Surfcasting

Texto de : OMAR FILHO

O surfcasting ou pesca de praia é uma modalidade de pesca muito esportiva e às vezes, imprevisível. você pode num dia de pescaria capturar belos peixes e exemplares diversos e no outro dia no mesmo local só conseguir bagres. É um tipo de pescaria que exige paciência e observação. Além de um pouco de prática com o material e escolha correta dos mesmos.

Este tipo de pescaria se restringe à um grupo de pescadores um pouco mais experiente pois exige mais técnica e habilidade com o equipamento, o que não quer dizer que você não possa realizá-la, mas existe vários cuidados aserem tomados e escreverei este artigo para ajudá-lo.

Localize os peixes

A exemplo de todo principiante em qualquer atividade, quem inicia no surfcasting tem de partir do início. Local propício, tempo favorável, equipamento adequado, isca apropriada e habilidades manuais. Destes requisitos, apenas o tempo é imponderável. Os outros são os macetes da pesca.

Descobrir onde os peixes estão é fundamental para um bom sucesso na pescaria. Portanto quem inicia na pesca de praia deve ter em mente conceitos básicos sobre o mar, pelo menos dentro da faixa onde estarão seus anzóis. É bom conhecer as particularidades das praias tais como a natureza e o relevo do fundo, a profundidade da água e outros detalhes importantes que fazem a diferença na hora da pesca.

Se uma praia apresenta várias linhas de arrebentação, siginfica que ela é rasa. Portanto para alcançar profundidades desejadas, o pescador precisa entra na água para arremessar no local desejado. Só que não basta apenas fazer o arremesso e esperar para ver o que dá. Seus anzóis podem ter caído num banco de areia, longe da faixa dos peixes. Isto vai deixar você esperando e na maioria das vezes frustrado podendo os peixes estarem um pouco mais a frente ou atrás dos seus anzóis.

Nas praias existem trechos de maior profundidade, que formam poços e acumulam comida. Nestes locais os peixes estão na ativa. São os canais, valões e depressões que existem no fundo do mar ao longo das praias. Os canais que ficam entre as linhas de arrebentação, são caminhos dos cardumes, onde os peixes quando se aproximam da praia à cata de alimentos, costumam andar encardumados. Logo, é nessas faixas que os anzóis devem ser lançados. Também é nesses lugares (onde comumente há fortes correntezas) que banhistas desavisados perdem a vida, afogando-se sem saber da existência dos buracos.

Só que nem toda a praia tem o mesmo esquema, pois cada uma tem suas particularidades, semelhanças e diferenças, inclusive quanto à profundidade da água, inclinação e topografia do fundo. Sem falar na situação geográfica e na face das praias (leste, sul..) que influi nestas particularidades por efeito dos ventos predominantes e das correntes que eles provocam. Nas praias de fundo de baías e enseadas geralmente não há canais como nas praias rasas de mar aberto, e os peixes podem ser encontrados em diferentes distâncias, conforme a altura das marés e variantes.

As melhores praias são aquelas de canais mais profundos. Mas como eles podem variar em profundidade e largura, há trechos melhores e piores. Também um trecho onde houver algum obstáculo submerso, provavelmente será um bom local. Tente pegar umas dicas com pessoas já experientes sobre o local da pesca e suas estruturas submersas.

Nos trechos de praia d efaixa de areia mais estreita e inclinação maior, em que se formam barrancos, pequenas dunas ou elevações próximas à linha , pode haver canais, visíveis pela mudança da tonalidade da água para um tom mais escuro, que indica profundidade. Alcançáveis com arremessos curtos e até mesmo do seco, este locais são promissores.

Bons lugares também são os encontros de águas, onde há ondas desencontradas e o mar bate mais do que em outros trechos da praia, como acontece nos trechos que dividem duas praias contíguas e na barra de rio e canais. Nestes locais existem bancos de areia que formam uma baragem submersa, com buracos e depressões. São quase sempre promissores.

As praias chamadas de tombo, de acentuada declividade, são mais fundas, sem o mesmo esquema de canais nas praias rasas. A faixa de areia é estreita, com arei fofa e grossa e as ondas quebram com força bem próximas à linha d'água. Os peixes chegam bem próximos a esta faixa de arrebentação e nos canais para comerem. Por isso a pesca é mais facilitada e confortável, pois o pescador não precisa entrar na água para arremessar. Entretanto se o peixe não estiver encostando, será necessário fazer arremessos longos e com equipamento correto.

Seja qual for o tipo de praia que se pesca, o importante é localizar canais e faixas de arrebentação mais profundas, onde possam existir maior concentração de alimentos. É isot que determina o deslocamento dos peixes no interior dos mesmos.

Nas praias rasas existem várias faixas de arrebentação, com diferentes profundidades de canais cada uma. Daí pode-se deduzir que atrás de uma linha onde as ondas quebram regularmente, existe um canal, identificável como um remanso entre as ondas, uma faixa de água menos turbulenta e fundas. Se o mar não tiver agitado, procure entrar na água para localizar os canais mais fundos. Na praia de tombo não precisa se preocupar com isso.

Localizada a profundidade dos canais, você pode efetuar seus arremessos nestes locais dependendo da espécie que se espera pescar. Para espécies menores, os primeiros canais são mais recomendáveis por serem mais rasos. Para espécies médias e grandes o segundo e terceiro canais prometem mais. Procure atingir os vários canais de um apraia para saber qual deles está mais produtivo.

Tempo aliado ou inimigo

A melhor época para a pesca na praia abrange os meses mais quentes, entre novembro e março, dependendo da região. No período de transição do calor para o frio ou vice-versa, frentes frias, que vêm acompanhadas de vento sul e mal tempo provocam a tal "maré arruinada"(descontrolada, que contradiz o que se espera na tábua das marés), iniabilizando as tentativas de pesca proveitosa. Por isso nessa época, bem como durante o inverno, fica-se na dependência de uma trégua no tempo, com dias sucessivos de sol e temperatura amena. Aliás isto é coerente e compreensível, considerando que os peixes habitantes de águas quentes venham a retirar-se no frio.

Os ventos mais comuns no litoral são o leste e o sul. O leste é o vento do bom tempo e o sul é o vilão da história, o vento frio. Transportado para a pesca, o vento leste significa situação favorável, e o vento sul é o negativo. Tanto um como o outro influenciam o mar provocando ondas e correntezas laterais. Quando ao chegar à praia você notar que o mar está batendo muito, correndo fortemente para a esquerda, com ondas sujas, pode logo concluir que não deve esperar nada em termos de pescaria. Ondas quebrando longe, no horizonte, é sinal de mar agitado. A corrente para a esquerda é efeito do vento sul, que, além do mais, esfria a água.

Fora o problema do resfriamento, a agitação do mar revolve o fundo, soltando lixo e detritos de todos os tipos. Numa situação assim o pescador insistente, vai apenas recolher o lixo das praias.

Caso as águas estejam correndo para a direita de quem olha para o mar, é sinal de que está entrando ar quente de vento leste e os peixes deverão estar mais pertos e ativos. Se o mar estiver quieto, sem correr para nenhum lado, com ondas pequenas, cadenciadas e bem brancas só quebrando mais perto da praia é porque há calmaria no ar. Será uma situação das mais favoráveis para o pescador entrar e permanecer na água, sem ter que brigar com as ondas, sem tremer de frio ou se cansar. Em conpensação, a pesca não será das melhores, já que não encostrarão peixes graúdos nem haverá muita movimentação dos cardumes.

Uma variável metereológica que influi muito no comportamento dos peixes, e, portanto, na pesca, é pressão atmosférica. Um dia de mar calmo, sem vento, maré mansa, céu claro e muito sol, com calor sufocante, não será uma boa situação para a pesca. Quando o próprio pescador sente desconforto com o calor forte e o ar seco, é sinal de que a pressão atmosférica está muito baixa. Os peixes, que são bem mais sensíveis, sentem melhor essas variações e procuram faixas de água mais profundas, mais distantes da praia, não se movimentando à cata de alimentos. Por isso, nessas condições até nos canais mais fundos só encontram peixe pequenos.