Sei que é Amor, meu amor...porque
o desejo
o meu próprio desejo tão
violento,
dir-se-ia ter pudor, ter sentimento,
quando estás junto a mim,
quando te vejo.
É um clarim a vibrar como
um harpejo,
misto de impulso e de deslumbramento.
Sei que é Amor, meu amor...porque
o desejo
é desejo e ternura a um
só momento.
Beijo-te a boca, as mãos,
e hei de beijar-te
nessa dupla emoção,
(violento e terno)
em que a minha alma inteira se
reparte,
- e a perceber em meu estranho
ardor,
que há uma luta entre
o efêmero e o eterno,
entre um demônio e um anjo
em todo Amor!
( J. G . de Araujo Jorge
- coletânea -
"Poemas do Amor Ardente" 4a ed.1972
)
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