O que é RPG

RPG vem de Roler Playing Game, "jogo de interpretação de papéis". Jogar RPG significa interpretar um papel. Você finge ser outra pessoa, age como ela agiria e pensa como ela pensaria. Uma espécie de teatro, mas sem um roteiro para seguir: a história apenas vai acontecendo.

RPG é um jogo de faz de conta , um jogo de contar histórias. A história acontece enquanto os jogadores tomam suas decisões, vivendo seus papéis em mundos de imaginação. Sentados a volta de uma mesa, anotando em papéis e jogando dados, eles experimentam aventuras heróicas, viagens pitorescas, batalhas gloriosas e perigos apavorantes. Todo mundo já "brincou" de RPG um dia. Um exemplo disso é a famosa brincadeira de "Polícia e Ladrão" ou "Mocinho e Bandido". A semalhança desta brincadeira e RPG é a representação que está por trás dela. Quando se brincava de "Polícia e Ladrão", um fingia que era o policial e outro fingia que era o ladrão, isto é você interpretava um dos dois. No RPG acontece mais ou menos isso, a diferença está no fato de no RPG haver regras que devem ser seguidas para não dar as brigas que davam quando o policial dava um tiro no ladrão e ele não queria morrer.
No RPG cada jogador interpreta um personagem em um mundo imaginário, controlado pelo Mestre do Jogo que é uma espécie de juiz (também conhecido como Game Master ou Dungeon Master).

Como Surgiu o RPG?

O RPG apareceu em 1974 no estado de Wiscousin, USA, com o lançamento de Dungeons & Dragons pela TSR Games. O jogo foi além das expectativas consideradas absurdas pelos seus criadores, ultrapassou um milhão de cópias em seis anos.
No ano seguinte do sucesso de Dungeons & Dragons foram lançados Empire of the Petal Throne e Tunnels & Trolls.
Ainda em 1975 foram lançados mais dois jogos, En Garde (ambiente do tipo "Os Três Mosqueteiros") e Boot Hill (ambientado no faroeste).
Em 1976 a TSR fracassa na tentativa de publicar o primeiro RPG de ficção científica, chamado Metamorphosis Alpha que é apenas uma versão disfarçada do Dungeons & Dragons, mantendo as mesmas regras e possuir as mesmas criaturas, com os nomes mudados.
O primeiro RPG sério de Ficção Científica ocorre só em 1977, chamado Traveller. Este sistema foi o primeiro a incluirum completo sitemas de regras para o gênero.
Em 1981, chegou ao mercado o livro Champions, um ótimo RPG para super-heróis que deu origem em 1984 ao Hero System, o primeiro RPG universal (permitia criar diversos ambientes com o mesmo conjunto de regras). Essa idéia seria aproveitada por Steve Jackson em GURPS.
Nessa mesma época foi lançado MERP (Middle-Earth Role Playing) que enfocava um mundo de fantasia descrito por J.R.R. Tolkien em seus livros.
Ao longo de todo este período o RPG se firmou como um novo gênero de diversão vindo a ter revistas dedicada a ele, videogames, camisas, HQs, entre outras atividades (como esta Home Page).

O RPG no Brasil

Na virada dos anos 90 o RPG começou a mostrar a força que tinha no Brasil, apesar de já existir aqui desde meados de 70. O número de lojas começou a crescer proporcionalmente ao número de interessados no assunto, a imprensa passou a se mostrar mais favorável ao jogo, destacando o aspecto criativo do jogo e teve início a mania dos livrinhos de "Aventura Solo" (aqueles que se acha em qualquer lugar).
Apostando nos lucros que o RPG traria, algumas empresas começaram a comprar direito da publicação de livros estrangeiros no Brasil, enquanto isso, um grupo de jogadores e mestres experientes do Rio de Janeiro ia por outro caminho, investinndo no desenvolvimento do que viria a ser o primeiro RPG brasileiro.
Isso tudo resultou na movimentação notada no final de 1991, quando vários lançamentos importantes vieram a agitar o mercado nacional. Durante a I Bienal Internacional de Quadrinhos do Rio de Janeiro, o público foi apresentado ao jogo de miniaturas Aventuras Heróicas, produzidas pela IDD Miniaturas, e também ao ótimo RPG genérico GURPS, um jogo norte americano traduzido e publicado pela Devir. Próximo ao Natal foi publicado Tagmar, o primeiro RPG brasileiro, ambientado num mundo de Fantasia Medieval publicado pela GSA.
Essa iniciativa inspirou um outro grupo de jogadores (do Rio de Janeiro, também) a produzir seu próprio RPG. Assim sendo, no Natal de 1992 foi lançado O Desafio dos Bandeirantes, um jogo ambientado no Brasil e logicamente inspirado na História do Brasil e na sua mitologia, também publicado pela GSA.
O jogo de tabuleiro Hero Quest entrou no mercado em 1993, lançado pela Estrela. A Grow não ficou atrás e lançou dois jogos de cara, Classic Dungeon e Dragon Quest, todos voltados para o público infantil.

Quem vence?

Ninguém e todos. Uma partida de RPG não termina com vencedores ou perdedores. Vencer ou perder não é importante, nem competir.

Este é um jogo de cooperação. Em uma partida de RPG, temos um pequeno grupo de jogadores e um mestre. O mestre propõe um desafio e os jogadores, com seus personagens, tentam supera-lo. Na verdade eles apenas fingem que participam da aventura, ela se passa na mente, na imaginação de cada jogador.

Você está preparado?

RPG é diferente dos outros jogos que você conhece. É como assistir a um filme ou ler um gibi, mas com VOCÊ participando da história.

Sim senhor, pode esquecer o conforto e a segurança da poltrona do espectador: neste mundo de aventuras e perigos, VOCÊ deve lutar para sobreviver. VOCÊ deve decifrar os enigmas, encontrar as saídas, combater os inimigos e lutar por um final feliz.

Final? As aventuras nunca terminam...


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