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Poemas ao Vento
Fernando Pessoa
Vento que passas 
Nos pinheirais 
Quantas desgraças 
Lembram teus ais. 
Quanta tristeza, 
Sem o perdão 
De chorar pesa 
No coração. 

E ó vento vago 
Das solidões 
Traze um afago 
Aos corações. 

À dor que ignoras 
Presta os teus ais, 
Vento que choras 
Nos pinheirais.

Sopra o vento, sopra o vento, 
Sopra alto o vento lá fora; 
Mas também meu pensamento 
Tem um vento que o devora. 
Há uma íntima intenção 
Que tumultua em meu ser 
E faz do meu coração 
O que um vento quer varrer; 

Não sei se há ramos deitados 
Abaixo no temporal, 
Se pés do chão levantados 
Num sopro onde tudo é igual. 

Dos ramos que ali caíram 
Sei só que há mágoas e dores 
Destinadas a não ser 
Mais que um desfolhar de flores.

 
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