ARTIGOS PUBLICADOS NO BHD
SUMÁRIO
Esta página especial do BHD vota-se, tão-só, à indicação de todos os artigos publicados, na íntegra, nos distintos números de nosso Boletim. Com ela visamos a facilitar a busca e leitura dos trabalhos por nós estampados e a estimular os colegas da área a nos enviarem seus estudos a fim de também serem divulgados entre nossos assinantes. Lembramos que artigos já publicados em outros veículos, desde que não venham a ocorrer conflitos concernentes a direitos autorais, também serão estampados pelo BHD. Vale dizer, publicamos tanto trabalhos originais como os que já foram impressos em quaisquer outros canais de divulgação científica.
BHD n. 1.
COSTA, Iraci del Nero da. Pesos e medidas no período colonial brasileiro: denominações e relações.
RESUMO. Apresentam-se as relações e denominações encontráveis em fontes primárias e secundárias e concernentes ao(s) sistema(s) de pesos e medidas adotado(s) no Brasil nos séculos passados.
COSTA, Iraci del Nero da. Por uma definição abrangente da categoria "agregado".
RESUMO. É proposta uma definição para a condição de "agregado" apta a abarcar toda a gama de situações econômicas, familiares e sociais concretas que a categoria assumiu no correr da história do Brasil, dos tempos coloniais aos dias correntes.
BHD n. 2.
COSTA, Iraci del Nero da. Por uma definição de demografia histórica.
RESUMO. Com objetivos didáticos e de maneira concisa o autor apresenta uma definição de demografia histórica que possa servir como abertura de debate concernente ao objeto, escopo e métodos do referido campo de estudos.
BHD n. 3.
COSTA, Iraci del Nero da. Demografia histórica no Brasil: contribuição para o estabelecimento de um dossiê sobre avanços e desafios.
RESUMO. Efetua-se breve levantamento dos avanços da demografia histórica no Brasil, apontam-se os desafios a enfrentar para o desenvolvimento da área indicando-se as lacunas e carências defrontadas neste campo da ciência social. Arrola-se um conjunto de temas derivados de algumas hipóteses propostas pelo autor sobre o comportamento econômico e demográfico observado no Brasil, dos tempos coloniais ao momento presente.
BHD n. 8.
SERVO, Luciana Mendes Santos & MARCONDES, Renato Leite. Considerações sobre a crítica de fontes primárias: o caso das listas nominativas.
RESUMO. Os autores avaliam e apresentarem os resultados de artigos nos quais tratou-se da qualificação, datação e da consistência interna das listas nominativas de habitantes depositadas em alguns arquivos públicos do Brasil.
BHD n. 9.
MARCONDES, Renato Leite. Uma resenha da riqueza paulista por meio dos inventários.
RESUMO. Nesta resenha o autor procura relacionar a obra clássica de José de Alcântara Machado de Oliveira (1929), calcada em inventários paulistas, com os estudos mais recentes realizados nas décadas de 1980 e 1990. Um marco da retomada da pesquisa nesta fonte foi a tese de Zélia Maria Cardoso de Mello. Resenhamos duas dissertações defendidas nos anos 90: a de Maurício Martins Alves, acerca de Taubaté de 1680 a 1729, e a de Lélio Luiz de Oliveira a respeito de Franca no século XIX.
BHD n. 11.
MOTTA, José Flávio & MARCONDES, Renato Leite. A família escrava com base nas escrituras de venda de cativos (Guaratinguetá, 1872-4/1878-9).
BHD n. 13.
COSTA, Iraci del Nero da. Breve nota sobre o termo "plantel".
RESUMO. É proposta uma definição para o termo plantel como denotador de um grupo de escravos pertencente a um proprietário individual, a um grupo de proprietários ou como expressão de um conjunto de cativos pertencente a um grupo socioeconômico ou colocado em determinada área geográfica.
BHD n. 16.
COSTA, Iraci del Nero da. Breves considerações sobre o conceito "Demografia Histórica".
RESUMO. O autor evidencia a inter-relação dos termos "demografia" e "história", mostrando que eles condicionam-se mutuamente de sorte a exprimirem um todo orgânico que representa uma área bem delimitada do conhecimento da vida social.
BHD n. 17.
COSTA, Iraci del Nero da. Demografia Histórica: capítulo da demografia e dimensão da história.
RESUMO. O autor pretende identificar a "filiação" do ramo do conhecimento abarcado pela demografia histórica. É ele um apêndice da História? Representa uma projeção da Demografia sobre o passado? Ou se trata de um campo mais ou menos híbrido decorrente da reunião, conjugação ou "encontro" da Demografia com a História? Enfim, como enquadrá-lo no conjunto do saber científico? Para o autor impõe-se a conclusão de que a demografia histórica é, a um tempo, parte integrante e orgânica da Demografia e uma das dimensões da História.
BHD n. 18.
AMOGLIA, Ana Maria Faria. Um suspiro de liberdade: suicídio de escravos no município de Juiz de Fora (1830-1888).
RESUMO. O estudo dos casos de suicídio entre escravos se faz necessário para que possamos inserir seus resultados às demais pesquisas sobre as formas de resistência à sociedade escravista. Os cativos acabaram se impondo de alguma modo ao sistema, sendo as formas criminais as mais violentas e prejudiciais àquela sociedade. Embora o auto-extermínio não seja qualificado como um crime, torna-se revelador quando nos deparamos com os motivos ou supostos motivos que levaram alguns cativos a decidirem acabar com suas vidas, utilizando-se, para tanto, dos meios que têm ao alcance (faca, forca, afogamento), causando, ao mesmo tempo, prejuízo econômico a seus senhores, privando-os de braços, suprimindo abruptamente um investimento. O artigo Um suspiro de liberdade: o suicídio de escravos no município de Juiz de Fora (1830-1888) tem como objetivo, num primeiro momento, perceber como se deu essa forma de resistência no município de Juiz de Fora, o qual apresenta um número de auto-extermínio, registrados, bem mais alto do que outras regiões do período imperial, como Campinas e São João Del Rei.
MACHADO, Cláudio Heleno. Tráfico interno de escravos na região de Juiz de Fora na segunda metade do século XIX.
RESUMO. O autor analisa o processo de transferências ou migrações forçadas da população escrava em direção às regiões cafeeiras em decorrência da supressão do tráfico africano, contempla, particularmente, Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais. As fontes utilizadas foram escrituras de compra e venda de escravos, de hipotecas e de compra e venda de propriedades agrícolas com as informações da matrícula de seus plantéis, além dos dados propiciados pelo Recenseamento Geral de 1872 e de outras estatísticas oficiais constantes em correspondência estabelecida entre a Presidência da Província e a Câmara Municipal de Juiz de Fora sobre a população cativa.
LACERDA, Antonio Henrique Duarte. A evolução da população escrava e o padrão das manumissões em Juiz de Fora (1844/88).
RESUMO. O presente artigo é o resultado da pesquisa realizada a partir do levantamento de 744 documentos de cartas de manumissões, contratos de locação de serviços para indenização de liberdade e testamentos, registrados nos Cartórios pesquisados, em que escravos foram alforriado. Nosso espaço geográfico é o município de Juiz de Fora. Principal produtor de café mineiro na segunda metade do século XIX, Juiz de Fora concentrou a maior população escrava de Minas Gerais à época. O período abordado se estende de 1844, ano do registro mais antigo localizado, a 1888, ano em que ocorreu a abolição da escravidão no Brasil. O texto está dividido em seções. Na primeira seção procuramos tratar a questão das fontes e da metodologia utilizada na pesquisa, apresentando um quadro das variáveis que serão analisadas. Na segunda seção apresentamos a evolução da população de Juiz de Fora na segunda metade do século XIX. Na terceira e na quarta seções serão analisadas, especificamente, as variáveis das cartas de manumissão do município de Juiz de Fora: tipologia das cartas, sexo dos manumitidos, qualificação profissional, cor, nacionalidade etc., o que nos possibilitará apresentar os padrões e as especificidades das alforrias em Juiz de Fora.
GUIMARÃES, Elione Silva . Crimes e conflitos nas relações entre senhores e escravos, Juiz de Fora (1830/88).
RESUMO: Estudo do cotidiano, criminalidade e conflitos nas relações entre senhores e escravos no município de Juiz de Fora, Minas Gerais, nos anos de 1830/88. A base fundamental da pesquisa são os processos criminais da Comarca do Paraibuna , que tinha por sede o município de Juiz de Fora.
BASSANEZI, Maria Silvia C. Beozzo. São Paulo do passado – dados demográficos (1836-1920). Uma ferramenta de trabalho para o estudo da população paulista do passado.
RESUMO. A série São Paulo do passado: dados demográficos é produto de um projeto de pesquisa, desenvolvido junto ao NEPO/UNICAMP e com apoio do CNPq. Este projeto visa ampliar o conhecimento que se tem da estrutura e dinâmica da população paulista e das relações existentes entre o comportamento demográfico e os processos sócio-econômicos e culturais, em um período de grandes e importantes transformações na sociedade e economia brasileiras - século XIX e início do século XX.
COSTA, Iraci del Nero da. Demografia histórica ou história demográfica? Uma nota sobre terminologia.
RESUMO. O autor opina sobre as duas denominações adotadas no Brasil para denotar o campo de estudos concernente às populações pretéritas: "demografia histórica" e "história demográfica". É levado a concluir que podemos identificar tal campo indiferentemente como Demografia Histórica ou como História Demográfica, pois tais denominações expressam as duas faces de um mesmo objeto: se o chamarmos Demografia Histórica estaremos realçando o fato de ele integrar a Demografia, se o denominarmos História Demográfica estaremos enfatizando o fato de ser ele uma das dimensões da História.
BHD n. 19.
BOLEDA, Mario. Antiguo metodo para antiguos documentos; dinamica demografica en la Argentina colonial del siglo XVIII.
RESUMEN. La finalidad de este trabajo consiste en dar cuenta del proceso demográfico básico verificado en las poblaciones observadas. En este caso, el blanco del análisis está constituido por poblaciones indígenas del Norte de la Argentina, situadas en la actual provincia de Jujuy, que fueron objeto de recuento por parte de las autoridades coloniales en el curso del último cuarto del siglo XVIII. Ha de ponerse de relieve, sin embargo, que aquí se persiguen principalmente finalidades de difusión metodológica. Por eso, el texto es relativamente detallado en los apartados técnicos.
ANDRIETTA, Selma Árabe. Santa Rita do Turvo, 1819: estratégias de geração de renda.
RESUMO. Nosso estudo pretende dialogar com os modelos disponíveis a respeito da questão econômica regional de Minas Gerais dos séculos XVIII e XIX. Confrontando a historiografia tradicional, que enfatiza a crise ou falência geral das Minas Gerais após a queda na exploração do ouro, com a historiografia revisionista, efetuamos o estudo, para 1819, da região de Santa Rita do Turvo, atual cidade de Viçosa, para verificarmos a aplicabilidade de um dos dois modelos acima aludidos.
BHD n. 21.
LUNA, Francisco Vidal & KLEIN, Herbert S. Nota a respeito de medidas para grãos utilizadas no período colonial e as dificuldades para sua conversão ao sistema métrico.
RESUMO. Face as dificuldades existentes para a conversão das medidas de grãos utilizadas no período colonial, os autores apresentam sua experiência no tratamento "alqueire".
LUNA, Francisco Vidal & KLEIN, Herbert S. Observações a respeito dos preços agrícolas em São Paulo (1798/1836).
RESUMO. Através de expressivo levantamento nos Maços de População, efetuou-se um amplo estudo dos preços agrícolas pagos aos produtores, na Província de São Paulo no período 1798 a 1836.
BHD n. 23.
MARCONDES, Renato Leite & FALCI, Miridan Britto Knox. Escravidão e reprodução no Piauí: Teresina (1875).
RESUMO. Evidenciam-se as características econômicas e demográficas da escravidão numa região pouco votada à exportação: o Piauí na segunda metade do século XIX. Essa economia revelou-se mais direcionada para o mercado interno, mas também participou do rush algodoeiro decorrente da guerra civil norte-americana. Como fonte primária principal para o estudo demográfico utilizamos a Classificação dos Escravos para serem Libertados pelo Fundo de Emancipação de Teresina (1875). O final do tráfico africano, em 1850, impulsionou processos que já ocorriam em momento anterior, como, por exemplo, a existência de um certo equilíbrio numérico entre os sexos e a presença de um expressivo número de crianças. Tanto a concentração da propriedade escrava como o número médio de cativos revelaram-se menores do que as existentes nas regiões cafeicultoras do Sudeste brasileiro. Esses condicionantes aliados aos movimentos migratórios dirigidos para outras províncias geraram um sistema econômico e demográfico próprio, distinto do existente em áreas exportadoras. Assim, observamos no Piauí um perfil populacional do contingente escravo que aponta para a possibilidade de sua reprodução natural.
BHD n. 24.
LUNA, Francisco Vidal. Observações sobre os dados de produção apresentados por Müller.
RESUMO. O "Ensaio d'um quadro estatístico da Província de São Paulo", ordenado pelas leis provinciais de 11 de abril de 1836 e de 10 de março de 1837, elaborado sob a coordenação de Daniel Pedro MülIer, representa um dos mais completos levantamentos sócio-econômicos realizados em São Paulo até então. Documento fundamental para o estudo da economia paulista e de sua população, tem sido amplamente utilizado por pesquisadores da história de São Paulo. Entretanto, desde sua origem, como apontado pelo próprio Múller, sabe-se que o documento contém imprecisões; em face, pois, de sua importância, apresentamos nestas notas algumas observações quanto à coerência das informações econômicas contidas nesse levantamento.
WEIMER, Rodrigo de Azevedo. A respeito de “Ladrões, fascinerosos, matadores, desertores e índios”: Condições de Mobilidade Espacial da População Indígena no Rio Grande de São Pedro – o Caso da Aldeia de Nossa Senhora dos Anjos.
RESUMO. Investigam-se as possibilidades de mobilidade espacial da população indígena no Rio Grande de São Pedro. Partiu-se da análise da Aldeia de Nossa Senhora dos Anjos, escolhida em virtude de sua representatividade como o principal aldeamento do Continente na segunda metade do Século XVIII.
BHD n. 26.
SCOTT, Ana Sílvia Volpi. Da reconstituição de famílias à reconstrução de comunidades históricas: um exemplo do Noroeste de Portugal.
APRESENTAÇÃO. Trabalho apresentado originalmente no Seminário Demografia Histórica: reflexões e experiências recentes de pesquisas, promovido em 2001 pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP e pelo Núcleo de Estudos da População – NEPO.
VALENTIN, Agnaldo. A presença das fontes primárias nos Simpósios Nacionais da ANPUH.
RESUMO. O autor elabora um levantamento que abarca o esforço realizado por pesquisadores na recuperação de informações sobre fontes primárias para a história do Brasil e publicados nos Anais dos Simpósios Nacionais promovidos pela Associação Nacional dos Professores Universitários de História (ANPUH). Tal arrolamento abrange os encontros realizados entre 1965 (III Simpósio, o primeiro com uma sessão votada às fontes primárias) e 1979, quando se deu o IX Simpósio.
PERARO, Maria Adenir. Notícias sobre fontes eclesiásticas do Brasil: o arquivo da Cúria Metropolitana de Cuiabá, Mato Grosso.
RESUMO. A autora, coordenadora do projeto que culminará em outubro próximo com o lançamento do catálogo intitulado Memória da Igreja em Mato Grosso: o arquivo da Cúria Metropolitana de Cuiabá, apresenta um circunstanciado relato do desenvolvimento dos trabalhos de pesquisa necessários ao preparo do material ora divulgado, indicando, ademais, em linhas gerais o conteúdo da publicação e as imensas potencialidades da documentação que se coloca à disposição dos pesquisadores interessados em alargar nossos conhecimentos nas áreas da história demográfica, econômica e social e concernentes a uma vasta e relevante área do território brasileiro.
BHD n. 27.
VENANCIO, Renato Pinto. Pobreza carioca: uma sondagem nos registros de óbitos de fins do século XVIII. Comunicação apresentada originalmente no Segundo Encontro de História Quantitativa e Serial, Belo Horizonte, 2001.
RESUMO. Conforme é sabido, a ausência de fontes produzidas diretamente por quem vivenciou a dolorosa experiência da pobreza não impediu que historiadores desenvolvessem várias formas de identificar esses grupos nas sociedades do passado. Um dos procedimentos adotados nessas pesquisas consiste em analisar as instituições de caridade. Tal abordagem, quando feita a partir de um enfoque metodológico serial, permite que se conheça, pelo menos parcialmente, a população socialmente considerada pobre. Por outro lado, a investigação das variações anuais e decenais do número de assistidos informa a respeito de conjunturas específicas, nas quais as fronteiras da pobreza abrangia maior ou menor número de indivíduos. O presente texto tem por objetivo explorar a riqueza das fontes paroquiais, para o caso específico dos óbitos de pobres do Rio de Janeiro colonial.
FERNANDES, Edson. EDSON FERNANDES. A escravidão na fronteira: um estudo da escravidão negra numa "boca de sertão" paulista. Lençóes, 1860-1887.
RESUMO. Mediante a análise de inventários post-mortem procuramos caracterizar o contingente de escravos e a estrutura de posse de cativos na região de Lençóes quando esta era considerada "boca de sertão": fronteira entre o mundo dito civilizado e o sertão desconhecido.
MACHADO, Cacilda. Casamento & Desigualdade Jurídica: Primeiras notas de um estudo em uma área da região paulista no período colonial.
APRESENTAÇÃO. Estou dando início a um projeto que pretende concentrar esforços no estudo do casamento e do concubinato mistos no Paraná nos séculos XVIII e início do XIX. A escolha de tal locus social justifica-se, em primeiro lugar, porque sua história é exemplo da dinâmica povoadora de abertura sucessiva de fronteiras do período colonial. Por causa disso -- e essa é a segunda razão -- no período colonial a região caracterizou-se por apresenta expressivos contingentes nos três grupos raciais formadores da população brasileira. Finalmente, o estudo do comportamento matrimonial me pareceu significativo em função das características econômicas locais: no litoral, Paranaguá, por sua tradição mineradora e por conter um porto, teve desde o início da colonização uma população que, se não se poderia chamar de urbana, era pelo menos para-urbana, e o comércio sempre teve ali importância econômica igual ou maior à pecuária. Fisionomia distinta se encontra nas vilas do planalto, mais voltadas para a produção de gado, e para a lavoura de subsistência. Litoral e planalto, por sua vez, foram ambientes onde se desenvolveu uma vida econômica e social muito diversa daquela gestada nos engenhos e grandes fazendas coloniais do Sudeste e do Nordeste.
BHD n. 28.
SAES, Flávio Azevedo Marques de Saes. A obra de Alice Canabrava na historiografia brasileira. APRESENTAÇÃO. Texto apresentado no Simpósio "A participação feminina na construção de novas disciplinas: o caso da historiografia econômica no Brasil" (Rio de Janeiro, 1998) e publicado em História Econômica e & História de Empresas II.2 (1999).
TEIXEIRA, Heloísa Maria. A não-infância: crianças como mão-de-obra compulsória em Mariana (1850-1900). Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.
RESUMO. Esta comunicação apresentará os primeiros resultados de uma pesquisa que investiga o interesse pelo trabalho da criança negra na segunda metade do século XIX entre os senhores marianenses. Essa busca pode ser feita na verificação da comercialização de crianças escravas isoladas, dos altos valores que as mesmas recebiam, da valorização dos serviços dos ingênuos, das ações de tutela dos filhos de ex-escravas pelos seus antigos senhores e até mesmo do furto de crianças com vistas ao trabalho compulsório.
COSTA, Valéria C. I. da Costa & COSTA, Iraci. Como construir Pirâmides Etárias no Excel.
RESUMO. Nesta breve apostila indicam-se os passos a dar para se construir uma pirâmide etária do tipo padrão com base nos recursos proporcionados pelo programa EXCEL que acompanha o pacote denominado OFFICE. Também se dá orientação de como copiar a pirâmide para o programa WORD e de como salvá-la no formato de figura do tipo .BMP ou .GIF.
BHD n. 29.
KLEIN, Herbert S. Informações sobre história quantitativa na Internet: um trabalho em desenvolvimento. RESUMO. Este ensaio abre uma série com a qual pretendemos oferecer informações atualizadas, disponíveis em sites da Web, e que possam servir a historiadores, economistas, demógrafos e demais estudiosos que procuram material quantitativo confiável de boa qualidade para utilizarem em suas pesquisas.
NADALIN, Sergio Odilon & BIDEAU, Alain. Como luteranos alemães tornaram-se brasileiros? [Um ensaio metodológico].
APRESENTAÇÃO. Este trabalho foi apresentado originalmente em sessão do 14e Entretiens du Centre Jacques Cartier realizado de 3 a 5 de dezembro de 2001 em Lyon; uma versão em inglês será publicada pelo Journal of Family History e uma versão francesa comporá capítulo de livro a ser editado por Alain Bideau. Nele, como afirmam os autores, a preocupação central prende-se à perspectiva metodológica: "Dessa forma, esta contribuição (...) tem como fundo mais uma "revisita" aos dados produzidos a partir da metodologia da reconstituição de famílias. Ao mesmo tempo, pretende-se ensaiar, numa versão ainda preliminar, uma metodologia visando à acumulação de indicadores que permitam melhorar nosso conhecimento a respeito da identidade étnica do grupo".
LUNA, Francisco Vidal & KLEIN, Herbert S. Fontes da WEB para a história econômica e social do Brasil. RESUMO. Fornecemos indicações de fontes de informações econômicas e sociais disponíveis na internet. Dado o avultado número de websites existentes, concebemos este ensaio como uma primeira aproximação do material disponível na Internet, útil para o estudo da economia e da sociedade brasileiras. Entendemos ser este um esforço preliminar para organizar a multiplicidade de informações existentes. Há necessidade de uma revisão e atualização periódicas deste material, elas poderão ser feita por nós, ou por pesquisadores que desejem auxiliar neste esforço.
SCHÖRNER, Ancelmo. Jaraguá do Sul: imagens criadas e realidades vividas ou a frieza das estatísticas versus as cores da realidade.
RESUMO. O autor -- mestre em História (UFMG) e doutorando em História (UFSC) -- procura discutir brevemente questões referentes à constituição de um discurso oficial em torno da idéia de qualidade de vida de Jaraguá do Sul (Santa Catarina), confrontadas com a presença marcante de um grande número de pessoas que não são contempladas pelo crescimento econômico verificado na cidade desde os anos 70 do século passado, e os conflitos resultantes do processo migratório envolvendo "nós" e "os outros". Entre essas populações estão os migrantes (bem como um grande número de pessoas nascidas em Jaraguá do Sul), que vêm para a cidade em busca de melhores condições de vida, do progresso que se desenhava na década de 1970 com o crescimento das indústrias locais. Analisando rapidamente algumas questões (desenvolvimento econômico, migração e seus conflitos e qualidade de vida), o artigo tem como pano de fundo a cidade e as possibilidades de transformação do espaço urbano, haja vista as enormes desigualdades econômicas e sociais existentes hoje na região.
ALVARENGA, Luciano S. Atividades de abastecimento em Taubaté: da mesa ao comércio. Entre livres e escravos.
APRESENTAÇÃO. O desvelar, dos últimos anos, nos estudos historiográficos a respeito das atividades econômicas e comerciais, desenvolvidos na colônia Luso-brasileira e suas teias de contatos com outras paragens mundo afora, deu ainda mais ânimo e importância aos estudos de caráter circunscritos e regionais que tenham nessas atividades sua razão de ser. Tal importância se deve entre outras coisas à necessidade de encontrar os pontos cardeais que liguem as atividades internas comerciais de abastecimento a aspectos mais amplos da atividade econômica colonial. Pesquisas têm revelado, em inúmeras áreas coloniais, o desenvolvimento de atividades comerciais internas que foram de fundamental importância seja para a reprodução das unidades exportadoras seja para o desenvolvimento de um grupo de grosso trato comercial. O cenário que se desenha a partir dessa nova realidade, que vai além dos binômios, metrópole/colônia - senhor/escravo, recoloca outras questões, entre elas, da importância que teve para os pequenos produtores de mantimentos o universo comercial que podia envolver essas atividades. O realinhamento dos estudos historiográficos que dão maior relevo às gentes comerciais e de capital do Brasil colonial, deve ser seguido de um esforço no sentido de recolocar o papel dos muitos homens e mulheres de então envolvidos com atividades de abastecimento no sentido da representação que possuía para esses a participação no comércio colonial. O que se quer dizer é que, se a entrada no seleto grupo dos homens exportadores foi possível apenas a uma pequena parte da população, a participação no comércio de produtos como feijão, milho, arroz e porco, certamente atraiu um contingente bem maior de homens e mulheres; mais, a participação nessa urdidura comercial era desejada e recriada como estratégia de sobrevivência e possibilidade de diferenciação social. Se o que acima foi dito indica, as já dilatadas pesquisas a respeito do tema, o que se pretende com esse "pequeno" trabalho não é alinhavar os pontos em que está colocado o fecundo debate histórico-econômico colonial recente, mas salientar a trama comercial e demográfica que envolve a população taubateense da virada do século XVIII para o XIX, ressaltando, isso sim, os pontos ainda pouco consensuais nessa literatura. Taubaté, entre os anos de 1774 e 1808, é segundo eu compreendo uma localidade dinamicamente envolvida com a criação de porcos, plantação de milho, feijão e arroz, bem como com sua comercialização naquelas redondezas. É disso que se tratará no decorrer desse texto. Procurei mostrar logo nas primeiras páginas, a dinâmica comercial e demográfica que caracterizam o Vale do Paraíba paulista nas últimas décadas do século XVIII e início do XIX. Iniciar o texto exacerbando a dinâmica da região teve como propósito escorar uma pergunta. Em que estava assentado o desabrochar de comércio, vilas e gentes dessas paragens considerando o fato de que inexistia, ainda, uma economia de exportação na região. Observando os contornos daquela dinâmica, o desenho que se viu era a das atividades produtoras de alimentos. Entretanto, para não correr o risco de que tais atividades fossem consideradas, apenas, de subsistência e, portanto, desprestigiadas em face de um contexto econômico mais complexo, procurei apontar seu caráter também comercial. Isso logo se evidenciou, entre outras coisas, pelo fato de que, boa parte dos domicílios possuía escravos. Mas o que chamou a atenção e, isso talvez seja o mais importante, é presença de cativos entre os que são considerados produtores de autoconsumo e "sem renda monetária". É certo, por sua vez, que a tal "renda" não era ausente nesses domicílios e, isso, verificamos ao acompanhar o desenrolar desse universo produtivo em alguns de seus aspectos. Por último, é bom que se diga que, em todo o período analisado, são os produtores sem escravos e, em menor proporção, os com até quatro ou cinco cativos que dominam em sua maior parte a produção de alimentos.
BHD n. 30.
PAIVA, Maria Cristina Silva de & TOMA, Paulo Shikazu. Emprego e dinâmica populacional na Zona da Mata de Minas Gerais no período de 1960 a 2000.
RESUMO. Segundo a caracterização de áreas de atração e evasão populacional no Brasil, realizada em 1979 pelo IBGE, a Zona da Mata de Minas Gerais foi enquadrada como uma região tipicamente de emigração. A região liberou, no período do chamado milagre econômico, parcelas de sua população que se deslocaram para outras regiões em busca de trabalho. O período de 1960 a 1970 foi marcado por altos índices, tanto regionais, como nacionais, de urbanização e de transferência de atividades agropecuárias para as não-agropecuárias. No entanto, o ritmo de ocupação da mão-de-obra no Brasil observado a partir da década de 1950, começa a se desacelerar no início da década de 1980, tendência que não se reverte até o final da década de 1990. Pode-se supor, então, que o cenário recessivo dos grandes centros nas décadas de 1980 e 1990 anulou parcialmente a atratividade que os mesmos exerciam anteriormente sobre a população das regiões de expulsão. O objetivo dos autores deste trabalho é analisar a dinâmica demográfica da Zona da Mata Mineira no período de 1960 a 2000, interpretando-a à luz do cenário econômico do período. Os resultados da pesquisa identificaram a retenção populacional, permitindo inferir que a Zona da Mata estaria, a partir da década de 1980, iniciando um processo de redinamização econômica, que se daria em resposta aos fatores negativos existentes nos grandes centros.
ZERO, Arethuza Helena. O preço da liberdade: caminhos da infância tutelada, Rio Claro, 1871-1888.
RESUMO. Nesse trabalho busca-se o entendimento das formas de controle social exercidas sobre a população pobre infantil no século XIX analisando-se as ambigüidades da "Lei do Ventre Livre", que contribuíram para o aproveitamento espoliativo da mão-de-obra escrava infantil. O enfoque central é dado aos ingênuos, crianças nascidas livres de mães escravas após a "Lei do Ventre Livre". Verificamos os mecanismos institucionais (legais), econômicos e sociais que possibilitaram a existência de crianças tuteladas no decorrer da transição do trabalho escravo para o trabalho livre, assim como identificamos os fatores que contribuíram para as famílias abandonarem seus filhos. Nesse contexto foi possível a caracterização da tipologia (idade, sexo, órfã de pai e/ou mãe) das crianças tuteladas, bem como o estabelecimento de suas relações com os tutores e a especificação do perfil sócio- econômico deles.
BHD n. 31.
VARGAS-HERNANDEZ, Jose G. Algunos mitos, estereotipos, realidades y retos de Latinoamérica. RESUMO. La mayoría de los latinoamericanistas tratan a las naciones Latinoamericanas como si sólo fuera un simple objeto de estudio, el cual tiene características similares. El propósito de este trabajo es analizar algunos de los mitos, estereotipos, realidades y retos atribuidos a una de las más importantes regiones del mundo, conocida como Latinoamérica. Latinoamérica ha sido conceptualizada como una entidad homogénea, significando solamente las naciones actuales que han recibido la herencia Ibérica como resultado de haber sido conquistadas y colonizadas por España y Portugal. La mayor parte de los estudios sobre América Latina descuidan reconocer la influencia de otras culturas de Europa del Norte y devalúan la fuerte herencia recibida de las culturas indígenas o amerindias y los descendientes africanos.
BHD n. 32.
NOZOE,
N.; VALENTIN, A.; MOTTA, J. F.;COSTA, I. N. da; ARAÚJO, M. L. V. & LUNA, F.
V. Brasil: breves comentários sobre algumas séries referentes à taxa de
câmbio.
RESUMO. Nesta nota, além de indicarmos algumas das séries concernentes à taxa
de câmbio que vigorou no Brasil no correr dos séculos XIX e XX, procuramos
qualificá-las de sorte a identificar quais são as mais confiáveis. Tal
confiabilidade prende-se, estritamente, à mera comparação entre as séries
disponíveis, pois não as submetemos a nenhum tipo de teste que fosse além do
simples confronto.
BHD n. 33.
PERERA DÍAZ, Aisnara & MERIÑO FUENTES, María de los Angeles. Una metodología - e desde los registros parroquiales - para la reconstrucción de la familia negra en la Cuba colonial.
RESUMO. Com base em fontes primárias produzidas pela Igreja católica - basicamente os livros de assentos de batismos, casamentos e óbitos - as autoras propõem um método para estudar as famílias de escravos existentes no período em que a instituição da escravidão existiu em Cuba. Além da originalidade da proposta das articulistas, é interessante ressaltar que as características das famílias de cativos em Cuba são muito semelhantes às que emergiram dos estudos similares efetuados para o caso do Brasil.
PERERA
DÍAZ, Aisnara & MERIÑO FUENTES, María de los Angeles. Yo, el
Notario: breve reflexión micro histórica sobre el poder de la escritura.
RESUMO. As autoras discutem o conteúdo das declarações constantes nos
documentos notariais realçando que os declarantes poderiam servir-se deles como
forma de deixar para o futuro uma versão que lhes interessava perpetuar sobre
seu passado. É o caso, por exemplo, de ex-escravos que fazem
"desaparecer" seu passado de cativos e eventuais uniões matrimoniais
impostas por seu proprietários. Assim, com base em alguns exemplos, as
articulistas - que analisam fontes documentais de uma pequena localidade cubana
- enfatizam a necessidade de se efetuar o cruzamento de várias fontes
primárias a fim de se "depurar" as informações nelas contidas.
BHD n. 34.
PEREIRA, Ana Luiza de Castro. Batismo e solidariedade na Vila de Sabará, 1723-1757.
RESUMO. A autora analisa a maneira como o rito do batismo, tão importante para a sociedade colonial mineira, permitiu que laços de solidariedade fossem estabelecidos entre os moradores da Vila de Nossa Senhora da Conceição do Sabará, entre 1723 e 1757. Para tanto, foram lidos e transcritos 4.178 assentos de batismo referentes à vila de Sabará, acervo este que se encontra sob guarda da Cúria Metropolitana de Belo Horizonte (CEDIC-BH). Como sabido, os assentos de batismos constituem uma rica fonte de pesquisa por historiadores por fornecerem informações como: índice de legitimidade e ilegitimidade, estado matrimonial de pais padrinhos, estatuto legal dos envolvidos no batismo. Neste artigo levanta-se o número de crianças que receberam o primeiro sacramento católico na aludida vila, sendo os filhos ilegítimos os que receberam mais atenção. Procurou-se, na leitura dos assentos, recuperar os índices de ilegitimidade, comparando-os com os de algumas vilas setecentistas de outras capitanias. Verificou-se que a vila de Sabará, ao longo do século XVIII, alcançou índices elevados de ilegitimidade quando comparados com os de outras regiões.
BHD n. 35.
DURÃES, Margarida. Estratégias de sobrevivência económica nas famílias camponesas minhotas: os padrões hereditários (sécs. XVIII - XIX). Comunicação apresentada no XIV Encontro da ABEP, Caxambu, setembro de 2004.
RESUMO. Os padrões hereditários da casa camponesa minhota inseriam-se na eficácia da contradição de dois conjuntos normativos. De um lado tínhamos as Ordenações que decretavam a igualdade de direitos dos descendentes à herança bem como o carácter sagrado e inviolável da legítima. Porém, como a principal forma de acesso à exploração da terra era através dos contratos de emprazamento e estes estavam subjugados a um conjunto de princípios que regulavam a sua sucessão e impediam a divisão das explorações agrícolas, os camponeses minhotos criaram um conjunto de estratégias que visavam conciliar a igualdade entre os herdeiros e a indivisibilidade da propriedade garantindo, desse modo, a sua sobrevivência económica. Este objectivo foi obtido graças à utilização das regras do direito sucessório e da sucessão testamentária. Assim, o sistema jurídico vigente foi adaptado aos interesses e necessidades de cada família ou grupo social através da utilização do testamento e da adopção de um conjunto de práticas onde a sucessão e a herança se apresentavam como dois processos distintos. Sucedia-se na direcção e administração da casa, no nome, no estatuto e lugar detido na sociedade, nos títulos, honras e cargos, mas também nas dívidas e encargos que os antecessores tinham assumido; herdava-se os bens imóveis ou o seu valor e os bens móveis. Não obstante as Ordenações que relegavam o cônjuge para o grupo dos herdeiros não obrigatórios, sempre o cônjuge sobrevivente , enquanto se mantivesse no estado de viuvez foi colocado como principal herdeiro ou usufrutuário; não obstante as Ordenações privilegiarem os varões relegando para lugar secundário as fêmeas, estas não foram preteridas pelos seus progenitores que sempre as colocaram num plano de igualdade com os irmãos, acontecendo, em certas situações, preferirem-nas em relação aos descendentes masculinos. As práticas sempre foram mais fortes do que a lei possibilitando que, num sistema desigual, as exclusões fossem atenuadas.
FALCI, Miridan Britto & ALMEIDA, Ana Maria Leal. Saúde, doenças e morte dos escravos: Vassouras, século XIX. Relatório de Pesquisa, Vassouras, 2004, 28p.
RESUMO. Neste relatório reporta-se uma pesquisa realizada nos livros de óbitos da Freguesia do Caminho Novo de Sacra Família do Tinguá (1821-1868), nos livros de óbitos da Freguesia de N. Sra. da Conceição de Vassouras (1868-1888) e em inventários encontrados no Centro de Documentação Histórica (CDH) da Universidade Severino Sombra. A pesquisa foi realizada com a profa. Ana Maria Leal Almeida e contou com duas pesquisadoras graduandas de História. As autoras efetuaram o levantamento de todos os óbitos que constavam nos livros e organizaram uma tabela com o número de mortes por sexo entre 1821-1868 e tabelas cobrindo o período 1868-1888 com a distribuição dos óbitos dos homens escravos e das mulheres escravas a partir de faixas etárias decenais. Foram levantados também, nos inventários post-mortem, as condições de saúde dos escravos inventariados. Anotaram-se, ainda, informações concernentes aos cemitérios encontrados nas duas freguesias, ou seja, cemitérios particulares e públicos bem como os localizados em fazendas e igrejas. No relatório também consta uma apreciação historiográfica sobre a mortalidade escrava e uma discussão teórica sobre a mortalidade escrava a partir de considerações de vários estudiosos do tema. O material deste relatório pode ser utilizado livremente, desde que citada a fonte.
BHD n. 36.
GRAHAM, Richard. Purchasing power: a tentative approach and an appeal.
RESUMO. Depois de evidenciar as limitações representadas pelo uso das conversões cambiais como forma de atualizar, para efeito do estabelecimento de confrontos, valores colhidos nos inventários post-mortem concernentes a distintos momentos do tempo, o autor propõe um sucedâneo a tal prática construindo um índice calcado nos preços de alimentos e de cativos. (a) Para ler a versão integral do artigo e ter acesso aos preços levantados pelo autor e ao índice proposto, em formato Adobe (.pdf): . (b) Para ter acesso apenas à versão do texto do artigo, em formato Word (.rtf): . (c) Para ter acesso apenas aos preços e ao índice, em formado Excel (.xls).
MARCÍLIO, Maria Luíza. Os registros paroquiais e a historia do Brasil. (publicado originalmente na revista Varia Historia, 31, jan. 2004:13-20).
RESUMO. Neste artigo, a autora recupera a história dos assentos paroquiais de batismos, casamentos e óbitos concernentes à Igreja Católica. Evidencia, ademais, além das enormes potencialidades informativas de tais fontes documentais, o papel crucial que desempenharam no estabelecimento da moderna história demográfica.
FERREIRA, Sérgio Luiz. Transmissão de sobrenomes entre luso-brasileiros: uma questão de classe. RESUMO. Este artigo procura discutir de forma genealógica, na acepção de Michel Foucault, a forma de transmissão de sobrenomes numa freguesia de colonização açoriana da Ilha de Santa Catarina. O principal objetivo é demonstrar que a transmissão de sobrenome não é uma questão de gênero, como muitos pensam, mas uma questão de classe social.
FERREIRA, Sérgio Luiz. A utilização de prenomes: uma comparação entre uma freguesia do Sul do Brasil e uma freguesia açoriana.
RESUMO. A pesquisa encontra-se embasada nos registros civis e religiosos da freguesia de Nossa Senhora das Necessidades da Praia Comprida, atual distrito de Santo Antônio de Lisboa, município de Florianópolis, Estado de Santa Catarina. Dessa forma, todos os dados referidos neste trabalho foram coletados nessa paróquia. No artigo comparam-se os prenomes adotados nessa freguesia com os escolhidos em uma freguesia do arquipélago dos Açores, de onde veio a maioria absoluta dos povoadores iniciais do atual distrito de Santo Antônio (cerca de 75%). A conclusão é que ao longo do século XIX deu-se o "abrasileiramento" dos prenomes utilizados. De uns poucos nomes portugueses passou-se a diversos nomes de muitas origens.
BHD n. 37.
VERSIANI, Flávio Rabelo. Os escravos que Saint-Hilaire viu. Trabalho publicado originalmente na revista História Econômica e Economia de Empresas, 3(1):7-42, 2000.
RESUMO. Relatos de viajantes que percorreram o Brasil, especialmente no século XIX, são uma fonte amplamente utilizada para o estudo da vida econômica e social do País naquele período. Os trabalhos clássicos de Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior, por exemplo, valeram-se em larga medida dessas fontes. Em particular, o estudo das características do escravismo brasileiro tem sido muito influenciado por tais relatos. A visão de uma escravidão relativamente benigna no Brasil - origem de tanta polêmica na literatura - foi com freqüência defendida com o apoio de citações extraídas da obra de observadores estrangeiros coevos. Por outro lado, a fidedignidade desses testemunhos foi posta em dúvida por oponentes daquela visão, desde o século XIX. Não faltou quem considerasse os viajantes "verdadeiros agentes do governo brasileiro", prestando-se a veicular uma tese que teria sua origem na propaganda anti-abolicionista governamental, interessada em difundir um quadro róseo da situação dos escravos. Nesse contexto, será útil que se procure examinar de forma mais sistemática o que disseram os viajantes do século XIX sobre o escravismo brasileiro, indo além de meras citações pinçadas a propósito. Até que ponto se pode extrair desses relatos um quadro coerente, que traga subsídios efetivos ao entendimento das relações entre senhores e escravos? Que tipo de generalização pode ser sugerida por esse mosaico de observações individuais, feitos em circunstâncias bastante variadas? O presente trabalho pretende trazer uma contribuição em tal sentido, examinando o depoimento, com relação à escravidão, de um dos mais importantes e freqüentemente citados entre aqueles viajantes: o naturalista francês Saint-Hilaire, que percorreu extensamente o Brasil entre 1816 e 1822. O exame dos relatos de Saint-Hilaire será feito tomando como referência algumas hipóteses e conclusões da literatura econômica sobre o escravismo.
VERSIANI,
Flávio Rabelo. Escravidão no Brasil: uma análise econômica. Publicado
originalmente como "Brazilian Slavery: toward an Economic Analysis".
Revista Brasileira de Economia, 48(4):463-478, dez. 1994. Traduzido por Fábio
Souza de Oliveira, com revisão do autor.
RESUMO. O autor discute algumas questões relacionadas à escravidão no Brasil,
objeto de debate na literatura, as quais podem ser melhor compreendidas à luz
de proposições simples da teoria econômica. O estudo do sistema escravista
brasileiro expandiu-se vigorosamente no período recente; contudo, não se tem
dado muita ênfase aos aspectos econômicos dessa instituição. Não que esses
aspectos tenham sido inteiramente negligenciados; ao contrário, existem
trabalhos de importância sobre a questão da lucratividade do uso da
mão-de-obra escrava, por exemplo, assim como estudos baseados numa visão
econômica da escravidão na linha das análises clássicas de Weber e Marx. No
entanto, alguns pontos relevantes da moderna análise econômica do escravismo
não têm sido, no caso do Brasil, suficientemente explorados. O objetivo deste
ensaio é justamente o de chamar a atenção para esses pontos.
ARAÚJO, Maria Lucília Viveiros. Outras fontes da WEB para a história econômica e social do Brasil. RESUMO. A autora complementa a pesquisa iniciada por Francisco Vidal Luna & Herbert S. Klein em 2003, divulgada no BHD n. 29. Luna e Klein catalogaram diversos endereços da WEB que disponibilizam documentação ou informações úteis para o desenvolvimento de pesquisas concernentes à economia e à sociedade brasileira. Com o propósito de avançar mais informações, Maria Lucília selecionou alguns sites não incluídos no referido boletim bem como qualificou mais pormenorizadamente o funcionamento e a potencialidade de algumas fontes já citadas.
BHD n. 39.
MERIÑO FUENTES, María de los Ángeles & PERERA DÍAZ, Aisnara. Matrimonio y familia en el ingenio, una utopía posible. La Habana (1811-1886).
PRESENTACIÓN. En nuestro trabajo, la reconstrucción de familias de esclavos y libres mediante la explotación intensiva de los registros parroquiales ha sido de enorme utilidad para demostrar la presencia, vitalidad e importancia de las relaciones familiares y de parentesco entre los esclavos y sus descendientes. Dicha metodología fue empleada para estudiar el comportamiento de los matrimonios y las familias en dos ingenios al sur de la provincia de La Habana: el San Rafael, fomentado como tal hacia 1838 por el Teniente Coronel Pedro Rafael Armenteros y Castellón (1776-1859) en tierras del partido de Quivicán, cuartón del Güiro Marrero, jurisdicción de Bejucal y el San José (a) Recuerdo de Jacinto González Larrinaga (17??-1869) en la jurisdicción de San Antonio de los Baños, partido de la Villa.
MARQUES, Teresa Cristina de Novaes & MELO, Hildete Pereira de. Que sejam felizes para sempre! A mulher e seus direitos na sociedade conjugal. Um exame do Estatuto Civil da Mulher Casada de 1962. Comunicação apresentada no VI Congresso Brasileiro de História Econômica, Conservatória (RJ), ABPHE, setembro de 2005.
RESUMO. A introdução da perspectiva de gênero na história econômica promove, com mútuos benefícios, a confluência das agendas de pesquisa dos dois campos de estudos -- história de gênero e econômica -- que persistem correndo paralelas. A literatura a respeito das transformações nos costumes/culturais associa mudança no modelo de família à mudança econômica, como a industrialização e urbanização. A sociedade brasileira, por exemplo, mudou radicalmente da segunda metade do século XIX até os anos 1950, ainda assim, foi preciso o amadurecimento do processo decisório no Parlamento nacional para ajustar o país legal ao país real -- do escravismo ao mercado de trabalho livre. Este artigo examina um aspecto dessa separação: a tutela do marido sobre a mulher casada. Em troca da proteção do casamento o Código Civil de 1916 estabeleceu para o homem a determinação do local de residência da família, administrar os bens do casal e, principalmente, autorizar ou não a esposa a exercer atividade remunerada fora do lar. Assim, a lei reunia nas mãos dos maridos poder suficiente para cercear as possibilidades de as mulheres alcançarem autonomia pessoal, mesmo diante de uniões infelizes. Em termos metodológicos, a pesquisa se vale de dados sociais, como a posição da mulher no mercado de trabalho definida nos Censos, como corroborativo dessa separação. No entanto, a análise se detém no debate ideológico que levou à adoção da proposta do Deputado Nelson Carneiro -- o Estatuto Civil da Mulher Casada -- na construção dos direitos civis femininos.
BHD n. 40.
SAMUDIO A., Edda O. La cotidianidad esclava en las haciendas del Colegio San Francisco Javier de Mérida.
RESUMEN. El estudio sobre los esclavos de las haciendas del colegio San Francisco Javier de Mérida se apoya fundamentalmente en información extraída de escrituras notariales sobre transacciones de distinta índole, de informes y relaciones de superiores de la Orden y del plantel. Asimismo, de datos obtenidos del Libro de Recibo (1749-1767) y del Libro de Consulta (1691-1762). En el trabajo se establece la relación entre comportamiento económico y demanda de mano de obra esclava, circunstancia que definió el tamaño de la comunidad esclava jesuítica y su distribución espacial, ocupacional y de empleo, hechos que se proyectaron, a su vez, en aspectos de su vida material, como vivienda, alimentación, vestuario, compensaciones, castigo y de su existencia espiritual y religiosa, aspectos de la existencia la material espiritual que los jesuitas regularon y que abarcaron desde el demográfico hasta el moral y religioso.
DIMUNZIO, Karina & GARCÍA, Claudia. Indagando en las dolencias de los esclavos: una aproximación a las fuentes para su estudio en la Córdoba tardo colonial. Comunicação apresentada nas II Jornadas de Estudios de la Población y Sociedad en Córdoba y Santa Fé, Organizadas por el Centro de Estudios Avanzados de la Universidad Nacional de Córdoba y por el Centro de Estudios Interdisciplinarios de la Universidad Nacional del Litoral.Córdoba, noviembre de 2004; e nas X Jornadas Interescuelas / Departamentos de Historia.Universidad Nacional de Rosario. Facultad de Humanidades y Artes. Rosario, septiembre de 2005.
RESUMEN. La esclavitud en Córdoba ha sido estudiada desde distintos enfoques. Las investigaciones realizadas, en general, han incluido a este grupo dentro de marcos más amplios en la descripción de la sociedad y economía cordobesa, sin abordarlos específicamente. Las primeras investigaciones centradas en la esclavitud en esta región abordaron el problema del comercio de negros. En los últimos años, ha habido una preocupación en profundizar distintas aristas específicas de la esclavitud, desde la perspectiva de la demografía histórica, por ejemplo, analizando a la fecundidad esclava. También se ha investigado sobre la participación de los esclavos en la economía colonial mediante los oficios que ejercían. Otros historiadores indagaron de que manera se cumplían las normas legales que garantizaban los derechos de esclavos y en los mecanismos institucionales y extrainstitucionales de control sobre los esclavos en Córdoba. En otras líneas se están actualmente analizando las distintas estrategias de resistencia que desplegaron los esclavizados en nuestra región. Sin embargo, la temática de las enfermedades y dolencias todavía no ha sido explorada. Por lo tanto, nos proponemos como finalidad, en este trabajo, aproximarnos a distintas fuentes documentales, resguardadas en los archivos de la provincia de Córdoba, que puedan proporcionarnos datos sobre las dolencias padecida por los esclavos durante el período tardo colonial, visualizando sus limitaciones y potencialidades. Intentaremos rescatar documentación, que nos brinde respuestas sobre planteamientos tales como: ¿cuáles eran las enfermedades más comunes de los esclavos, que ideas o concepciones tenía este grupo social acerca de este fenómeno, como eran diagnosticadas o tratadas las distintas dolencias?, entre otros interrogantes.
TRINDADE,
Jaelson Bitran. Demografia de povoamento: São Paulo, 1532-1900, um território
em construção. Este artigo, ora revisto e ligeiramente ampliado, foi
apresentado originalmente no XII Encontro Nacional da ABEP - Associação
Brasileira de Estudos Populacionais. Caxambu (MG), 2000, cujos Anais
encontram-se no site da ABEP.
APRESENTAÇÃO. Reconhecendo que, no Brasil, a demografia histórica ainda não
travou uma discussão e/ou diálogo com as abordagens genealógicas o autor
explora as virtualidades que poderiam resultar de um trabalho conjunto e/ou da
utilização sistemática dos estudos genealógicos mais abrangentes já
existentes. Como anota, no panorama da genealogia brasileira existem apenas duas
obras de fôlego, abrangendo grandes regiões e largos períodos, ambas
relativas à região que constituiu, desde o século XVI até meados do século
XIX a antiga Capitania e depois Província de São Paulo. São, a Genealogia
Paulistana (S. Paulo, 1903-1905), em 9 volumes, de autoria de Luís Gonzaga da
Silva Leme e a Genealogia paranaense, (Curitiba, 1926-1928), em 5 volumes, de
autoria de Francisco Negrão. Avançando nas referidas potencialidades lembra o
autor que a Genealogia Paulistana permitiria, desde já, ainda que falte uma
base empírica suficiente, a colocação de questões a serem pensadas e
desenvolvidas num vasto projeto de estudos, a ser paulatinamente implantado,
baseado na constituição de "genealogias sociais": um projeto de
"demografia de povoamento". A largueza de dados de ordem demográfica
que apresenta, envolvendo alguns milhares de indivíduos, ao longo de c. de 370
anos (1532-1902), partindo de 52 troncos fundantes), insinuam situações
relativas à estratégias matrimoniais, herança, acesso à propriedade
agrária, reprodução de hierarquias sociais, constituição de quadros das
elites, fluxos migratórios internos (regional e intercolonial) e externos
(transoceânicos) etc. etc. A vantagem do esforço empreendido pelo genealogista
Silva Leme está, portanto, em que, estabelecendo-se a crítica pertinente, seu
trabalho propicia um ponto de partida para intercâmbios com os projetos de
pesquisas e estudos de mesma natureza que estão sendo desenvolvidos em
Portugal, com suas "bases de dados".
BHD n. 41.
GUEDES,
Roberto. Estrutura de Posse e Demografia Escrava em Porto Feliz (São Paulo,
1798-1843).
RESUMO. Mediante análise serial de listas nominativas de habitantes o autor
analisa a estrutura de posse e a demografia escrava na vila de Porto Feliz (São
Paulo), durante a primeira metade do século XIX. A freguesia de Araritaguaba
(posterior Porto Feliz) fazia parte da vila de Itu que, no século XVII, era um
ponto de passagem importante na rota que ligava São Paulo a áreas de
apresamento de indígenas. Em inícios do século XVIII, com a descoberta de
minas em Coxipó-Mirim e Cuiabá, Itu/Araritaguaba tornou-se fundamental na rota
fluvial das monções, dela partindo as embarcações até as áreas
mineradoras. Criou-se uma estrutura agrária em Itu/Araritaguaba voltada ao
abastecimento das expedições, principalmente de milho e feijão. Entre finais
do século XVIII e meados do XIX, acompanhando o desenvolvimento da atividade
canavieira no Oeste Paulista, Porto Feliz tornou-se um dos municípios do
"Quadrilátero do Açúcar", área compreendida entre Sorocaba,
Piracicaba, Mogi Mirim e Jundiaí.
COSTA,
Iraci del Nero da. A demografia histórica brasileira e seus próximos passos:
tema para um debate inadiável.
RESUMO. Para o autor a demografia histórica no Brasil desenvolver-se-á em
três planos. No primeiro, intimamente vinculado ao factual, parte-se de um
conjunto de fontes documentais e se tenta extrair o máximo de informações de
caráter geral; alternativamente, procura-se realçar um ou mais aspectos
demo-econômicos da vida social (família, agregados, estrutura de posse de
escravos, distintas formas de acumulação de riqueza etc.). Um degrau superior
a esse marcar-se-á pela busca e caracterização de padrões e pela procura de
causas comuns a eventuais "excepcionalidades". Por fim, uma terceira
categoria englobará trabalhos dirigidos ao estabelecimento de uma visão
explicativa global capaz de conjugar num todo orgânico coerente a formação de
nossas populações, de nossa sociedade e de nossa(s) economia(s).
AMANTINO,
Márcia. Os avanços e recuos no povoamento do Sertão Oeste de Minas Gerais no
século XVIII: os limites da pobreza.
RESUMO. A expansão da fronteira e o povoamento do Sertão Oeste de Minas Gerais
foi feita com base nos vadios, homens pobres ou pequenos proprietários com
alguns poucos escravos e que não tinham muito a perder deixando seus pertences
para trás e entrando numa região desconhecida em busca do enriquecimento.
Entretanto, cedo perceberam que suas intenções não seriam facilitadas pelos
quilombolas ou indígenas. Mesmo assim, o Sertão apresentava-se como a única
possibilidade de mudar totalmente de vida, obtendo sesmarias e repartindo os
índios capturados entre os participantes das bandeiras.
BHD n. 42.
INVENTÁRIO DO ACERVO DOCUMENTAL DO FÓRUM DR. GERALDO ARAGÃO FERREIRA (MAR DE ESPANHA - MINAS GERAIS).
APRESENTAÇÃO elaborada por Elione Silva Guimarães, Coordenadora do trabalho. O acervo documental do Fórum Dr. Geraldo Aragão Ferreira (Mar de Espanha - Minas Gerais), que está sendo organizado pelo Arquivo Histórico de Juiz de Fora, compõe-se de livros de testamentos, livros de tutelas, livros de protocolos de audiências e processos criminais e civis. O trabalho de higienização, organização e catalogação do acervo foi iniciado em setembro de 2005. A documentação disponibilizada para organização e catalogação data da primeira metade do século XIX até a década de setenta do século passado (1827-1979). Segundo informações prestadas pelos funcionários do Fórum, a documentação do século XIX estava depositada nas dependências do Fórum, mas por não ser mais objeto de consulta dos funcionários e operadores jurídicos, dos cidadãos e dos pesquisadores, ficou por muito tempo isolada e sem atenção, sofrendo a ação de lambedores, roedores e cupins. Há alguns anos, ao constatarem a situação precária dos documentos, os atuais responsáveis realizaram um esforço para recuperar o acervo. Os documentos foram então separados por tipo de ação, acondicionados em caixas-arquivo (sem organização cronológica) e colocados em estantes de alvenaria. Muitos processos se perderam e os mais atingidos foram os processos criminais, restando alguns poucos autos criminais do oitocentos, em sua quase totalidade da última década. Para os processos de inventários, partilhas e arrolamentos de bens, testamentos e contas testamentárias os funcionários do Fórum Dr. Geraldo Aragão Ferreira realizaram uma lista com os nomes das partes (inventariante e inventariado, testador e testamenteiro), ano de abertura e de arquivamento e localização física. Em virtude da organização encontrada, optamos por, em uma primeira etapa, priorizamos a organização dos livros de testamento, tutelas, protocolos e os processos civis, deixando para uma segunda etapa os que já haviam sido arrolados e, para o final, a documentação criminal. Partimos da organização preliminar, que já havia sido realizada pelos funcionários do Fórum, isto é, a separação por tipo de ação. Para realizar os trabalhos os documentos foram paulatinamente transferidos para as dependências do Arquivo Histórico de Juiz de Fora. A cada mês os processos relativos a um tipo de ação eram transferidos para Juiz de Fora onde foram higienizados, revisados (conferido se a identificação inicial estava correta, sendo que em alguns poucos casos houve um equívoco na identificação, e nestas circunstâncias o processo foi reclassificado e transferido para a série correspondente) e organizados em ordem cronológica. Após a organização física os processos foram catalogados eletronicamente em banco de dados access. O Catálogo Eletrônico contêm as informações básicas sobre o processo, tais como: autor e réu (primeiro e segundo envolvidos), data, tipo de ação e número da caixa onde está guardado. Concluída a organização e catalogação de um tipo de ação, os processos eram devolvidos e iniciava-se o trabalho para um novo conjunto de documentos. Assim, optamos por reiniciar a numeração das caixas a cada tipo de ação. O trabalho da primeira etapa está praticamente concluído. Até o momento foram catalogados 14 livros de Testamentos (1849-1995); nove Livros de Tutelas (1842-1989); três livros diversos; e 3.206 processos civis diversos (este quantitativo não inclui o numero de processos, tais como volumes, traslados e apensos). Do conjunto de documentos priorizados para a primeira fase, falta realizarmos o trabalho para os documentos inicialmente classificados como diversos, que será efetivado ao final do trabalho. Concluída a primeira etapa do trabalho iniciamos a revisão dos processos de inventários, partilhas, arrolamentos, testamentos e testamentárias. A listagem realizada pelos funcionários do Fórum nos foi repassada datilografada e foi digitada em banco de dados pela equipe técnica, totalizando 5.736 processos, para o período de 1827-2004. Serão objetos de revisão do Arquivo Histórico de Juiz de Fora apenas os processos abertos até 1930. Neste caso estamos juntando os volumes dos processos que possuíam mais de um volume e estavam apartados, assim como os processos de contas de tutelas, justificação de dívidas e remoção de terras que estavam originalmente apensados aos processos. Também estamos realizando as correções necessárias na classificação originalmente realizada, tais como equívocos nos nomes (invertido o requerente com o requerido, ou erros causados pela dificuldade de leitura). Até o momento revisamos 1.174 processos, abrangendo o período 1827-1876. Estando o trabalho de organização do acervo documental do Fórum Dr. Geraldo Aragão Ferreira inconcluso, este inventário é provisório.
BHD n. 43.
BOLEDA,
Mario. Envejecimiento poblacional en la Argentina, en el marco de sus
Regiones, 1947-2001.
APRESENTAÇÃO. La Argentina se encuentra enrolada en un proceso sostenido de
envejecimiento de su población, el cual sin duda continuará en el futuro
inmediato. Es posible, empero, que el ritmo de progreso de este envejecimiento
vaya reduciendo su intensidad. Puede suponerse que serán los países americanos
en donde el envejecimiento ha avanzado menos aquellos que produzcan fenómenos
más acelerados en el curso del presente siglo XXI. Resultaron notorias las
diferencias entre las regiones internas a la Argentina. La zona pampeana, que
incluye las grandes concentraciones urbanas del país, se halla en un estadio, y
ha seguido un proceso, que parecen muy semejantes a los verificados en los
países más envejecidos del continente americano. Entre las otras regiones del
país, la más próxima al comportamiento pampeano es la región cuyana. Todo
esto parece seguir la cadencia evolutiva que la transición demográfica ha
tenido en cada lugar.
BHD n. 44.
MERIÑO FUENTES, María de los Angeles & PERERA DÍAZ, Aisnara. Un café para la microhistoria: Estructura de posesión de esclavos y ciclo de vida en la llanura habanera, (1800-1886).
RESUMO. A matéria deste estudo foi apresentada no I Seminario Internacional de Historia del Café. Historia y Cultura Material realizado em Itu (SP), de 13 a 17 de novembro de 2006. No artigo as autoras traçam a história do café em uma das áreas produtoras da rubiácea em Cuba; além de considerarem o evolver histórico da cafeicultura, as formas de financiamento adotadas pelos produtores e a transmissão do patrimônio para seus herdeiros, contemplam aspectos vinculados à estrutura de posse de cativos e a elementos demográficos concernentes tanto aos escravistas como a seus cativos. Trata-se, pois, de uma análise abrangente dos elementos basilares da exploração agrícola vinculada ao café.
LINDGREN, Flávia. História brasileira em risco.
RESUMO. A autora apresenta a dissertação de mestrado de Cristian José Oliveira Santos intitulada Os arquivos das primeiras prelazias e dioceses brasileiras no contexto da legislação e práticas arquivísticas da Igreja Católica. Como anunciado no título, o autor analisa arquivos de quatro séculos, que estão sob custódia da Igreja Católica.
BHD n. 46.
SCHÖRNER, Ancelmo. Um morro, várias histórias: um morro neg(r)ado em Jaraguá do Sul (SC).
RESUMO. Este texto é parte de nossa tese de doutoramento intitulada A PEDRA, O MIGRANTE E O MORRO: feridas narcísicas no coração de Jaraguá do Sul/SC - 1980/2000. Nela estudamos a ocupação de dois morros por migrantes, notadamente paranaenses, em Jaraguá do Sul. Um deles, o Morro da Boa Vista, é o que apresentamos agora. Até a década de 1870, o Morro da Boa Vista como região ou construção simbólico-ideológica de um espaço dotado de historicidade não existia, e só passa a ser conhecido por este nome a partir de 1880. Há registros de que a primeira indicação oficial tenha sido feita por Emílio Carlos Jourdan, quando naquele ano mandou estender uma faixa branca composta de duas peças de tecido de dez metros cada, firmadas em três varas de taquaruçu e fixadas na parte oeste do pico com vista ao mar, de onde poderiam ser vistas do porto de São Francisco. Os primeiros habitantes do morro foram trabalhadores negros - entre os 60 trabalhadores trazidos e destinados à lavoura estavam Domingos e Marcos Rosa, que foram os primeiros moradores do Morro da Boa Vista -, vindos do Norte e do Rio de Janeiro, que trabalhavam para Jourdan no 'Estabelecimento Jaraguá', que funcionou até 1883, quando paralisou as atividades por conta de dificuldades financeiras, haja vista os problemas encontrados para fazer chegar açúcar e aguardente ao porto de São Francisco, de onde seriam embarcados para o Rio de Janeiro. As funções do morro refletem o olhar sobre a cidade: o olhar do lazer, do prazer da contemplação da vista, no duplo sentido da palavra: da nossa vista e a vista da cidade. Misturado a este olhar, nosso imaginário sobre os morros são repletos de imagens de perigo e violência: lugar de moradia dos pobres, o morro é sinônimo de favela, onde habitam os operários, migrantes, trabalhadores desempregados, bandidos, traficantes. Ou seja, quase sempre se contempla o morro como moradia, como abrigo, como esconderijo, como sede do perigo e da violência das classes perigosas, muito embora saibamos que são trabalhadores os que, em sua maioria, os habitam. Este olhar reflete todo um complexo processo de segregação e discriminação presente numa sociedade plena de contrastes acirrados. De uma forma mais ou menos acentuada, esse processo perpassa todos os patamares da pirâmide social em que os mais ricos procuram se diferenciar e se distanciar dos mais pobres. Dessa forma, o morro e a periferia recebem de todos os outros moradores da cidade um estigma extremamente forte, forjador de uma imagem que condensa os males de uma pobreza que é tida como viciosa e, no mais das vezes, também considerada perigosa. Porém, os moradores dos morros guardam histórias vividas em comum, experiências e símbolos compartilhados que, ao uni-los acaba por identificá-los com base em códigos decifrados em uma bricolagem de fragmentos, onde se repartem, em miríades, memória e história.
ALVES, Romilda Oliveira. Debate historiográfico: peculiaridades da economia mineira oitocentista.
RESUMO. A autora apresenta os elementos substantivos do debate historiográfico levantado por estudos relativamente recentes sobre a economia escravista mineira; tais trabalhos contrapõem-se à idéia de que Minas Gerais, no século XIX, teria sofrido um processo de estagnação secular e involução econômica. Vale dizer, evidencia-se que vários historiadores, economistas e demógrafos, rejeitam a tese segundo a qual, após a superação da mineração aurífera, Minas teria passado por um processo de desarticulação da economia e esvaziamento demográfico. Em síntese, são realçados os argumentos de caráter empírico sustentados pelos autores para os quais, após o boom minerador, formou-se em Minas Gerais uma sociedade heterogênea, com una base econômica diversificada na qual coexistiram múltiplas formas de trabalho ligadas a uma estrutura produtiva complexa e dinâmica.
BHD n. 49.
MARQUES,
Fernando Luiz Tavares. A presença indígena em engenhos coloniais do estuário
amazônico: possibilidades de uma abordagem arqueológica. Comunicação
apresentada no II Seminário de História do Açúcar: Trabalho, População
e Cotidiano. Itu (SP), novembro de 2007.
RESUMO. Estudos arqueológicos realizados no estuário amazônico têm
identificado cerca de quarenta sítios de engenhos de cana-de-açúcar oriundos
do período colonial. Em meio à cultura material coletada em alguns destes
sítios nas proximidades de Belém também foram encontrados vestígios
cerâmicos com marcantes características da cultura nativa. Estes fragmentos
são relativos a utensílios de cozinha, e compreendem restos de bordas, corpo e
base de tigelas, pratos etc. Estes dados são compatíveis com documentação
histórica referente à presença de indígenas nestes sítios. A descoberta
destas evidências materiais possibilita discussões sobre a caracterização da
força de trabalho destes empreendimentos durante o período colonial.
BHD n. 50.
HOLLOWAY, Thomas H. Prefácio: Haddock Lobo e o recenseamento do Rio de Janeiro de 1849. Prefácio ao escrito de Roberto Jorge Haddock Lobo intitulado Texto introdutório do recenseamento do Rio de Janeiro de 1849, e reproduzido logo após o prefácio elaborado por Holloway.
APRESENTAÇÃO. Durante a segunda metade de 1849, foi realizado o primeiro levantamento demográfico do Rio de Janeiro feito em moldes modernos, com questionários distribuidos e recolhidos em todo o Município Neutro seguido por uma apuração minuciosa dos dados estatísticos. O diretor da tarefa, Roberto Jorge Haddock Lobo, escreveu um ensaio introdutório que é, em si, um valioso documento histórico. Haddock Lobo fez comentários detalhados sobre a importância de estatísticas precisas, e descreveu os procedimentos segundo os quais se realizou o recenseamento. O propósito deste prefácio não é de repetir nem de substituir as observações tão instrutivas e reveladoras de Haddock Lobo. Para melhor avaliar a obra pioneira dele na história demográfica do Brasil, no entanto, vale a pena apresentar algumas notas sobre a carreira de Haddock Lobo, sobre a máquina administrativa pela qual foi feito o censo, e sobre o destino dos resultados depois de que Haddock Lobo entregou o relatório final em novembro de 1850. Também não se pretende aqui uma análise completa do censo. A finalidade da presente publicação é fornecer aos pesquisadores a "matéria prima" mais completa que existe do recenseamento de 1849 do Rio de Janeiro, para que possa servir como base empírica para pesquisas nos muitos temas relacionados com os dados quantitativos aqui apresentados.
BHD n. 51.
PIRES,
Julio Manuel & COSTA, Iraci del Nero da. O capital escravista-mercantil:
caracterização teórica e causas históricas de sua superação. Publicado
originalmente: Estudos Avançados. São Paulo, Universidade de São Paulo
- Instituto de Estudos Avançados, 14(38):87-120, jan./abr. 2000.
RESUMO. Propõe-se a existência de uma específica forma
de capital, ainda não contemplada pela literatura especializada: a forma
escravista-mercantil. Explicitam-se, ademais, suas limitações lógicas e
históricas, seus pressupostos, os resultados de sua ação, a sua fórmula e
seu funcionamento. Por último, depois de identificar, no plano hipotético, as
condições necessárias à superação da forma capital escravista-mercantil,
são reportadas as causas históricas imediatas das quais resultou, para
distintas áreas das Américas, a aludida superação.
SILVA,
Sidney Pereira da. Os registros de batismo e a ilegitimidade entre a população
escrava de Valença (Província do Rio de Janeiro - 1823-1885).
RESUMO. Os registros paroquiais são de extrema
importância para compreensão da organização das populações, principalmente
a escrava. Para este trabalho temos como referência os assentos de batismo da
Paróquia de Nossa Senhora da Glória de 1823 a 1885 (Valença-RJ). O nosso
objetivo é fazer uma leitura historiográfica a respeito da ilegitimidade, e,
em seguida, promover um estudo desse fenômeno no seio da escravaria de
Valença.
BHD n. 52.
LEMOS,
Gusthavo. Família, escravaria e fortuna na comarca de Piranga na primeira
metade do Século XIX: um estudo a partir dos inventários post-mortem.
Viçosa, Universidade Federal de Viçosa - Centro de Ciências Humanas -
Departamento de Artes e Humanidades, Relatório final, apresentado à
Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências do PIBIC/CNPq, jul.
de 2008.
RESUMO. O objetivo central do trabalho é analisar as
estratégias de herança e acumulação da elite de Piranga - Minas Gerais - bem
como a sua forma de organização econômica, isto é, como se conforma a posse
de terra e escravos da referida elite agrária. As Listas Nominativas de 1831/32
e 1838/39 e, principalmente, os inventários post-mortem constituem as
fontes cruciais desta pesquisa, uma vez que, analisados em conjunto, podem
fornecer dados quantitativos e qualitativos acerca de vários aspectos
econômicos, sociais e culturais da vida de determinado grupo/sociedade. A
temática deste projeto insere-se nos debates historiográficos contemporâneos
sobre a passagem da economia mineradora do Século XVIII a padrões de maior
diversificação econômica no Século XIX, contribuindo diretamente para o
entendimento do dinamismo que a província de Minas Gerais veio a atingir após
a queda da economia mineradora, já na primeira metade do século XIX. Até o
presente momento, coletamos e transcrevemos cerca de vinte processos de
inventários post-mortem dispostos de maneira a constituir uma rede de
relacionamentos sócio-econômicos referente aos indivíduos inventariados e às
suas famílias. Com base no exame destes inventários e de seu cruzamento com os
dados das Listas Nominativas foram compostos tabelas, fichas, gráficos e
sociogramas cujo conteúdo busca sistematizar os principais dados obtidos na
pesquisa, orientando-nos no sentido de perceber os movimentos de fortuna no seio
desta elite agrária, bem como caracterizar o tipo de produção econômica
presente na região e sua inserção no panorama econômico da província
mineira nas primeiras décadas do século XIX.
MATHIAS,
Carlos Leonardo Kelmer. O preço dos escravos no termo de Vila do Carmo,
1711-1756. Comunicação apresentada no XVI Encontro Regional de História da
ANPUH-MG. Belo Horizonte, 20 a 25 de julho de 2008.
RESUMO. A partir da análise de 356 inventários
post-mortem presentes no Arquivo da Casa Setecentista de Mariana, o presente
artigo tem por objetivo estudar a conformação do preço dos escravos no termo
de Vila do Carmo, parte integrante da comarca de Vila Rica, entre 1711 e 1756.
Pretende-se demonstrar que a curva dos preços permaneceu estável desde 1711
até meados da década de 1730, quando ocorreu um movimento declinante cuja
duração perdurou até cerca de 1750, momento em que a curva volta a subir.
Explicar tal comportamento é o objetivo principal do artigo em questão.
BHD n. 53.
MATA,
Karina Paranhos da. Padrões de riqueza nas Minas Gerais: um perfil dos homens
mais ricos (1713-1750).
RESUMO. O objetivo deste trabalho é apontar quem eram os
homens mais ricos da Vila do Ribeirão do Carmo e seu termo e da Comarca do Rio
das Velhas, entre 1713 e 1750; examinar a natureza dos bens possuídos e as
atividades econômicas em que investiam. A finalidade é investigar, mediante a
análise das características do patrimônio desses homens, o padrão de riqueza
nessas localidades. Para isso, identificadas essas pessoas, fizemos um
levantamento detalhado do patrimônio acumulado nas Minas, observando quais e
que tipo de bens possuíam, que itens tinham maior importância e em que
atividades investiam. O presente texto é parte da dissertação de mestrado
defendida em 2007.
MATA,
Karina Paranhos da. Representação social e riqueza nas Minas Gerais: perfil
dos proprietários de escravos na primeira metade do setecentos.
RESUMO. O presente trabalho tem como tema a análise
comparativa da posição social e da posição econômica dos proprietários de
escravos, no século XVIII, em três importantes distritos mineiros: Vila do
Carmo, Vila Rica e Vila de Sabará. Pretendeu-se lançar luz sobre alguns
aspectos relativos ao papel social e hierárquico dos proprietários de
escravos, em meio a uma formação social heterogênea e
"multifacetada". Destacando as relações de hierarquia e dependência
entre a sociedade metropolitana e a colônia, bem como dentre as estratégias de
inserção nas elites locais, o acúmulo de cargos e privilégios.
PRAXEDES,
Vanda Lucia & DIAS, Gedey Aparecida Galvão Pimenta & OLIVEIRA, Lívia
Gabriele de. História de liberdade: trajetórias de negros e negras forras em
Minas Gerais no século XIX - as alforrias em Diamantina. Comunicação
apresentada no XVI Encontro Regional de História da ANPUH-MG. Belo Horizonte,
20 a 25 de julho de 2008.
RESUMO. Esta pesquisa teve como objetivo identificar os
tipos e as condições em que ocorreram as alforrias de escravos que viveram na
antiga Comarca do Serro Frio. Utilizou-se como corpus documental 344 Cartas de
Liberdade ou Cartas de Alforria, do século XIX referentes à cidade de
Diamantina e região circunvizinha, que no século XVIII faziam parte da chamada
Comarca do Serro Frio. Essas Cartas compõem, juntamente com outros tipos de
requerimentos e petições, o Livro de Notas do Tabelionato e estão sob a
guarda do IPHAN, na Biblioteca Antonio Torres, em Diamantina. Foram
identificados Livros de Notas referentes aos Cartórios do Primeiro, Segundo e
Terceiro Ofício, com registros de Alforrias do período de 1831 a 1888. A
análise das cartas de liberdade permitiu-nos traçar o perfil demográfico
desses alforriados bem como identificar que entre os tipos de alforrias, as mais
recorrentes foram: as pagas (30,6%), as condicionais (37,9%), as mistas - pagas
aliadas a alguma condição - (5,8%) e aquelas sem condição, 25%. Pelo número
significativo de alforrias condicionais, pode-se afirmar que esta foi uma
estratégia largamente utilizada pelo grupo senhorial, em especial na região
diamantífera, como meio de garantir a obediência e a lealdade do escravo ao
seu senhor, mantendo assim laços de dependência e relações sociais
subalternas, que provavelmente foram reproduzidas pelas gerações seguintes. E
mais, ao contrário das alforrias pagas à vista - em que os escravos entravam
imediatamente em gozo da liberdade, os que as obtiveram de modo condicional
mantiveram-se de alguma forma presos aos seus proprietários. Nesse sentido é
possível que uma grande parcela desses homens e mulheres mesmo com a carta de
liberdade em mãos tenha passado toda a sua existência sob o cativeiro.
BHD n. 54.
SILVA,
Gustavo Bianch. Africanos e outros mapas das minas: a Irmandade de Nossa Senhora
do Rosário em Guarapiranga (1758-1800). Comunicação apresentada originalmente
no XVI Encontro Regional de História da ANPUH-MG. Belo Horizonte, 20 a 25 de
julho de 2008.
RESUMO. Na América Portuguesa foi comum o surgimento de
várias irmandades religiosas especialmente de escravos, africanos, crioulos e
libertos. Com constituição diversa, atuaram tanto no âmbito da devoção a
santos padroeiros como na organização étnica e de ajuda mútua entre irmãos
e devotos. Estas confrarias tornaram-se - entre outros significados - palco de
criação e reinterpretação de identidades, fossem de africanos, crioulos e
setores coloniais diversos. Tema clássico na historiografia brasileira sobre o
universo colonial, destacadamente para as Minas Gerais setecentista, os estudos,
entretanto, têm destacado a formação das chamadas "irmandades
negras" nas grandes vilas como Mariana e Vila Rica. Ainda sabemos pouco
sobre o perfil e papel das irmandades criadas em outras áreas coloniais, fora
dos eixos urbanos e de expansão econômica. Nesta comunicação apresentamos
resultados preliminares de uma investigação em andamento sobre a irmandade de
Nossa Senhora do Rosário da freguesia de Guarapiranga. Levantamos questões
sobre possíveis diferenças e semelhanças entre as confrarias em áreas
urbanas em comparação com aquelas rurais, assim como as conexões destas nas
religiosidades populares locais, considerando o perfil sócio-econômico,
demográfico e cultural da população de escravos, africanos, crioulos e
libertos. Para ler o texto integral.
PAIVA,
Adriano Toledo. "O anseio por bom tratamento e honra": índios,
negros e mestiços setecentistas e a delimitação de suas identidades.
Originalmente apresentado como comunicação no XVI Encontro Regional de
História da ANPUH-MG. Belo Horizonte, 20 a 25 de julho de 2008.
RESUMO. Esta comunicação tem por objetivo avaliar
a percepção que os índios, negros e mestiços possuíam de seus papéis
sociais e a configuração de suas identidades. As fontes analisadas nesta
empreitada serão as representações e petições elaboradas por estes aos
órgãos administrativos da Capitania Mineira. A legislação da segunda metade
do setecentos - especialmente a de 1755, que conferiu a liberdade ao
"gentio da terra", e o Diretório dos Índios (1757) - "retirou a
infâmia" do indígena e imputou restrições sociais aos negros e aos
indivíduos mesclados com esta qualidade. Avaliaremos o impacto destes
instrumentos legais no cotidiano colonial, porque com estas determinações,
tradições, sociabilidades e papéis sociais tiveram que ser reestruturados e
inventados. Observamos que o discurso empregado pelo gentio em suas petições
pautava-se na construção de uma imagem de honra e prestígio a sua categoria,
em contraposição ao estado e status degradante atribuído ao negro,
vinculando-o à condição escrava. Por sua vez, os homens livres negros e suas
mesclas conferiam ao gentio a imagem de "desordeiros" e
"indecorosos a lei do Rei e de Deus". Os indígenas, mestiços e
libertos ansiavam apartar suas trajetórias da escravidão, configurando
vivências que os conferissem "bom tratamento e honra".
WEIMER,
Rodrigo de Azevedo. Italianos, quase italianos e africanos: identidades
contrastivas numa comunidade negra no pós-abolição. Comunicação apresentada
no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14
a 18 jul. de 2008.
RESUMO. Na presente comunicação analiso a trajetória da família Pastorino,
formada por um italiano que casou-se com uma escrava na região de Morro Alto,
litoral norte do Rio Grande do Sul em meados do século XIX. Para tanto,
utilizei documentação cartorial e depoimentos orais. Problematizo de que
maneira seus descendentes, ao reivindicar ancestrais europeus e africanos,
estabeleceram fronteiras internas e externas a uma comunidade negra ao longo do
século XX. Dessa maneira, a recordação de ancestrais europeus não é
contraditória com a luta por direitos étnicos na condição de descendentes de
africanos. Pelo contrário, aponta para uma perspectiva menos essencializada e
mais dinâmica e situacional de identidades étnicas.
BHD n. 56.
MERIÑO
FUENTES, María de los Ángeles & PERERA DÍAZ, Aisnara. Familias, agregados
y esclavos. Los padrones de vecinos de Santiago de Cuba. (1778-1861).
RESUMEN. Un padrón de
vecinos o un censo, cual instantánea, nos trasmite un momento en la vida,
agitada o apacible de un barrio, una ciudad o de su cédula principal: el hogar,
donde convivieron, cual universo heterogéneo, los más diversos caracteres
humanos. No obstante, han sido los historiadores económicos los que más se han
servido de los cientos de padrones y conteos generales que se ofrecen en los
censos elaborados en el período colonial sobre la llamada riqueza agrícola y
territorial; no así los historiadores sociales o los historiadores de familia,
quienes, en su mayoría, han obviado los padrones o listas nominativas de
vecinos como fuente imprescindible para el estudio de la población de Cuba. Por
nuestra parte, hace algunos años nos referíamos a esta fuente con la reserva
lógica de no conocer a fondo su rico potencial. Decíamos entonces que sin el
cruzamiento de fuentes era difícil apreciar la dinámica del grupo familiar o
de residentes, teniendo en cuenta que un padrón es un instante congelado en el
tiempo, una foto de familia o del hogar donde convivieron parientes, agregados y
esclavos; hoy, aun cuando continuamos haciendo votos por el cruzamiento de
fuentes, sin el cual no se llegaría a un mejor conocimiento de la población
estudiada, proponemos el cotejo de todos los padrones nominativos realizados en
una ciudad -Santiago de Cuba- y sus barrios o cuarteles -además de como
testimonio del desarrollo demográfico y económico-social- como otra
posibilidad de conocer la manera en que -desde la tipología de hogares y
familias- les fue permitido o prefirieron presentarse ante la posteridad las
personas y sus familias consanguíneas o afines.
GRAHAM, Richard. Exchange Rates of Portuguese Currency, 1780-1808.
RESUMO. Neste artigo o autor complementa aquele publicado no n. 36 deste BHD, em 2005, e no qual propôs uma forma de estabelecimento de índice de preços calcada em levantamentos de preços de escravos e alimentos.
BHD n. 58.
SOUZA,
Rafael de Freitas e. Perfil social dos trabalhadores livres nacionais da The
Ouro Preto Gold Mines of Brazil Limited (1895-1897).
RESUMO. Com base nos Alistamentos Eleitorais Federais da
Primeira República o autor, neste artigo, estuda a movimentação demográfica
em busca de trabalho na mineração na segunda metade do século XIX em Minas
Gerais, especificamente, na localidade de Passagem de Mariana (situada entre
Ouro Preto e Mariana) que então sediava a companhia inglesa The Ouro Preto Gold
Mines of Brazil Limited. Respaldado na aludida documentação buscou-se traçar
um "perfil médio" do mineiro e levantar outros aspectos sobre o mundo
do trabalho na mineração, do cotidiano da localidade, do gerenciamento da
empresa e do próprio jogo político no final do século XIX.
BHD n. 59.
LOPES, Gustavo Acioli. O saco de batatas colonial: considerações sobre o uso do conceito campesinato na historiografia do Brasil Colônia.
RESUMO. Tornou-se comum na historiografia do Brasil colonial denominar de camponesa as unidades domésticas de produção, mesmo com a presença de escravos em seu seio, desde que em pequenos plantéis. Nos trabalhos mais recentes e/ou influentes, o uso do termo campesinato tem sido definido pelo predomínio do trabalho familiar na produção de gêneros agrícolas, muitas vezes comercializados. Pretende-se neste artigo discutir brevemente a conceituação de campesinato, apontando autores e debates significativos sobre o tema, de forma a chamar a atenção para que, como um conceito, implica algumas características que lhes são subjacentes e, portanto, não se reduz a uma única, sendo necessário maior cuidado para avaliar se tal conceito é pertinente para caracterizar um segmento importante da sociedade colonial. Como forma de subsidiar a discussão, acrescento algumas informações oriundas de minhas próprias pesquisas sobre a produção de tabaco na capitania de Pernambuco e anexas no século XVIII.
BHD n. 60.
COSTA,
Iraci del Nero da. Ciclo de vida e posse de escravos: algumas relações entre
cortes transversais e estudos longitudinais.
RESUMO. Tanto no exterior como no Brasil vários autores
já empreenderam estudos visando à verificação empírica da hipótese do
ciclo de vida aplicada à propriedade de cativos. Essas pesquisas evidenciaram a
comprovação de tal hipótese tanto para dados tomados num mesmo momento do
tempo (corte transversal ou em cross section), como em série de tempo, vale
dizer, com base no acompanhamento longitudinal de uma ou mais coortes de
proprietários de escravos. Sempre tendo em conta o caso da hipótese do ciclo
de vida pensada em termos do número de escravos possuídos propomos neste
artigo, divulgado originalmente como apostila em 1997, um procedimento baseado
no tratamento de dados tomados em distintos momentos do tempo (em cross section,
portanto) e capaz de conduzir-nos a informações estatísticas grosseiramente
aproximadas das que redundariam do almejado, porém por vezes inexeqüível,
levantamento longitudinal, o qual, como sabido, exige o acompanhamento de todos
os integrantes de um mesmo grupo de escravistas no correr de todo o lapso
temporal sob análise.
SILVA
FILHO, Hermes Ferreira da & ALMEIDA, Ana Maria Leal. Os caminhos
da instrução pública em Maricá na primeira metade do século XIX.
RESUMO. A primeira metade do século XIX assiste a
passagem do Brasil da condição de Colônia portuguesa para a de Império. O
aumento da população e a ocupação de uma terra de tão grandes dimensões
implicava, dentre vários aspectos necessários, a instalação de um projeto de
políticas de instrução pública. Enquanto na Colônia e a partir de 1822, no
Império, travavam-se lutas para implantação de políticas de expansão e
povoamento, no Estado do Rio de Janeiro o cenário não era outro, neste
contexto, interessa-nos analisar os projetos e políticas de instrução
pública e como as localidades afastadas da Corte, e, neste caso a Vila de
Maricá, beneficiavam-se destes projetos e se dava o desenvolvimento da
educação e da instrução.
BHD n. 61.
LUNA,
Francisco Vidal & COSTA, Iraci del Nero da. Sobre a estrutura de posse de
escravos em São Paulo e Minas Gerais nos albores do século XIX.
RESUMO. Neste trabalho evidenciamos algumas das muitas
semelhanças e poucas dissimilitudes existentes, ao abrir-se o século XIX, nas
estruturas de posse de escravos que vigoravam em São Paulo e Minas Gerais, duas
capitanias brasileiras limítrofes que, à época, conheciam momentos econômicos
distintos. Enquanto em Minas Gerais o clima era de esgotamento da atividade de
exploração do ouro e dos diamantes, em São Paulo se conhecia o dinamismo
decorrente da ampliação das atividades agrícolas. Mesmo assim, os dados
contemplados em nosso estudo revelaram que as referidas estruturas de posse de
cativos guardavam um alto grau de similitude. Ademais, o perfil de tais
estruturas diferia radicalmente daquele desenhado pela historiografia brasileira
tradicional.
BHD n. 62.
COSTA,
Iraci del Nero da Contribuições da demografia histórica para o
conhecimento da mobilidade socioeconômica e geográfica: uma aproximação ao
tema.
APRESENTAÇÃO. Segundo o autor não parece absurdo
asseverar que toda investigação efetuada na área da história demográfica
traz um ou mais elementos informativos sobre a mobilidade social, econômica ou
espacial do grupo populacional analisado. Com respeito a tal assertiva, além,
de atentar -- embora em termos meramente informativos e genéricos --, para a
geração e o amadurecimento da demografia histórica no Brasil, apresenta uma
série de exemplos a fim de embasar sua opinião.
SCOTT, Ana Silvia Volpi, FREITAS, Denize Terezinha Leal ,
SILVA, Jonathan Fachini da , CARDOZO, José Carlos da Silva & VALADAS,
Marcelo Silveira . Reflexão sobre a mortalidade em Porto Alegre (1773-1797).
Comunicação apresentada, originalmente, no XVIII Simpósio de História da
Imigração e Colonização, realizado na UNISINOS/RS em setembro de 2008.
APRESENTAÇÃO. Os estudos que estão sendo desenvolvidos
no projeto População e Família no Brasil meridional dos meados do século
XVIII às primeiras décadas do século XIX abrangem tanto o levantamento como a
análise da documentação disponível na Cúria Metropolitana de Porto Alegre
relativa às freguesias do continente do Rio Grande de São Pedro. O projeto em
andamento está direcionado para o desenvolvimento de um banco de dados que
permitirá fazer análises sobre o comportamento da população de Porto Alegre,
no período entre 1772 e 1845. Para esta comunicação privilegiamos a
exploração das informações já disponíveis no banco de dados da pesquisa,
apresentando uma análise preliminar relativa aos assentos de óbito registrados
a partir de 1773 (ano da criação da paróquia) até os finais do século
XVIII, na freguesia Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre.
BHD n. 64.
OLIVEIRA, Paloma Rezende de. Criança: "Futuro da Nação", "Célula do Vício" - políticas de assistência à infância em Juiz de Fora/MG na transição Império/República. Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Dissertação de Mestrado, 2009, 164 p.
MACHADO, Cacilda. A inserção social de negros, índios e bastardos a partir de registros de óbitos (planalto paranaense na primeira metade do século XVIII). Ponta Grossa, UEPG, Revista de História Regional, 15(2):160-183, Inverno, 2010.
BHD n. 65.
NADALIN,
Sergio Odilon. Identidade e parentesco na construção e desconstrução da
cultura teuto-brasileira (1876-1973). Comunicação apresentada no Primer
Congreso Internacional: Familias Complejidades del Passado y del Presente.
Murcia, REFMUR - Red de Estudios de Familia Murcia, 1-2, febrero,
2011.
RESUMO. O presente texto estrutura-se como uma nota
prévia a respeito da pesquisa que está sendo desenvolvida na UFPR (Curitiba),
financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
do Brasil (CNPq). Um dos objetivos da investigação sintetiza-se na necessidade
de configurar e caracterizar práticas de parentesco e compadrio, no âmbito de
um grupo social cuja identidade caracteriza-se em função do luteranismo, e que
atua em espaços limitados por "fronteiras étnicas"; estas fronteiras
assim se definem até, pelo menos, a conjuntura da Segunda Guerra Mundial. O
quadro é de urbanização, e o período em referência para a investigação é
balizado pelos anos de 1876 e 1973, ultrapassando as "rupturas"
anunciadas para o período referente à Guerra. Do grupo, extraí uma
"amostra", demarcadas pelas fichas de família (modelo Fleury-Henry)
dos descendentes de Christian e Christine Strobel, imigrantes alemães oriundos
de Glauchau, na Saxônia. O casal teve filhos, que lhes deram netos. Estes
também tiveram filhos e netos, e essas quatro gerações agregam-se em 53
casais, que geraram 166 filhos e que, batizados na Igreja Evangélica Luterana,
demandaram, pelo menos, 332 padrinhos e madrinhas. Em relação às uniões
matrimoniais registradas nos livros da paróquia, foi possível arrolar as
testemunhas ou os "padrinhos de casamento", identificadas segundo o
estado civil, origem étnica (e paroquial) e as relações com os noivos. Em
seguida, os batismos, que foram classificados em função do número de
"testemunhas", segundo o parentesco com os pais da criança. As
considerações finais chamam a atenção para o fato de que, pelo menos no que
espelha o comportamento dos descendentes do primeiro casal Strobel em Curitiba,
o compadrio entre os luteranos parece se definir - mais do que pela identidade
étnica - pelo parentesco. Essas características dizem respeito,
principalmente, aos tios e tias (do lado materno) do batizando, e aos parentes
(do lado das noivas), no que se refere às testemunhas de casamento.
CARDOZO,
José Carlos da Silva. Órfãos e estrangeiros no "Juízo dos
Órfãos". Porto Alegre, Oficina do Historiador, EDIPUCRS, v. 2, n.
1, dezembro-2010, p. 97-108.
RESUMO. Diante das vicissitudes encontradas pelas
famílias de imigrantes, muitas vezes, a vida familiar se desorganizava e os
menores acabavam sofrendo os impactos dessa mudança. Muitos são os casos que
chegaram ao conhecimento da Justiça em que doenças, acidentes, maus-tratos e
mesmo a morte dos pais da criança acabavam por provocar a dissolução
familiar. Para as famílias que possuíssem menores como seus integrantes, havia
um juizado especial que zelava pelo cuidado para com essas crianças, o Juízo
dos Órfãos. Esta instituição cuidava para que os menores que vivessem essa
situação de desagregação familiar recebessem um adulto legalmente
constituído como seu responsável. Neste sentido, o objetivo desse estudo é
verificar, através dos processos de tutela, o cotidiano das crianças e das
famílias que passavam por essas situações de crise.
COSTA,
Iraci del Nero da. As populações das Minas Gerais no século XVIII: um
estudo de demografia histórica.
RESUMO. Apresenta-se uma visão geral do comportamento, no
correr do período 1719-1826, dos casamentos, óbitos e batismos concernentes à
Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias (Vila Rica-MG).
Ademais, é estabelecida a relação entre aquelas variáveis e as vicissitudes
de ordem econômica -- apogeu e queda da produção aurífera -- vivenciadas
pelos habitantes da urbe.
BHD n. 66.
Hormiga
Kandame, Néstor A. "La llegada de los Colonos
Africanos" (1832-1837).
APRESENTAÇÃO ESCRITA PELO AUTOR. Estoy en las últimas
semanas de preparación de mi nuevo libro titulado: "Colonos: Canarios y
Africanos en los orígenes del Estado Oriental del Uruguay". Le envío una
síntesis del capítulo correspondiente a los "mal llamados" Colonos
Africanos. Creo que el mismo puede ser de interés dado que toca nuestra
región, y es un tema tan poco investigado. El mismo trata de la estrategia de
los esclavistas para burlar a Gran Bretaña que se había transformado en una
especie de "policía antiesclavista". Y una de las muchas artimañas
fue el llamar a los esclavos de colonos africanos.
Costa, Iraci del Nero da. Tarefas imediatas que se impõem aos demógrafos historiadores brasileiros.
RESUMO. O autor propõe que se dê atenção especial quanto à localização e preservação de fontes documentais do Norte e do Nordeste do Brasil.
BHD n. 67.
Figueredo Valdés, Rebeca. Familias esclavas y compadrazgo en la feligresía de Guanajay (1773 -1806).
RESUMEN. El artículo está dedicado a las relaciones de compadrazgo establecidas entre las familias esclavas para enfrentar los retos impuestos por su condición servil. El estudio se torna especialmente interesante al ubicarse en una de las regiones plantacionistas más importantes del occidente cubano, Guanajay, en la que proliferaron ingenios y cafetales desde finales del siglo XVIII hasta la década del 60 del siglo XIX, y aborda también las relaciones por afinidad vinculadas con los oficios en el entramado social del ingenio.
|