AIDS Definição: AIDS é uma sigla em inglês que significa "Acquired Immune Deficiency Syndrome", o que em português quer dizer SIDA ou "Síndrome da Imuno-Deficiência Adquirida". Isto é, uma doença caracterizada por deficiência do sistema imunológico do indivíduo. O sistema imunológico é um conjunto de órgãos e células especializadas, que todos nós possuímos, que são responsáveis pela nossa defesa contra agentes agressores (bactérias, fungos, vírus, protozoários, células cancerosas). Quando o sistema imunológico não funciona adequadamente, o indivíduo fica muito mais sujeito a adquirir doenças causadas por um ou mais desses agentes. É isso exatamente o que acontece quando uma pessoa tem AIDS. Agente etiológico e patogenia: O vírus causador da AIDS é o HIV ("Human Immune-deficiency Virus") ou VIH (Vírus da Imuno-deficiência Humana). O HIV, depois que penetra no corpo de uma pessoa, começa lentamente a destruir um tipo de célula de defesa imunológica chamada linfócito T auxiliar (também chamado de linfócito CD4), que normalmente se encontra em nossa corrente sangüínea. Essa célula de defesa é como um maestro de uma orquestra, ou seja, é responsável por toda a coordenação da defesa imunológica. Para ficar bem claro: o HIV ataca justamente a célula que é a principal responsável pela resposta imunológica que combate os agentes infecciosos, inclusive o próprio HIV. Daí vem a grande dificuldade para se conseguir a cura da doença ou uma vacina que seja eficiente para evitá-la. Transmissão: O HIV pode penetrar no organismo do ser humano através de um dos seguintes mecanismos: relação sexual; transfusão de sangue; uso de agulhas ou outros instrumentos penetrantes não esterilizados (como uso de drogas) e da mãe para o filho durante a gravidez ou amamentação. Tanto a relação homossexual masculina (homem com homem) quanto a heterossexual (homem com mulher) podem transmitir o vírus, desde que um dos dois parceiros esteja infectado com o vírus. Por isso, o estímulo ao uso preservativo (ou camisinha), as campanhas de combate as drogas e o controle de qualidade do sangue doado, são nossos principais aliados na luta contra a AIDS. Evolução e exames: Uma vez tendo penetrado no corpo humano, o vírus pode permanecer sem causar qualquer sintoma aparente por cerca de 10 anos. Durante esse período, o indivíduo só saberá que é portador do vírus se fizer testes laboratoriais específicos (exames de sangue, principalmente). Esse é o chamado portador assintomático que, embora sem qualquer sintoma, pode transmitir o vírus para outras pessoas. Os testes mais conhecidos para detecção do HIV são o teste de ELISA e o WESTERN BLOT. Manifestações clínicas: Após esse período de cerca de 10 anos (período de incubação) o indivíduo que não se submeteu a qualquer tipo de tratamento tem suas células de defesa em número tão baixo, que os germes que normalmente não causariam doenças graves para ele passam a ser extremamente perigosos. São as chamadas infecções oportunistas. Como exemplos podem ser citadas a toxoplasmose cerebral, a meningite criptocócica e a pneumonia por Pneumocystis carinii. Tratamento: Com o desenvolvimento de novos medicamentos, os indivíduos portadores do HIV que fazem acompanhamento médico têm, cada vez mais, ficado livres de tais infecções. Hoje em dia, administrando-se um "coquetel" de medicamentos (existem várias fórmulas diferentes, para serem usadas de acordo com cada caso) consegue- se manter o vírus multiplicando-se muito pouco ou nada, recuperando-se assim as células de defesa. Infelizmente, tal combinação de drogas não funciona em todos os casos. Além disso, devemos nos lembrar que os novos medicamentos, embora muito promissores, são ainda extremamente caros, não estando disponíveis para a maioria das pessoas infectadas, que se encontram justamente nos países mais pobres da África, Ásia e América Latina (como o Brasil). Prevenção: Assim, como não existe vacina contra a infecção pelo HIV, o mais importante continua sendo a prevenção e a informação do público. Ou seja, a camisinha, o combate as drogas, o uso de agulhas e seringas descartáveis e o rigoroso controle do sangue doado, continuam sendo os meios mais baratos, mais abrangentes e mais eficientes de se combater a AIDS em todo o mundo.