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Inteligência Artificial

 

    

 

INTRODUÇÃO

                    "Os computadores de hoje são dispositivos eletrônicos que, sob a direção e controle de um programa, executam quatro operações básicas: entrada – aceitação de dados que foram representados de uma maneira que podem ser utilizados pelo computador; processamento – execução de operações aritméticas ou de comparação (lógica) sobre os dados representados ; saída – exibição dos resultados; armazenamento – armazenamento dos resultados para uso posterior. Apesar de tornarem-se cada vez mais máquinas complexas, as quatro operações básicas dos computadores continuam simples e imutáveis".[MEY 99, p. 22]

Inicia-se este trabalho com a citação deste conceito, porque ele explicita claramente as limitações dos atuais modelos computacionais. Também, porque justifica a incansável busca do homem por um modelo de "inteligência artificial" satisfatório. A motivação do assunto escolhido é justamente essa: a procura de mecanismos que possam conferir aos sistemas computacionais o comportamento definido como "inteligente", apto a enfrentar situações inéditas, difíceis de serem algoritmizadas nos métodos tradicionais.

Isto nos conduz ao tema desse trabalho: a importância da memória na cognição humana e a sua conseqüente influência na construção de um modelo de inteligência artificial.

A metodologia utilizada neste trabalho foi basicamente a pesquisa bibliográfica. No tocante à neuroanatomia funcional das estruturas responsáveis pela memória, onde a pesquisa bibliográfica mostrou-se insatisfatória buscou-se complementá-la com a elaboração de um questionário (anexo I) submetido a um dos maiores pesquisadores da atualidade na área de fisiologia da memória, professor Ivan Izquierdo, ligado a Ufrgs e atualmente vivendo em Porto Alegre.

Espelhando-se em uma tendência natural das pesquisas na área, este trabalho volta-se para o modelo mais requintado de "máquina processadora de informações" conhecido, ou seja, o cérebro humano. O termo máquina é utilizado porque a faceta explorada será exatamente esta. Assim, embora se trate de uma máquina biológica que utiliza redes neurais ao invés de circuitos binários e seu estágio de complexibilidade seja fruto de milhões de anos de ação dos mecanismos de seleção natural e evolução, ainda trata-se de uma "máquina". Uma fantástica e eficiente máquina de sobrevivência que capta e processa informações, também de maneira fantástica, para cumprir este objetivo básico, a sobrevivência (embora atualmente camuflado pelas complexas relações sociais da civilização contemporânea). Uma requintada máquina de processamento de informações. Esta será a ótica utilizada. Embora a princípio reducionista, evitará a abordagem de temas éticos e culturais, normalmente associados ao estudo da mente humana, que no entanto não pertencem ao escopo deste trabalho.

Nessa árdua missão, deve-se começar buscando o entendimento de como o cérebro humano aprende, isto é, quais as estratégias de que se utiliza para adotar um comportamento específico frente a novas situações. Neste sentido, buscou-se trazer a memória humana à privilegiada posição de alicerce dos processos cognitivos e da inteligência. É interessante salientar-se que, neste contexto, memória humana deve ser entendida como o complexo processo de aquisição, comparação, armazenamento, organização e utilização das informações vivenciadas através da experiência.

Após colocar-se a memória humana como base da cognição é necessário que se estude mais profundamente as estruturas cerebrais envolvidas nos processos de armazenamento de informação e alguns conceitos científicos básicos. Assim, alguns capítulos serão dedicados a anatomia funcional das estruturas cerebrais envolvidas nos processos de aquisição, consolidação, armazenamento e evocação das memórias. Também serão abordados alguns aspectos conceituais sobre a memória humana como a classificação dos tipos de memória e a concepção modular da memória humana.

Dando seqüência ao trabalho, é necessário abordar também, o papel do conteúdo emotivo associado às recordações e sua influência na cognição humana. Dentro deste assunto, a hipótese do "marcador-somático", de António Damásio, merece especial atenção, pois trás uma explicação bastante interessante sobre o mecanismo heurístico do processo humano de tomada de decisão.

Após esta necessária análise do modelo humano de armazenamento e organização de informações deve-se buscar as soluções encontradas pela Inteligência Artificial para emulá-lo. Dessa maneira, começa-se com uma pequena introdução sobre "Inteligência Artificial". O próximo assunto abordado são os modelos teóricos da Inteligência Artificial que utilizam como solução a inferência baseada em experiências passadas. Finalmente, encerra-se as explanações com exemplos de implementações que basearam-se nesses modelos teóricos e com as conclusões finais deste trabalho.

Algumas dificuldades percebidas no decorrer das pesquisas merecem ser citadas:

bulletA relativa ignorância científica sobre os processos cerebrais de armazenamento e organização do conhecimento.
bulletA falta de uma abordagem "computacional" da mente humana. Poucos autores da área da cognição humana avaliam o cérebro como um complexo mecanismo processador de informação. No entanto esta situação está mudando, um dos pioneiros é Steven Pinker, diretor do Centro de Neurociência Cognitiva do MIT. Essa abordagem facilita aos pesquisadores da Ciência da Computação a compreensão e a formalização de modelos computacionais "inteligentes".
bulletA pouca literatura disponível sobre sistemas de raciocínio baseados experiências anteriores (Sistemas Baseados em Conhecimento, Raciocínio Baseado em Casos – RBC,...). O assunto parece restrito apenas ao meio acadêmico.

Com relação a este último item, esse trabalho verificou também, a inexistência de ambientes e facilidades de outras linguagens comerciais, como ferramentas case, destinadas a análise das atividades de um especialista, que forçassem uma coerência na interpretação dos fatos e facilitasse a representação do seu conhecimento.

 
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