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INTRODUÇÃO |
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Onze anos após a primeira tentativa de reunir numa exposição os fotó- |
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grafos lacobrigenses mais activos - denominando como tal os que fazem da |
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fotografia um veículo de expressão própria - eis nova exposição. Mas se a |
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primeira, devido à ausência de referências, foi cartão de apresentação de |
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novos valores, a actual pretende ser testemunho do razoável processo de |
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maturação entretanto desenvolvido. |
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PRATA DO SUL é, simultaneamente, um projecto e uma aposta. |
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| Projecto surgido da necessidade temporária de divulgar o presente da foto- | ||
| grafia lacobrigense e, num sentido mais lato, da fotografia sulista; projecto | ||
| na necessidade permanente de mostrar e salvaguardar o que esse mesmo | ||
| Sul tem de ímpar: a luz que reverbera nas rochas, a transparência do céu e | ||
| do mar, o contraste entre a escura vegetação e o alvo casario. | ||
| Aposta, porque, face à vertiginosa produção de imagens (fixas ou não) a | ||
| que se assiste, é cada vez mais necessáriauma demarcação. E se alguns | ||
| persistem no obsessivo acompanhamento da ultima moda estética ou tec- | ||
| nológica, nós apostamos numa fotografia menos "fabricada", menos vestida | ||
| de preconceitos. Como Henri Cartier-Bresson, acreditamos ser a fotografia | ||
| uma actividade tão natural como passear, tomar notas ou reter a respiração: | ||
| "É por uma grande economia de meios que se alcança a simplicidade de | ||
| expressão. | ||
| Com uníssona sobriedade de elementos, os quatro conjuntos de traba- | ||
| lhosexpostos revelam o percurso e a marca de cada autor e, ainda, a indis- | ||
| solúvel marca que o meio exerce em cada um. É que entre o eterno jardim | ||
| e o quase deserto, o Sul assume-se, na multiplicidade dos seus atractivos, | ||
| como uma sedução para os que fazem da emulsão fotográfica o seu cader- | ||
| no de poemas. | ||
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José Cabral da Silva |
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