Pit-bull chamado Saddam morde cinco pessoas A raça pit-bull, originária da Inglaterra, é resultado do cruzamento dos game terriers com os antigos buldogues e foi desenvolvida para lutar contra touros ou ursos. Mas no dia 11 de abril, os alvos de um pit-bull chamado Saddam não foram animais selvagens e sim, seres humanos. O cão, de 1 ano e 8 meses, atacou e feriu cinco pessoas na Rua Décio Villares, no Bairro Peixoto. O dono do cachorro, Fernando Antonio Azevedo Carreteiro, de 15 anos, contou que sua amiga A., da mesma idade, pegou Saddam em seu apartamento às 19h para um passeio. Segundo a versão de Fernando, o cão foi incitado por skatistas, conseguiu arrancar a focinheira com a pata e atacou A. O representante comercial Jacques Bergman, de 56 anos, que tentou ajudar A., também acabou ferido. Ele contou que teve de abrir a boca do cachorro com as mãos para soltar a menina. Ao largar a perna da garota, Saddam foi preso por um morador na frente de um dos prédios da rua. O porteiro Francisco disse que o animal dava saltos, em desespero, e conseguiu passar por baixo da grade. Livre novamente na rua, Saddam atacou o motorista de um carro que passava. O representante comercial Rogério Wippel, de 41 anos, viu que quatro garotos gritavam sobre uma caminhonete Rural e parou para ajudar. Pediu que ficassem calmos, pegou o celular para ligar para a polícia e deixou o vidro entreaberto. O cachorro, com seu peso, arriou o vidro e avançou em Wippel, que estava com a mulher, os pais e as três filhas no carro. Para proteger o rosto, ele se defendeu com o braço, que ficou com três furos. Logo em seguida, Saddam subiu na Rural onde estavam os garotos, que fugiram. Um deles, George Maurício Sinclair, de 13 anos, não conseguiu pular a grade de um prédio e teve a panturrilha abocanhada pelo cão. Saddam ainda fez mais uma vítima desavisada. O turista norueguês Phil Cristian Capellen Smith, de 25 anos, hospedado no Copacabana Praia Hotel, próximo ao local, saía para fazer compras no supermercado quando também foi mordido pelo cachorro. A dona de casa Maria de Jesus Brito contou que o animal só se acalmou quando ela jogou vinagre e sal em sua cabeça. Phil Cristian, A. e George foram levados para o Hospital Miguel Couto, no Leblon. George foi transferido para o Hospital São Lucas, onde foi operado. Sua mãe, Clara Sinclair, disse que o menino corre o risco de perder os movimentos da perna. Os outros dois feridos foram medicados em clínicas particulares. Os ataques de cães passaram a fazer parte do cotidiano da cidade de alguns anos para cá. Em novembro de 95, um pit-bull atacou duas pessoas no Leme. O feirante Cremildo dos Santos perdeu parte da coxa direita e o vendedor Paulo de Oliveira ficou ferido no braço. O caso foi registrado na 13ª DP, mas não foi adiante. No início de 97, Antônio Felipe Pereira, de 11 anos, teve que levar 12 pontos na perna depois de ser atacado por um cão da mesma raça quando andava de bicicleta na Lagoa. Em junho, a digitadora Tânia Cristina Viegas teve seu rosto desfigurado ao ser atacada por uma cadela, também da raça pit-bull, de propriedade de Ciro Castruz. Tânia teve que passar por quatro operações plásticas. Em novembro, Kevin Martins Smidt, de 4 anos, ficou ferido gravemente depois de ser atacado por três mestiços das raças fila e pastor alemão, quando brincava perto de sua casa, no Recreio dos Bandeirantes.
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