Muito é cogitado por alguns fãs dos motivos que levaram o MadreDeus a tantas mudanças em sua formação, sobretudo após o lançamento de "O PARAÍSO", que marcou a saída do violoncelo e do acordeão e a entrada do baixo acústico... Creio que alegrará muitos de nós saber que, ao menos aparentemente, estas mudanças tenham ocorrido como mera conseqüência da necessidade de alguns integrantes do grupo de partir para carreiras-solo (Oxalá Teresa Salgueiro escape desta tentação!), e mesmo alguns dos atuais intergantes tem desenvolvido projetos musicais em paralelo ao trabalho no MadreDeus.
A primeira grande mudança foi a saída, pouco após a gravação dos álbuns "O ESPÍRITO DA PAZ" e "AINDA", de Rodrigo Leão, um dos mentores do MadreDeus, saída esta motivada por sua vontade de desenvolver outros projetos musicais, o que tem feito com relativo sucesso. Rodrigo Leão montou um novo grupo musical, chamado "Vox Ensemble", ao qual a crítica brasileira referiu-se, quando de sua turnê brasileira em 1996, como "de fortes influências sacras e mais sobriedade ainda que a música do MadreDeus, grupo ao qual pertenceu Rodrigo Leão, mentor do Vox Ensemble". Rodrigo segue com uma carreira de sucesso em seu trabalho solo, tendo já lançado vários álbuns de grande vendagem em Portugal.
Gabriel Gomes, o acordeonista que tanta alma deu às canções do MadreDeus, também tem desenvolvido seus próprios projetos musicais, num projeto batizado de "Danças Ocultas"... Ele lançou "Longitude", com sete faixas de forte estrutura instrumental, disco de estreia a solo de Gabriel Gomes, em 27 de Julho de 1998.
José Peixoto, que segue no MadreDeus e cuja entrada no grupo foi celebrada pela crítica especializada como uma grande aquisição para o Madredeus, tem uma vasta carreira de álbuns-solo (ver página dedicada a José Peixoto em "O Sonho"). Seu mais recente trabalho foi em parceria com o também integrante do Madredeus, Fernando Júdice, em um álbum dedicado à música do compositor brasileiro Pixinguinha.
A própria Teresa Salgueiro tem sido convidada para participações especialíssimas em trabalhos de outros artistas, como suas gravações com o artista japonês Kobba, sua participação no projeto-solo de Rodrigo Leão, e suas recentes aparições na TV portuguesa a apresentar fados tradicionais acompanhada por grandes mestres do fado lisboeta. Dos trabalhosm mais marcantes para os quais Teresa foi convidada, incluem-se a gravação de dois fados para o álbum de António Chainho, intitulado "A Guitarra e outras mulheres" (projeto que contou também com a participação da cantora brasileira Elba Ramalho) e a participação no álbum do menestrel italiano Branduardi, intitulado "L'Infinitamente Píccolo"(sobre a vida de Francisco de Assis). Recentemente, Teresa gravou dois temas do álbum "Brizzi do Brasil", com os cantores brasileiros Zeca Baleiro e Caetano Veloso.
Carlos Maria Trindade, atual tecladista do Madredeus, por sua vez, também tem uma carreira solo e freqüentemente é convidado para apresentações junto a outros grupos musicais portugueses.