e olhando um pouco para o vosso passado recente, o que vos apraz dizer sobre as dificuldades de então?

David Fonseca - A nossa banda tem cerca de 3 anos: quando se começa uma banda e não se tem contratos, nem editoras atrás, o mais dificil é fazer chegar as musicas ás grandes massas. Quando digo isto falo das rádios e dos convites para actuar ao vivo. durante praticamente dois anos a nossa banda autopromoveu-se a si própria, organizou os seus p´roprios concertos, tentou por algumas músicas nas rádios através de maquetes, etc. Acho que a grande dificuldade que as bandas têm hoje em dia é tocarem ao vivo, por existirem poucas salas, poucas infra-estruturas para isso acontecer. Como tal é dificil fazer chegar isso a um público, fazer com que haja um público que siga a banda, possa gostar da banda. nós nesse aspecto tivemos um pouco de sorte , porque somos uma banda de leiria. quando uma banda é loca, há sempre o apoio da cidade de Leiria e do público de Leiria que nos tem seguido desde o ínicio. foi mais fácil ter esse circuito dentro de Leiria. Com o festival Termómetro Unplugged isso mudou um pouco, tendo a comunicação social demostrado algum interesse por nós. Já houve uma certa abertura em termos de aceitação e de curiosidade em relação á banda. Tocamos em alguns festivais , queima das fitas, etc. convites partiram do querer conhecer o que era a abnada, o que era a música dos Silence4. Depoisde ter um contrato, por um lado as coisas tornam-se mais dificeis, temos mais responsabildades,etc., mas também se tornam mais fáceis em termos de organização da própria banda em termos de espetáculos, rádios, porque o apoio de toda uma máquina que nós não temos a possibilidade de ter, nem de formar. A Polygram, como outra editora qualquer, tem já experiência no ramo, sabe o que fazer em certos aspectos de promoção e de divulgação da banda que acho que são imensamente importantes. a divulgação de uma banda é para mim, uma das partes mais importantes quando se lança um álbum porque o importante não é as pessoas gostarem da banda, é as pessoas ouvirem a banda. se gostam ou não isso já não tem nada a ver connosco ou com a editora. se as pessoas gostarem do que nós fazemos, então deve-se divulgar para pelo menos as pessoas poderem ouvir aquilo que nós temos para mostrar. Essa é a grande diferença entre ter editora ou não, uma divulgação de massas.

Até que ponto é que vocês coordenaram a concepção gráfica do CD?

DF - é tudo coordenado por nós, inclusive os vídeos, as fotos e o inlay do CD. Existiam certas ideias que, em relação á banda, se queriam fazer passar através da própria imagem. isso foi claro desde o ínicio com a editora. Temos um designer que trabalha sempre connosco. Convidamos pessoas para tirar fotografias. Tudo é controlado por nós em termos de concepção gráfica do projecto.

Consideram-se realizados com "Silence becomes it"?

DF - O álbum está como nós queriamos. Não houve pressões de género nenhum, nem da editora nem do produtor, nem de manager em relação àquilo que poderia ser o álbum. O álbum foi exactamente aquilo que nós queriamos fazer,. A meu ver foi muito bem produzido pela Maria Barreiros. penso que quando olhamos agora para o resultado final e vemos o que foi feito, acho que o resultado apraz a todos e era exactamente a álbum que estávamos à esper.

Há uma faixa extra que creio intitular-se Freak. Porque é que resolveram incluí-la?

DF - Na realidade chama-se "Sex Freak" e foi um tema debatido na banda. Nós gostávamos imenso do tema e queriamos incluir o tema no álbum. O problema era que o tema não se enquadrava dentro de um álbum como este, que tem uma linha, que tem um seguimento. Enquadra-se dentro do género de música dos Silence 4. Por vezes a música que nós fazemos, tal como aquela, é um pouco agressiva.

SL - É o lado obscuro de uma pessoa, tendo por isso lógica estar escondido.

DF - Costumo dizer que é a faixa escondida do concerto. Penso que tinha toda a lógica colocarmos a música escondida no CD para as pessoas poderem descobrir um pouco uma outra parte dos Silence 4, uma parte mais estranha. Mas não há de todo uma mensagem especifica ou exacta a tentar ser passada. pretendemos passar um género de sentimentos, de fixação, de obsessão por algo. O tema "Sex Freak" não é um tema fácil de ouvir e também não é um tema fácil de cantar. não é um tema simples mesmo em termos de letra. Tem muita coisa por detrás e se as pessoas ouvirem com atenção acho que podem chegar lá.

Fazem tenções de incluir outros b-sides em futuros singles?

DF - a nossa banda tem inúmeros temas que nunca mais acabam. ue costumo dizer os "never ending temas". foi uma dificuldade terrivel escolher os temas para este álbum, porque tinhamos muitos e tivemos que pôr outros temas de lado que gostavamos de incluir no álbum. Quando estávamos a pensar no titulo do álbum, houve uma sugestão que era "The Best of", ou seja, o melhor que nós tínhamos conseguido arranjar dos temas todos que dispunhamos. Era um pouco estranho, mas ainda gosto da ideia (risos). pode ser que sim, que mais tarde haja b-sides. Por enquanto não sei, porque estamos a fazer singles unicamente promocionais. Excepção feita para "A Little respect" que vendeu 800 exemplares.

Como se sentem depois de terem sido apadrinhados por quase toda a imprensa especializada portuguesa? Incentiva-vos a tentar a internacionalização?

DF - Nós nunca pensámos nisso. não entrámos para a música para fugir pela a Europa fora, mas é óbvio que se houver essa possiblidade de fazer a internacionalização, por nós é uma coisa que obviamente nos agrada. Mas não pensamos nisso de uma forma muito forçada. O objectivo desde sempre e continua a ser fazer música. Quase diria que se torna um pouco indiferente o tipo de vendas que se tem, quando se faz a música que realmente se gosta, e se vai para o palco cantar e tocar exactamente aquilo que uma pessoa quer. Tipo não haver essas condicionantes de música, visto o facto de fazermos aquilo que nós queremos. Esse é o ponto que mais nos interessa como banda, é fazer música e fazer mais álbuns e fazer novas músicas, espetáculos ao vivo. E é isso que nos interessa. Agora pensar em termos de futuro, em termos de como é que resulta mais ou menos é uma coisa que ainda nos passa um pouco ao lado.

E quanto á primeira questão?

DF - Sim, é verdade. claro que é um bom incentivo. No fundo estamos a fazer um trabalho e quando as pessoas, criticos de música escrevem coisas boas sobre a banda e o álbum, é lógico que nos sentimos elogiados com isso. mas no fundo, a critica não é o público. Uma critica não quer dizer exactamente que o público tenha a mesma opinião que a critica. Aliás, senão não se viam as coisas que se vêem em Portugal. Por vezes gosto de ouvir também a reacção do público naõespecializado em música, sbaer a sua opinião. Obviamente que o apoioque a imprensa nos tem dado é importante, tem-nos impulsionado para podermos ter um pouco mais largura de banda, para mais interessados e curiosos ouvirem a nossa banda.

Vocês demosnstram um enorme formato "pop song" anglosaxónico. primeiro com o "Borrow" e agora com o "My Friends" é natural que se abra uma porta para a extracção de mais singles?

DF - Sim, é possivel. O tipo de música que a nossa banda faz....acho que nós não fazemos músicas, fazemos antes canções, com principio, meio e fim. São canções que falam de certas coisas muito básicas. Nós atacamos a estrutura mais básica que a música pode ter.Quase que a mesma linha de canções que os Beatles recriaram durante tantos anos. esse tipo de canções agrada á banda e agrada-nos também o formato canção. O que não quer dizer que não se possa partir para outras coisas diferentes. Nos próprios concertos temos músicas que não estão no álbum, que fogem de todo ao formato canção. mas funcionam mais como espetáculo, funcionam mais como tensão de música, sem ter uma preocupação A-B-A-B-C-B, daquela estrutura da música. Acho que o álbum "Silence becomes it" é exclusivamente um álbum de canções. São catorze, quinze canções com principio meio e fim.

 

Página principal - História - O Álbum - As Letras - Galeria de fotos - Opiniões - Acordes -

O Canal #silence4 - Reportagens - Mp3 - Links - Contacto