Notícias de Outubro

31/10

Vencer para folgar

O vento trazia as palavras de Oswaldo com certa nitidez. Reunido no centro do campo, com os jogadores em volta, ele falava de sacrifício seguido de prazer.

Não estava iniciando o elenco corintiano em práticas sadomasoquistas. Apenas pedia que esquecessem o fracasso da Mercosul, a série infindável de jogos, o cansaço e se dedicassem com muito esforço no jogo contra o Atlético.

A intenção é garantir o primeiro lugar dessa fase e ganhar alguns dias de descanso.

– Sacrifício, gente. Só um pouco mais. Eu já sei quem vai descansar. Até já tenho o time escalado para os últimos jogos. É só ganhar e conseguir essas folgas.

Oswaldo sabe que não basta a vitória, mas sabe que só pode pensar em descansar, se vencer hoje.

– Se ganharmos, vamos a 41 pontos. A Ponte pode chegar a 43, o Cruzeiro a 44 e o Vasco a 41. Mas, dependendo de outros resultados, já poderemos ter essa vantagem.

Oswaldo sabe que a decisão de jogar as últimas partidas com uma equipe mista vai ocasionar críticas de quem ainda precisa de pontos para a classificação ou para não cair, mas não quer nem saber.

– Falem o que quiserem. Eu só vou pensar no meu time. Quando jogamos cansados, com acúmulo de jogos, ninguém se ofereceu para ajudar. Agora, só penso no Corinthians. Mais nada.

A preocupação contra o Atlético está na dupla Marques e Guilherme.

– O Marques é muito rápido, um jogador moderno que sabe ir ao fundo e concluir também. O Guilherme é goleador. Todo cuidado é pouco.

Oswaldo pede a Deus que Dario Pereyra aposte também na qualidade de seus atacantes e tente buscar a vitória desde o início.

– Gosto de ver o Corinthians sendo atacado. Assim, temos mais espaço para fazer o contra-ataque.

Marcelinho concorda.

– E o jogo é no Maracanã, um campo grande, largo e com um bom gramado. Isso ajuda bastante o nosso estilo. Temos condição de vencer esse jogo e vamos entrar com tudo. O negócio é resolver logo essa questão do primeiro lugar para termos a vantagem nos playoffs.

E alguns dias de descanso. Afinal, ninguém é de ferro e título se conquista com futebol e boa condição física. Talvez não nessa ordem.

 

Luizão não quer saber de folga

Luizão nem quer saber do desejo de Oswaldo de dar um bom descanso aos jogadores depois de o primeiro lugar estar garantido.

Ele tem bons motivos para não aceitar descanso.

– Detesto ficar fora de jogo. Perco o ritmo e rendo menos. E além do mais, estou na briga para ser artilheiro. Não quero ser prejudicado.

Um dos concorrentes de Luizão está no mesmo clube. Marcelinho já fez 11 gols contra 14 de Luizão. Uma briga que não interessa a nenhum dos dois.

– Eu estou bem, fazendo gols, mas o Luizão é o artilheiro. Eu nunca vou deixar de passar uma bola para algum companheiro melhor colocado por egoísmo. O que interessa é esse título – afirma Marcelinho.

– Acho que é bom para o Corinthians ter dois jogadores fazendo gols. Juntos, já marcamos 25. Deve ser mais do que muito time por aí. Dois goleadores só pode fazer bem, não tem nada que atrapalhe.

Luizão, apesar de querer muito o posto de artilheiro, repete que não é um centroavante, alguém que só sabe colocar a bola para dentro.

– Não sou centroavante. Sou atacante. O atacante mais moderno do Brasil. Sei jogar com força e com velocidade. Ajudo a marcar e sei sair da área para cruzar. Faço tudo o que o técnico manda – analisa.

O adversário de hoje na artilharia recebe elogios de Luizão.

– Somos parecidos. O Guilherme tem boa presença de área. A gente sabe resolver as situações por ali, perto do gol dos outros.

Enquanto Luizão é titular e luta pela artilharia, João Carlos, tem que lutar por reconquistar um lugar no time.

– Torço muito pela recuperação do João Carlos, ele é um grande jogador, mas eu não vou mudar o que está dando certo. O Márcio Costa e o Nenê estão jogando bem e vão continuar. Não seria justo mexer na zaga nesse instante – afirma Oswaldo.

João Carlos não reclama. Vai para o Rio e fica no banco, esperando nova chance.

– Quando assinei contrato, não estava escrito que seria titular. Eu deixei o time machucado, mas não tenho privilégio. Vou é treinar bastante e esperar pela minha volta.

Ele só espera que não demore tanto como no Cruzeiro.

– Lá, fiquei um ano e meio na reserva do Gottardo. É muito tempo, aqui tem de demorar menos.

 

30/10

Casa mal-assombrada

Sem querer, Marco Antônio Paulo Rodrigues, o Capão, aquele torcedor que invadiu o Pacaembu no jogo contra o Vasco e causou a interdição do estádio, pode ter feito um favor para Corinthians.

Explica-se. Jogar no estádio que a Fiel e os jogadores chamam de casa está virando um tormento para o Timão. A derrota para o San Lorenzo, que desclassificou o time da Mercosul, foi a sétima do ano no Pacaembu. Mas a eliminação foi apenas um dos vexames. Como esquecer os shows de Romário e Edmundo? Ou então a derrota para o Flamengo no dia em que o clube completava 89 anos? Oswaldo de Oliveira é um dos primeiros a reconhecer que será uma boa pegar o Atlético-MG no Maracanã.

– O fator principal para isso tem sido a cobrança de parte da torcida. Tenho reparado que o time entra mais tranqüilo quando atua fora de casa – analisa o técnico.

Oswaldo sabe muito bem do que está falando. Não têm sido poucos os coros de burro endereçados a ele. Apesar da incompreensão de muitos, Oswaldo não pensa em mandar os jogos dos playoffs no Morumbi. O técnico acredita que o desejado apoio virá na hora certa.

– Eles estão nessa porque ainda não está valendo nada. Na hora da decisão a torcida vai reconhecer que não pode nos atrapalhar – espera.

Nenê assina embaixo. Para o zagueiro o time fica muito afobado quando joga diante de sua torcida. E ansiedade costuma ser sinônimo de mau resultado.

– Jogar no Pacaembu é difícil. Os times vêm sempre retrancados. A torcida começa a pressionar e a gente acaba se afobando para fazer um gol logo. Aí se descuida e acaba tomando – explica o zagueiro.

Edílson é outro que vê com bons olhos o fato de o Corinthians jogar no Maracanã. No último jogo, contra o Inter-RS, o Capeta foi um arraso. Fez um gol e deu uma assistência perfeita para Luizão fazer outro.

– Quando jogamos fora o time adversário nos dá a opção do contra-ataque. Isso num campo grande como o Maracanã facilita muito para a gente – conta Edílson.

A Fiel deve estar gostando da história. A final do Mundial de Clubes será disputada ali.

Planejamento democrático

Edílson e Vampeta sugeriram e a comissão técnica parece disposta a aceitar. De acordo com a dupla, essa será a programação para o Mundial de Clubes, em janeiro.

– Jogamos a final no dia 22 de dezembro e folgamos até dia 26, à tarde. Aí treinamos até dia 31 de manhã. Folgamos no ano novo e treinamos dia dois, à tarde – conta o gerente Vampeta, já colocando o Corinthians na final do Brasileirão.

No planejamento original, a idéia era de não dar folga no ano novo. A comissão técnica chegou a estudar a possibilidade de de trazer para São Paulo os familiares dos jogadores que moram em outros estados e fazer um grande reveillon em um hotel em São Paulo ou em alguma cidade próxima. O custo inviabilizou a idéia.

– Deve ser isso mesmo que o Vampeta disse. Só estou em dúvida se voltamos no dia primeiro ou dois – afirma o técnico Oswaldo de Oliveira.

 

28/10

Timão festa de gringo

Depois de se classificar para as quartas-de-final atráves da bolinha, o Corinthians fracassou de novo em um torneio internacional. Ontem, foi a vez do San Lorenzo se dar bem. Com a derrota de 2 a 1, a equipe, que precisava vencer por dois gols, saiu da Mercosul.
O início do Timão foi animador. Edílson, inspirado, abriu o placar aos 14 minutos depois de receber um passe de Ricardinho. O troco argentino veio dois minutos depois com Franco, que subiu sozinho de cabeça para empatar.
Na segunda etapa, aproveitando o desespero alvinegro, Romeo, aos 6, definiu o placar. No final, a torcida chamou o técnico Oswaldo de Oliveira de burro e vaiou a equipe.
Classificado - O Peñarol, que bateu ontem o Olímpia por 3 a 0, passou para a semifinal.

Ficha técnica

Corinthians 1
Dida; César Prates, Márcio Costa, Nenê e Kléber; Vampeta, Rincón, Edu (Dinei) e Ricardinho (Luís Mário); Edílson e Luizão (Fernando Baiano). Técnico: Oswaldo de Oliveira.
San Lorenzo 2
Campagnuolo; Benito (Gallardo), Tuzzio, Ameli e Córdoba; Pusieri, Michelin, Morel Rodriguez e Franco (Saric); Estevez e Romeo (Ortiz). Técnico: Oscar Ruggeri.
Local: Estádio Paulo Machado de Carvalho (Pacamebu), em São Paulo (SP)
Data: 27/10/99
Horário: 21:40
Árbitro: Mário Sanchez (Chile)
Assistentes: Pablo Pozo e Jorge Diaz, ambos chilenos
Gols: Edílson aos 14 e Franco aos 16 minutos do primeiro tempo. Romeo aos 6 da etapa final
Cartões amarelos: Rincón (Corinthians); Campagnuolo (San Lorenzo).

 

26/10

Alex não assusta

Respeito é bom e o Corinthians sabe disso. Mas, medo é outra coisa bem diferente. Assim foi a reação dos corintianos à notícia de que Alex Alves jogará o Mundial Interclubes de janeiro pelo Al Nasser, da Arábia Saudita.

– Ele vai deixar o time árabe bem mais forte, mas não nos assusta. Ganhamos do Cruzeiro no Mineirão por 3 a 1 e ele estava em campo – diz Oswaldo de Oliveira.

Ele não acredita que a chegada de um jogador estranho ao grupo possa causar um ambiente ruim, como quando Bebeto, Gonçalves e Donizete reforçaram o Cruzeiro contra o Borussia na decisão do Mundial de 97, em Tóquio.

– É diferente. Os próprios jogadores árabes sabem que o time precisa de reforços. A chegada de jogadores assim pode até melhorar o nível do campeonato. É melhor um time com o Alex e o Romário do que com um monte de Mohamed. Outra vantagem que eles têm é que a temperatura não vai atrapalhar em nada. Estão acostumados com o calor de janeiro.

Edu acha que a presença de Alex vai deixar o Al Nasser individualmente mais forte, mas acredita que perderá no entrosamento.

Antonio Mello, o preparador físico, não acredita nisso.

– Não tem essa de entrosamento, não. Jogador brasileiro se dá bem em qualquer lugar. E rapidamente.

Depois, é só elogios a Alex.

– Eu conheço esse garoto desde que tinha 18 anos e estava começando no Vitória. Ele tem muita força, vai para cima, não afina nunca. Joga muito bem e vai reforçar bastante o time deles.

Na verdade, os jogadores estão mais preocupados com o jogo contra o San Lorenzo do que com o Mundial. Ainda assim, Dida faz uma análise rápida sobre Alex.

– Foi meu companheiro no Cruzeiro. Joga bem, mas temos é de pensar no nosso time.

João Carlos e Rincón seguem o mesmo raciocínio.

– Marquei ele muitas vezes no treino. Joga bem, mas não dá para ficar pensando nisso agora – diz João Carlos.

– Joga bem, mas é assunto para janeiro. Agora, é o San Lorenzo.

 

Edu pode ganhar vaga

Sai Marcelinho, suspenso e entra Luiz Mário. Correto? Nem tanto. Oswaldo ainda reluta em optar pela solução natural.

O motivo é a série de jogos que Edu vem fazendo no time titular, o que lhe dá algumas vantagens sobre Luiz Mário.

– Ele tem mais ritmo de jogo e está bem entrosado com o pessoal. Por isso é que ainda não decidi quem vai entrar. Isso é o que está me deixando um pouco em dúvida.

A favor de Luiz Mário, além de seu futebol, existe o fator Rincón.

– Eu não pretendo mexer no posicionamento do Ríncón que está muito bem lá atrás. Se puser o Edu, tenho de colocar o Rincón mais à frente. São coisas que eu ainda tenho que decidir.

Edu espera jogar. E pede para ser cobrado como um veterano.

– Tenho participado de vários jogos e me saído bem. Por isso, quero ser cobrado como se fosse já um jogador veterano, consagrado.

Luiz Mário fala menos.

– Estou esperando uma chance. Se entrar, sei que posso fazer o que o treinador pedir.

 

25/10

Estilo poupa e ganha

O técnico Oswaldo Oliveira deverá poupar alguns jogadores para as rodadas finais do Campeonato Brasileiro. Praticamente classificado à próxima fase, com 38 pontos ganhos, o Corinthians quer no mínimo mais uma vitória para ficar com a primeira colocação desta fase no Brasileiro, garantindo assim as vantagens para as próximas fases da competição. O Vasco, segundo colocado e que perdeu no último sábado para o Juventude, está a seis pontos atrás do Timão, e ainda com um partida a mais.

– Isso nos dá algumas vantagens. Temos mais quatro partidas onde, dependendo dos próximos resultados, poderemos revezar alguns joga dores. Na jogo de volta contra o San Lorenzo, deveremos ter a equipe completa – disse o técnico.

Oswaldo Oliveira voltou a afirmar que seria necessário que as Confederações de futebol - Brasileira e Sul-Americana buscassem racionalizar o calendário.

– Fomos prejudicados. A Confederação precisaria ter posto a mão na consciência. Nosso jogo pela Mercosul estava marcado para quarta-feira. Mudaram para quinta. A partida contra o Atlético deveria ter sido marcada pelo menos para domingo. Não poderíamos ter feito dois jogos em menos de 48 horas. Seria o mais sensato. Precisamos de planejamento no futebol. Quem mais perde com isso é o publico que perde com o espetáculo. O Corinthians no primeiro tempo com o Atlético foi um time, no segundo outro – desabafou.

Para o técnico do Corinthians a soma de um ponto no sábado pode ser encarado com um bom resultado:

– A vitória seria excelente. Mas diante de uma boa equipe jogando em sua casa, onde inclusive outros adversários perderam por quatro gols, o nosso resultado foi bom.

Na avaliação de Oswaldo de Oliveira não houve relaxamento do time depois de ter feito 2 a 0, e ter cedido o empate no segundo tempo.

– O mérito foi todo do Atlético, que voltou modificado para o segundo tempo, com um atacante no lugar de um zagueiro. Sabíamos das dificuldades que teríamos aqui – completa o técnico do líder.

 

Marcelinho: de vilão a herói em 45 minutos

Vilão em Buenos Aires, onde sua expulsão contra o San Lorenzo complicou a vida do Corinthians, Marcelinho foi o herói corintiano no empate contra o Atlético-PR, no verdadeiro caldeirão chamado Arena da Baixada.

Como alguns companheiros, de leve, criticaram a sua postura na Argentina, Marcelinho poderia muito bem sair de campo se gabando pelos dois gols e pela atuação quase perfeita em Curitiba. Mas não. O Pé-de-Anjo prova a cada dia que quando parar de jogar pode se dar muito bem na política.

– No primeiro lance, a jogada toda foi construída pelo Luizão. A bola sobrou para o meu lado, e como estava acompanhando a jogada fiz o gol. No segundo gol vi que o goleiro inverteu a barreira e bati bem na bola, que pegou uma curva. Foi um belo gol – afirmou Marcelinho, que com os dois marcados no sábado é o vice-artilheiro do time, com 11.

– Se o Luizão bobear passo ele na artilharia – brincou Marcelinho.

Sobre as possibilidades de revezamento dos jogadores, para poupar a equipe na Mercosul, e mesmo nos últimos jogos desta fase de classificação, Marcelinho disse que são critérios que deverão ser definidos pela comissão técnica.

– Acredito que estamos no caminho certo para chegar às finais. Estamos crescendo nas competições. Não vamos adiantar nada antes de vencermos os adversários que temos pela frente.

A definição do local do próximo jogo do Corinthians pelo Brasileiro deve acontecer até amanhã. Há duas possibilidades. Voltar a jogar no Maracanã, onde a equipe venceu o Internacional por 4 a 2, ou jogar na Arena da Baixada, onde o time empatou em 2 a 2 com o Atlético. Se depender do técnico Oswaldo Oliveira a primeira opção deverá ser a escolhida pelo Timão.

 

24/10

Atlético-PR arranca empate com Corinthians

Disposto a se recuperar da derrota sofrida para o San Lorenzo, da Argentina, pela Copa Mercosul, o Corinthians e, principalmente, Marcelinho Carioca, que foi expulso naquela partida, começaram querendo mostrar serviço.

Aos três minutos, numa bela jogada individual, Luizão entrou driblando área e foi travado. A bola sobrou para Marcelinho que só teve o trabalho de empurrar para as redes e abrir o placar para o Timão.

Na seqüência, num eficiente contra-ataque, Marcelinho cruzou da esquerda para Luizão cabecear, mas a zaga se antecipou e colocou para escanteio.

Aos 12 minutos, Luizinho Netto, do Atlético-PR, cobrou falta da entrada da grande área, mas a bola raspou a trave e saiu. O lance acordou o Atlético-PR, que passou a dominar a partida, mas sem poder de conclusão. Com o passar do tempo, o Corinthians tornou a equilibrar o jogo, que ficou morno.

Até que Marcelinho Carioca ampliou para os paulistas. Numa cobrança de falta da intermediária, aos 35 minutos, o meia bateu rasteiro e com efeito, no canto direito, sem chance de defesa para Flávio, que teve sua visão encoberta pela barreira.

Para reverter a situação o técnico Oswaldo Alvarez fez uma uma modificação para a segunda etapa: sacou o zagueiro Marcão e pôs o atacante Lucas, deslocando o cabeça-de-área Fabiano paraa defesa.

Com a equipe no ataque, o Atlético passou a jogar mais aberto e a se expor mais. Aos 7 min, na cobrança de escanteio, Marcelinho ajeitou para Vampeta, que chutou do bico da grande área, pelo lado direito, carimbando a trave do goleiro Flávio, que estava batido no lance.

Mas a ousadia de Vadão deu resultado. Aos 11 minutos, Kelly desceu pela direita e, da linha de fundo, tocou para Kléber desviar de Dida e fazer o primeiro gol da equipe paranaense.

E o time da casa foi para cima. Aos 13, Axel fechou pela direita e chutou, exigindo mais uma boa intervenção do goleiro Dida. Seis minutos mais tarde, numa cobrança de falta, Luisinho Netto chutou na trave direita do Corinthians

Aos 25, a maior chance para empatar: Lucas invadiu a área e foi derrubado por Dida e o árbitro Luciano Augusto Almeida marcou pênalti. Mas o lateral direito Luisinho Netto desperdiçou a oportunidade do empate, batendo para fora.

Mas o Atlético-PR não se abateu e continuou pressionando. Até que aos 37 minutos Adriano recebeu uma bola dentro da área do Corinthians, matou no peito e fuzilou o goleiro Dida, igualando o placar em 2 a 2.

Com o resultado, o Atlético-PR chegou aos 28 pontos e se manteve na briga por uma das oito vagas para a próxima fase. O Corinthians, que já está classificado, tem 38 pontos e permanece na liderança isolada do Campeonato Brasileiro.

FICHA TÉCNICA

ATLÉTICO-PR 2 X 2 CORINTHIANS

Estádio: Arena da Baixada

Data - Hora: 23/10 - 16h

Árbitro: Luciano Augusto Almeida (DF)

Auxiliares: Jorge Paulo Oliveira Gomes e Elmo Damasceno Andrade

Cartões Amarelos: Axel, (Atlético-PR); Edu, Kléber, Dida (Corinthians)

Gols: Marcelinho, aos 3' e aos 35'(Corinthians); Kléber, 56' e Adriano, 82' (Atlético-PR)

ATLÉTICO-PR: Flávio, Luizinho Netto, Marcão (Lucas 45'), Leonardo e Vanin (Kléberson 78'); Fabiano, Cocito, Axel e Adriano; Kléber; Kelly. Técnico: Oswaldo Alvarez.

CORINTHIANS: Dida; César Prates, Márcio Costa, Nenê e Kléber; Edu, Vampeta (Luciano 89''), Marcelinho Carioca e Ricardinho (Marcos Sena 67'); Edílson e Luizão. Técnico: Oswaldo Oliveira.

 

23/10

Gringos agradecem

A imprensa argentina considerou Marcelinho Carioca um dos grandes responsáveis pela derrota do Corinthians contra o San Lorenzo. "Carioca, meu grande amigo", foi a manchete do jornal "Olé". "A tonta expulsão de Marcelinho despertou o instinto motivador do San Lorenzo. E, em vez de ter a cabeça na guilhotina, com o carrasco lambendo os dentes, passou a dominar a situação", era a análise do jornal.

O "Clarín", também foi duro com Marcelinho. "Ele cometeu a irresponsabilidade de protestar mesmo já tendo recebido o cartão amarelo. Era o que faltava para o Sam Lorenzo começar a reagir".

Marcelinho discorda. Ontem, em sua chegada a Curitiba, disse que a derrota para o San Lorenzo pode ser considerada normal.

– Não me considero culpado pela derrota. Todos viram que não tive culpa no lance. Só fui falar com o juiz e ele me expulsou. Agora a minha atenção se volta para o enfrentar o Atlético Paranaense. Temos que descansar um pouco porque o jogo aqui em Curitiba será muito difícil – afirmou o meia.

Marcelinho disse que não houve nenhuma cobrança de algum companheiro de time pela sua expulsão na Argentina, e muito menos uma suposta discussão com o meia Rincón.

– Não houve nada disso que falaram aí. Foram conversas normais, só isso. Não tem porque cobrar.

Ele foi o jogador mais assediado pelos torcedores, e não conseguiu escapar dos beijos e abraços calorosos da dona Nilda Maria dos Santos Souza, de pouco mais de 60 anos

Oswaldo de Oliveira preferiu falar sobre o jogo contra o Atlético.

– Jogamos bem, mas perdemos. Setores da imprensa, e vocês do LANCE!, às vezes tentam extrair situações que não aconteceram. Quanto ao jogo aqui, vou conversar com preparadores físicos, e fisioterapeuta para depois definir a equipe.

– É normal que estejamos hoje (ontem) um pouco cansados pelo desgaste da partida da quinta-feira, e da viagem. Mas teremos que superar isso contra o Atlético, que é uma boa equipe, e que tem um excelente treinador (Oswaldo Alvarez). O seu trabalho deve ser bem acompanhado – disse o técnico.

Ricardinho dá sorte

Disposição e inteligência. Esses são os componentes que os jogadores do Corinthians irão utilizar para superar o Atlético Paranaense, e também um possível cansaço na partida desta tarde na Baixada.

Para o meia Ricardinho o Corinthians está acostumado a este tipo de maratona.

– Não adianta ficar reclamando. Estamos bem condicionados, mas temos que nos dosar durante o jogo – disse Ricardinho explicando depois que na partida contra o San Lorenzo, houve revezamento de alguns jogadores durante o jogo.

Antes de ser negociado pelo Paraná para o Bordeaux, da França, em 1997, Ricardinho matou o Atlético nas semifinais do Paranaense marcando dois gols. No primeiro confronto o Paraná venceu por 1 a 0 e no jogo de volta por 2 a 1. O Paraná disputou as finais contra o União Bandeirante, e Ricardinho voltou a marcar na vitória de 1 a 0, dando o título de pentacampeão ao tricolor.

Ricardinho confirmou a presença de Edu, que Oswaldo escondia.

– O Rincón vai fazer falta, mas o Edu tem participado de vários jogos e mostrado qualidades – afirmou.

Vampeta acha que o jogo vai ser duro.

– O Atlético busca pontos para se classificar, joga em casa e terá o apoio da sua torcida. Já enfrentamos várias situações parecidas. Mas temos que lembrar que ainda não perdemos fora de casa. Viemos para ganhar – garantiu.

A sede de vitória dos Corintianos é traduzida por Luizão.

– Vim aqui para ajudar o time a ganhar. Se pintar a oportunidade, vou marcar. Se fizer dois gols, me igualo ao Alex Alves. Porém quero primeiro que o time vença.

CBF não aceita choro do Timão

A Confederação Brasileira de Futebol negou ao Corinthians, ontem, o pedido de efeito suspensivo da punição de mandar em casa o jogo contra o Atlético Mineiro, programado para o dia 30. A punição foi causada pela invasão do Pacaembu por um torcedor corintiano que, no jogo contra o Vasco, teria acertado um chute no meia Ramón. Com a decisão da CBF, o jogo provavelmente será disputado no Maracanã, a exemplo do que aconteceu contra o Internacional.

O local da partida tem sido motivo de discórdia entre o técnico e a torcida do Corinthians.

A Fiel chegou a se manifestar sobre o assunto. Queria que o jogo fosse no Paraná ou em Minas Gerais, onde supostamente existem mais corintianos. Mas o técnico Oswaldo de Oliveira não esconde que prefere jogar no Maracanã.

 

 

22/10

Corinthians joga mal e perde para o San Lorenzo na Argentina

Em campo, um time brasileiro e um argentino. Um deles abusando de jogadas violentas. O outro, com um ponta driblador, daqueles que entorta o marcador.

Está errado quem pensa que o time do ponta era brasileiro. O Corinthians, que perdeu ontem para o San Lorenzo, do liso Estévez, tentou jogar na catimba, e não se deu bem. Vai ter de vence o jogo de volta para seguir na Mercosul.

Os dois primeiros lances do jogo foram uma espécie de cartão de visita dos times. Com dez segundos, Estévez foi ao fundo e cruzou para a saída de Dida. A um minuto, Luizão fez uma falta violentíssima em Ameli.

Não que o San Lorenzo abdicasse da violência. Não que o Corinthians abdicasse do bom futebol. Mas era evidente que o time brasileiro tentava de todas as formas acrescentar o ingrediente raça à técnica que tem mostrado há tempos.

Só que exagerou na dose. Mostrou mais violência do que catimba e teve a expulsão justa de Marcelinho aos 38 minutos. Já havia levado amarelo e foi tomar satisfação com Córdoba, que havia feito falta feia em Fernando Baiano.

O jogo era contraditório. Misturava belas jogadas com pancadas dignas de uma pelada. Romagnoli, o típico habilidoso jogador de meio-campo da Argentina e Estévez, um ponta à moda antiga eram o perigo para o Corinthians. O San Lorenzo sofria com o toque de bola misturado com muita vontade exibida pelo Corinthians.

O primeiro gol foi assim. Luizão entrou pela defesa do San Lorenzo, trombou com a zaga e a bola chegou até Ricardinho, que acertou um forte e belo chute.

Aí, Marcelinho vacilou e o San Lorenzo tomou conta do jogo. Apertou a marcação e aproveitou-se de seguidos erros de Nenê e Márcio Costa. O gol saiu assim. Romagnoli pela esquerda, livrou-se de Edu e cruzou para Gallardo. Márcio Costa foi para a jogada e acabou enganando Dida.

Oswaldo voltou com Vampeta de Ricardinho e Edílson substituindo Luizão. Tinha sangue novo em campo. O San Lorenzo trocou Gallardo por Moreno, o que se mostraria inócuo.

O segundo tempo começou morno. Por dois minutos. Até que EstevezEstévez tentasse o primeiro chute a gol. Errou, mas foi o suficiente para que o San Lorenzo voltasse a encurralar o Corinthians.

Com a marcação bem adiantada, disputando todas as bolas, o time argentino foi tentando, tentando e conseguiu o segundo gol com um belo chute de fora da área. Márcio Costa rebateu e Córdoba acertou o canto baixo direito de Dida.

O San Lorenzo continuou tentando, mas Rincón, Vampeta, Edu e Senna fecharam a entrada da área. O Corinthians ainda teve uma boa chance em contra-ataque no final do jogo. Em São Paulo, jogando bola, dá para classificar.

Veja quem fará o Fielzão

Arquitectonica não é um lateral, para substituir Silvinho. Nem um goleador. Mas a Fiel já pode se acostumar com o nome. Arquitectonica é a empresa americana escolhida pelos executivos da Hicks, Muse, Tate & Furst para fazer o projeto do novo estádio do Corinthians.

– Eles fazem os melhores estádios e arenas pelo mundo – confirma J. Hawilla, presidente da Traffic.

O local do novo estádio será definido em duas semanas. De uma lista de 22, sobraram três áreas (no km 16 da Raposo Tavares; na Barra Funda e no entroncamento da Marginal com Via Anhangüera), que estão sendo analisadas, conforme o LANCE! antecipou na edição de ontem.

– Realmente, conseguimos ser os escolhidos – emendou, por telefone, Bernardo Fort-Brescia, presidente da Arquitectonica. – Vamos juntar todas as informações sobre os possíveis locais pois existem pontos positivos e negativos. E faremos alguns testes antes de os donos decidirem.

Uma vez escolhido o local, a Arquitectonica fará os desenhos e plantas. A obra ficará a cargo de uma construtora que ainda não foi escolhida. Fundada em 77, a empresa tem sede em Miami e Nova York. Escritórios em Los Angeles, Paris, Manila, Lima, Buenos Aires, Hong Kong e Xangai. Em São Paulo, são representados por Washington Fiúza.

E se depender do portfolio da empresa, o Fielzão tem tudo para ser um show de bola. O American Airlines Arena, casa da equipe de basquete do Miami Heats com 19,5 mil lugares e o novo Philips Arena, do Atlanta Hawks, da NBA, são algumas obras da Arquitectonica.

– Quando o tema é estádio de futebol, somos parceiros de uma empresa britânica que projetou o Chelsea Arena, entre outros - diz Brescia.

– Para um estádio de futebol existem vários detalhes importantes. O primeiro é a distância do campo já que muitos possuem pista de atletismo, deixando os fãs longe. Isso não vai ocorrer no Corinthians. Deixaremos o público sentir na pele o espetáculo. Nossa idéia é fazer uma conexão entre fãs e jogadores.

Outra questão que terá carinho especial dos arquitetos é o serviço.

– Estádio de futebol é muito diferente de beisebol ou futebol americano. No futebol, os banheiros e setores de alimentação têm de estar próximos da torcida pois o intervalo do jogo é de apenas 15 minutos – disse Brescia que não quis adiantar capacidade ou detalhes do Fielzão.

 

21/10

Timão contra a catimba

Oswaldo adora um jogo contra argentinos. Ele acha que o ritmo é diferente, que a adrenalina se eleva e que a eterna rivalidade entra em campo junto com os 22 jogadores. O tema é recorrente nas preleções que faz antes dos jogos contra "los hermanos".

– Falo sobre essa rivalidade, de como eles gostam de vencer brasileiros e peço o mesmo empenho por parte de nossos jogadores. Temos de jogar com muita raça essas partidas contra adversários da América do Sul.

E Oswaldo tem sentido bem mais receptividade dos jogadores corintianos esse ano do que no ano passado, quando todos assumem optaram por vencer o Brasileiro, sem importar-se muito com a Mercosul.

– Esse ano é diferente. Os jogadores estão animados, pensando em ganhar também a Mercosul. Percebo um ânimo muito grande e é com ele que vamos encarar esse jogo contra o San Lorenzo.

Edílson, a exemplo de Marcelinho, pede uma atitude mais afirmativa, mais combativa no jogo contra o San Lorenzo.

– Vi o jogo deles contra o San Lorenzo. É um time que usa muito a catimba. Eles chutaram o França umas duas vezes e quando reagiu, foi expulso. Não podemos entrar nessa de jeito nenhum.

E como escapar da catimba?

Edílson tem duas opções.

– Ou a gente não reage e só pensa na bola ou então, reage sem o juiz ver. Dá umas pancadas nos caras na moita, sem ninguém perceber.

Desligado como é, fica difícil para Edílson enganar algum juiz. Ontem, no embarque, esqueceu–se da carteira e do telefone celular. Um dos seguranças do clube teve que ir às pressa até sua casa buscar carteira e celular. Só que, se nada encontrasse, Edílson não viajaria sem dinheiro.

– Carteira é pra disfarçar. Dinheiro eu guardo no bolso – disse, mostrando um nutrido maço de notas.

Para enfrentar o San Lorenzo, Oswaldo vai ter a volta de Nenê, que não atuou contra o Internacional, porque estava cumprindo suspensão pelo quinto cartão amarelo. Luciano sai.

Rincón, suspenso no Brasileiro, joga hoje na Argentina. E acha que já está na hora de terminar a fama de time caseiro, sem sucesso em competições internacionais.

– Acho que os jogadores do Corinthians deveriam fazer uma análise disso e resolver acabar com essa fama. Aqui está cheio de jogador experiente, com presença em seleções e não tem sentido deixar de fazer sucesso fora do Brasil – diz o colombiano, que pede urgência nas mudanças.

– Temos de mudar isso bem rápido. Na primeira fase fomos bem, apesar de vencermos só no sorteio. Acho que esse ano vamos fazer um papel bem melhor na Mercosul.

Pelo menos dois gols

O San Lorenzo disputou quatro jogos pela Mercosul em seu estádio, o Nuevo Gasómetro. Pelo Campeonato Argentino, jogou outras quatro. Oito jogos. Ganhou todos.

E a promessa dos jogadores é manter a escrita.

– Precisamos fazer pelo menos dois gols para jogar sossegados em São Paulo – diz Romagnoli, que volta ao time, após recuperar-se de uma lesão no tendão de Aquiles.

– Precisamos fazer valer nossa vantagem - afirma Franco.

Morel Rodríguez explica por que o time joga tão bem em casa.

– Treinamos no estádio e conhecemos cada canto do campo. Se possível, temos de golear.

Michelini é menos audacioso.

– Vamos jogar contra o líder do Campeonato Brasileiro, com uma vantagem de cinco pontos. Não é um time qualquer. Não podemos fazer loucuras para conseguir a vitória – completa.

Fielzão: restam três

Executivos da Hicks, Muse Tate & Furst, sócia do Corinthians, fizeram ontem uma viagem-relâmpago a São Paulo. Missão: analisar o local onde será construído o novo estádio do Timão.

Foi uma inspeção peso-pesado. Vieram o mega-empresário americano Charles Tate, o T da HMTF; Cesar Baez, sócio da Hicks para a América Latina;, Roberto Muller, presidente da Muller Sports Group, o braço esportivo da Hicks; além de arquitetos americanos. Eles foram recebidos por J. Hawilla, sócio da Traffic; Alberto Dualib, presidente do Timão; e José Roberto Guimarães, diretor da Corinthians Licenciamentos.

– Sobrevoamos a cidade e gostamos de três áreas – afirmou, por telefone, Baez. – Agora, vamos aguardar a opinião dos arquitetos e assessores para definir o local.

Segundo o LANCE! apurou, o estádio do Timão será em um destes três terrenos: no km 16 da Raposo Tavares, em frente ao Carrefour; na Barra Funda, em um terreno da Telefônica ou em uma área na Marginal com a Via Anhangüera. A decisão está nas mãos dos arquitetos da empresa contratada pela Hicks.

J. Hawilla, da Traffic, confirma.

– Esses três terrenos saíram de uma lista inicial de 22. Os arquitetos americanos já estão com as plantas dos locais para fazer a escolha.

– A definição deve sair em cerca de duas semanas. A única certeza que temos no momento é que vamos construir um belíssimo e moderno estádio – emendou Baez.

O grupo permaneceu poucas horas em São Paulo. Vieram em um jatinho Gulfstream 4, prefixo 9N889JC, do Rio, onde tiveram uma reunião na Rede Globo. Desembarcaram às 15h09min, em Cumbica. Às 15h15min levantaram vôo em dois helicópteros Bell 206, cada um com capacidade para seis pessoas. O sobrevôo para analisar os possíveis lugares do Fielzão terminou às 16h28min, em Cumbica. A seguir houve uma reunião entre os executivos da Hicks no hotel Deville, próximo ao aeroporto. Dualib não participou do encontro evidenciando que a palavra final sobre o local do novo estádio será dos americanos. Após a reunião, que durou aproximadamente uma hora, os executivos americanos retornaram ao pátio vip de Cumbica, onde embarcaram para Nova York, via Caracas.

Vampeta: só na bola

Mais um jogo contra time argentino. Mais uma vez a estranha palavra domina as entrevistas. Ora, por iniciativa de entrevistador, outras vezes por decisão do entrevistado. Nem todos são assim.

Vampeta nem quer ouvir falar de catimba.

– De novo essa história? Cada vez que vamos jogar contra times argentinos, todo mundo fala de catimba. Para mim, isso nem existe. Eles jogam duros, são espertos, mas tudo é do jogo. Não tem do que reclamar.

O cabeça–de–área não gosta de receitas exclusivas ensinando métodos mirabolantes para ganhar dos argentinos.

– Para ganhar, não precisa de nada diferente do que estamos fazendo. Temos de jogar bola como sempre. Manter nosso estilo, impor nosso jogo e fazer os gols. Não dá para ficar perdendo tempo pensando em catimba e outras coisas.

Vampeta não aceita que a sua expulsão contra o Independiente tenha sido fruto de malandragem dos argentinos ou coisas desse tipo.

– Não sei até agora porque fui expulso. Pensei que o lateral era nosso e o juiz tinha apitado para eles. Não falei nada, não reclamei e ele me expulsou. Foi coisa do juiz mesmo, acho que deu uma loucura nele.

O jogo? Vai ser dureza.

– Se eles ganharam o grupo em que estavam o Boca e o São Paulo, é porque são um time bom. Temos de ter cuidado.

Jogador que mais atuou durante o ano, Vampeta já completou 66 partidas no ano. Um dos jogadores que mais atuou no mundo todo. Apesar do excesso, ele acredita que não terá problemas em enfrentar o San Lorenzo em Buenos Aires.

– Não sinto cansaço nenhum. Estou bem, em forma física. O que atrapalha a gente é a sucessão de viagens. Vai daqui para lá, de lá para cá. Aeroporto e estádio é uma rotina que cansa um pouco. Mas nada que atrapalhe jogar – explica o tranqüilo Vampeta.

 

 

20/10

Felipinho do Timão

Marcelinho quer voltar de Buenos Aires com três pontos. Não que ele considere o empate um mau resultado, mas acha possível vencer. E tem a receita para isso. Uma receita que começa na mudança de postura do time.

– Não dá para entrar de cabeça baixa em campo. A gente tem de se impor em campo desde o início do jogo. Mostrar que estamos ali para vencer a partida.

A tão famosa catimba argentina é tema de preocupação para Marcelinho.

– Ela existe. O jogador argentino sabe tirar proveito de muitos lances. Sabe fazer uma falta sem ser visto. Nós temos de jogar forte. Se eles catimbam, nós vamos fazer igual. Temos de jogar muito mais duro do que no Brasileiro.

O San Lorenzo é muito respeitado por Marcelinho.

– Acho que é bem mais forte do que o Independiente. Por isso, vamos entrar com tudo. Antes de começarem a provocar a gente, vamos partir para a provocação contra eles.

Tanto pedido por garra, por jogadas duras, tanta ansiedade por conseguir igualar a famosa catimba argentina tem uma explicação bem simples para Marcelinho.

– Na bola, o futebol brasileiro é melhor. No campo, dá a gente. Não podemos deixar que eles cresçam em cima de raça ou provocação.

O maior artilheiro de competições internacionais na América do Sul não joga.

– Para mim, não tem diferença entre fazer gols em times brasileiros ou da América. Estou esperando a minha chance e, se entrar, acho que dá para marcar. Mas, não tenho acompanhado quantos gols eu tenho nos campeonatos – diz Fernando Baiano, que marcou seis gols na Libertadores e quatro na Mercosul.


Edílson sossega o pito

Edílson vai mesmo ficar no Corinthians. Pelo menos até fevereiro, após o Mundial Interclubes. O sonho do Manchester fica para depois.

– Recebi uma oferta deles, através de um empresário. Não foi nada oficial. É uma oferta grande, muito boa, mas eu sempre digo que estou bem no Corinthians e que não desejo sair daqui. Só vou pensar nisso tudo após o Mundial.

Experiente, Edílson diz que a proposta do Manchester não vai mudar em nada sua atitude em campo.

– Não sinto nenhum tipo de pressão por causa disso. Houve a oferta e não deve sair negócio. Então, é só isso. Não se fala mais nesse assunto e vamos só pensar nos nossos treinamentos.

Ele chega a dizer que está entusiasmado com o Mundial e com as possibilidades corintianas de ficar com o título.

– Nosso time é bom e não vai ser desfeito. Vai ficar todo mundo junto nessa briga. Temos muitas chances de vencer o Mundial.

Outro sonho de Edílson é voltar à Seleção Brasileira.

– Estou jogando bem, tenho treinado muito e feito de tudo pelo Corinthians. Agora, quem decide se eu devo voltar ou não é o Luxemburgo. Tomara que ele me dê uma nova chance e eu possa mostrar meu valor.

Enquanto aguarda, Edílson sabe que a concorrência é muito dura e que nada é garantido.

– Tem muitos jogadores de alto nível querendo jogar na Seleção. Eu também quero e dependo do Luxemburgo. Não posso fazer mais nada além de trabalhar e jogar bem no Brasileiro.

 

San Lorenzo vai completo

O San Lorenzo desfez ontem a única dúvida que tinha para o jogo contra o Timão. O armador Romagnolli passou em um teste físico e poderá ser escalado por Oscar Ruggeri. O time deve jogar com Campagnuolo, Tuzzio, Ameli, Córdoba e Morel Rodriguez; Pusineri, Michelini, Fanco e Romagnolli. Estevez e Romeo.

O San Lorenzo tentou modificar a relação de jogadores inscritos para a Copa Mercosul, mas seu pedido não foi aceito. Eles queriam incluir Carlos Netto em lugar de Milguel Galarcio e Lucio Filomeno em lugar do espanhol Javier Artero.

Na primeira fase, o San Lorenzo estava no grupo de Boca Jrs., São Paulo e Universidad Catolica. Venceu o Boca duas vezes, foi goleado pelo São Paulo e desclassificou o Tricolor com uma vitória por 1 a 0.

 

Marcelinho diz que não gosta de loira

Marcelinho desmentiu ontem o fofoqueiro Leão Lobo que divulgou seu suposto namoro com a dançarina Carla Perez.

– Ele está em uma barca furada. Não tem nada a ver. Ela é minha amiga. Conheci em um programa de televisão, respeito muito, mas não estamos namorando. Estou sem ninguém.

Ele chegou a dar uma esnobada em Carla Perez.

– Sempre gostei de mulher morena. Ou de cabelo castanho. Loiras não fazem meu tipo.

 

19/10

O dono do tchan

O que era comentado há tempos, sem confirmação, foi escancarado ontem por Leão Lobo, o fofoqueiro da TV Gazeta: Marcelinho Carioca estaria namorando Carla Perez, a dona do tchan mais famoso e desejado do Brasil.

As assessorias de Marcelinho e de Carla Perez negaram, mas Leãozinho mantém a informação.

– Minha fonte é quentíssima. Eles vão anunciar seu namoro no dia 8 de novembro no show do Divina Inspiração, conjunto de Marcelinho, no Olimpia.

Não foi a primeira vez que Leão tocou no assunto.

– Na quinta-feira passada, dei a notícia. À noite, fui ao show do Daniel, também no Olympia, e o Marcelinho veio correndo dizer que não era nada disso. Então, eu falei o número da placa do carro dele e perguntei se pelo menos o carro dormia na casa dela. O Marcelinho levou um susto mas continuou negando.

Ainda no show, Leão encontrou-se com Carla.

– Ela estava brava comigo. Eu havia dito que ela estava saindo com todo mundo e eu recomendei que pelo menos usasse camisinha. Ela entendeu que eu havia dito que os rapazes precisavam usar camisinha com ela porque ela seria fácil. Expliquei e ela me deu um beijo. Perguntei do Marcelinho e ela negou sem muita força. Disse que só havia beijado o Javier. Agora, diz que vai me processar. Vai nada.

Um amigo de Marcelinho e de Carla Perez confirmou ontem que eles têm um envolvimento.

– Tem alguma coisa no ar. Falei com a empresária dela ontem e perguntei se eles estavam namorando. Ela disse que tudo indicava que sim. Sei que eles estavam saindo juntos há um tempo. Ninguém acredita porque ele é reservado, mas a Carlinha conquistou o rapaz mesmo.

Marcelinho separou-se há quatro meses e desmentiu romances, como com Eliana, da TV Record.

– Deus vai mandar uma garota para mim. Tenho certeza. E a pessoa que eu quero, que eu preciso, eu sei que vou encontrar na minha Igreja. Uma menina crente, que acredite nas coisas que eu acredito. Logo, essa garota chegará.

Parece que chegou.

 

Timão aceita empate

Se a diretoria do San Lorenzo, em um momento de loucura, ligasse para o Parque São Jorge e oferecesse o empate no jogo de quinta-feira, pela Mercosul, o técnico Oswaldo de Oliveira não pensaria duas vezes.

– Aceitaria, sem dúvida. Nem viajaria para lá. O empate nesse jogo é um resultado nada desprezível, e, pelo contrário, seria muito interessante.

Oswaldo está estudando algumas fitas de jogos do San Lorenzo. A determinação tática demonstrada contra o São Paulo o impressionou muito.

– O empate daria a classificação para o São Paulo. Eles estavam vencendo por 1 a 0 e tinham um jogador a mais. Nem assim, o San Lorenzo abandonou o seu estilo de jogo. Ficou atrás, na defesa, lutando pelo resultado – analisa.

No jogo de quinta-feira, Oswaldo tem certeza que a história do jogo será diferente.

– Eles não ficarão atrás. Farão de tudo para vencer. Vão jogar em cima da gente e precisamos lidar com isso – afirma.

O bom estado do gramado do estádio Novo Gasometro, do San Lorenzo, deixa Oswaldo bastante satisfeito.

– É um tapete. Impressionante como o campo é bem tratado. Para nós, isso é excelente. Permite que possamos jogar no nosso estilo, com bastante toque de bola.

O atacante Romeo e o zagueiro Iván Córdoba, capitão do time, são alguns jogadores citados por Oswaldo como referenciais do bom futebol do San Lorenzo.

– O Romeo é um atacante de bom nível e o Córdoba é um zagueiro muito rápido.

 

Agora, ninguém sai

 

O Corinthians vai jogar com força máxima o Mundial Interclubes de janeiro. O time tem intenção de ganhar o título e não vai se desfazer de nenhum jogador do grupo principal.

Assim, Zé Roberto Guimarães, diretor da Hicks, Muse, desmente a possibilidade de venda de Edílson para o Manchester, da Inglaterra.

– Nós não temos nenhuma oferta oficial. E, se tivermos, não vamos analisá-la antes de fevereiro. Também, dou minha palavra que não vamos fazer negócios do tipo "recebe o dinheiro agora e entrega o jogador depois do do campeonato".

A intenção é conseguir um zagueiro para reforçar o elenco. Mas, Guimarães considera difícil a concretização de algum negócio.

– Para o Brasileiro, as inscrições terminam quinta-feira e é difícil conseguir jogadores brasileiros. A maioria já jogou. Estrangeiro, então, é muito pior. A regularização dos documentos demora muito – afirma Zé Roberto.

Não haverá precipitação do Corinthians para regularizar a situação de César Prates. O jogador tem o passe preso ao Real Madrid, o adversário mais difícil do Corinthians na primeira fase do Mundial.

– Não há nada que impeça o César de jogar. Ele vai continuar sendo observado e analisado e só depois é que decidiremos pela sua contratação. Não há motivo para mudar o que havíamos decidido.

Suspenso no Brasileiro, pelo quinto cartão amarelo, Rincón pode jogar na Mercosul contra o San Lorenzo.

– Vai ser difícil. Os argentinos sempre jogam bem e o jogo vai ser na casa deles.

O são paulo pode ser rebaixado

Isso mesmo o timinho do são paulo pode ser rebaixado devido a situação ilegal de sandro hiroshi. Sandro Hiroshi falsificou sua identidade e com isso a exemplo do Botafogo que conseguiu os três pontos do jogo que fez contra o são paulo todos os outros times vam entrar com um recurso, e com isso o são paulo será rebaixado.HAHAHAHHAHAHAHAH. E nao acaba aí pois sandro jogou na seleção sub 17 e com isso a seleção pode ficar sem jogar a s olimpiadas e a copa, e sandro hiroshi pode ser suspenso de suas atividades no futebol.

 

18/10                Timão cada vez mais perto do Bi

O Botafogo agradece. Para o Corinthians, a vitória de 4 a 2 sobre o Inter no Maracanã apenas confirmou o óbvio: a classificação para a próxima fase do líder isolado do Brasileiro. Mas quem está rindo à toa é um outro torcedor alvinegro, o carioca, que foi beneficiado pela derrota do Colorado, rival na luta do Botafogo contra o rebaixamento. Luizão (3), Edílson, Anderson e Lúcio marcaram.

– Aha, uhu, o Maraca é nosso – gritavam os corintianos.

E era. O jogo começou com o despreocupado Corinthians solto e o tenso Inter firme na marcação, parando as jogadas com faltas, principalmente Vampeta. Mas o baiano parecia ser o único preocupado em fazer a bola passar do meio-campo para o ataque. Assim, logo os gaúchos perceberam que o Corinthians não estava disposto a correr tanto e começaram a buscar o gol. As chances vieram, mas apareceu mesmo a maior categoria do Timão. Logo Edílson animou-se e encontrou o artilheiro Luizão dentro da área. Era o primeiro dos três que ele marcaria.

Sem muita organização, o Inter, atrás no marcador, partiu para cima e o empate veio em cinco minutos, na cabeçada certeira de Anderson. Mais cinco minutos e lá estava o Coringão na frente novamente, mais uma vez graças a Luizão, que aproveitou boa jogada do talentoso (mas sumido) Ricardinho e marcou o segundo, o mais belo dos três gols que deixou ontem na rede colorada.

Começou o segundo tempo e a história se repetiu. No primeiro ataque, antes de um minuto de jogo, Celso apareceu na frente de Dida, driblou o goleiro e foi derrubado. Lúcio converteu o pênalti e deixou tudo igual mais uma vez. Mas quem tem Luizão sabe que já pode comemorar. O artilheiro, como sempre, estava no lugar certo na hora exata, quando veio o cruzamento rasteiro do incansável César Prates. O Inter ainda tentou mais uma vez, mas os músculos gaúchos já não correspondiam, depois de mais de uma hora de correria na chuva. O técnico Leão fez o que pôde, mas os reservas Zezinho e Anderson Barbosa, apesar de mais inteiros, não tinham a categoria dos extenuados titulares Hurtado e Celso. O gol veio, mas do outro lado, fruto da velocidade e categoria da dupla Marcelinho-Edílson. Começou, então, o baile corintiano. Comandado pelos marrentos Marcelinho e Rincón, o Timão começou a tocar a bola para trás e esqueceu um pouco o futebol objetivo que tanto prega Oswaldo de Oliveira.

Mas quem disse que a Fiel se importou? Tratou de dançar mais e gritar olé. Aos colorados, presentes em bom número, restou comemorar a derrota do arqui-rival Grêmio, que também se aproxima da Série B. E alvinegros cariocas e paulistas comemoraram juntos no Maracanã.

 

 

17/10

Estranho no ninho carioca


O Rio de Janeiro continua lindo e hospitaleiro e o Cristo Redentor estará dando as boas-vindas ao Timão. Mas o carioca Marcelinho preferia atuar em São Paulo, com o apoio da torcida, ao invés de jogar no Maracanã, às 17h, contra o Inter. “Nada como jogar ao lado da nossa torcida. Mas parece que punição só serve para o Corinthians. O Maracanã é um campo bom para jogar, tem espaço de sobra. Pena que vai estar vazio”, prevê.
A previsão de Marcelinho não significa que não reverencie o Maracanã. Ao contrário. Como qualquer garoto carioca, sempre sonhou em atuar no maior do mundo. E não esquece as principais datas. “Tinha oito anos quando assisti a um jogo no Maracanã entre Vasco e América. Estreei profissionalmente em 30 de outubro de 88, às 21h41, em um Fla-Flu. Substituí o Zico, machucado, aos 11 minutos do primeiro tempo. O Flamengo venceu por 1 a 0, gol do Bebeto.”
Além de Marcelinho, sem contar a comissão técnica, apenas Márcio Costa, o Peixe, nasceu no Rio. Mas outros jogadores como César Prates, que atuou no Botafogo e Vasco, conhecem bem o Maracanã. “Pra mim, que gosto de correr é um prato cheio. O campo não acaba. Acho até que o carioca vai prestigiar o Corinthians, líder do Brasileiro, deixando a praia de lado”, sonha César.
Apesar do desejo de César Prates, a imprensa carioca e a própria torcida corintiana não acreditam nessa possibilidade, nem levando em conta o preço dos ingressos (R$ 5,00).
Os jornalistas prevêem um imenso vazio. E o presidente da Gaviões da Fiel, Dentinho, segue a mesma linha de raciocínio. “Se tiver cinco mil torcedores, vai ser muito”.

CORINTHIANS
Dida; César Prates, Márcio Costa, Luciano e Kléber; Vampeta, Rincón, Ricardinho e Marcelinho; Luizão e Edilson. Técnico: Oswaldo de Oliveira

INTERNACIONAL

João Gabriel; Barão, Lúcio, Régis e Gustavo; Anderson, Claiton e Hurtado; Fabiano, Celso e Almir. Técnico: Émerson Leão

Local: Estádio Mário Filho (Maracanã), no Rio de Janeiro (RJ).
Data: 17/10/99.
Horário: 17h.
Árbitro: Reinaldo Ribas Vieira (RJ).
Assistentes: Marcos Vinícius Sá Freire e Carlos Henrique Alves Lima, ambos cariocas.

Ainda há tempo

Corintiano que é corintiano mesmo, daqueles que vão pro estádio com radinho de pilha, sanduíche de mortadela e amuleto feito pela sogra só pra dar sorte, não pode deixar de ir ao jogo contra o Inter no Maracanã. Se você perdeu o ônibus da Gaviões, que saiu à meia-noite, lá vão algumas dicas:
Conte os trocados que tem, peça pra patroa arrumar um lanchinho (se não tiver mortadela, roube as asas de frango do almoço) e saia correndo.
No meio do caminho, convoque a galera que também ficou para trás. Isso porque a alma corintiana se manifesta melhor em grupo. Daí, é só ir para a Rodoviária do Tietê.
Uma decisão difícil: escolher a companhia de ônibus para fazer a viagem (que dura cerca de 6 horas, com direito a parada para tirar água do joelho). Com menos de 20 contos dá pra pegar um bumba.
Quem é corintiano vip, daqueles que parecem são-paulinos, pode escolher um com ar-refrigerado e serviço de bordo. Tudo por uns 30 paus. Falo isso à toa. Corintiano que é corintiano gosta de dificuldade.
Chegando ao Rio, mais diversão. Torça pra não estar um sol daqueles de fazer suburbano ir para Copacabana. Aí, o jeito será fazer surfe no ônibus (pergunte a um carioca quais são as manhas). Se tiver lugar, não se esqueça de que a entrada é pela traseira do bumba (a passagem custa só R$ 0,80!).
Uma vez no Maraca, felicidade pura. É só ser corintiano, corintiano mais do que tudo, e mostrar pros flamenguistas como é que se torce.

César Prates conhece o inimigo

O lateral-direito César Prates conhece bem o adversário de hoje do Corinthians (jogou no Internacional de 1992 até 1995) e, por isso, não pensa em goleada. “Eles não estão bem no campeonato, mas mesmo assim vão levar perigo para a gente. Se ganharmos de 1 a 0, estará bom demais”, disse. “Com a chegada do Leão, o time readquiriu aquela tradição gaúcha de time de pegada. O jogo será difícil por causa disso”, completou.
César Prates lembra que tem tido sorte quando enfrenta a ex-equipe. “Quando estava no Vasco, ganhamos de 2 a 1, em São Januário. No Botafogo, empatamos em 1 a 1 e o jogo foi no Beira-Rio. Tenho um bom retrospecto contra o Inter”, afirmou.
Do atual elenco colorado, César Prates conhece apenas o goleiro João Gabriel e o zagueiro Régis da sua geração. “Ambos começaram lá no Internacional e fazem parte da tradição do clube de revelar jogadores. São bons atletas, que sabem como é difícil atuar por um time com uma grande torcida”, comentou o lateral corintiano.

Kléber estréia no maior do mundo

Kléber garante estar preparado para enfrentar o Maracanã pela primeira vez. “Vou jogar como se estivesse no Pacaembu”, garante o lateral-esquerdo, que vem se firmando cada vez no time titular.
O medo do técnico Oswaldo de Oliveira de que Kléber acabe se empolgando demais, segundo o garoto, não é motivo de preocupação. “Ele pode ficar tranquilo que isso não vai acontecer.”
Além da estréia de Kléber no Maracanã, a maior novidade é o retorno de Rincón, depois de cumprir três jogos de suspensão. Luciano também começa jogando pela primeira vez. “A volta do Rincón é importante porque ele é minha voz dentro de campo”, lembra Oswaldo de Oliveira.

 

16/10            Frank Sinatra de volta ao Timão

Frank Sinatra, o cantor norte-americano que já morreu, era conhecido como 'The Voice' (A Voz). No líder Corinthians, Rincón exerce esse papel, não cantando, mas orientando. “Ele é a minha voz dentro de campo. O Rincón faz falta em qualquer equipe do mundo”, elogiou o técnico Oswaldo de Oliveira, que não escondeu a alegria de poder voltar a contar com o jogador contra o Inter, amanhã, no Maracanã.
Rincón não vê a hora de voltar a atuar pelo Brasileirão (depois de cumprir suspensão de três jogos). “Estou com saudade de jogar pelo Corinthians e espero fazer o melhor no Maracanã. Fico grato com os elogios do Oswaldo. Eu tenho o costume de orientar e falar muito dentro de campo.”
Apesar de tanta pompa e de ter dado a camisa para Maradona, após o amistoso entre Colômbia e Argentina, Rincón mantém a simplicidade. “Sou o capitão lá também. Posso ser considerado líder por ser o mais velho e pelo currículo”.
Marcelinho, que volta a perder o posto de capitão, também se rende a Rincón. “Ele é o nosso líder e vem jogando muita bola”.
Sobre jogar no Maracanã, o craque ainda se mostra inconformado. “Parece que o Corinthians não tem peso na CBF.” Mas não esquece da sua primeira vez no estádio. “Tinha 8 anos quando assisti ao 1º jogo lá, entre América e Vasco. E fiz minha estréia profissional no dia 30 de outubro de 1988, às 21h41, com 11 minutos do 1º tempo, no lugar do Zico, que se machucou. O Fla ganhou de 1 a 0 do Flu, gol do Bebeto.”

Luciano entra e encara carrasco

O zagueiro Luciano terá um desafio na primeira vez em que será titular do Corinthians nesse Brasileirão. No jogo de amanhã, contra o Internacional, no Maracanã, o jogador substitui o suspenso Nenê e reencontra o atacante Fabiano, seu carrasco nos tempos de Grêmio.
Fabiano é o responsável por um momento delicado do becão corintiano, quando atuava no Rio Grande do Sul. No Grenal de 97 pelo Brasileirão, o Inter goleou o rival por 5 a 2, em pleno Estádio Olímpico, Fabiano marcou três gols e Luciano foi crucificado pelos torcedores. Uma semana depois, o zagueiro foi vendido para o Standard de Liège.
“Houve muita pressão naquela época e acabaram colocando a culpa em mim. Mas toda a equipe foi mal naquele jogo”, lembrou Luciano, que espera um bom duelo com seu carrasco. “O Fabiano é um jogador inteligente e muito rápido. Por isso, não posso dar espaço para ele”.
O zagueiro do Timão pede cuidado também com o restante do time gaúcho. “Eles estão com treinador novo e num momento de ascensão. Empataram com o São Paulo e o Vitória, mas mereciam vencer em ambas as partidas”, advertiu. “Como o jogo será no Maracanã, acredito que eles não vão ficar apenas pensando em empatar.”
Ingressos - Para atrair a Fiel carioca, a diretoria do Timão colocou os ingressos a R$ 5 para todos os setores.

Perda de mandos causa polêmica

O Corinthians conseguiu transferir a partida contra a Ponte Preta, que seria disputada dia 20 de outubro, para 7 de novembro. A mudança teve de ser feita porque, no dia 21, o Timão vai encarar o San Lorenzo, em Buenos Aires, pelas quartas-de-final da Copa Mercosul. O jogo de volta também já está marcado para o dia 27, no Pacaembu. Mas a perda de mando de dois jogos no Brasileiro ainda traz polêmica.
No julgamento de quarta-feira, o Corinthians não mandou nenhum advogado para se defender na CBF e acabou sendo punido. “Eu posso responder por mim. Não recebi nenhum comunicado da Federação Paulista ou da CBF de que o julgamento aconteceria nessa data”, disse o diretor da Corinthians Licenciamento Ltda, José Roberto Guimarães, acrescentando que o clube vai entrar com recurso na segunda-feira para que a punição seja reduzida a um jogo.
Sobre o próximo jogo em que vai ter de jogar fora de São Paulo, contra o Atlético-MG, dia 30, o clube ainda não sabe em que estádio vai mandar a partida. “Temos de ver como vai ser o público no Maracanã, no jogo de domingo, para ter uma noção. Mas a idéia é mandar a partida o mais perto possível de São Paulo”, afirmou Zé Roberto.

 

15/10                    Onde será a nova casa Corithiana?

Num momento em que a CBF interdita o Pacaembu e o
Corinthians é obrigado a jogar fora de São Paulo, é mais do
que oportuno perguntar: a quantas anda o novo estádio do
Corinthians, cuja construção está prevista no contrato de
parceria entre Timão e Hicks Muse? 

O segredo do terreno onde será construída a moderna
arena, que além de estádio abrigará shows e um shopping
center, é guardado a sete chaves pelos homens da parceria.
O LANCE! apurou que terrenos na cidade de Barueri e na
zona norte da Capital (este, onde hoje se encontra a antiga
Sociedade Paulista de Trote, na Vila Guilherme), e Via
Anhangüera são os locais estudados pela Hicks. 

Segundo o assessor de esportes da prefeitura, Válter
Junqueira, Barueri quer abrigar o estádio do Corinthians. O
prefeito Gil Arantes (PFL) tem tratado o esporte como
prioridade, mantendo times de basquete na cidade e
oferecendo o estádio municipal para treinos do Palmeiras,
por exemplo. 

Já houve contatos e a questão é saber que área Barueri
poderá oferecer. Como há grandes terrenos do Exército na
cidade, há a possibilidade de a prefeitura intermediar uma
negociação entre a Hicks e a União para a cessão de algum
terreno, possivelmente em permuta. O que é certo apenas é
que a área tem que ser perto da Rodovia Castelo Branco, se
possível perto de uma das quatro estações de trem da
cidade: Aldeia de Barueri, Centro, Jardim Belval e Jardim
Silveira. 

Entre essas duas últimas estações há uma área fortemente
cogitada para a construção da nova casa da Fiel. É um
terreno plano de 200 mil m2, o ideal para a construção de
um estádio para 55 mil pessoas, a pretensão da Hicks. A
área está desativada. Abrigava uma empresa que há três
anos pediu falência. 

Pertence hoje a um pool de bancos gerenciado pelo
Bradesco. Oito seguranças guardam os escombros do que
um dia foi a fábrica. Se chega lá pela Castelo Branco. Da
entrada de Barueri até o terreno, situado na Estrada de
Jandira, gastam-se dez minutos de carro. Também dá para
ir pela Raposo Tavares. Aí se entra por Jandira e o tempo do
percurso aumenta em cinco minutos. Há várias linhas de
ônibus que servem o local. Duas delas saem da Lapa. 

Os inconvenientes são a distância, o trânsito infernal na
saída de São Paulo e a concentração de áreas militares na
região, o que pode vir a ser um empecilho. O preço também
é salgadinho. Segundo uma fonte da prefeitura, o terreno
valeria em torno de R$ 3 milhões. 

O prefeito Gil Arantes e representantes da Hicks teriam tido
um encontro no local, há poucos dias, avaliando os prós e
os contras. 

O interesse pela cidade pode ser explicado pelas ligações
que José Roberto Guimarães tem com o município. O
ex-técnico da Seleção Brasileira de Vôlei e atual diretor da
Hicks tem um centro de treinamento na cidade, o Sportville.
O LANCE! apurou que José Roberto já fez diversas visitas à
prefeitura, e que o diretor da Hicks discutiu com Gil Arantes
a possibilidade de instalação da sede brasileira da Hicks em
Barueri.

O metrô é logo ali

Outro terreno analisado é o da Sociedade Paulista de Trote,
na Vila Guilherme, zona norte, que ficou famoso nos anos
80 por aquelas corridas de charrete que eram exibidas no
"Programa Sílvio Santos". 

Há muito tempo o lugar está esquecido. O Corinthians teria
proposto à prefeitura a devolução de parte da área cedida
em Itaquera, que hoje abriga o CT. Em troca ficaria com o
terreno da Sociedade Paulista de Trote. Se comprometeria
também a realizar uma série de melhorias no local. 

Para o torcedor paulistano do Timão seria uma ótima. Com
um pouco de ânimo dá para ir a pé das estações Tietê e
Carandiru do metrô. Quem não quiser se dar a esse trabalho
terá à disposição uma série de linhas de ônibus que saem
destas estações. De ônibus, o trajeto, sem trânsito, não
costuma durar mais do que 15 minutos. 

O terreno, situado no quadrilátero formado pelas avenidas
Nadir Dias de Figueiredo e Guilherme e as ruas Chico
Pontes e São Quirino, fica bem próximo à Marginal do Rio
Tietê, na altura da ponte Presidente Jânio Quadros, a antiga
ponte da Vila Maria. Esse talvez seja o problema. Os
acessos ao local são sujeitos a inundações e alagamentos
provocados pelas chuvas de verão. 

Outro galho pode ser criado pelos ambientalistas. Parte da
área abriga um parque da Secretaria Municipal do Meio
Ambiente. Nele há árvores e vivem pássaros e animais
silvestres de pequeno porte. Seria preciso entrar em acordo
com os ambientalistas. 

Uma terceira opção seria a Via Anhangüera. Nos arredores
dos novos estúdios do SBT há vários terrenos desocupados.
O acesso seria feito pela Marginal do Tietê. O duro seria
agüentar o trânsito


Luxa leva nota 6,5


Edílson fez de tudo no jogo contra o Santos. Não foi a
primeira vez que uma atuação sua deixou satisfeitos todos
os que gostam de bom futebol. Que Edílson joga muito,
todo mundo sabe, mas por que sua passagem pela Seleção
se resume a poucos jogos? Ele tem sua teoria a respeito. 

– Nunca fui de fazer marketing e campanha para chegar na
Seleção e isso me prejudica. Quando eu estava em ótima
forma no Palmeiras, todo mundo era convocado, menos eu.
Acho que tinham de deixar alguém de fora para não levar o
time todo e sempre sobrava para mim. 

A chance apareceu no final do Campeonato Paulista.
Edílson era o grande destaque e foi chamado por
Luxemburgo. Aí, houve a embaixadinha no final do jogo
contra o Palmeiras, a briga e o corte de Edílson. Ele olha
para trás e não muda sua opinião. 

– Fui vítima de injustiça. Aquilo não era motivo para eu ficar
de fora. Na primeira fase do Luxemburgo, não fui chamado
por causa de problemas antigos com ele. Quando ele
resolveu me convocar, mudou de idéia por causa da
embaixadinha. 

Luxemburgo vive dizendo que não tem nada contra Edílson e
que o chamará para a Seleção quando achar que é o
momento exato. Não são palavras que incentivam e nem
enganam Edílson. 

– Se eu fosse técnico da Seleção e tivesse problemas com
um jogador, viria com essa história também. Ele fala por
falar. 

Luxemburgo chegou à Seleção com a aprovação total. Muita
gente esperava mudanças radicais e um grande futebol a
cada jogo. Para Edílson, não é o que acontece. 

– Eu acho que a Seleção do Luxemburgo merece 6,5 de
nota. Ainda não mostrou um grande futebol. Mas é cedo
para cobranças. O Luxemburgo está começando o trabalho
agora, vai ter tempo para fazer suas idéias prevalecerem.
Ele é um grande técnico, ninguém pode negar isso. 

O de quarta-feira foi o segundo dado por Edílson em
Claudiomiro. O primeiro foi nos 5 a 1 do Paulistão. O lateral
improvisado deve ter pesadelos com Edílson. E o
interessante é que o jogador do Corinthians ficou
preocupado quando viu Claudiomiro escalado na lateral
esquerda. 

– Pensei que fosse haver marcação homem a homem, que
ele fosse me acompanhar em todo o campo. Assim, fica
difícil jogar – diz Edílson, que logo se animou. 

– Quando vi que não era nada disso, que ele ia ficar ali na
lateral, vi que poderia fazer uma boa partida. Fui para cima
dele e me dei bem. 

O posicionamento de Edílson foi próximo ao que Marcelinho
costuma fazer. Mudança que o Pé-de-Anjo aplaude. 

– Eu fico mais atrás, enfiando as bolas para o Edílson e
para o Luizão. Assim, com muita movimentação, fica mais
fácil de jogar. Nosso time está bem, não dá para negar. 

Cadê o Corredor X?


Quem assistia ao desenho animado "Speed Racer",
lembra-se do Corredor X, que a cada instante estava em um
local, supreendendo os adversários. 

Onde está Ricardinho? É a pergunta que tem importunado
os técnicos dos outros times. Ele, que se mexe muito,
sempre aparece como uma boa opção de conclusão de
jogadas, em qualquer lugar de campo. 

Ricardinho, que se lembra vagamente do Corredor X,
concorda que a movimentação tem sido uma constante em
seu futebol. 

– Hoje em dia, não dá para ficar parado, esperando uma
bola, tentando uma jogada aqui e outra ali. Tem de dificultar
a marcação do adversário. É isso que nós estamos fazendo
no Corinthians. 

– Eles para lá e eu para cá, do lado contrário. 

A frase de Ricardinho não indica incompatibilidade de
gênios com os outros atacantes. Pelo contrário, é um
indicativo da forma de jogar. 

– O Edílson cruza e, se o Luizão está no primeiro pau, eu
vou para o segundo. Se ele está no segundo, eu vou no
primeiro. É sempre a busca de opção para novas jogadas. E
como nosso time está muito rápido, complica para os
outros. 

Um exemplo do entendimento foi dado no gol de Luizão. 

– Eu vi ele passando por trás e abri as pernas quando o
Edílson cruzou. Se tentasse dominar, ia atrapalhar tudo. A
bola passou e o Luizão colocou para dentro. Está dando
certo e vai continuar assim. 

Fiel esnoba Maraca

A comissão técnica do Corinthians afirmou ontem que foi
ela, e não a CBF, que pediu o Maracanã para o jogo contra
o Inter, em virtude da invasão de campo contra o Vasco.
Oswaldo optou pelo Rio por causa das dimensões do
campo e da qualidade do gramado. Ele quer o segundo jogo
de suspensão – contra a Ponte – também no Maracanã,
mas encontra resistência nas torcidas organizadas. 

– Nós viemos pedir que o jogo seja no Paraná ou no interior
de Minas – diz José Cláudio de Almeida Moraes, o
Dentinho, presidente da Gaviões da Fiel. 

Ele quer ver o time com o apoio da torcida. 

– No Paraná, tem muito corintiano. Depois dos três grandes
de lá, somos a maior torcida. O Maracanã é muito grande e
muito frio. Com pouca gente, nem dá para torcer e animar o
time. 

Dentinho foi pedir maior atenção da diretoria em relação aos
julgamentos em que o time estiver envolvido. 

– Nossa liderança está incomodando o pessoal do Rio. O
Vasco vai para o Maracanã, o Atlético vai para o Mineirão e
nós temos de sair do estado. É perseguição.

Fonte: Lance!

 

13/10                    Super Timão acaba com tabu de 13 anos

O Corinthians quebrou um tabu em grande estilo. O Timão ficou sem vencer
o Santos dentro da Vila Belmiro por treze anos, e na noite desta quarta, goleou o time
comandado por Paulo Autuori por 4 a 1. Nenê abriu a o placar no primeiro tempo, aos 15
minutos. No segundo tempo, Luizão, Ricardinho e Kleber, aos 15, 18 e 33 minutos,
consolidaram a vitória corintiana. Dodô descontou aos 21 minutos do segundo tempo. 
A vitória deu ao Corinthians seis pontos de vantagem sobre o Vasco, segundo colocado na
tabela do Brasileirão. Com os 34 pontos conquistados até agora, o Corinthians
praticamente se garante nas oitavas de final do torneio. 

Fonte: A gazeta esportiva

 

12/10    Timão na 2ª fase da Mercosul

ASSUNÇÃO, Paraguai, 11 OUT (LANCE!) - O Corinthians
está classificado para a próxima fase da Copa Mercosul. O
Timão levou a melhor sobre o Boca Juniors, da Argentina, e
venceu o sorteio que determinou qual das duas equipes
seguiria na competição. 

O sorteio, que estava marcado para as 13 horas (de
Brasília) desta segunda-feira, atrasou e só aconteceu por
volta das 15h30min, na sede da Confederação
Sul-Americana de Futebol (Conmebol), em Assunção,
Paraguai. O motivo da demora foi que os representantes de
Corinthians e Boca tentaram chegar a uma outra solução,
mas o clube brasileiro não aceitou a realização de um jogo
extra por falta de data para a realização da partida. Além
disso, o presidente corintiano, Alberto Dualib, chegou
atrasado à reunião.

Descartada a hipótese de um confronto entre os dois times,
não sobrou outra alternativa além do sorteio. Foram
colocadas dez bolinhas, numeradas de uma a dez, dentro
de um globo.Os clubes tinham de escolher entre par ou
ímpar, e a bolinha sorteada determinaria o vencedor. O
número que deu a vaga ao Timão foi o 4, usado pelo
zagueiro Nenê.

Com a classificação, o Corinthians receberá US$ 400 mil.
Agora, a equipe brasileira terá pela frente outro adversário
argentino, mas desta vez no campo: o San Lorenzo. Como
teve pior campanha, o Timão terá de decidir a vaga fora de
casa. O jogo de ida será em São Paulo, no dia 20 de
outubro, e o de volta, em Buenos Aires, no dia 27.

 

11/10                        Capeta queria o troco

– Queria ter a oportunidade de enfrentar o Boca Juniors de
novo. Estou com esse time engasgado na garganta. Foi
muito injusta a nossa derrota para eles. Mas infelizmente
não vai ser possível. Vacilamos e acabamos caindo nesse
sorteio – dizia um irado Edílson. 

O Capeta se referia à derrota por 2 a 0 no Teresa Herrera,
em agosto, na Espanha. O Timão teve várias chances de
gol, não fez e a defesa acabou entregando o jogo. Riquelme
e Samuel foram os carrascos do Corinthians naquela tarde
infeliz. 

Boca Juniors e Timão decidem hoje na bolinha quem será o
terceiro melhor segundo colocado na Mercosul. O felizardo
pegará o San Lorenzo na próxima fase. O sorteio será
realizado, às 13h, horário de Brasília, na sede da
Confederação Sul-Americana de Futebol, em Assunção, no
Paraguai. A direção da equipe argentina chegou a consultar
a Conmebol sobre a possibilidade da realização de uma
partida extra. Idéia rechaçada de pronto pelo Timão, que não
quer mais um jogo na sua apertada agenda. 

A passagem para a próxima fase significará um bom reforço
de caixa para a parceria Corinthians-Hicks, Muse. Caso
seja campeão, a parceria embolsará quase R$ 10 milhões.
A importância do sorteio pode ser medida pelo
representante do Timão no Paraguai. Ninguém menos que o
presidente Alberto Dualib. Se hierarquia for sinônimo de
sorte o Timão já levou. O Boca mandou a Assunção Roberto
Digon, terceiro presidente do clube. 

Se der Timão na bolinha, o próximo adversário será o San
Lorenzo. Tão argentino quanto o Boca e o Independiente.
Este último ganhou duas vezes do Corinthians na primeira
fase da Mercosul. Os confrontos estão marcados para 20 e
27 deste mês. Como o Timão tem pior campanha, decide a
vaga às semifinais em Buenos Aires. Apesar do retrospecto
desfavorável, Edílson não vê problemas em enfrentar times
argentinos: 

– Jogar contra argentino é sempre difícil. Mas time por time
a gente é bem melhor que eles. 

Oswaldo de Oliveira é outro que não vê com bons olhos
essa história de sorteio. Mas não tem outro jeito: 

– Seria mais justo uma partida de desempate com o Boca.
Mas infelizmente isso não será possível. Nosso calendário
está muito apertado. Não há datas disponíveis. 

Se dependesse de Oswaldo para o Corinthians se garantir,
o clube estaria perdido. O técnico se diz um pé-frio em
matéria de jogos, apostas e afins. Até se animou a fazer
uma fezinha na Mega-Sena. Mas desistiu quando viu as
enormes filas nas portas das lotéricas.

Maurício: missão mais que cumprida

Entrar num time com a certeza de que o banco é o destino
nunca é bom. É o caso de Maurício. O goleiro porém volta à
reserva com a consciência do dever cumprido. Foram dois
jogos e nenhum gol sofrido. Contra o Paraná, garantiu a
vitória ao fazer uma defesa fantástica num chute do veterano
Jorginho. 

– Fazia tempo que não sabia o que era ser exigido, e me
sai bem – diz Maurício. 

Contra o Santos, Dida, que estava na Seleção, volta ao
posto.

         Oswaldo feliz com Luizão


A mais cara contratação da parceria Corinthians-Hicks
Muse não marca gols há cinco jogos. Mas enganam-se
aqueles que imaginam que Oswaldo de Oliveira está
descontente com Luizão. Muito pelo contrário. E pode vaiar
à vontade: 

– O Luizão está fazendo exatamente aquilo que nós
estamos pedindo para ele. E está muito bem na função. 

Umas das justificativas dadas pelo atacante é que Oswaldo
tem pedido para ele jogar mais recuado. Colaborando na
marcação da saída de bola do adversário. Jogando mais
longe da área é lógico que Luizão fica mais distante dos
gols. E mais perto das vaias, xingamentos e reclamações
da Fiel, que a todo jogo pede por Dinei logo no primeiro
lance infeliz de Luizão. 

Oswaldo não parece disposto a alterar o posicionamento do
atacante e conseqüentemente lhe dar a oportunidade de
limpar a barra com a Fiel: 

– Eu não posso pensar individualmente. O importante é o
Corinthians ganhar. E o Luizão tem sido fundamental para
isso.

 

10/10                    Timão vence Paraná por 1 a 0 no Pacaembu

Foi uma tarde de fatos inusitados no Pacaembu. Dia em
que o Paraná, ameaçadíssimo pelo rebaixamento, envolveu
o líder Corinthians, jogou melhor, mas perdeu de 1 a 0. Dia
em que a torcida alvinegra, impaciente, vaiou e revoltou-se
contra o futebol de seu time, que, com a vitória, segue na
ponta do Brasileiro sem ameaças. 

Dia em que os dois gols da seleção holandesa contra o
Brasil em Amsterdã, anunciados nos falantes, foram
curiosamente aplaudidos pelos cerca de 10 mil corintianos. 

Só haveria um motivo prático para tal. O jogo do Brasil
roubou Vampeta, metade do problema alvinegro ontem.
Roubou Dida, também, mas que não fez falta, porque
Maurício garantiu o placar. Quando foi anunciado o pênalti
defendido pelo goleiro em Amsterdã, viu-se a única
manifestação de apoio à Seleção nas arquibancadas do
estádio paulistano. 

Coisas de uma tarde, no mínimo, diferente no Pacaembu,
que a partir de hoje fica interditado para jogos do Timão até
que o tribunal da CBF julgue a invasão de campo que
aconteceu no jogo com o Vasco. 

Marcelinho e Edílson jogaram. Mas o Corinthians deixou a
impressão que sua dupla imprescindível mesmo é Rincón,
suspenso no Brasileiro, que não enfrenta o Santos, e
Vampeta. Sem eles, as bolas chegaram com muita
dificuldade ao ataque. 

Mais do que isso. A defesa, já vulnerável com os dois
cabeças-de-área titulares, ficou perdida sem eles. Jorginho
chegou a driblar César Prates no meio das pernas dentro da
área e bater para a grande defesa de Maurício. Foi assim os
90 minutos. 

Pode-se escolher qualquer variação da palavra azar para os
paranaenses. Jorginho deixou o campo angustiado, falando
coisas como: 

– Depois de jogar bem assim e perder, é melhor jogar mal.
Só vamos ganhar quando jogarmos mal. 

O problema do Corinthians nem foi com os substitutos.
Marcos Senna, por exemplo, até fez boa partida. O
problema é que Rincón e Vampeta são peças-chave. Ou,
como prefere Oswaldo: 

– O time estava sem as suas molas mestras – diz, com seu
linguajar e calma característicos. 

O técnico, mesmo líder, foi vaiado nas alterações que fez,
chamado de burro. E olha que Marcos Senna pediu para
sair e Edílson sentiu uma dor na perna esquerda. Luizão,
inofensivo para a defesa do Paraná, foi outro que saiu
xingado. Nem a liderança torna a Fiel menos crítica. 

– Toda unanimidade é burra. Eu não quero ser unanimidade
aqui – diz o treinador, citando a famosa frase do escritor
Nélson Rodrigues.

       Alegria bem maior que o resultado

A torcida vaiou. E daí? O futebol não foi dos melhores. Isso
pouco interessa. Edílson resumiu bem a magra vitória contra
o Paraná. 

– Ganhar de meio a zero já está bom. O importante é que
atingimos o nosso objetivo – explicou Edílson, o autor do gol
que evitou uma série de constrangimentos. 

Para Edílson, a forte marcação aliada ao desespero da
equipe paranaense foram os grandes entraves para uma boa
exibição. 

– É difícil você jogar contra uma equipe desesperada. Eles
vieram fechados, marcando forte. Isso dificultou muito a
nossa vida. Sorte que o meu gol acabou acontecendo na
hora certa. 

Edílson é macaco velho no Parque. Por isso não fica
surpreso quando a torcida vaia um time que é o líder isolado
do Brasileirão. 

– A torcida do Corinthians cobra, exige mesmo. Sempre foi
assim. O importante é que soubemos manter a calma. 

O xingado Oswaldo de Oliveira tinha uma fisionomia aliviada
no vestiário. Mas o técnico viu seu time passar por maus
bocados. 

– No primeiro tempo o Paraná foi muito superior a nós. É
um time experiente, que joga melhor fora de casa. No
intervalo acertamos as coisas e voltamos melhores. Não
fizemos uma grande partida, mas com as dificuldades que
tivemos foi um grande resultado. 

Para o clássico contra o Santos, Oswaldo terá menos
problemas. Dida, Edu e Vampeta voltam.

 

 

9/10                                Sorteio assusta Timão

Até parece coisa combinada.
Corinthians e Boca fizeram
campanhas iguaizinhas na Mercosul. Três vitórias, duas
derrotas e um empate, dez gols a favor e cinco contra.
Ninguém mandou não golear o Vélez, com nove jogadores,
ou perder as duas para o San Lorenzo. Não tem tempo para
choro. A vaga para a segunda fase da Mercosul será
decidida por sorteio, segunda-feira, em Assunção, na sede
da Conmebol. 

O Corinthians será representado pelo presidente Alberto
Dualib, que terá a torcida de todos os jogadores. 

– O melhor era a gente ter goleado o Vélez, mas naquele
jogo fizemos tudo errado. Desde a falta de pegada, até
desânimo, falta de pontaria, tudo deu errado. Vamos ficar
torcendo – diz Marcelinho, que gostaria de um novo jogo. 

– Além de ser mais justo, nós poderíamos nos vingar
daquela derrota para eles no Tereza Herrera. 

Marcelinho diz que é um homem de sorte, que tem "a vida
abençoada", mas não quis tentar a sorte com uma moeda
fornecida pelo LANCE! Nem ele, nem Ricardinho e nem
Dinei. César Prates tentou a sorte e ganhou. Pé-quente, ao
contrário de Nenê e Luciano, que perderam o sorteio. 

O técnico Oswaldo também jura que é sortudo. 

- Ganhei uma classificação no Catar, com sorteio, quando
eu dirigia o Arabi. Mas, o ideal seria mesmo haver um novo
jogo. 

Maurício e Ricardinho também gostariam de uma partida
contra o Boca, mas não querem chorar o passado recente. 

– Não adianta falar que a gente deveria ter goleado o Vélez.
Ganhamos e pronto. Agora, depende do sorteio – diz
Ricardinho. 

– Nunca joguei em nada, mas agora vou torcer muito nesse
sorteio, já que não tem novo jogo. Lutamos muito contra o
Vélez, mas não deu para golear. Agora, é só pensar na
sorte – completa Maurício. 

Sorteio não é o único assunto no Parque. Todos consideram
o Paraná, candidato ao rebaixamento, um adversário difícil. 

– Tem o Fernando Diniz, o Jorginho, o Pingo, um monte de
jogadores experientes. Temos de ir para cima deles e nem
deixar respirar. Precisamos ganhar no começo do jogo.
Entrar a mil. Vamos aproveitar essa instabilidade que eles
estão tendo – diz Marcelinho. 

Oswaldo vê outra dificuldade. 

– Eles trocaram de técnico e isso pode ser um fator a mais
de incentivo. Vamos jogar para vencer e lutar sempre por
esse primeiro lugar. 

                            O prêmio de André

André Santos voltou mudado para o Corinthians. Em 99, não
tinha nada do garoto de 95 e 96 que ria de tudo. Até do que
não tinha graça. 

Quieto, falando pouco, era era sinônimo de trabalho. Treino,
treino, treino e mais treino, mesmo com a possibilidade de
jogar sendo apenas um sonho longínquo. Na zaga, havia
João Carlos, Batata, Nenê e Márcio Costa... No
meio-campo, Gilmar, Vampeta, Rincón, Edu e até Márcio
Costa tinham a preferência. 

Então, uma série incrível de contusões (Batata, João Carlos,
Gilmar), suspensões (Edu e Rincón) deram a chance em
que só André acreditava. 

– Sempre trabalhei duro e estou em ritmo de jogo. Estou até
dois quilos mais leve – diz André. 

– O André se esforçou muito e está sendo recompensado -
explica Oswaldo, que o escalou como volante mais recuado,
responsável pelo combate mais direto aos atacantes. 

André está voltando fora da sua posição preferida. 

– Para mim, está bom. Já joguei nessa posição e vou dar
conta do recado. Tenho certeza. 

Jogar, André Santos já jogou em muitas posições. Quase
todas. 

– Aqui no Corinthians, eu só não fui goleiro e centroavante.
Até na ponta-esquerda eu já fui utilizado. 

André acredita que tanta versatilidade pode ter atrapalhado
sua carreira. Como Wilson Mano, outro curinga, teve
dificuldades em ser titular e espera mudar isso. 

– Eu sou zagueiro. Essa é minha posição. É assim que
quero me firmar, mas jogar sempre é bom. 

André não joga desde o primeiro turno do Paulistão, quando
enfrentou a Portuguesa Santista, em 23 de abril. No ano
passado, esteve na Ponte Preta. 

– Lá, eu fui bem e só não fiquei porque eles não pagaram o
preço que o Corinthians pediu. Foi bom jogar lá, é um clube
sério. 

Ele pode voltar para Campinas ou mesmo buscar outras
paragens. 

– Meu desejo é ficar aqui, mas se não der, é necessário
buscar outras alternativas. Pode ser bom sair, mas isso eu
só vou pensar depois. 

Por enquanto, André Santos só quer curtir o jogo da volta.
Hoje, contra o Paraná.

                        Luizão rumo ao peso

Luizão está perto de chegar ao seu peso ideal. Falta um
quilo para que alcance suas melhores condições físicas, o
que é previsto para o meio da semana que vem. 

Para isso, tem se submetido a uma dieta de 2 mil calorias,
exatamente a metade dos companheiros. Por isso, nem vai
ao refeitório e se alimenta no quarto. 

– Ele estava com uma tendinite e ficou impedido de fazer
exercícios. Engordou por isso – diz o fisiologista Renato
Lotufo, que elogia muito o esforço do jogador. 

– Não adianta dieta se o jogador não colaborar. E elefez
tudo direitinho.. Um quilo faz diferença, por mais que o leigo
não acredite. 

– O jogo do Luizão é baseado em arranque, em piques
rápidos e ele tem de chegar antes dos outros. Pode perder
um gol por causa de dez centímetros – diz Lotufo.

 

8/10                            Mega-Timão

Milhões de pessoas acordarão neste sábado com a
esperança de passar uma borracha na difícil vida que levam
até aqui. André Santos e Andrezinho também. Só que por
motivos distintos. É claro que a dupla não reclamaria se
acertasse os seis números mágicos da Mega-Sena. Mas
para eles arrumar um lugarzinho no time que pega o Paraná
seria como acertar na loteria. 

E estão mais próximos disso do que qualquer corintiano
poderia imaginar. Verdadeiras zebras, a dupla é, no mínimo,
a terceira opção do técnico Oswaldo de Oliveira. Mas como
futebol e loteria não têm lógica, é bom o apostador fazer a
sua fezinha nos dois. 

André Santos está mais próximo do sonho. Rincón está
fora. Tem mais dois jogos de suspensão para cumprir pela
cotovelada dada em Leandro, do Flamengo. Seu reserva
imediato, Gilmar, teve um entorse no joelho direito na
partida contra o Independiente. Só volta aos treinos na
semana que vem. Edu, que quebrava um galho por ali, já
que é originalmente reserva de Ricardinho, foi expulso
contra a Lusa. Até o marginalizado Romeu não está
disponível. Foi dispensado para acompanhar um problema
de doença na família, em Goiás. 

Oswaldo olhou para um lado, para o outro e viu André
Santos. Um reserva que muitas vezes nem sequer é
relacionado para as concentrações. A última partida que
começou como titular foi no mistão que venceu a Lusa
Santista, em abril. Ontem, André formou a dupla de volantes
com Marcos Senna, que substitui Vampeta, na Seleção. 

André Santos não é aquele que se possa chamar de
volante. Campeão da Copa São Paulo de juniores de 95,
despontou no time de cima como lateral-direito. Depois
andou tapando uns buracos como zagueiro e volante,
posições em que nunca se firmou. Quanto a possibilidade
de jogar, André ficou mudo. Como todo bom apostador,
preferiu não contar vantagem: 

– Ele (Oswaldo) não falou nada comigo. Então vou esperar.
Só falo depois que for confirmado. 

O caso de Andrezinho é um pouco mais complicado. Jogar
ou não depende da evolução de Ricardinho. O meia tem
uma fibrose na virilha direita. Edu, o reserva imediato, está
fora. Luiz Mário, que é reserva de Marcelinho mas poderia
substituí-lo, também está machucado. Ricardinho faz um
teste hoje. Se não passar, Andrezinho divide a Mega-Sena
corintiana com André Santos. Oswaldo colaborou com o
clima. Não confirmou ninguém no time. Disse que ia estudar
os casos.

                   Peixe vira tubarão

Márcio Costa poderia ser a solução para o crônico problema
que o Oswaldo de Oliveira tem para escalar um volante para
o jogo com o Paraná. Afinal, nos tempos de Flamengo e
Fluminense, o hoje zagueiro cansou de jogar na posição.
Mas o técnico não quer nem ouvir falar nessa hipótese: 

– Logo agora que se parou de falar na zaga do Corinthians
vou mexer ali? Estamos há dois jogos sem tomar um gol. O
Nenê e o Márcio Costa estão bem entrosados. 

Quando se ouve uma resposta como essa fica na cabeça
uma pergunta. Será que um zagueiro que custou um décimo
dos US$ 4 milhões pagos por João Carlos resolveu os
problemas na zaga do Timão? 

– A falha não era tanto do miolo da zaga. Os problemas
estavam um pouco mais à frente. Isso sobrecarregava o
setor – explica Oswaldo. 

Para Nenê, que como o Atlas da mitologia grega carregava
todo o peso da culpa nas costas, estava faltando marcação.

– A ajuda dos companheiros de frente tem sido fundamental
para nós. A marcação na frente da zaga melhorou. Isso
contribuiu para a nossa melhora - conta Nenê. 

Se Márcio Costa resolveu ou não o problema vai ser difícil
alguém no Corinthians admitir. Mas o certo é que o
desempenho da defesa melhorou nas partidas contra Lusa e
Vélez, em que pese nesta última o time argentino ter vindo
com uma equipe mais do que reserva. Para Oswaldo, tudo
tem sido uma questão de características combinadas. 

– São jogadores que têm características distintas, mas que
se combinam. O Nenê sai mais para o combate. Já o
Márcio fica mais plantado. 

Na edição de ontem do LANCE! Márcio Costa, que todos
chamam de Peixe, disse que estava pronto para engolir os
tubarões. Está no caminho certo.

Pacaembu fechado? Todos ao Morumbi

O Corinthians está proibido de mandar jogos no Pacaembu
até que a Comissão Disciplinar do TJD julgue a invasão de
campo pelo torcedor Marco Antônio Paulo Rodrigues, que
chutou a bola, quando Ramón preparava-se para bater um
escanteio, na partida contra o Vasco. A princípio, Sérgio
Zveiter, presidente do TJD, decidiu que a interdição valeria
para amanhã, quando o Timão pegará o Paraná. 

Depois voltou atrás, alegando que estava em cima da hora
para transferir para outro estádio, o que acarretaria
mobilização de policiamento e impressão de ingressos. 

Zveiter já adiantou que o Corinthians será obrigado a jogar
fora de São Paulo caso a Comissão Disciplinar puna o clube
com perda de mando de campo. Enquanto a suspensão for
preventiva, o Timão poderá jogar em outro estádio
paulistano. 

Oswaldo de Oliveira já fez sua opção, antes mesmo de ter
certeza da confirmação. 

– Prefiro jogar no Morumbi do que no Canindé. O gramado
do Morumbi está muito melhor. Os nossos jogadores
sentiram muita dificuldade para jogar no campo da
Portuguesa – explicou o treinador, após o treino de ontem. 

Nessa partida, o Corinthians venceu por 1 a 0, gol de
Marcelinho de cabeça, determinando o afastamento de
Zagallo da Lusa. Na verdade, Oswaldo queria mesmo era
ficar no Pacaembu. 

– Ali é a nossa casa, é o nosso campo. Se formos para
outro, teremos que buscar uma adaptação. 

Oswaldo brinca com a possibilidade de jogar no Morumbi.
Pode acontecer uma coincidência entre jogos do São Paulo
e do Corinthians. 

– Então, a gente manda o São Paulo para o Canindé. O
Morumbi é um patrimônio público, pertence a todo o povo
paulista – afirma o técnico, em tom de brincadeira. 

 

7/10                    Ricardinho sem crise

Que garoto não viveu o sonho de jogar um dia em seu time
de coração? Que garoto não definiria como pesadelo marcar
um gol e rebaixar o seu time? 

Ricardinho, que já viveu a primeira experiência, pode passar
pela segunda, no sábado. 

– Quando era pequeno, torcia para o Pinheiros. Em 89, o
time se uniu com o Colorado e se transformou no Paraná.
Foi uma grande alegria na minha vida, jogar no time em que
torcia. Fiz um bom trabalho lá. 

Agora, Ricardinho joga contra O Paraná, no sábado, e pode
ajudar o time de coração a cair para a segunda divisão. O
Paraná está entre os quatro com o pior aproveitamento e
precisa reagir com urgência. 

– Olha, eu adoro o Paraná, mas não posso esquecer nunca
que eu sou um profissional. Vou jogar como se fosse outro
time. Torço para eles escaparem, mas se precisar fazer um
gol, nem tem o que pensar. 

Não é só por profissionalismo que Ricardinho fará tudo pelo
Corinthians. 

– Hoje, eu torço para o Corinthians também. Aprendi a amar
esse clube tanto como o Paraná. É uma torcida
sensacional. 

Ricardinho não teme o dilema, mas pode ficar livre dele.
Ainda sente dores musculares que o obrigaram a deixar o
campo e não está escalado para o jogo. 

– Essa estadia em Lindóia vai ser muito boa. Ficamos todos
juntos e o trabalho de recuperação tem melhor resultado.
Tenho certeza que vou jogar. 

Quem vai jogar também é Márcio Costa. Na zaga, talvez no
meio-campo, mas vai jogar. Prova de que está tendo seu
trabalho reconhecido pela direção do clube. 

– Eu quero ser titular. Tenho futebol para isso. O João
Carlos foi contratado e tinha mesmo de jogar, mas eu sei
que estava bem. Meu passe ainda é do Fluminense. Como
eles me devem um dinheiro, recebi a promessa de ser
vendido no ano que vem. Tomara que fique aqui. 

Márcio Costa chama todo mundo de "peixe", como o
parceiro Romário. Ganhou o apelido e o usa para definir seu
estado de espírito. 

– Sou peixe, mas quero engolir os tubarões. Confio em
mim.

                            César Prates quer dar troco no Real Madrid


César Prates vai estar de olho no sorteio do dia 14 que
definirá os grupos que disputarão o Campeonato Mundial
Interclubes em janeiro. Ele vai torcer muito para que o Real
Madrid caia no grupo do Corinthians. 

– Quero mostrar o meu verdadeiro futebol para o Real
Madrid. Meu passe ainda pertence a eles, quero continuar
no Corinthians, mas seria bom enfrentar os espanhóis.
Tenho mais futebol para mostrar do que eles viram. 

Prates diz que não tem mágoas do Real, clube que
defendeu em 96 e 97. 

– Eu só tinha 21 anos e eles acharam melhor me emprestar
para outros times. Voltei para o Brasil e agora posso ter a
chance de jogar contra eles. 

Uma forma de mostrar serviço seria fazer um gol. No
Corinthians, já fez dois e diz que não é surpresa nenhuma. 

– Sempre faço meus golzinhos. No Botafogo, fiz cinco no
ano passado. 

A confiança é tão grande que César Prates está jogando
com uma camisa por baixo do uniforme. A do jogo passado
tinha uma saudação a Jesus. 

– Deus para mim é tudo. É meu pai, é meu marido, é tudo.
Deus é que traça o plano da minha vida. Eu só faço seguir. 

César Prates é evangélico, e como todos os de sua fé, não
se cansa de louvar o nome de Jesus. Leva um violão para a
concentração e só toca músicas religioas. Os maiores
sucessos são os de Aline Barros, cantora pouco conhecida
fora da igreja, mas uma verdadeira campeã de audiência nos
cultos evangélicos do Brasil. Aline é namorada do Gilmar,
zagueiro, ex-São Paulo, que está na Espanha. 

César jura que canta bem. 

– Se quisesse, tinha lugar para mim no conjunto de
Marcelinho. Levo jeito para a coisa. 

                        Luizão, mesmo longe da área, promete gol

Luizão tem batido um recorde nessa passagem pelo
Corinthians. Não de gols, embora seu rendimento seja bom,
com dez no Brasileiro e um na Mercosul. 

Os cartões é que têm acompanhado Luizão com uma
intensidade nunca vista. Foram cinco no Brasileiro e quatro
na Mercosul. 

– Eu faço o que o Oswaldo me pede. Volto para marcar a
subida do volante do adversário. Como corro atrás, tenho de
fazer falta. E falta desse tipo é sempre cartão. 

Longe da área, voltando para marcar, Luizão faz menos gols
do que o normal. 

– Eu não ligo muito para isso. Sei que estou ajudando o
time, mas a torcida não pensa assim. Ela me vê com a
camisa nove e quer gols. Fica difícil explicar. 

Apesar disso, ele tenta. 

– Estou jogando de costas para o gol e as chances não
aparecem. Contra o Vélez, tive uma, mas nos outros jogos,
nenhuma. Aí, me desloco, faço de tudo para ajudar. Nesse
gol do Rincón, eu estava na esquerda, abrindo espaços para
o time jogar. 

Explicações pode até ser uma boa opção, mas dessa vez
Luizão prefere outra atitude. 

– Pode marcar aí. No sábado, eu faço um gol. 

Ele já teve um grande jejum na carreira. 

– Foi logo no início. Estreei e fiz um gol. Depois, fiquei 17
jogos sem marcar. Aquele tempo. foi difícil, mas agora, não
incomoda tanto. 

O técnico corintiano, em geral, tem gostado das atuações
de Luizão, mas, contra o Vélez foi uma exceção. 

– Ele seria substituído, mas precisei trocar o Nenê e o
César Prates que estavam com dores musculares. O time
todo não foi bem. O importante foi a vitória. Muitas vezes
nós jogamos muito melhor do que o adversário e não
conseguimos vencer. Dessa vez, foi diferente.

 

6/10                    Quase classificado

O Corinthians venceu o Vélez por 2 a 0, um time mais
preparado para o boxe do que o futebol. Rincón marcou um
golaço, mas a torcida que enfrentou o frio e foi ao
Pacaembu nem pôde gritar "classificado" depois do jogo. 

Primeiro porque Grêmio e Indenpendiente jogavam em
Buenos Aires, partida que começou às 22h30min do horário
brasileiro. Segundo porque, aos 31 do segundo tempo, o
Independiente fez 1 a 0, desclassificou o Grêmio e
garantiu-se sua vaga como primeiro do Grupo B. O Timão
depende de outros resultados para se classificar entre os
três melhores segundos, mas as chances são ótimas. 

Como Cruzeiro ou Palmeiras, uma das equipes do Grupo A,
já se garantiu como melhor segundo colocado, sobram duas
vagas para quem ficou em segundo no seu grupo. O Timão
só não entra se o Boca Juniors vencer por uma diferença de
pelo menos três gols o Universidad Católica, no Chile, e o
Flamengo ganhar do Universidad de Chile por quatro gols,
no Rio. Só assim, com estes dois resultados juntos, para o
Timão dançar. 

Foi graças à sua característica mais manjada, as tabelinhas
entre os jogadores do meio-campo e Edílson, que o
Corinthians abriu o caminho para a vitória, aos 20 minutos
de jogo. 

O Capetinha tirou três marcadores com um toque genial
para Ricardinho. Este, de primeira, deixou mais dois
argentinos batendo cabeça ao rolar de primeira para Rincón.
Com a defesa inteira batida, o colombiano driblou o goleiro e
fez seu primeiro gol em 99, um golaço. O último de Rincón
havia sido contra o Grêmio, nos playoffs do Brasileiro de 98,
em Porto Alegre. 

O Corinthians não foi brilhante, mas enfrentou um time que
veio mais disposto a bater do que a jogar. O Vélez, que já
entrou em campo desclassificado, começou jogando bem,
assustando Maurício duas vezes até os 10 minutos do
primeiro tempo. Mas depois que levou o gol, parou. Teve
Maldonado expulso logo a um minuto do segundo tempo.
Idem com González, aos 15. 

Com dois jogadores a mais, ficou fácil demais para o Timão,
que precisava de saldo de gols para se garantir, no mínimo,
entre os melhores segundos colocados. César Prates
aumentou aos 19 minutos, mas o Vélez voltou para a
Argentina agradecendo por não ter levado uma goleada
histórica, graças ao desinteresse alvinegro em massacrar. 

O jogo decretou o fim da experiência do terceiro uniforme,
preto, que seria usado em jogos internacionais, como na
estréia do torneio, contra o Independiente. Ontem, o Timão
jogou de branco mais uma vez. Terceiro uniforme? Ninguém
sabe, ninguém viu.

                    Uma noite inesquecível

O dia de ontem foi um daqueles que vai ficar na memória de
Rincón. Antes do jogo, os atrapalhados auditores do
Tribunal de Justiça da CBF lhe deram uma pena branda em
que pese as acusações que lhe faziam. Na partida contra o
Vélez, foi mais uma daquelas atuações quase perfeitas,
complementada por um golaço que abriu o caminho da
vitória. Foi o primeiro de Rincón no ano. E foi dedicado para
alguém especial. 

– O primeiro gol do ano vai para o meu filho Leonardo André,
que está para nascer – conta um feliz Rincón, que será pai
pela terceira vez. 

Quanto a decisão do Tribunal da CBF, que o puniu com três
jogos, um deles já cumprido, Rincón acredita que tenha sido
feita a justiça: 

– Eu não tinha vontade de acertar a cara do Leandro. Só me
defendi. A CBF entendeu a minha posição. 

Rincón foi lacônico ao comentar a sua absolvição pela
cusparada dada em Paulo Nunes. O colombiano limitou-se
a dizer que "cada um que faça o seu julgamento". 

Rincón fica de fora dos jogos contra Paraná e Santos. Volta
ao time dia 17, contra o Inter-RS. Antes disso, volta a
defender a Colômbia dia 13, no amistoso contra a Argentina,
em Córdoba. 

Felicidade igual só a de César Prates. O lateral explicou
assim o golaço que fez. 

– Não me lembro do jogo, mas ontem eu vi na TV um lance
muito semelhante ao gol. Na hora do lance pensei em fazer
o mesmo que aquele jogador fez. Deu certo. 

Preocupado com o resultado de Independiente e Grêmio,
Oswaldo de Oliveira não gostou do relaxamento do time no
final: 

– O jogo estava ganho, mas precisávamos de mais gols.
Não poderíamos permitir que um time com dois jogadores a
menos ficasse tocando bola na nossa frente. 

                        Tudo para ter Vampeta

O Corinthians não medirá esforços para ter Vampeta e Dida
no jogo contra o Paraná, domingo, no Pacaembu. A dupla
joga pela Seleção contra a Holanda, sábado em
Amsterdam. 

O esforço maior é para garantir Vampeta. Oswaldo de
Oliveira não poderá contar com Edu, expulso no jogo contra
a Lusa, Rincón, que ainda terá que cumprir mais dois jogos
de suspensão e Gilmar, que está machucado. Assim, se
Vampeta não jogar, só resta Marcos Senna como opção. 

Como não existem vôos diretos de Amsterdã para São
Paulo no sábado, a diretoria conta com duas possibilidades.
A primeira é fretar um jatinho da cidade holandesa para
Madrid. De lá, Vampeta e Dida pegariam um vôo comercial
para o Brasil. Chegariam em São Paulo no domingo de
manhã. 

A outra seria a CBF fretar um vôo para trazer toda a
delegação brasileira logo após o amistoso. A diretoria do
Timão espera um comunicado da entidade que confirme ou
não essa possibilidade.

 

04/10                        A pegada voltou

Mais do que os três pontos, a manutenção da liderança e o fim de um jejum de três jogos sem vencer no Brasileiro, os jogadores corintianos comemoraram a reconquista de um estilo de jogo.

– O pessoal do ataque voltou muito para nos ajudar. Isso foi fundamental nesse jogo contra a Portuguesa – comenta o lateral-direito César Prates.

Para ele, essa forma de jogar deve ser mantida a qualquer custo.

– Foi dessa forma que nós ganhamos todos os jogos no início do Brasileiro. Talvez esse modo de jogar não seja tão bonito, mas é produtivo. E queremos ganhar sempre.

Jogar como antes serviu também para acabar de vez com um certo mal-estar que chegou junto com as derrotas. Foi quando Marcelinho sugeriu que a defesa corintiana jogasse com mais força. Após a vitória contra a Lusa, Marcelinho preferia falar do desprendimento e da entrega dos jogadores do que da beleza de seu gol.

– Hoje, foi maravilhoso. Nós corremos muito, voltamos para ajudar a defesa e eles também conseguiram apoiar o ataque. Nosso time conseguiu jogar de forma compactada, sem dar espaço para a Portuguesa.

Antes do jogo, os jogadores e Oswaldo conversaram muito sobre a necessidade de chegar ao domingo como líderes do campeonato.

– Perdemos alguns jogos e os outros não aproveiaram. Continuamos em primeiro e não queríamos de jeito nenhum perder esse privilégio contra a Portuguesa – diz Márcio Costa.

– Foi bom termos conseguido aquela vantagem inicial. Isso nos permitiu continuar em primeiro mesmo quando tivemos uma caída. Agora, temos de lutar para terminar essa fase entre os primeiros – diz Oswaldo.

Dinei lembra-se do ano passado para falar da importância do primeiro lugar.

– Ninguém conseguiu tirar a vantagem da gente. Vamos lutar para repetir a proeza esse ano. Chegar em primeiro é um passo bem grande para o título.

                                Amanhã tem Rincón

Rincón volta ao Corinthians, amanhã, contra o Vélez Sarsfield, no Pacaembu. A suspensão preventiva do jogador não vale para campeonatos fora do Brasil e, por isso, Oswaldo de Oliveira pode escalar o colombiano.

Edu, expulso contra a Portuguesa também vai jogar. O desfalque será Vampeta, que foi expulso contra o Independiente. O Corinthians precisa vencer e torcer por um empate no jogo entre Independiente e Grêmio, em Buenos Aires, também amanhã.

Dificuldades na escalação só a partir do próximo jogo no Brasileiro, domingo contra o Paraná, em São Paulo. Aí, Edu e Rincón estarão suspensos. Gilmar, ainda contundido, também não pode jogar. Oswaldo deve escalar Marcos Senna, que ainda não está pronto para 90 minutos, e aceita sugestões para definir o segundo volante, já que Vampeta estará com a seleção, enfrentando a Holanda, no sábado, em Amsterdã.

Na quarta-feira, após treinar à tarde, o Corinthians viaja para Atibaia. Busca uma preparação diferenciada, como é feito sempre que o time chega em decisões. Não é o caso, mas Oswaldo justifica a viagem.

– É importante fazermos uma introspecção, estarmos juntos sempre. Agora, apareceu essa chance e vamos aproveitar. Além disso, poderemos estudar juntos alguma alternativa tática diferente que possamos usar.

O que Oswaldo está de olho mesmo é no adversário que vem depois do Paraná. Na quarta–feira seguinte, o time vai até a Vila Belmiro jogar contra o Santos, que venceu o Inter em Porto Alegre. Como haverá pouco tempo para treino, aí vem Atibaia.

                                        Mundial: só falta a África

Necaxa, do México, e Alajuelense, da Costa Rica, definiriam ontem à noite o representante da Concacaf no Mundial Interclubes de janeiro. Já estão confirmados Corinthians, Vasco, Manchester, Real Madrid, South Melbourne e Al Nasser.

O representante da África no Mundial só será definido no dia 12 de dezembro. A vaga está sendo disputa da por oito equipes, que estão divididas em dois grupos de quatro. No Grupo 1 a liderança é do Raja, de Marrocos, com 9 pontos ganhos. Em segundo aparece o Hearts of Oak, de Gana, com seis, Al Ahly, do Egito,com três e na lanterna do grupo está o Shooting Star, da Nigéria, que ainda não pontuou.

No Grupo 2 o líder é o Espérance, da Tunísia, com 9 pontos, seguido por Asec, da Costa do Marfim, com 6, St Louisienne , de Reunião, com 3 e Dínamo, do Zimbábue, com zero.

O representante da África será o vencedor da partida entre os campeões dos dois grupos.

 

3/10                De cabeça, sim


O segredo é simples. Quem não tem tamanho, tem de ter
colocação. Foi assim que Marcelinho fez o gol da vitória de
ontem. 

– Percebi que tinha um espaço ali entre os beques e me
coloquei. O cruzamento foi bom e eu acertei uma boa
cabeçada. 

Na comemoração, Marcelinho errou de lado. Foi fazer festa
com a torcida da Portuguesa e recebeu muitas vaias. E
alguns chinelos, jogados no campo. 

– Não fui sacanear ninguém. Errei de lado, mas logo achei a
Fiel. No caminho, tirei aqueles chinelos para fora do campo.

Marcelinho dedicou o gol a Augusto, que tem sido
perseguido pela torcida. 

– Ele só errou em um jogo. A torcida precisa dar um tempo
para ele. Já estamos falando com os líderes das torcidas
para não pegarem mais no pé do Augusto. 

O lateral é bem-amado mesmo. Antes do jogo, todos os
jogadores da Portuguesa, seus ex-companheiros, foram ao
banco de reservas cumprimentá-lo. 

– Fiquei muito feliz com tudo isso. É bom saber que gostam
da gente - afirma Augusto. 

A boa atuação aguçou a cobiça de Márcio Costa. Agora, ele
quer ser titular. 

– Eu estava jogando bem e saí quando o João Carlos
chegou. Não reclamei, treinei bastante e estou aproveitando
essa chance. Minha intenção é não sair mais. 

Para Nenê, que também jogou bem, a vitória foi uma
resposta a críticas que considera apressadas. 

– Houve alguns erros e já começaram a duvidar de nosso
futebol. Não é bem assim. Nossa defesa tem qualidades e
mostrou isso hoje. 

Oswaldo gostou muito de Kléber. 

– Ele já havia jogado bem em Recife e em Buenos Aires e
ontem foi muito bem na marcação, dando tranqüilidade ao
time por aquele lado. E ainda ajudou muito no ataque. 

                    Domingão do timão no Parque 

Hoje é dia de domingão do Timão. A equipe enfrentou ontem a Portuguesa,
mas foi proibida de descansar pelo técnico Oswaldo de Oliveira. Com o jogo
decisivo contra o Vélez Sarsfield, terça-feira, pela Copa Mercosul, o treinador
cortou a folga sagrada.
“Eles já tiveram bastante descanso, quando foi possível. Agora é a hora de dar
um pouco mais. Temos uma partida decisiva contra o Vélez Sarsfield, na
terça-feira, e precisamos vencer de qualquer maneira para manter a chance de
classificação”, disse Oswaldo.
Com a derrota para o Independiente, na última quarta-feira, o Timão passou a
não depender apenas de seus resultados na Mercosul. Além de ter de vencer o
já desclassificado Vélez, a equipe precisa torcer por um empate entre Grêmio e
Independiente, que dividem a liderança com 8 pontos. Nesse caso, o
Corinthians garantiria a vaga com 10 pontos, contra 9 dos rivais do grupo B.
Se houver vencedor no confronto entre gaúchos e argentinos, o Corinthians
tem de ganhar e torcer por uma combinação de resultados para ficar com uma
das três vagas para os segundos colocados com as melhores campanhas.
Por enquanto, apenas o grupo A já tem um segundo colocado garantido:
Cruzeiro (13 pontos) ou Palmeiras (11).
Com duas vagas em aberto, o Timão pode conseguir sua passagem para a
próxima fase, se conseguir uma vitória com boa margem de gols. Nos outros
grupos (C, D e E), o máximo que as equipes que terminarem em segundo lugar
podem conseguir são os mesmos 10 pontos do alvinegro.
Nesse caso, levariam vantagem os dois times com melhor saldo de gols (o
Timão tem três). O que complica para o alvinegro é que as outras equipes vão
entrar sabendo do resultado que precisam para se classificar, porque jogam
depois.
“Não dependemos mais apenas do nosso resultado. Mas temos boas chances
se conseguirmos a vitória contra o Vélez, na terça-feira. Por isso, a torcida
precisa nos apoiar o tempo todo no Pacaembu”, implora Oswaldo de Oliveira.

                        Vitória leva paz ao Parque e afunda Lusa

O Corinthians venceu ontem a Portuguesa por 1 a 0, no Canindé, e voltou a
respirar aliviado no Campeonato Brasileiro. O time não vencia há três jogos.
Marcelinho fez o gol que manteve o time na liderança, com 28 pontos, e que
deixou a Lusa em situação delicada - 12 pontos.
A Portuguesa começou assustando logo aos 3 minutos, quando Aílton
aproveitou de primeira cruzamento de Evandro e obrigou Dida a grande defesa.
O Timão corrigiu a marcação na direita recuando Marcelinho para marcar as
descidas de Marcelo Santos. A partir daí, controlou a partida e passou a abusar
do assustado goleiro Adinam.
Ele fez boa defesa aos oito minutos, mas aos 12 quase colocou para dentro uma
cobrança de falta de Marcelinho. Aos 31, não evitou o gol: Edu cruzou da
esquerda e Marcelinho subiu sozinho para cabecear com força no canto direito.
O segundo tempo foi todo da Lusa, mas Dida foi o salvador. Ele fez ótima
defesa aos 14, em cabeçada de Aílton, e aos 15, em chute de França. Aos 26,
Leandro tocou na saída do goleiro corintiano, mas Nenê salvou sobre a linha.
A Portuguesa reclamou gol.
Com a expulsão de Edu, aos 28, a pressão da Lusa aumentou, mas Evandro
desperdiçou a melhor chance chutando por cima do gol, aos 36.

Ficha técnica

PORTUGUESA 0
Adinan; Alexandre Chagas (França), Émerson, Fabrício e Marcelo Santos;
Simão, Pintado (Sandro), Alexandre (Dimba) e Evandro; Leandro e Aílton.
Técnico: Zagallo.
CORINTHIANS 1
Dida; César Prates, Márcio Costa, Nenê e Kléber; Vampeta, Edu, Marcelinho e
Ricardinho (Luciano); Edílson (Dinei) e Luizão (Marcos Sena). Técnico:
Oswaldo de Oliveira.
Local: Estádio Osvaldo Teixeira Duarte, Canindé, em São Paulo (SP).
Data: 2/10/99.
Horário: 16h.
Árbitro: Alfredo dos Santos Loebeling (SP).
Assistentes: Francisco Rubens Feitosa (SP) e Carlos Donizete Pianosqui (SP).
Renda: não divulgada.
Público: não divulgado.
Gol: Marcelinho, aos 31 do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Marcelo Santos e Sandro, da Portuguesa.
Cartão vermelho: Edu, do Corinthians.

 

2/10                Clássico dos opostos

A tabela aponta: Portuguesa x Corinthians, hoje, às 16h, no
Canindé. Ou seja, a Lusa terá a vantagem de jogar em casa
contra o Corinthians, certo? Como sempre, apenas em
parte. A Lusa jogará em seu estádio, sim, mas sofrerá
como sempre com a pressão de um Canindé abarrotado de
corintianos. 

Para apimentar esta situação, as duas equipes não vivem
bom momento. Se a Portuguesa já vem sofrendo há tempos
com a revolta da pequena e exigente torcida, no Corinthians
a Fiel cobra o bom futebol do início do Brasileiro. Na derrota
para o Vasco, no Pacaembu, o time jogou mal e houve
invasão de gramado. E se o Timão não mostrar um bom
futebol no Canindé? 

– A Fiel sempre ajuda. É o nosso 12º jogador. Todo mundo
gostaria de ter uma torcida como essa e eu sou privilegiado
– desconversa o técnico Oswaldo de Oliveira. 

Mais calejado com esse tipo de situação, Zagallo faz o
diagnóstico: 

– Meus jogadores já estão acostumados. Todo clássico no
Canindé é assim, a torcida adversária é maioria. O que
precisamos é jogar bem e agradar à nossa torcida – diz. 

O meia Edu, que substitui Rincón, não teme o "caldeirão do
Canindé". 

– Eu sei o que a torcida quer: raça, determinação, carrinho.
Sempre vou ter essas características – afirma. 

Para Dinei, não há motivo de preocupação. Só de
tranqüilidade. 

– Quem jogou contra a Fiel sabe o que é duro. Eu já sofri
com isso e agora só agradeço por ter uma torcida como
essa a meu lado. Quero sempre jogar me sentindo em
casa. 

Os jogadores da Lusa sabem que a torcida a favor será
minoria, mas uma minoria que vai cobrar muito. 

– Temos que jogar bem. Caso contrário, nossa torcida vai
perder a paciência e deixar de nos apoiar – lembra o
zagueiro Emerson, ainda com a lembrança dos torcedores
tentando invadir o vestiário. 

Entrar em campo despreocupado e curtindo o estádio cheio.
É assim que o atacante Leandro pretende driblar as
dificuldades desta tarde. 

– Um clássico tem sabor especial. É uma pena nossa
torcida sempre ser minoria nesses casos, mas é melhor do
que estádio vazio. Adoro jogar em estádio lotado.

                    Kléber sonha com Silvinho

Lateral-esquerdo revelado no clube, ganhou a posição com
pouca idade, conquistou títulos e foi adorado pela torcida.
Os quatro itens do currículo acima cabem direitinho para
explicar a carreira de Wladimir e Silvinho. 

Os dois primeiros servem para Kléber, que sonha repetir o
sucesso dos antigos titulares do time. 

– Eu gostaria de conseguir o que eles conseguiram. Ter o
mesmo sucesso deles seria a certeza de que eu venci na
carreira – afirma o garoto de 19 anos, que faz hoje sua
terceira partida como titular do Corinthians. 

É a primeira vez que joga junto à Fiel Torcida, que anda
meio brava com o time, após as derrotas contra o Vasco e
Independiente. 

– Olha, eu vou entrar em campo e nem vou pensar na
torcida. Meu compromisso é com o time. Tenho de ajudar o
Corinthians a sair desse momento ruim. Kléber promete
jogar o futebol que mostrava nos juniores. 

– Vou defender e atacar em revezamento com o César
Prates. É o que o Oswaldo deseja. 

O garoto Edu cresceu

Substituir o capitão do time, um dos principais jogadores do
campeonato, com três Copas do Mundo nas costas não é
para qualquer um. É para Edu. 

O garoto de 20 anos, campeão da Taça São Paulo de
juniores, substitui Rincón, o seu ídolo no futebol, e garante
que não vai sentir a camisa. Mais do que isso. Pede para
não ser tratado como um garoto. 

– Quando a gente ganhou a Taça São Paulo em janeiro, a
torcida deu um crédito de confiança muito grande. A gente
podia até errar que ela ia compreender. Hoje, eu acho que
não é mais assim. A torcida vai aplaudir e cobrar como
qualquer outro jogador. Até prefiro que seja assim. Não
quero ser tratado como um menino eternamente. 

Menino ele era quando chegou ao Corinthians. É a mesma
história de sempre. Jogava futebol de salão no Tênis de
Ouro, uma equipe de Guarulhos e foi jogar com o Timão.
Um diretor do Corinthians gostou de seu futebol e o chamou
para ficar. O pai de Edu aceitou e o garoto ficou. O detalhe
é que Edu tinha quatro anos e meio de idade. 

– Aos nove anos, comecei no futebol de campo, junto com o
salão. Optei pelo futebol aos 16 e estou até hoje. E quero
continuar.

 

1/10                Gamarra não faz falta

Chorar a perda de Gamarra é exercício corriqueiro para todo
corintiano que se preze. Com o paraguaio, foram se embora
a estabilidade e a firmeza que caracterizavam a zaga do
Timão. Nenê é uma das vítimas da "síndrome Gamarra". 

Enquanto jogava ao lado do paraguaio, ninguém reclamava
do zagueiro. Foi um dos destaques do time campeão
paulista. Quando Gamarra trocou o Parque São Jorge pelo
instável Atlético de Madrid, o destino de Nenê começou a
mudar. Os gols inimigos começaram a sair em uma
proporção muito maior que a desejada. Tem gente
desconfiando que Nenê só se saiu bem porque tinha o
melhor do mundo ao lado. O zagueiro abomina esse papo. 

– Eu joguei bem junto com ele e sem ele. O Gamarra é um
ótimo jogador, mas não preciso dele para jogar bem – diz,
corajoso. 

Nos meses em que jogou com Gamarra, Nenê sempre
acompanhava as comparações que normalmente são feitas
entre jogadores que atuavam tão próximos. É com base
nelas que justifica sua tese: 

– Nas atuações dos jornais, muitas vezes eu tirava uma
nota mais alta que a dele. 

Nenê não mentiu, mais deu uma exageradinha. No
Paulistão, Nenê e Gamarra jogaram sete vezes juntos. De
acordo com as avaliações LANCE!, deu 4 a 2 para o
paraguaio. Mas as médias de ambos não foram tão
distantes assim. Gamarra ficou com 6 e Nenê com 5,78. 

Depois do Paulista, Nenê quase voltou para Portugal.
Corinthians e Sporting de Lisboa demoraram para chegar a
um acordo. Nenê acha que só ficou porque a torcida pediu,
a mesma que hoje pega no seu pé. 

Nenê anda atento aos passos do ex-companheiro de zaga
na Espanha. Sabe direitinho o que anda acontecendo. 

– Por melhor que o Gamarra seja, parece que ele não anda
dando muito certo lá. Isso só me dá mais força. Todo
mundo passa por momentos difíceis. O segredo é sair
deles. 

Batata poderia estar vivendo hoje a situação de Nenê. Só
que nem sorte para isso teve. O zagueiro ficou três meses
afastado, rompeu os ligamentos do tornozelo num clássico
contra o São Paulo. Recuperado, voltou ao time num jogo
treino com a seleção de São Roque. Novo azar. Rompeu o
tendão patelar e agora só deve jogar em janeiro (acompanhe
a recuperação do zagueiro no quadro ao lado). Mesmo de
fora, concorda com Nenê. 

– No começo do campeonato ninguém lembrava do
Gamarra. Por que vêm falar nele agora?

                        Gilmar: só um susto

Quando Gilmar sai de um campo de futebol sentindo algo
todos já pensam no pior. Afinal, o volante corintiano é
campeão no quesito lesões e contusões. Mas quem o viu
sair de campo contra o Independiente pode ficar sossegado.

Depois de uma série de exames e avaliações o médico do
Corinthians, Joaquim Grava, descartou uma possível lesão
de ligamentos no joelho direito, o mesmo que havia sido
operado em fevereiro. 

– Está tudo bem. Foi só uma pancada. Fizemos os exames
e constatamos que o enxerto nos ligamentos está lá, não foi
comprometido – conta Grava, para felicidade e alívio de
Fubá. 

Como precaução, Gilmar vai ficar quatro dias de repouso.
Grava quer ver o seu comportamento nos treinos da próxima
semana. A pancada tirou Gilmar do clássico contra a Lusa.
O volante entraria na vaga de Rincón, suspenso por 30 pelo
Supremo Tribunal de Justiça da CBF. O julgamento do
colombiano será na próxima terça-feira. 

Quem saiu lucrando com a história é Edu. O meia é
originalmente reserva de Ricardinho. Como a situação é de
emergência jogará improvisado. Jogar ali não chega a ser
nenhuma novidade para Edu. Nos juniores, jogava de
volante. 

– Ele já jogou ali. Agora está acostumado a atuar mais à
frente. Mas a situação é de emergência – justifica o técnico.

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