Em recente pesquisa realizada com 200 adolescentes de uma escola de classe média alta do Rio, constatou-se que 60% estavam acima do peso, dos quais 40% tinham índices elevados de colesterol:
- É um número alarmante porque todos estes têm grandes possibilidades de ter problemas cardíacos dos 30 aos 40 anos. As crianças de hoje vivem enclausuradas em casa, grande parte do tempo diante da TV ou do videogame e adquirem hábitos compulsivos de comer porque há sempre na TV propaganda de doce, de sorvete, de sanduíche (Mcdonald...).
Para os médicos, o método mais moderno e eficaz para diagnosticar um gordo é o Índice de Massa Corporal (IMC), medido com mais eficiência por aparelhos de bioimpedância elétrica, existentes na maioria das clínicas de endocrinologia, ou por meio de um cálculo feito a partir do peso e da altura do paciente. Ele relaciona a quantidade percentual de gordura em diversos tecidos, com o peso, a idade e a altura.
Nos Vigilantes do Peso diz-se que o problema do gordo é aprender a comer:
- Todo gordo é ansioso. Tem um vazio na alma que tenta preencher com comida. A compulsão sempre existirá, mas o gordo aprenderá a driblar a falsa fome.
Eles dão a regra número um para quem quer emagrecer: não ficar muito tempo sem comer, para evitar o ataque insano à geladeira. A número dois é fazer compras de barriga cheia.
Alguns psiquiatras também acham que os compulsivos têm uma relação aflitiva com a comida. Eles representam 30% dos obesos do mundo inteiro. A maioria, 95% dos casos, são de adolescentes e mulheres jovens, segundo o Instituo Nacional de Saúde Mental dos EUA:
- O que difere o comportamento do gordo compulsivo do comum é que o primeiro tem uma espécie de ataque. Ele fica longo tempo sem comer, não tem controle sobre a sua voracidade. Sente depressão, angústia e depois vem o sentimento de culpa. E come sempre escondido. Uma pessoa normal come 2.000 calorias por dia. Um compulsivo come 5.000 numa refeição à base de leite condensado, creme de leite, biscoitos e chocolates.
É o caso da estudante BB, de 22 anos, 1,80m e 97kg, devoradora de pães e biscoitos. Ela procurou a Santa Casa para tentar resolver um problema que ela sabe que não é fome:
- Eu já vou para a geladeira aos prantos. Sei que não vou conseguir parar. Sinto um enorme vazio e, quanto mais eu como, mais me sinto vazia - desabafa.
Os transtornos alimentares ocorrem por uma interligação de fatores biológicos, genéticos, psíquicos e socioculturais:
- Depende da constituição do indivíduo e da história pessoal, mas com tratamento psicoterápico, o compulsivo obtém outro padrão de comportamento.
Incentive seu filho desde cedo a praticar esportes. Faça com que ele esteja enganjado em alguma atividade útil. Agindo assim, você não só estará contribuindo para sua saúde, evitando ter hábitos sedentarios, geradores de doenças como a obesidade e doenças ardíacas. Estará investindo também profilaticamente na prevenção do uso de drogas quando ele estiver maior. Geralmente crianças ociosas tendem a consumir drogas.