O material aqui apresentado não deve ser considerado ofensivo à Sociedade secreta infra citada. O objetivo é esclarecer a leigos que procuram um pouco de informação. Este estudo trata-se somente de uma pequena parte de um trabalho apresentado em cumprimento parcial da matéria Psicologia da Religião. Para um estudo maior encontrá-se à disposição o livro: MAÇONARIA E A FÉ CRISTÃ de John Scott Horrel e é editado pela Editora Mundo Cristão (2ª edição brasileira: junho de 1996), dos livros que já li sobre o assunto, este é o melhor já escrito. É uma análise bem feita a partir do contexto brasileiro.
A Maçonaria é uma sociedade secreta que tem causado muitas discussões em nosso meio. Muitos são a favor e outros contra a militância de um cristão nesta sociedade. O objetivo deste trabalho é analisar o aspecto místico da maçonaria, ver quais são algumas das características desta sociedade.
No dicionário Aurélio a maçonaria é definida como:
maçonaria. [Do fr. Maçonnerie.] S.f. 1. Sociedade parcialmente secreta, cujo objetivo principal é desenvolver o princípio da fraternidade e da filantropia; associação de pedreiros-livres; franco-maçonaria. 2. Ant. e gal. Arte ou obra de pedreiro. 3. Fig. Pop. Combinação, acordo, entendimento secreto, entre duas ou mais pessoas: Há entre aqueles sujeitos uma maçonaria que só eles entendem.
Verifiquemos a definição de maçonaria por Gervázio de Figueiredo (33º grau):
"É um sistema sacramental que como todo sacramento, tem um aspecto externo visível, consistente em seu cerimonial, doutrinas e símbolos, e outro aspecto interno, mental e espiritual, oculto sob as cerimônias, doutrinas e símbolos, e acessível só ao maçon que haja apreendido a usar sua imaginação espiritual e seja capaz de apreciar a verdade velada pelo símbolo externo. É a continuação e renovação dos antigos mistérios". (meu grifo)
A fraternidade contou com vários membros famosos tanto no passado como em nossos dias, vão desde Voltaire, Goethe, Mozart e Garibaldi, até vários nobres da Europa como o rei da Suécia. Na história norte-americana, a maçonaria conta com nomes tais como: Benjamin Franklin, John Hancock, Mark Twain, Charles Lindbergh, Will Rogers, Douglas MacArthur, J. Edgard Hoover, Norman Vincentt Peale, John Wayne, Jesse Helms, Roosevelt, Truman, Johnson, Ford e Reagan. O presidente George Washington foi um dos maçons mais dedicados e o então único Grão-Mestre das treze colônias.
INFLUÊNCIAS DA MAÇONARIANa nota de um dólar americano podemos encontar alguns símbolos maçônicos. Se verificarmos do lado de tras da nota (onde esta escrito "one") do lado esquerdo veremos a pirâmide e o "olho que tudo vê", símbolo da maçonaria. Do lado direito desta mesma face, a águia, simboliza (segundo a maçonaria) os altos graus, significando audácia ou perspicácia.
Ainda nesta mesma nota, do lado que contém a foto do presidente George Washington (Grão Mestre - 33º grau). Onde está escrito "one" (lado esquerdo) vemos o esquadro e o compasso e também a chave que são símbolos populares desta sociedade. Também neste mesmo lado encontraremos a balança (símbolo maçônico para retidão e justiça)
Trazendo também, nesta nota, as palavras NOVUS ORDO SECLORUM ("nova ordem dos séculos"). Há muitas coisas positivas que podem ser ditas da maçonaria, tanto da histórica quanto da moderna. Nos dias atuais os maçons administram projetos filantrópicos de grande porte. Nos E.U.A gastam cerca de US$ 2 milhões diárias para sustentar 22 hospitais ligados a ordem dos Shiners 19 hospitais de ortopedia, 3 centros especializados em queimaduras e diversos outros projetos comunitários
Outro fato é que muitos ministros e leigos evangélicos ao redor do mundo fazem parte das lojas maçônicas. Um dos mais famosos era o Pr. George W. Truett, 32º Grau (1867-1944).
INACEITAÇÃO DA MAÇONARIA POR OUTRAS DENOMINAÇÕES, IGREJAS E SEITAS
A maçonaria não é simplesmente uma união filantrópica ou uma escola filosófica, mas constitui um sistema mistagógico que nos lembra as antigas seitas e religiões de mistério, das quais procede e é a própria continuação e regeneração nos nossos dias
Atualmente várias denominações protestantes estão avaliando o envolvimento de seus membros na sociedade maçônica. Farei somente menção, são elas
Entre outras mais.
HISTÓRIA
Apesar da existência de livros que remontam o surgimento da maçonaria ao tempo de Salomão ou aos ritos pagãos, a maioria dos eruditos afirmam que os franco-maçons se originam dos itinerantes artífices da pedra, libertos da servidão dos seus mestres a partir do séc. XIII e XIV. Síndicatos de artesãos eram comuns desde a Idade Média, e, nas suas viagens os maçons costumavam em lojas (hotéis), na busca de emprego em qualquer lugar onde edifícios importantes estivessem sendo construídos.
Em virtude dos sindicatos de artesãos serem freqüentemente ilegais, os maçons gradualmente desenvolveram sinais e símbolos ocultos para se comunicarem entre si .
Muitas vezes cristãos maçons informam que a maçonaria especulativa foi fundada por dois pastores portanto é ela essencialmente cristã.
Em quase todos os dicionários maçônicos a Bíblia ("o Livro da Lei") é exaltada como um dos grandes Luzeiros da Maçonaria . No dicionário de Maçonaria a Bíblia é chamada de "Volume de Conhecimento Sagrado".
Deus na maçonaria
Na maçonaria, a figura de Deus é refletida no G.'.A.'.D.'.U.'. (Grande Arquiteto Do Universo). Em seu dicionário Gervázio de Figueiredo diz de Deus:
"Ser supremo em que se alicerçam todas as religiões, e cuja denominação varia em cada povo, seita e instituição. (...) Nele se formam todas os seres, imortais como Ele; suas obras são as Suas. Deus é a alma de tudo. Deus está no Universo, o Universo está em Deus. O mundo e Deus são apenas um. (...)".
A concepção de Deus na maçonaria é uma mistura de conceitos de outras reli-giões tais como hinduísmo, druidismo, gnosticismo, zoroastrismo, cristianismo (liberal) e Nova Era. Mackey afirma:
"A religião da maçonaria é cosmopolita e Universal (...) "Esteja certo" diz Gofrey Higgins, "de que Deus está igualmente presente com o piedoso hindú no templo, o judeu na sinagoga, o muçulmano nas mesquita e o cristão na igreja".
Albert Pike (grão-mestre, 1859-1891) afirma ainda: "O Deus de noventa e cinco por cento do mundo cristão é apenas Baal, Moloque, Zeus - ou, na melhor das hipóteses - Osíris, Mithas ou Adonai, sob outro nome, adorado através das antigas cerimônias pagãs e fórmulas ritualistas".
No grau do Real Arco do Rito de York, quando o maçon supostamente encontra a Arca da Alinça perdida nas ruínas do templo de Salomão, descobre o verdadeiro nome de Deus como sendo JABULOM, que conforme Coil, em seu dicionário, diz ser uma mistura dos nomes Jahweh (Jeová), Baal (deus cananita) e Om (Osíris, o deus-sol do Egito).
No rito Escocês Antigo e Aceito e no grau rito de Mênfis a palavra de passagem de grau é Apollyon (ver Apocalipse 9:11), sendo esta Palavra considerada como "Palavra Sagrada".
Jesus na maçonaria
Quando tentamos buscar informações sobre Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, nos dicionários e enciclopédias maçônicas - Coil, Duncan, Gervásio de Figueiredo - verificamos a ausência quase total de dados. Entendemos na maçonaria que a justificação, ou melhor, a aproximação do G.'.A.'.D.'.U.'. se dá através das obras, sendo isto bem expresso nas suas orações, que não é finalizada em nome de Jesus conforme Cristo nos fala:
"...e tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu a farei. João 14: 13 e 14A única referência encontrada acerca de Jesus diz o seguinte:
"Com Cristo todos unidos, forjemos na bigorna da ciência, a foice de ouro (Druidos) que nos permite colher da árvore da ciência, a Sabedoria. Impunhando a espada da ciência, garantia da Sabedoria. Impunhando a espada da Ciência, garantia da Sabedoria, constituemos o corpo da humanidade que nela tem incarnado o Espírito Lógico da Boa Ordem do Universo, o Kosmos."
É interessante observar que em muito dicionários que não possuem o nome de Cristo , possui o nome de muitos outros fundadores de religiões tais como: Zoroatro, Helena Petrivna Blavatsky, Maomé e outros.
Vejamos ainda o que diz Pike: Ela (Maçonaria) reverencia todos os grandes reformadores. Ela vê em Moisés o doador da lei dos judeus, em Confucius e Zoroastro, em Jesus de Nazaré e no Árabe Iconoclasta, grandes professores (mestres) de moralidade e reformadores e iminentes, nada mais..."
É interessante observar também que a maçonaria se mescla, ou melhor, se identifica totalmente com a Cabala judaica.
SIMBOLOGIA E MISTICISMO NA MAÇONARIA
Gervásio de Figueiredo nos diz em seu dicionário sobre o simbolismo: "Uma das fortes características da Maçonaria em geral. Pode-se dividir o simbolismo em duas categorias: a emblemática e a esquemática. A primeira tem um sentido mais moral a inferir-se por analogia: a régua figurando a retidão de conduta (...). A Segunda comporta um significado mais intelectual, filosófico ou científico, que pode ou não incluir a primeira (...) o pentágono simbolizando o homem perfeito; a cruz de braços iguais, a lei do sacrifício cósmico (...)"
Tentaremos aqui analisar alguns símbolos utilizados na maçonaria, com sua respectiva explicação:
BAPHOMET: O andrógino Chibo-cabra de Mendes, uma das antigas divindades Egípcias, de cabeça de carneiro, depois representada por duas cabeças. Segundo Von Hammer, é composta dos termos gragos baphos e metis, e significa batismo ou iniciação na sabedoria, e a relação de Baphometus, "iniciado", com Pã (Deus). |
TOURO - TERRA - VENUS: A matéria receptiva na qual se efetua a fecundação. Símbolo: O recipiendário, judiciosamente preparado foi admitido as provas. |
GÊMEOS - AR - MERCÚRIO: Os filhos da Terra fecundada pelo fogo. O duplo mercúrio dos alquimistas, simbolizado por duas cabeças ou por uma serpente de duas cabeça. Vitalidade construtiva. Sublimação da matéria na flor que murcha. Símbolo: O neófito recebe a Luz. |
AQUÁRIO - AR - SATURNO: Os elementos construtivos reconstruem-se na terra adormecida, mas em preparo de novos esforços, geradores; ela satura-se de dinamismo vitalizante. Símbolo: O cadáver de Hiram é desenterrado e forma-se a cadeia para ressuscitá-lo. |
O OLHO QUE TUDO VÊ: Nos mistérios antigos simbolizava a visão que anula o tempo e o espaço. É teoricamente o emblema da clarividência mais elevada, que o Mestre perfeito sempre possuía. Na Índia o chamam de olho de Shiva, os egípcios representavam o olho de Osíris como um olho aberto, e desenhavam este hieróglifo em todos os seus templos. Na maçonaria representa a onisciência do Grande Arquiteto do Universo (Deus): o olho que jamais dorme. |
O ESQUADRO E O COMPASSO: Segundo Figueiredo, simboliza a Equidade, Justiça e Retidão e constitui a jóia do cargo de Venerável. O compasso representa Deus ou o Eu Superior, o qual o iniciado deve direcionar constantemente suas aspirações. |
Muitos destes símbolos são encontrados dentro de uma Loja maçônica (ou Loja Azul).
CONCLUSÃO
Símbolos, como os mostrados acima, dificilmente são símbolos neutros à fé cristã, símbolos que não firam às Escrituras.
Vemos a conotação dada por maçons a tais símbolos e o quanto divergem da posição bíblica. São símbolos que se miscigenam com ocultismo e com outras religiões. A maçonaria se coloca ecumênica, pois existem pessoas de diversas religiões, proibindo que se fale de Cristo dentro de uma Loja. Segundo o 21º Landmark, "É indispensável a existência, no Altar, de um 'Livro da Lei' que conforme a crença, se supõe conter a verdade revelada pelo Grande Arquiteto do Universo".
Me parece, este landmark, igualar a Bíblia com qualquer outro livro religioso (Vedas, Corão, Princípio Divino, Livro de Mórmon). O que deveria ser inconcebível para qualquer cristão.
Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. (Mateus 6:24)