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BOLETIM DE HISTÓRIA DEMOGRÁFICA

Ano X, no. 27, janeiro de 2003

 

 

SUMÁRIO  

 

Apresentação

Artigos

Resenha

Resumos

Notícia Bibliográfica 

Publicações Recebidas

 Notícias e Informes

 

               

            

Apresentação

           

Além de vir enriquecido com três artigos e notícias de novos lançamentos em nossa área, este número de nosso Boletim traz um substantivo número de resumos de trabalhos apresentados em importantes reuniões de associações nacionais; destacam-se aqui os encontros da ABEP (Associação Brasileira de Estudos Populacionais) e da ANPEC (Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia). Assim, como se poderá observar, o balanço das atividades desenvolvidas na área da história demográfica nos últimos meses de 2002 mostra-se das mais ricas e anuncia um ano de 2003 pleno de novas realizações. 

            

Artigos

              

RENATO PINTO VENANCIO. Pobreza carioca: uma sondagem nos registros de óbitos de fins do século XVIII. Comunicação apresentada originalmente no Segundo Encontro de História Quantitativa e Serial, Belo Horizonte, 2001. 

RESUMO. Conforme é sabido, a ausência de fontes produzidas diretamente por quem vivenciou a dolorosa experiência da pobreza não impediu que historiadores desenvolvessem várias formas de identificar esses grupos nas sociedades do passado. Um dos procedimentos adotados nessas pesquisas consiste em analisar as instituições de caridade. Tal abordagem, quando feita a partir de um enfoque metodológico serial, permite que se conheça, pelo menos parcialmente, a população socialmente considerada pobre. Por outro lado, a investigação das variações anuais e decenais do número de assistidos informa a respeito de conjunturas específicas, nas quais as fronteiras da pobreza abrangia maior ou menor número de indivíduos. O presente texto tem por objetivo explorar a riqueza das fontes paroquiais, para o caso específico dos óbitos de pobres do Rio de Janeiro colonial. Para ler a versão integral

         

EDSON FERNANDES. A ESCRAVIDÃO NA FRONTEIRA: Um estudo da escravidão negra numa "boca de sertão" paulista. Lençóes, 1860-1887.

RESUMO. Mediante a análise de inventários post-mortem procuramos caracterizar o contingente de escravos e a estrutura de posse de cativos na região de Lençóes quando esta era considerada "boca de sertão": fronteira entre o mundo dito civilizado e o sertão desconhecido. Para ler a versão integral  

                  

CACILDA MACHADO. Casamento & Desigualdade Jurídica: Primeiras notas de um estudo em uma área da região paulista no período colonial.

APRESENTAÇÃO. Estou dando início a um projeto que pretende concentrar esforços no estudo do casamento e do concubinato mistos no Paraná nos séculos XVIII e início do XIX. A escolha de tal locus social justifica-se, em primeiro lugar, porque sua história é exemplo da dinâmica povoadora de abertura sucessiva de fronteiras do período colonial. Por causa disso -- e essa é a segunda razão -- no período colonial a região caracterizou-se por apresenta expressivos contingentes nos três grupos raciais formadores da população brasileira. Finalmente, o estudo do comportamento matrimonial me pareceu significativo em função das características econômicas locais: no litoral, Paranaguá, por sua tradição mineradora e por conter um porto, teve desde o início da colonização uma população que, se não se poderia chamar de urbana, era pelo menos para-urbana, e o comércio sempre teve ali importância econômica igual ou maior à pecuária. Fisionomia distinta se encontra nas vilas do planalto, mais voltadas para a produção de gado, e para a lavoura de subsistência. Litoral e planalto, por sua vez, foram ambientes onde se desenvolveu uma vida econômica e social muito diversa daquela gestada nos engenhos e grandes fazendas coloniais do Sudeste e do Nordeste. Para ler a versão integral

        

Resenha

                       

PAIVA, Eduardo França & ANASTACIA, Carla Maria Junho (orgs.). O Trabalho Mestiço: Maneiras de Pensar e Formas de Viver, Séculos XVI a XIX. São Paulo/Belo Horizonte, Annablume/PPGH-UFMG, 2002, 530 p.

Os textos ora trazidos a público foram elaborados em torno de um conceito e de um tema, exclusivamente para serem discutidos em Tiradentes, Minas Gerais, durante a quarta versão do Congresso promovido pelos membros do CERMA – Centre des Recherches sur les Mondes Américains – École des Hautes Études en Sciences Sociales-EHESS, Paris, em parceria com a linha de pesquisa "História Social da Cultura", do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Minas Gerais, realizado em setembro de 2001. O conceito é o de Mediadores Culturais e o tema, Relações de Trabalho e Mestiçagens: Maneiras de Pensar e Formas de Viver – séculos XVI a XIX. Os Mediadores Culturais, tradução do conceito multinacional Passeurs Culturels, são agentes responsáveis pelo trânsito de e entre culturas, no tempo e no espaço, diferentemente da idéia que uma primeira leitura da expressão pode evocar, isto é, a de arbitragem ou de julgamento. Já o trabalho (técnicas, formas de organização, discursos, representações, especializações) no contexto de sociedades miscigenadas é um tema que não apenas nos permitiu reler o passado sob essa lente especial, como nos indicou chaves para pensá-lo hoje, diante de nossa realidade globalizada, incluindo nossas culturas, ainda que sem perdermos as distinções, as peculiaridades e as nossas diversas heranças históricas. Especialistas brasileiros e estrangeiros de várias procedências (México, Peru, Estados Unidos, França, Bélgica, Itália, Índia) desvelam nos textos a circularidade cultural entre as partes do mundo, desde o século XVI. Os resultados são animadores, como se poderá constatar nesse livro, ansiosamente aguardado pelos estudiosos das culturas de vários países. Os autores entregaram ao público estudioso e interessado nas dinâmicas histórico-culturais um livro referência para reflexões conceituais, metodológicas e temáticas instigantes e sedutoras. Os textos apresentados têm como grande mérito serem, eles próprios, produtos da atuação de agentes mediadores culturais – os autores –, que propõem algumas maneiras de compreender o grande processo de globalização desenvolvido nesses últimos 500 anos.

         

  Resumos

       

MACEDO, Helder Alexandre Medeiros de. Vivências índias, mundos mestiços: relações interétnicas na Freguesia da Gloriosa Senhora Santa Ana do Seridó entre o final do século XVIII e início do século XIX. Caicó, Monografia (Graduação em História - Licenciatura e Bacharelado) - Centro de Ensino Superior do Seridó da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 167 p. E-mail: helder@seol.com.br  

RESUMO. A temática deste estudo é a História Indígena do Seridó norte-rio-grandense. Tradicionalmente, a historiografia potiguar tem afirmado que as populações indígenas do Rio Grande do Norte haviam sido riscadas do mapa após as Guerras dos Bárbaros. Historiadores eruditos que direcionaram seus enfoques para questões históricas regionais evidenciaram a presença de índios nos assentos paroquiais da Freguesia da Gloriosa Senhora Santa Ana do Seridó entre os séculos XVIII e XIX. Essas evidências empíricas nos serviram de pista para a pesquisa que empreendemos. A indexação dos registros de batismos, casamentos e óbitos da Freguesia de Santa Ana -- utilizando a metodologia da Demografia Histórica e dentro do limite cronológico que vai de 1788 a 1857 -- nos permitiu encontrar,  junto aos demais grupos étnicos da região, populações indígenas participando de rituais religiosos. Embora envoltos pelo mundo colonial, a pesquisa evidenciou alguns desvios das tradições cristãs entre os índios, como o sepultamento fora dos templos, o não recebimento dos sacramentos e as uniões informais. A conclusão mais patente a que chegamos é a da presença indígena inconteste no Sertão do Seridó entre, pelo menos, a última década do século XVIII e as primeiras do século XIX, resultado este que se contrapõe à idéia veiculada pelos estudos clássicos da historiografia norte-rio-grandense. A lógica que percebemos no Sertão do Seridó do período estudado é a da "mestiçagem" (conforme a concebe Serge Gruzinsky). Mundos e horizontes culturais se misturaram a partir de suas especificidades, suas representações e seus corpos: o dos brancos, o dos negros, o dos pardos e o dos índios. Esferas que se interseccionavam através de mestiçagens biológicas, quebrando as barreiras étnicas e sobrevivendo da mistura. A mescla de práticas cotidianas, de hábitos e de costumes provocaria mestiçagens culturais cujos resultados são visíveis até hoje no estrato identitário dos habitantes da região do Seridó. Se a sobrevivência biológica dos índios no Seridó -- que só foi possível porque os mesmos elaboraram estratégias de "resistência" ao esquema de dominação do mundo ocidental -- é um dos pontos evidenciados por esse trabalho, o outro é a sobrevivência cultural dos índios, que, mesmo adormecidos ou embaralhados no restante da população, estão presentes nos pequenos hábitos e gestos do cotidiano. Conseguiram "resistir" silenciosamente, já que herdamos alguns de seus nomes na toponímia regional, em alguns de nossos paladares e acessórios domésticos de palha e de barro. Resistência esta que se expressaria através da circularidade cultural (conforme a pressupõe Carlo Ginzburg) entre as culturas branca e indígena. A opressão colonial não suprimiu totalmente a ânsia de viver e tampouco os traços culturais dos índios. Esse estudo não conseguiu responder a todos os questionamentos. Contudo, as conclusões a que chegamos constituem um ponto de partida na revisão da História Indígena do Rio Grande do Norte, por tantos anos encoberta pela máscara do etnocentrismo e da rejeição ao passado nativo. Num futuro próximo, se as pesquisas avançarem progressivamente, é possível que venhamos a falar de comunidades indígenas no Rio Grande do Norte, em "mundos mestiços" em que a retomada da identidade étnica só será efetuada pelo processo da etnogênese. (A versão integral deste trabalho encontra-se disponível para download no site www.heldermacedo.hpg.com.br).

         

 

                 

BASSANEZI, Maria Silvia C. Beozzo & BACELLAR, Carlos de Almeida Prado. Levantamentos de população publicados da Província de São Paulo no século XIX. Revista Brasileira de Estudos Populacionais. ABEP, Campinas, v. 19, n. 1, p. 113-129, jan./jun. 2002.

RESUMO. No período marcado pela transição do trabalho escravo para o livre e pela expansão da cafeicultura no território paulista foram realizadas várias tentativas de conhecer os efetivos populacionais e demais estatísticas da Província de São Paulo. Três delas, ocorridas respectivamente em 1836, 1854-44 e 1886, tiveram seus resultados sistematizados, impressos e publicados. O contexto e o conteúdo desses levantamentos regionais, o discurso de seus idealizadores e realizadores, e as “venturas e desventuras” na execução e no uso desses censos são objeto de análise deste artigo.

          

MOTTA, José Flávio; NOZOE, Nelson & COSTA, Iraci del Nero da. A posse de escravos em uma paróquia fluminense: São Cristóvão, 1879. Comunicação apresentada no XXX Encontro Nacional de Economia da ANPEC, Nova Friburgo, dez. 2002.

RESUMO. Estudamos a estrutura da posse de escravos de São Cristóvão com base em levantamento populacional efetuado em 1870, quando essa freguesia já integrava o perímetro urbano da cidade do Rio de Janeiro. Os resultados apresentados, pois, representam um recorte de como se revelava a referida estrutura às vésperas da Abolição em um centro urbano dos mais dinâmicos do Império. Esses resultados reafirmam o padrão estabelecido pela historiografia com respeito ao escravismo brasileiro: forte presença de escravistas de porte modesto ¾79% deles, com até 5 escravos, detinham 46% do total de cativos¾, difusão relativamente ampla da instituição ¾em cerca de 25% dos fogos havia escravos¾ e inexistência de uma forte concentração na posse de cativos ¾o que se corrobora pelo índice de Gini (0,46). Os valores da média (3,8), moda (1) e mediana (3) atestam o predomínio das posses de pequeno porte. Em suma, o escravismo parece apresentar em seus momentos finais, para o caso de São Cristóvão, o mesmo perfil básico que já se desenhava, no início do século XVIII, nos mais diversos pontos do território brasileiro.

        

SCOTT, Ana Silvia Volpi. Alternativas regionais e locais à emigração para o Brasil no final do século XIX: o exemplo do Concelho de Guimarães. Revista Brasileira de Estudos Populacionais. ABEP, Campinas, v. 19, n. 1, p. 95-111, jan./jun. 2002.

RESUMO. A partir do estudo de uma comunidade minhota, examina-se a questão da industrialização e da emigração em Portugal no último quartel do século XIX, procurando-se colocar em evidência que nem sempre os modelos gerais produzidos para privilegiar a perspectiva nacional são adequados para a análise da repercussão desses fenômenos em nível local e regional. O estudo de uma comunidade do noroeste português foi o ponto de partida para questionar-se a situação particular de uma comunidade que, à primeira vista, marcharia na contracorrente nacional. Embora o país como um todo apresentasse taxas de emigração crescentes, a comunidade estudada apresentou tendência contrária. Entender como e porque isso ocorreu é o que pretende este artigo.

                

TEIXEIRA, Paulo Eduardo. O processo migratório na formação de Campinas: 1765-1830. Revista Brasileira de Estudos Populacionais. ABEP, Campinas, v. 19, n. 1, p. 75-93, jan./jun. 2002.

RESUMO. Ao estudarmos a formação da Vila de Campinas, no início de século XIX, notamos como foi importante o processo migratório para o povoamento dessa localidade. Utilizando as Listas Nominativas de Habitantes para os anos de 1804 e 1829 e os Registros Paroquiais de Casamentos de 1774-1826 foi possível estabelecer algumas relações entre a naturalidade dos chefes de domicílios e outros parâmetros, tais como a ocupação econômica e a cor, levando-nos a perceber os processo de mobilidade social e de mobilidade espacial na constituição do espaço que foi denominado Velho Oeste Paulista.

        

VERSIANI, Flávio Rabelo & Vergolino, José Raimundo O. Preços de escravos em Pernambuco no século XIX. Comunicação apresentada no XXX Encontro Nacional de Economia da ANPEC, Nova Friburgo, dez. 2002.

RESUMO. O artigo apresenta uma série de preços de escravos para Pernambuco, em 1800-1887, baseada em amostra de 4.085 escravos constantes de inventários provenientes da Zona da Mata, Agreste e Sertão pernambucanos. Comparações dessa série com dados para Minas Gerais e Salvador revelam grande similaridade nas tendências gerais de evolução de preços, indicando que o mercado de escravos nas três regiões estava submetido às mesmas influências. Uma comparação entre Pernambuco e Cuba mostra o mesmo fato e, surpreendentemente, uma evolução praticamente coincidente entre 1850 e 1860, o que evidencia que a idéia, geralmente aceita, de que a elevação de preços de escravos no Brasil, após 1850, decorreu da extinção do tráfico deve ser revista.

         

 

              

Comunicações apresentadas no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da Associação Brasileira de Estudos Populacionais, Ouro Preto, nov. 2002.

            

SCOTT, Ana Sílvia Volpi. Aproximando a Metrópole da Colônia: família, concubinato e ilegitimidade no noroeste português (século XVIII e XIX). Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. Embora sejam recorrentes as afirmações da historiografia brasileira e latino-americana, que insistem na especificidade dos comportamentos familiares peculiares ao mundo colonial (caracterizados por altos índices de ilegitimidade e uniões baseadas no concubinato), é necessário relativizar estes conceitos a partir da recente produção da historiografia da família em Portugal, que aponta a existência de comportamentos que incluíam, além do casamento e da família legitimamente constituídos, uma importante percentagem de indivíduos que utilizaram estratégias de reprodução biológica e social que incluíam concubinato e a natalidade ilegítima. É nosso objetivo, nesta comunicação, apresentar os resultados obtidos a partir do estudo de uma comunidade localizada na região Noroeste de Portugal, onde além das uniões legitimadas pela Igreja encontramos formas alternativas de organizações familiares, onde o concubinato e a bastardia ocupam lugar de destaque. Vale ressaltar que os resultados obtidos para a comunidade analisada não são exceção, como demonstram os recentes estudos que se ocupam do exame da família portuguesa. Há que se destacar, ainda, a diversidade regional dos sistemas familiares na metrópole portuguesa. O confronto dos resultados obtidos para Portugal com o que se conhece sobre a família no Brasil colonial pode suscitar novas e interessantes vias de análise, a partir de estudos comparativos.

               

CUNHA, Alexandre Mendes. Paisagem e população: algumas vistas de dinâmicas espaciais e movimentos da população nas Minas do começo do Dezenove. Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. Este trabalho tem como pano de fundo o final do século XVIII e o início do XIX em Minas Gerais, na conjuntura marcada pelo arrefecimento final da economia mineradora. O impacto disto sobre a comarca de Vila Rica tem clara tradução nas continuadas perdas populacionais dos antigos núcleos mineradores. A comarca do Rio das Mortes, entretanto, marca um destacado crescimento populacional e econômico no período, calcado nas atividades agropecuárias. As trocas populacionais entre as duas comarcas, particularmente em relação aos livres, são sugestão antiga na historiografia, mas que poucas vezes mereceu reflexões aprofundadas. Isto, junto das rearticulações dos espaços produtivos e dos lugares do urbano e do rural na dinâmica histórica das Minas, completam nosso quadro de referência. A intenção central é oferecer um panorama compreensivo dessa problemática se valendo de algumas fontes capazes de captar sutilezas pouco visitadas dessas dinâmicas, particularmente: as descrições de paisagens urbanas e rurais nos relatos de viajantes e a iconografia disponível para o período; as fontes e estimativas populacionais para o Dezoito e Dezenove passíveis de desagregações ao nível de comarcas; e finalmente, as distribuições etárias da população livre elaboradas para alguns distritos selecionados a partir das listas nominativas de 1831-2. Essas fontes subsidiam primeiramente uma discussão dos casos de Vila Rica e São João Del Rey, tanto em relação às transformações no meio urbano, quanto aos movimentos da população livre dessas vilas, favorecendo assim a análise de dinâmicas econômicas locais a partir de referências espaciais e demográficas. Das cidades para a discussão das comarcas, interessa atentar para os ritmos da ocupação do sul de Minas, tecendo inferências sobre áreas diversas da comarca do Rio das Mortes, a partir dos desequilíbrios anotados na razão de masculinidade dos dados das distribuições etárias para a população livre. Tomados em conjunto com informações sobre a diversificação econômica e os fluxos de comércio, estes cortes demográficos e espaciais ajudam a marcar com maior precisão os momentos e pontos de força da vigorosa transformação que se processa no território mineiro entre o Dezoito e o Dezenove.

           

BOTELHO, Tarcísio Rodrigues. Imigração e família em Minas Gerais no final do século XIX. Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. A imigração estrangeira e as migrações entre estados constituem fenômenos demográficos dos mais significativos do final do século XIX no Brasil. Influenciado por fatores internos (fim do trabalho escravo, secas nos estados nordestinos) e externos (o movimento de expulsão de populações protagonizado por diversos países europeus), provocou transformações significativas em muitos estados brasileiros, especialmente no Sudeste e no Sul. Minas Gerais também se viu influenciada por tal fenômeno, embora em menor escala que os demais estados da região. Entretanto, em fins do século XIX e princípios do século XX estes fluxos migratórios atingiram proporções significativas, especialmente devido à construção de Belo Horizonte e à expansão da lavoura cafeeira na região sul e na Zona da Mata. A porta de entrada destes migrantes era, sobretudo, a Hospedaria Horta Barbosa, em Juiz de Fora. A partir dos registros do ano de 1896, pretende-se conhecer algumas características destes contingentes adventícios: sua composição etária, sua origem e a composição dos grupos familiares que migravam.

          

VIEIRA JÚNIOR, Antônio Otaviano. O açoite da seca: família e migração no Ceará (1780-1850). Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. A seca marcou o cotidiano do Ceará desde o período colonial, impondo à sua população uma constante necessidade de adaptação diante de um contundente quadro de miséria. A morte dos rebanhos, a perda dos roçados, o aumento exorbitante dos preços de gêneros alimentícios, o crescimento da violência e as epidemias de varíola eram elementos que integravam o cenário esboçado pela escassez de chuvas. A solução era migrar. Pessoas de vários grupos sociais pisavam nas estradas deixando cadáveres e procurando refrigérios nas vilas mais povoadas e próximas ao litoral, ou nas áreas serranas que resistiam mais firmemente às irregularidades pluviométricas. Essa pesquisa sintetiza o esforço de analisar algumas repercussões sociais gestadas a partir desse movimento populacional, em especial compreender a família e suas estratégias de sobrevivência diante da presença constante do açoite da seca  ¾ para tanto se privilegiou o Ceará entre os anos de 1780 e 1850.

         

MOTTA, José Flávio  & VALENTIN, Agnaldo. A família escrava e a partilha de bens: um estudo de caso. Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. Refletimos, neste trabalho, sobre a estabilidade das famílias escravas. Isto é feito mediante o estudo das relações familiares estabelecidas entre os integrantes de um grande plantel de cativos de Apiaí (SP). A partir do cruzamento dos informes constantes do inventário da proprietária desse plantel (de 11/05/1819), de seu testamento (de 12/11/1818), das listas nominativas dos habitantes da localidade (de 1798 a 1835) e dos registros de casamentos de escravos (de 1780 a 1818), verificamos que a maioria dos membros da escravaria examinada estava ligada por laços familiares. Por exemplo, uma das redes de parentesco identificadas envolveu onze famílias completas (várias gerações, mais de 50 indivíduos, com média de 3,7 filhos presentes) originadas de três casais que, possivelmente, estabeleceram relações na segunda metade do séc. XVIII. Atestamos a extensão, durabilidade e estabilidade das relações familiares formadas e sedimentadas sobre um pano de fundo econômico dado pela decadência que se seguiu ao apogeu mineratório ocorrido em Apiaí, relações estas que sofreram ademais o impacto da morte da escravista e da partilha de seus bens por um conjunto formado por 19 herdeiros.

     

ANDREAZZA, Maria Luíza. Olhares para a ordem social na freguesia de Santo Antônio da Lapa, 1763-1798. Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. A comunicação que está sendo proposta consiste numa investigação dedicada a mapear a organização familiar em Santo Antônio da Lapa, localidade dos Campos Gerais, da Capitania de São Paulo, elevada a freguesia em 1763. Para realizar esta tarefa vou me apoiar nos censos de população e nos registros de batismo, casamento e óbito da freguesia, produzidos entre 1763 e 1798. Não se trata de utilizar estas fontes para construir indicadores demográficos  ¾ até porque já foram elaborados ¾, mas de um esforço no sentido de empreender uma reflexão a respeito dos discursos que estariam sustentando e garantindo a legitimidade de determinadas configurações familiares. Isto porque, se o caráter seriado das listas nominativas e das fontes paroquiais se presta às investigações de fenômenos ligados à composição e estrutura familiar e doméstica, não podemos perder de vista que, enquanto documentos, têm relação de dependência para com uma determinada verdade. Logo, o plano analítico deste estudo manteve assente que, não obstante o regalismo, as atas de catolicidade e os demais registros produzidos por párocos são de natureza religiosa; em contrapartida, as listas de população são resultado de uma demanda secular. Isto posto, a realização destas escrituras se fazem a partir de olhares diferenciados e interessou ao estudo entrever os discursos subjacentes aos registros das práticas familiares. Se elas são exercício de uma verdade, não é demais retomar a advertência de Foucault quanto ao fato de serem orientadas por uma subjetivação, para cuja construção concorrem inúmeros elementos. Nestes termos, na freguesia de Santo Antônio da Lapa estaria em circulação uma variedade de subjetivações, pois sua composição era em tudo similar à do restante da colônia  ¾ variada em origem, dividida pela escravidão e matizada em cores e hierarquias.

         

VASCONCELLOS, Márcia Cristina Roma de. Casamento e maternidade entre escravas de Angra dos Reis, século XIX. Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. Nosso objetivo será pensar nos possíveis significados que a procriação, importante elemento formador de famílias, tinha para a população escrava que vivia e trabalhava numa área até então não estudada: Angra dos Reis durante o século XIX. Dentro do atual estágio dos estudos sobre famílias escravas surge a necessidade de se compreender como os cativos, em diversos espaços e tempos, se comportavam diante de alguns dos aspectos ligados às suas famílias, sendo que o referente à maternidade ainda pede investigações que trarão novas luzes sobre os conhecimentos acerca da sociedade escravista, não só para a historiografia como para a contemporaneidade. Para tal, analisaremos também alguns dos caminhos encontrados para a procriação, o casamento e relações consideradas consensuais. O estudo baseia-se no cruzamento de 1.517 registros de batismo, 96 de casamento, realizados entre 1830 e 1871, e 19 inventários post-mortem de escravistas, abertos entre 1840 e 1881.     

            

TEIXEIRA, Paulo Eduardo. Mulheres chefes de domicílio: Campinas, 1765-1850. Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. Estudamos a chefia feminina dos domicílios em Campinas a partir do processo de povoamento desencadeado na Capitania de São Paulo em 1765, marcado pelo incentivo ao comércio que se baseava na agricultura de exportação. Na segunda década do século XIX, a chefia feminina da família compunha quase um quarto do total de domicílios da vila campineira, sendo a maior parte de viúvas e brancas, vindo em seguida as mulheres solteiras. Em suma, a chefia feminina em Campinas foi realidade num momento em que a vila se caracterizou por ser uma área rural e de expansão da fronteira agrícola no Oeste paulista.

 

MARTINS, Maria do Carmo Salazar; SILVA, Helenice Carvalho Cruz da &  LIMA, Maurício Antônio de Castro. Mineiridade: a diversidade uniforme. Retrato de Minas no terceiro quartel do século XIX: população e economia. Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. A historiografia mineira, principalmente no que diz respeito à história econômica e demográfica do século XIX, vem sofrendo limitações significativas quando se trata de registros de dados confiáveis para a segunda metade dos Oitocentos. Afortunadamente uma pesquisa recente no acervo do Arquivo Público Mineiro revelou uma nova fonte de informação relativa ao ano de 1861. Nesse ano, o governo provincial emitiu uma ordem para todos os juízes de paz e párocos onde exigia que fosse respondido um questionário relativo à população e produção econômica de cada localidade. Felizmente chegaram até nós 172 respostas a esse questionário, correspondentes ao mesmo número de paróquias. Essas respostas relacionam o número de habitantes livres e escravos, o número de indivíduos que exerciam o tipo de profissão ou ocupação discriminada no questionário, o número de fazendas de agricultura e/ou pecuária, o número de lavras minerais, o tipo de produto agropecuário e industrial predominante; a comercialização desses produtos e a condição das vias de comunicação (estradas) de cada localidade. Nesse trabalho nos propomos apresentar as tabulações desses dados, particularizando as possibilidades analíticas vislumbradas a partir de algumas variáveis econômicas e demográficas constituídas de acordo com esta base de dados. Nosso intuito é, portanto, oferecer um olhar sobre a província mineira no terceiro quartel do século XIX utilizando dados empíricos.

       

MARQUES, Cláudia Eliane Parreiras. Repensando a historiografia mineira: aspectos demográfico, econômicos e sociais no século XIX. Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. Propõe-se investigar, nesse artigo, aspectos do processo econômico, social e demográfico de Minas Gerais no século XIX. O município rural  ¾ Bonfim do Paraopeba ¾  será o foco principal da análise. O dinamismo econômico e social que será evidenciado no trabalho está inserido num amplo leque de discussões iniciadas na década de 1980. Utiliza-se como fontes principais os inventários post-mortem, os censos provinciais, as listas nominativas de habitantes e os relatos dos viajantes estrangeiros. A análise dos referidos documentos permite apresentar/discutir pontos essenciais da historia econômica, social e populacional do período imperial mineiro. Estar-se-á não só pontuando o debate historiográfico, como também apresentando novos dados e questões concernentes a esse tema. O estudo das faixas da posse de escravos, o perfil populacional de homens e mulheres livres e cativos, e as ocupações e relações do mundo do trabalho fazem parte dos objetivos tratados nesse artigo. Parte-se do pressuposto que a quantidade de cativos definia o perfil sócio-econômico das famílias escravistas. Outras questões serão abordadas, tais como: a produção e a circulação de mercadorias, as altas taxas de africanos e o importante papel da fiação e tecelagem na economia de mercado. Tal abordagem, baseada na história regional, evidencia a importância de estudos desta natureza contribuindo, assim, para a discussão dos problemas sócio-econômicos da Província de Minas Gerais.

        

MARCONDES, Renato Leite & GARAVAZO, Juliana. A propriedade escrava e a hipótese de crescimento vegetativo em Batatais: a classificação dos escravos (1875).  Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. A partir dos dados contidos na Lista de Classificação dos Escravos para Emancipação, de Batatais (SP), conseguimos estudar a população cativa de uma economia voltada para o mercado interno, com ênfase na pecuária e no cultivo de subsistência. Num momento de transição do sistema escravista brasileiro (1875), observamos, nessa localidade, a existência de um contingente escravo expressivo e de uma posse cativa centrada nas mãos de pequenos proprietários. Nesta realidade, aventamos a possibilidade de crescimento vegetativo nos plantéis escravistas como uma forma alternativa de manutenção do sistema, em razão do final do tráfico africano. Algumas características da população escrava  ¾ ligeira predominância numérica do sexo masculino no total, expressiva participação de crianças nesse contingente e elevada razão criança-mulher ¾  apontam para a possibilidade da reprodução natural. Salientamos o papel do crescimento vegetativo como uma das fontes para a manutenção da escravidão em Batatais.         

              

MACHADO, Cacilda. Casamento & desigualdade jurídica. Primeiras notas de um estudo em uma área da região paulista no período colonial. Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. No empenho em explicar a simultaneidade da escravidão e do racismo com a alta miscigenação, na historiografia sobre a América Latina e, em especial, no Brasil, o tema das relações raciais esteve sempre atrelado ao da família. E, de maneira geral, concorda-se que embora o tráfico de escravos, a preação de indígenas e a imigração européia permanentemente alimentassem de homens os grupos hierarquicamente dispostos na sociedade, pela miscigenação esta hierarquia ganhou infindáveis matizes. E mais, conquanto a sociedade, a Igreja e o Estado fossem as principais instâncias definidoras da distinção entre senhor e escravo, legítimo e bastardo, livre e liberto, branco, negro, índio e mestiços, era no âmbito das relações interpessoais que se definia a mobilidade dos indivíduos por essas categorias. Finalmente, sabe-se que, a despeito das condições em que ocorreram, estas uniões entre desiguais foram poderosos instrumentos de mobilidade social e de aculturação. Uma das formas de se mapear essa experiência é tentar resgatar as trajetórias de indivíduos que buscaram cônjuges no interior de grupos racial e/ou juridicamente desiguais. Por meio do cruzamento do maior número possível de informações, constantes em fontes de teor e de natureza variados, pretende-se avaliar as condições determinantes ou facilitadoras dessa escolha, e de que forma tal união redimensionou suas vidas e as vidas de seus descendentes. Nosso lócus é São José dos Pinhais, localidade dos sertões de Curitiba, na capitania de São Paulo, povoada a partir do século XVII. Nesse processo, destaco a pertinência da operacionalização do conceito de rede social, posto que este privilegia os processos e as interações sociais, no caso presente, permitindo abordar as escolhas matrimoniais como parte dos sistemas relacionais que envolvem a família.

                

TEIXEIRA, Heloísa Maria. A não-infância: crianças como mão-de-obra compulsória em Mariana (1850-1900). Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. Esta comunicação apresentará os primeiros resultados de uma pesquisa que investiga o interesse pelo trabalho da criança negra na segunda metade do século XIX entre os senhores marianenses. Essa busca pode ser feita na verificação da comercialização de crianças escravas isoladas, dos altos valores que as mesmas recebiam, da valorização dos serviços dos ingênuos, das ações de tutela dos filhos de ex-escravas pelos seus antigos senhores e até mesmo do furto de crianças com vistas ao trabalho compulsório.

         

LOPES, Cristiane Fernandes. A população de Campinas segundo os processos de divórcio e desquite do Tribunal de Justiça de Campinas durante a Primeira República (1890-1938). Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. Apresenta-se uma análise da população da cidade de Campinas através dos processos de divórcio e desquite propostos ao Tribunal de Justiça de Campinas durante a Primeira República (1890-1934). Com os resultados aferidos é possível traçar um perfil da população campineira que, ao serem comparados com as informações dos censos e de estudos de pesquisadores para a mesma época, trazem à luz características comuns entre as pessoas envolvidas nas ações e o conjunto da população. Através dos dados obtidos nos processos consegue-se determinar no grupo dos divorciandos e desquitandos o índice de natalidade, a média de separações anuais e de anos de casamento, freqüência de casamento por grupos de idade e sexo, tipos de profissões, naturalidade, condição material e conflitos familiares mais comuns. As informações obtidas nos processos permitem não somente a avaliação de quem são as pessoas envolvidas nas ações como também como a démarche histórica influenciou os movimentos populacionais provocando mudanças na sua composição e na estrutura familiar.

     

TUPY, Ismênia Spínola Silveira Truzzi. Resistência ou transformação? Os números da educação feminina nos recenseamentos gerais da população. Estado de São Paulo, 1940-1970. Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. Correlacionando demografia histórica à categoria gênero, este trabalho tem por objetivo promover uma análise diacrônica da educação feminina no Estado de São Paulo. Privilegiando o ensino formal busca identificar mecanismos e fins de uma prática educativa que, sustentada em diferenças sexuais, pré-determina o espaço de realizações político-econômcas de sua clientela. Baseia-se em fontes quantitativas  ¾ recenseamentos gerais da população brasileira e, em particular, da população paulista ¾  que, traduzidas em números, devem ser inseridas no contexto das sucessivas reformas educacionais promovidas pelo Estado, em comum acordo com a Igreja e outros agentes da sociedade civil. Ao mesmo tempo em que explicita a ideologia que perpassa a ação educativa, essa contextualização fundamenta objetivos, diretrizes, papéis e limites de participação social da mulher paulista. Utiliza como marco temporal inicial o IV Recenseamento Geral do Brasil, realizado em 1940, momento histórico em que, sob diretrizes corporativas do Estado Novo, seus organizadores consideraram ativa a imensa maioria das mulheres que exerciam atividades de dona-de-casa, incluindo dentro do domicílio a realização de tarefas ligadas à educação de seus filhos. Na lógica modernizadora do Estado e de setores organizados da sociedade civil, a profissionalização desse papel “natural” da mulher correspondia, então, aos limites da atuação feminina. E finaliza, trinta anos depois, com dados do VIII Recenseamento Geral do Brasil, ocasião em que, mesmo sob normas autoritárias, com a institucionalização da Lei de Diretrizes e Bases, a escola deixa de promover a pré-seleção de currículos, abandonando regras e comportamentos determinados pelo sexo de sua clientela e amplia as oportunidades de estudo e opções profissionais para as mulheres paulistas.

        

NADER, Maria Beatriz. Mudanças econômicas, mulher e casamento em Vitória, 1970-2000. Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. A cidade de Vitória, no começo da década de 1970 vivia novos tempos, com um processo de urbanização que crescia sob uma ocupação populacional vinda do interior do Estado do Espírito Santo e de outras regiões do país. A explosão demográfica ocorrida, nessa época, deve-se, sobretudo, à decadência do modelo econômico primário-exportador e às possibilidades ocasionadas pela implantação dos “Grandes Projetos Industriais”. A coexistência de migrantes do interior e de diferentes cidades brasileiras, juntamente com os capixabas, caracterizou uma sociedade multifacetada, integrando valores e hábitos típicos do mundo rural com a inquietação ocasionada pela complexidade do processo de industrialização e urbanização que ocorria em Vitória. Desde essa época, Vitória tornou-se um campo muito rico para a investigação científica. A dinâmica econômica, social e cultural que se processou na cidade mostra que seu cotidiano passou por transformações profundas, alterando a vida pacata da cidade e das pessoas que nela se aglomeravam. Dentre as diversas possibilidades de pesquisa oferecidas pela sociedade capixaba e ante a inexistência de pesquisas históricas sobre temas que envolvam estudos de gênero, de família, de casamento e de divórcio, optamos por realizar um estudo estatístico sobre as conseqüências do impacto das mudanças sócio-econômicas da cidade na vida das mulheres, notadamente em suas relações com o casamento e o divórcio, entre o período de 1970 e 2000. Os censos demográficos e os livros dos Cartórios de Registro Civil da cidade foram os instrumentos usados para a pesquisa. Os resultados obtidos salientam o impacto da vida urbana sobre a mudança nos números de casamentos e mostram que padrões de comportamento antes muito importantes para a vida da mulher já não condizem com os objetivos sociais femininos.

         

RESENDE, Rodrigo Castro; GONÇALVES, Mariângela Porto; ARAÚJO, Regina Mendes  &  MATA, Karina Paranhos da. Os proprietários de escravos nas Minas Gerais em 1718-1719: um estudo comparativo dos Distritos de Vila do Carmo e Vila Rica. Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. O trabalho tem como objetivo principal traçar o perfil dos proprietários de escravos de dois distritos importantes da Capitania de Minas Gerais no período 1718 – 1719. A análise é feita em separado para os distritos de Vila do Carmo e de Vila Rica a fim de possibilitar a observação das diferenças e similitudes existentes entre essas regiões. Deve-se destacar a relevância deste estudo para uma melhor compreensão das características sócio-econômicas dos senhores de escravos vinculados à mineração da capitania mineira no século XVIII, contribuindo para o enriquecimento da demografia histórica brasileira. Os perfis foram obtidos a partir das informações sobre sexo, título honorífico, nível de alfabetização, tamanho da posse de escravos e condição social dos proprietários de cativos, contidas nas listas dos Quintos Reais da Coleção Casa dos Contos. A documentação manuscrita encontra-se no Arquivo Público Mineiro e, em formato digital, no Centro de Pesquisa Histórica da PUC-MG. Desta forma, um segundo objetivo deste trabalho é apresentar o banco de dados construído graças ao financiamento do IPEA/ANPEC sob orientação do Prof. Dr. Tarcísio Rodrigues Botelho, o qual contém todas as informações presentes nas listas. Trata-se da ampliação das possibilidades de pesquisa, já que o meio digital facilita tanto o processamento de dados quantitativos, quanto o acesso a eles.

              

BIVAR, Vanessa dos Santos Bodstein. O universo familiar de relações: a base cotidiana dos estrangeiros (São Paulo, 1827 – 1878). Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. “A história da humanidade é a história das migrações e de suas conseqüências”, afirma Carlos Fouquet ressaltando a importância da migração como fenômeno histórico que caracteriza o movimento dos homens em um contexto mundial desde os primórdios da civilização humana. No Brasil, a Abertura dos Portos ocorrida em 1808 marcou o processo de imigração para esse território, tornando possível e mais constante a presença de estrangeiros na vida brasileira. Logo, a confluência de diversas nacionalidades fez com que em especial São Paulo apresentasse uma estrutura populacional complexa, pela integração de várias etnias, ultrapassando, inclusive, os limites da situação social dos habitantes ao mesclar livres e cativos. É nesse contexto do universo de imigrantes na cidade de São Paulo que se insere este trabalho, tomando, então, como fonte, os testamentos por eles deixados entre 1827 e 1878. É tortuoso e difícil o desvendar do cotidiano dos estrangeiros na dita cidade, até mesmo se refletirmos sobre as limitações das fontes primárias e escritas. Contudo, deve-se ressalvar que a despeito de ser um universo aparentemente restrito de análise, os documentos dos 80 testadores aqui focados não devem ser encarados apenas como casos específicos, mas como modelos indicadores dos processos mais gerais entre os estrangeiros. Nesse âmbito se encerra a importância da família como alicerce de sobrevivência e de relações sociais, de onde advém a sua conexão vital para com a sociedade. Os testamentos são mina inesgotável de informações sobre a família. Nele, muitas vezes, seu futuro era decidido, preocupações eram aventadas e decisões tomadas com relação ao governar e partilhar dos bens, o caminhar e a sobrevivência do cônjuge, dos filhos, demais parentes, vizinhos e amigos, revelando uma série de laços de solidariedade, amizade e gratidão, assim como contendas que permeavam as relações vivenciadas entre os membros da família. Os relatos testamentários ainda incluem passagens que interligam o país de origem e o Império brasileiro, explicitando relações que contam acerca da família deixada na terra natal, assim como da integração à comunidade local com a formação de novos grupos familiares e descendentes, sem, contudo, perder os liames com o país de emigração. É sob a riqueza desses elementos, nem sempre lineares, que mergulharemos no passado buscando reconstituir a família do testador imigrante e para tal enveredando por diversos caminhos, como o do casamento; dos filhos; da estima; da ilegitimidade e da herança. Estes fatores nos permitirão recuperar, ao menos em parte, o cotidiano e o universo de relações porque passava a São Paulo do século XIX. 

           

CAVAZZANI, André Luiz M. Dos avestruzes que põem ovos: expostos na Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curytiba (1760-1800). Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. Há aproximadamente dois anos, motivado pela concessão de uma bolsa de iniciação científica pelo CNPq, iniciei junto ao CEDOPE  ¾ Centro de Documentação e Pesquisa do Paraná; século XVIII ¾  um estudo que procura compreender, no contexto da Vila de Curitiba na segunda metade do século XVIII (1760-1800), um fenômeno amplamente difundido no Brasil colonial: o abandono de recém-nascidos. Tal fenômeno, que encontra lamentável recorrência nos dias de hoje, vem sendo identificado também em outras épocas e lugares, variando apenas as explicações, os motivos, as circunstâncias, a relação com o conjunto de nascimentos e as sensibilidades deste fato. No decorrer dos anos de 1999 e 2000, foram levantados dados dos registros paroquiais e das listas nominativas, referentes às décadas de 1760 e 1770, para identificar os expostos e caracterizar seus domicílios receptores. Nesta primeira fase da pesquisa, o acompanhamento do exposto ficou, pelo caráter das fontes, restrito a duas fases de sua vida: ao momento do batismo e ao período em que o exposto aparece, ainda solteiro, integrado na estrutura domiciliar da família receptora. Não houve intenção de acompanhar sua trajetória de vida. Mas, se naquele biênio a pesquisa esteve ocupada com o exposto em sua fase infantil, os trabalhos desenvolvidos entre 2000 e 2001 ampliaram a base documental, agregando os registros de casamento e levantamentos censitários das décadas de 1780 e 1790 para, reconstruindo o processo de sua inserção social na idade adulta, tentar compreender qual a sua situação naquela sociedade. 

             

CUNHA, Maísa Faleiros da. A população escrava no município de Franca, 1836-1888. Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. Este trabalho busca analisar as características da população escrava no município de Franca, e suas relações com o contexto sócio-econômico local entre 1836 e 1888, à luz da literatura já produzida e tendo como fonte básica de pesquisa os levantamentos de população publicados para o século XIX e os registros paroquiais. Naquele período, o município de Franca ainda não estava inserido na cafeicultura e na malha ferroviária paulista. No entanto, a população escrava representava um papel importante para a economia local, participando da produção de bens para o mercado interno, ou seja, para o abastecimento de áreas diversificadas como o Nordeste paulista, Triângulo Mineiro, Goiás e outras. Os resultados até agora obtidos mostram semelhanças e também diferenças com os achados sobre a população escrava para outras áreas da província e/ou do Brasil. Estes dizem respeito a aspectos sócio-demográficos como: estrutura demográfica, família, nupcialidade, legitimidade,  compadrio etc.

                    

SMITH, Roberto. A presença da componente populacional indígena na demografia histórica da capitania de Pernambuco e suas anexas na segunda metade do século XVIII. Comunicação apresentada no XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. O trabalho apresenta uma análise sistemática das fontes demográficas históricas pesquisadas que cobrem a segunda metade do século XVIII referentes ao território da capitania de Pernambuco e suas anexas (Paraíba, Rio Grande e Ceará), matriz genética da formação do regionalismo nordestino. Abrange portanto o período proto-estatístico da análise da demografia histórica assinalado por Marcílio, e se enquadra necessariamente num referencial mais amplo de tentativa de controle da crise colonial, por parte da Coroa Portuguesa, de 1750 em diante. A análise subjacente ao Diretório e à geopolítica pombalina permite estabelecer algumas diferenças significativas entre as capitanias, tais discrepâncias evidenciam práticas sociais com respeito às quais se destaca a importância da componente indígena circunscrita às Vilas e Freguesias de Índios. O estudo nesse sentido procura contribuir para tornar mais evidente características próprias, diferenciadas e socialmente construídas, de um complexo processo de formação de relações sociais de produção e dominação, localizado mais para além, para oeste do território canavieiro da escravidão mercantil.

          

SILVEIRA,  Alessandra da Silva. O amor possível: um estudo sobre o concubinato no Bispado do Rio de Janeiro, fins do século XVIII e início do XIX. Trabalho apresentado na Sessão de Pôsteres do XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. A produção historiográfica sobre a família no Brasil tem-se diversificado muito nos últimos anos. Neste contexto, estudos acerca da família escrava em regiões específicas, ou mesmo sobre a de homens pobres livres, têm sido objeto constante de trabalhos de historiadores. Este trabalho enquadra-se nesta tendência atual. Ele constitui parte de uma tese de doutoramento sobre as relações concubinárias no Bispado do Rio de Janeiro, fins do século XVIII e início do XIX, e também é o resultado de reflexões anteriores da autora sobre a formação da família cativa na mesma região. O trabalho anterior suscitou inquietações acerca de aspectos que marcaram a vida e famílias escravas, pelo menos as existentes em grandes plantéis do Rio de Janeiro nos séculos XVIII e XIX. Entre eles destaca-se a grande presença das chamadas “mães solteiras” ou ainda um grande número de crianças batizadas como ilegítimas. O presente estudo se propõe traçar um perfil do concubinato na região citada, assim como o de indivíduos que estiveram envolvidos nesse tipo de relação conjugal, através da análise de uma fonte ainda pouco explorada pelos historiadores da família no Brasil: as Visitas Pastorais. Documentação semelhante a esta, a Devassa Eclesiástica, foi utilizada em estudos sobre a família em Minas Gerais, século XVIII, ou mesmo sobre o Rio de Janeiro no mesmo período. A estrutura das duas fontes é apreciada. Ambas eram feitas a mando do Bispado; não raro, era o próprio Bispo o encarregado de visitar freguesias. Outra possibilidade era a presença de um Juiz Visitador que, como o Bispo, possuía amplos poderes. A Visita Pastoral tinha uma grande abrangência; contudo, a por nós escolhida cuidou especialmente da vigilância e punição dos costumes e práticas conjugais do Bispado do Rio de Janeiro no início do século XIX. É provável que esta visita esteja associada a um outro momento de vigilância do Bispado: uma Devassa Eclesiástica, promovida em fins do século XVIII, na região de Mato Grosso. É importante o número de denúncias existentes nas visitas pastorais. São casos de rapto, sedução, adultério e, principalmente, de relações concubinárias. A estrutura do documento se presta a uma análise demográfica, à medida que as questões levantadas pelos visitadores se repetem ao longo dos dois anos em que a visita durou. A partir desta constatação, foi possível construir séries quantitativas acerca das características que teriam marcado, segundo a observação dos visitadores, o concubinato no período. Construímos dados referentes por freguesia visitada, tais como o número de denunciados, a condição social dos mesmos, a existência de registros de impedimentos matrimoniais, o número de pessoas “dispensadas” dos entraves eclesiásticos ao casamento, entre outros dados. A fonte permitiu, ainda, fazer uma análise qualitativa dos dados, o que acabou favorecendo o resgate de singularidades, que não estariam contempladas em uma análise puramente quantitativa. É importante ressaltar que a análise demográfica veio potencializar o estudo desta documentação, fundamental para o conhecimento das relações familiares de grupos populares no Brasil nesse período. Vale afirmar, finalmente, que a pesquisa tem indicado que o concubinato não se tratava, obrigatoriamente, de um estigma da família legítima, ou que representasse uma suposta dissolução dos costumes. Desta maneira, o trabalho revê modelos familiares de homens pobres, vistos por parte de alguns estudiosos como desregrados ou situados à margem de um modelo familiar legítimo. Mostramos que as relações concubinárias constituíram um espaço diferenciado do modelo familiar, em sentido mais amplo, de certos grupos sociais em fins do período colonial e início do século XIX; muito a relação concubinária se assemelhava à estrutura de funcionamento do matrimônio da época. 

         

ESPÍRITO SANTO, Cláudia Coimbra do. Crédito e economia cotidiana: a participação feminina nas demandas judiciais em Vila Rica, 1730-1770. Trabalho apresentado na Sessão de Pôsteres do XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. Nos estudos sobre a história econômica de Vila Rica no Setecentos prevaleceu a análise da produção aurífera voltada para o comércio externo, em detrimento da existência de um mercado interno consumidor e das relações comerciais que se forjaram dentro de outros parâmetros. Portanto, este trabalho procura preencher uma lacuna no que tange ao conhecimento da experiência econômica decorrente das trocas efetivadas no dia-a-dia dos moradores das minas. As fontes primárias que subsidiam esta pesquisa estão sob a custódia do Arquivo Histórico do Museu da Inconfidência (Ouro Preto), as quais formam um riquíssimo corpus documental inédito para o estudo da história demográfica através do sistema de crédito e da economia cotidiana dos habitantes da então denominada Nossa Senhora do Pilar de Vila Rica de Ouro Preto, durante o Setecentos. As ações de alma, instrumento jurídico utilizado pelos moradores para cobrança de dívidas e créditos  ¾ contraídos por grandes comerciantes, mas também através do pequeno comércio de produtos e serviços ¾  junto à Justiça Civil de Vila Rica, é uma importante série documental que revela a forma através da qual as trocas comerciais cotidianas basearam-se no empenho da alma como valor monetário, decorrente da carência de moeda como meio circulante. Esta prática apoiava-se juridicamente na legislação civil portuguesa, e a Igreja Católica com seu arcabouço mental, fundamentava a crença em seu valor simbólico. Neste contexto sócio-econômico e cultural onde a mulher estava alijada do acesso aos poderes institucionais, encontrei um expressivo número delas que recorriam à Justiça, em demandas originadas de ações de cobrança de créditos validadas pelo empenho da alma, figurando ora como autoras, ora como rés. A documentação compulsada permitiu visualizar um universo no qual a palavra da mulher  ¾ mesmo sendo forra, pobre e negra ¾,  tinha seu valor reconhecido juridicamente.

           

ALMEIDA. Joseph César Ferreira de. O testamento no âmbito da herança: uma análise demográfica. Trabalho apresentado na Sessão de Pôsteres do XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. Este trabalho visa à análise ou à interpretação dos dados relativos sobre a existência, e a relação dos testadores com seus herdeiros forçados, que são os ascendentes e descendentes em linha direta com o testador, ou seja, filhos e netos, e avós e bisavós, no estado de São Paulo durante o período de 1763 a 1863. Além disso, muitos testadores utilizavam seus testamentos para reparação de erros do passado como, por exemplo, o reconhecimento de herdeiros, que na prática seriam os filhos bastardos, numa tentativa de salvação da alma a partir da confissão e do conserto dos pecados da carne, aos quais chamavam “fragilidade humana”. Ou, ao contrário, muitos testadores usavam seus testamentos para negar com veemência a paternidade de filhos tidos publicamente como seus. Dessa maneira, procuraremos enfocar as estratégias dos testadores para transmissão de suas riquezas. Envolvendo um estudo da partilha dos bens e do direito das sucessões nos testamentos. Portanto, essa pesquisa utiliza-se de documentos cartoriais, até certo ponto estatísticos, como testamentos, para uma exploração qualitativa e quantitativa dos dados relativos à problemática dos herdeiros forçados.

            

CÂMARA, Leandro C.; SILVA, André Félix M. da  & DOMINGUES, Vanessa Kely. São Paulo, 1827: uma análise demográfica – Penha, Nossa Senhora do Ó e Santana. Trabalho apresentado na Sessão de Pôsteres do XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. Este trabalho tem por objetivo desenvolver uma análise demográfica sobre os bairros que cercavam o núcleo urbano paulista  ¾ Santana, Penha de França, Nossa Senhora do Ó ¾  aos quais denominamos periféricos, através das listas nominativas referentes ao ano de 1827 da cidade de São Paulo. Apesar da existência de trabalhos que se utilizam desses levantamentos demográficos, notamos a ausência de estudos específicos sobre os bairros acima referidos, que dêem conta de resgatar a estrutura da população relacionando-a às atividades econômicas e à composição dos domicílios. Observando os dados estatísticos somados às informações fornecidas pela historiografia, realizaremos análises necessárias para compreender a estrutura das populações localizadas nesses bairros, que atuavam como zona de transição entre a área urbana e rural. Apesar da relativa proximidade entre esses bairros periféricos e o núcleo central notamos peculiaridades que merecessem ser melhor trabalhadas.

           

STANCZYK FILHO, Milton. Alianças matrimoniais e estratégias de bem-viver no espaço social da Vila de Nossa Senhora da Lux dos Pinhais de Curytiba (1690-1790). Trabalho apresentado na Sessão de Pôsteres do XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. Muito se tem escrito sobre a família no Brasil colônia. A historiografia brasileira que se vem ocupando com a temática apresenta-nos uma sociedade na qual a organização familiar expressa uma busca de alianças com fins estratégicos. Isto é, as alianças matrimoniais, especialmente entre as “elites”, buscavam manter o status e a honra familiar. Nesse sentido, a presente pesquisa busca observar as alianças matrimoniais e as estruturas familiares no espaço social da Vila de Nossa Senhora da Lux dos Pinhais de Curytiba entre 1690 e 1790. Sobre a proposta de análise microscópica, ou seja, de discutir com a historiografia e perceber os comportamentos ou conjuntos de normas que regiam a sociedade e que pressionavam as decisões e as escolhas individuais, busco arrolar principalmente nos inventários, testamentos e registros paroquiais existentes na Paróquia de Curitiba entre 1700 e 1800, quais eram os mecanismos de vivência de uma família de prestígio que se instalou na Vila de Curitiba. No decorrer de quatro gerações da família Rodrigues Seixas buscarei expor suas “estratégias de bem viver”, tendo como pano de fundo os anseios e atitudes da metrópole para com a colônia, o que traz à tona toda uma justificativa do “viver em colônia”. Vale ressaltar que este trabalho é fruto de pesquisas que venho desenvolvendo como atividade de bolsista do Programa de Iniciação Científica (PIBIC-CNPq) junto ao Centro de Documentação e Pesquisa, Paraná século XVIII (CEDOPE), pertencente ao corpo docente do Departamento de História da Universidade Federal do Paraná, sob a orientação da Profa. Dra. Maria Luiza Andreazza.

            

GALVÃO, Rafael Ribas. Bastardia e ilegitimidade na Curitiba dos séculos XVIII e XIX. Trabalho apresentado na Sessão de Pôsteres do XIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP, Ouro Preto, nov. 2002.

RESUMO. Desde a publicação do clássico Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre, em 1933, acostumamo-nos a atribuir o elevado número de filhos naturais no Brasil Colônia ao intercurso sexual de senhores com escravas. Da mesma maneira, existia para a época a visão das mulheres brancas sempre enclausuradas e imaculadas. Entretanto, insatisfeitos com essa versão da história, muitos historiadores retomaram os estudos sobre o assunto, utilizando, entre outras fontes, as séries paroquiais. Descobriram, dessa forma, que o fenômeno da ilegitimidade não era apenas uma característica dos “desclassificados” sociais, mas também da elite branca da colônia. Nessa direção, tendo como ponto de partida os registros de batismo de crianças ilegítimas, o presente trabalho pretende contribuir com os estudos críticos dos registros paroquiais, principalmente no que se refere às diferenças regionais na forma e conteúdo das atas batismais. Diferenças cujos indícios se apontam, apesar das normas dispostas pelas Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia. A pesquisa também pretende contribuir para o estudo da “ilegitimidade”, verificando a existência de categorias diferenciadas do fenômeno social, sempre com base nos registros paroquiais. Para verificar as mudanças na forma e no conteúdo das mencionadas atas, em um estudo de “longa duração”, delimitamos como balizas temporais os séculos XVIII (estendido) e XIX, selecionando, aleatoriamente, um ano por década para o período estudado. Em seguida, foram arrolados, transcritos e devidamente tabulados (de acordo com categorias propostas por Sérgio Odilon Nadalin) todos os dados quantitativos e qualitativos dos registros de batismos pertencentes à referida amostra. Analisando estes dados, sob uma metodologia experimental proposta neste trabalho, pudemos traçar um panorama de como se davam os fenômenos relacionados à bastardia na sociedade curitibana dos séculos XVIII e XIX.

                       

   

         

Artigos de interesse da área de história demográfica presentes em Historiografia brasileira em debate: “olhares, recortes e tendências”

                

ALANIZ, Anna Gicelle García. A pequena Cândida: a criança como sujeito da ação histórica. In: SAMARA, Eni de Mesquita (org.). Historiografia brasileira em debate: “olhares, recortes e tendências”. São Paulo, Humanitas / FFLCH / USP, 2002, (Cursos e Eventos, Nova Série, 3), p. 55-63.

RESUMO. Estudo de caso. A partir de um processo de tutela já anteriormente trabalhado em nossa dissertação de mestrado, reconstituímos a trajetória de uma criança nascida livre em virtude da legislação de 1871. Refletindo sobre o espaço de ação dessa criança enquanto sujeito histórico, passamos a formular algumas questões sobre a relevância científica dos estudos de caso e os cuidados que o pesquisador deve tomar ao usar esse tipo de metodologia.

            

BOTELHO, Tarcísio Rodrigues. História da população brasileira: balanços e perspectivas. In: SAMARA, Eni de Mesquita (org.). Historiografia brasileira em debate: “olhares, recortes e tendências”. São Paulo, Humanitas / FFLCH / USP, 2002, (Cursos e Eventos, Nova Série, 3), p. 165-191.

RESUMO. Procurei refletir neste trabalho sobre os rumos e, principalmente, sobre as lacunas observáveis nos estudos sobre a população brasileira no tempo. De maneira geral, parece-me que há evidentes problemas com a carência generalizada de informações. A destruição sistemática de documentos, especialmente aqueles de caráter local, torna difícil recuperar uma parcela importante da trajetória seguida por nossa população. Entretanto, creio que o principal fator limitante destes avanços tem sido a falta de estudos mais sistemáticos e organizados, em torno de temas que sejam realmente relevantes no desvendamento de nossa demografia. De maneira geral, o uso criativo das fontes de que dispomos e o socorro a arsenais mais sofisticados da demografia formal podem resolver parte considerável dos problemas que hoje imputamos às fontes. Faltaria, pois, a disposição para enfrentar tal tarefa.

          

MARQUES, Cláudia Eliane Parreiras. A história da população numa perspectiva regional. In: SAMARA, Eni de Mesquita (org.). Historiografia brasileira em debate: “olhares, recortes e tendências”. São Paulo, Humanitas / FFLCH / USP, 2002, (Cursos e Eventos, Nova Série, 3), p. 95-126.

RESUMO. Investigamos o dinamismo econômico de um distrito rural de Minas Gerais no século XIX ¾Bonfim do Paraopeba. Para isso, concentramos a análise nas faixas da posse de escravos e, através delas, percebemos aspectos econômicos, demográficos e sociais. Partimos do pressuposto de que a quantidade de cativos definia o perfil socioeconômico das famílias escravistas. Outras questões foram abordadas, tais como a produção e a circulação de mercadorias (inventários post-mortem) e as altas taxas de africanos encontradas nas listas nominativas de habitantes de 1831/32. Tal abordagem ¾baseada na história regional¾ evidencia a importância de estudos desta natureza, contribuindo, dessa forma, para o debate historiográfico.

                

MOTTA, José Flávio. A família escrava na historiografia brasileira: os últimos 25 anos. In: SAMARA, Eni de Mesquita (org.). Historiografia brasileira em debate: “olhares, recortes e tendências”. São Paulo, Humanitas / FFLCH / USP, 2002, (Cursos e Eventos, Nova Série, 3), p. 235-254.

RESUMO. Acompanham-se, em retrospecto, os caminhos trilhados pela historiografia dedicada ao tema da família escrava no Brasil. Até cerca de meados da década de 1970 atribuía-se diminuta relevância às relações familiares entre os cativos. Desde então, alterou-se a perspectiva de enfoque da família escrava e seu estudo aprofundou-se: examinaram-se os casais cativos, as mães solteiras, a legitimidade da prole, o compadrio etc. A partir dos anos 1990, os tópicos contemplados ampliam-se. Não se trata mais de discutir sobre a existência ou não das aludidas relações familiares; procura-se, agora, aprofundar cada vez mais a análise das características apresentadas pelas famílias cativas, sua estabilidade possível, seus vínculos com a atividade econômica encetada e com o tamanho dos plantéis de escravos. Sobretudo, estuda-se a questão da natureza mesma dessa instituição familiar e o papel a ela reservado no período escravista brasileiro.

               

PASQUA, Suzana P. Mortalidade na infância, no passado e no presente: indicador eficaz das condições de existência de toda uma população. In: SAMARA, Eni de Mesquita (org.). Historiografia brasileira em debate: “olhares, recortes e tendências”. São Paulo, Humanitas / FFLCH / USP, 2002, (Cursos e Eventos, Nova Série, 3), p. 65-79.

RESUMO. Fazemos uma análise da evolução da mortalidade na sociedade paulistana, mais especificamente no bairro do Brás, entre 1894 e 1920. As desigualdades perante a morte são um claro reflexo das inúmeras contradições entre o viver, o adoecer e o morrer, com determinantes biológicas e sociais. As tabelas e os gráficos que ilustram o texto, e que nos permitiram chegar a algumas reflexões, são fruto do cotejo dos Anuários Demográficos da Seção de Estatística Demógrafo-Sanitária e dos Livros de Inumações do Cemitério do Brás, com as Políticas Urbano-Sanitaristas da época. Ao fim de nosso trabalho, pudemos verificar algumas de nossas hipóteses: a cidade de São Paulo não foi organizada de forma uniforme, fato que deflagrou condições sócio-ambientais diversas, tanto no passado, como no presente.

                 

SCOTT, Ana Silvia Volpi. As diferentes formas de organização familiar em Portugal (séculos XVIII e XIX). In: SAMARA, Eni de Mesquita (org.). Historiografia brasileira em debate: “olhares, recortes e tendências”. São Paulo, Humanitas / FFLCH / USP, 2002, (Cursos e Eventos, Nova Série, 3), p. 199-234.

RESUMO. Pretende-se neste artigo discutir os recentes avanços da historiografia portuguesa no que diz respeito aos diferentes sistemas familiares que caracterizaram o território português nos últimos séculos. Da mesma forma, procura-se enquadrar esta produção em uma perspectiva que sublinhe a diversidade e as especificidades dos sistemas familiares da Europa Mediterrânea, inserindo-se as questões inerentes à problemática da complexidade do pequeno reino português, devido à emigração estrutural de sua população. Por fim, as discussões são aprofundadas utilizando-se o exemplo da situação do Noroeste Português.

           

TUPY, Ismênia Spínola Silveira Truzzi. A demografia numa perspectiva histórica: a produção da ABEP – 1978/1998, In: SAMARA, Eni de Mesquita (org.). Historiografia brasileira em debate: “olhares, recortes e tendências”. São Paulo, Humanitas / FFLCH / USP, 2002, (Cursos e Eventos, Nova Série, 3), p. 127-163.

RESUMO. Efetua-se um balanço historiográfico da produção de estudos demográficos desenvolvidos numa perspectiva histórica e apresentados sob a forma de artigos/comunicações à Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP), nas duas primeiras décadas de sua constituição. Dando continuidade à pesquisa anteriormente realizada, dados sobre as instituições de origem dos pesquisadores, o período estudado, a localização geográfica dos estudos, o tipo da população pesquisada, os temas tratados e as fontes utilizadas são alguns dos referenciais extraídos dos Anais dos Encontros Nacionais e da Revista Brasileira de Estudos Populacionais.

                   

Notícia Bibliográfica

                  

LANÇAMENTOS

                   

ZANETTI, Valéria. Calabouço urbano: escravos e libertos em Porto Alegre (1840-1860). Passo Fundo (RS), UPF, 2002. (Coleção Malungo). 

RESUMO. A escravidão sempre esteve em pauta na historiografia brasileira. Nos últimos anos o tema é caracterizado pela contenda entre historiadores a respeito da natureza da escravidão e do escravo. Seria o escravo apenas um instrumento de trabalho, um bem semovente? Seria um sujeito histórico? Até onde iria a subjetividade contida inegavelmente no ser humano escravizado? Até onde iria a objetivação da sociedade escravista marcada literalmente a ferro e fogo no corpo coisificado do escravo?
 São questões cruciais para os historiadores abordadas com a seriedade e suavidade características da personalidade da autora. Sutilmente, Valéria Zanetti deixa correr solto o diálogo com as fontes históricas. É nos fragmentos das histórias de vida de pessoas como as escravas Rosa João, viúva Zeferina e Maria, estuprada com oito anos, que podemos sentir todo o horror e a violência da escravidão, e particularmente, da escravidão urbana. A cidade, e sua ilusão de liberdade, talvez possa enganar a alguns, mas Valéria Zanetti não se deixou envolver pela miragem fácil de uma falsa liberdade. Calabouço Urbano, com uma cuidadosa seleção de fontes, deixa transparecer as finas teias do cotidiano social que ligam e entrelaçam, violentam e prendem os diferentes sujeitos da história. O cotidiano de Valéria Zanetti não é um passeio através dos hábitos e costumes da gente de Porto Alegre, mas um mergulho nas práticas sociais de uma formação social consciente de sua opção escravagista. As grades simbólicas do calabouço urbano tomam forma e se objetivam na violência diária sofrida pelos escravos e forros que vivem na cidade. Visão reveladora essa que nos deixa a pensar sobre nossos próprios calabouços. (Apresentação escrita pela Profa. Maria José Acedo del Olmo).

         

 

           

PAIVA, Eduardo França & ANASTACIA, Carla Maria Junho (Orgs.). O Trabalho Mestiço: Maneiras de Pensar e Formas de Viver, Séculos XVI a XIX. São Paulo, Annablume / PPGH-UFMG, 2002, 530 p. 

Veja resenha estampada acima.

         

 
        

Trabalhos publicados por Jaime Rodrigues,  Diretor do Arquivo Histórico da Prefeitura Municipal de São Paulo.

         

Livros:

O infame comércio: propostas e experiências no final do tráfico de africanos para o Brasil (1800-1850). Campinas, Ed. da Unicamp, 2000.

        

O tráfico de escravos para o Brasil. São Paulo: Ática, 1997; 2ª ed. 1998; 3ª ed. 1999. (Coleção História em Movimento).

        

Artigos:

"Introdução". Revista do Arquivo Municipal de São Paulo, 201: 2002 (em colaboração com Zélia M. Ramos Carneiro). 

            

"Ecos da escravidão". Revista E, 7 (6): 39-40. jan.2001. 

        

"A rede miúda do tráfico: os pumbeiros e o comércio de escravos em Angola no final do século XVIII". História & Perspectivas, 23:67-83, jul./dez.2000. 

                 

Fios de O Fio da Memória". Revista de História, 141:179-182, jul./dez. 1999.

           

"Cultura marítima: marinheiros e escravos no tráfico negreiro para o Brasil (sécs. XVIII e XIX)". Revista Brasileira de História, 19 (38): 15-53, 1999.

           

"Ferro, trabalho e conflito: os africanos livres na Fábrica de Ipanema". História Social, 4/5: 29-42, 1997/98.

       

"Festa na chegada: o tráfico e o mercado de escravos do Rio de Janeiro". In: SCHWARCZ, Lilia & REIS, Letícia V. S. (orgs.) Negras imagens: ensaios sobre cultura e escravidão no Brasil. São Paulo: Edusp; Estação Ciência, 1996, pp. 93-115.

        

"Os traficantes de africanos e seu ‘infame comércio' (1827-1860)". Revista Brasileira de História, 15 (29): 139-155, 1995.

          

"Liberdade, humanidade e propriedade: os escravos e a Assembléia Constituinte de 1823". Revista do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, 39: 159-167, 1995.

           

"Índios e africanos: do ‘pouco ou nenhum’ fruto do trabalho à criação de ‘uma classe trabalhadora'". História Social, 2: 9-24, 1995.

            

"Crise da Primeira República: classes médias e Estado na década de 20". Ciência e Cultura, São Paulo, SBPC, 4l(2): 146-157, fev.1989. 

   

Tradução:

Seymour Dresher. "A abolição brasileira em perspectiva comparativa". História Social, 2: 115-162, 1995. (Tradução de "Brazilian Abolition in Comparative Perspective". Hispanic American Historical Review, 68(3): 429-460, 1988).

 

Colaborador/pesquisador:

Viagem pela História do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997. 

       

Beneficência Portuguesa de São Paulo: o hospital do Brasil. São Paulo: Pancrom, 1997. 

        

Memórias da saúde pública: a fotografia como testemunha. São Paulo: Hucitec, 1995.

 

Escola Politécnica: cem anos de tecnologia brasileira. São Paulo: Grifo Projetos Históricos e Editoriais, 1994.

 

Pátria Amada Esquartejada. São Paulo: Departamento do Patrimônio Histórico/SMC, 1992.

 

Guia preliminar do Arquivo de Negativos. São Paulo: Departamento do Patrimônio Histórico/SMC. 1992.

 

O acervo fotográfico do Departamento do Patrimônio Histórico: processamento técnico e informatização. São Paulo: Departamento do Patrimônio Histórico/SMC, 1992.

 

Cadernos Cidade de São Paulo: Praça do Patriarca-Praça Ramos de Azevedo-Viaduto do Chá / Largo Santa Efigênia-Largo São Bento-Viaduto Santa Efigênia / Parque da Independência / Largo São Francisco / Largo da Memória / Praça da Sé / Pátio do Colégio. São Paulo: Instituto Cultural Itaú, 1992.

                  

Publicações Recebidas

         

Botelho, Tarcísio Rodrigues et alii. História Quantitativa e Serial no Brasil: um balanço. Goiânia, ANPUH-MG, 2001, 492p.

 

           

Reúnem-se nesse volume, que se distingue pela variedade de enfoques e pela densidade das análises nele expendidas, os trabalhos apresentados no I Seminário de História Quantitativa e Serial, realizado em Ouro Preto de 30 de novembro a 1o. de dezembro de 2000. As comunicações distribuíram-se por quatro áreas: história demográfica; história econômica; história econômica e demográfica e, por fim, história e ciências sociais. A relação de tais estudos, acompanhada de alguns resumos, foi divulgada no número 21 deste BHD, a ele remetemos o leitor interessado em rever os títulos ora publicados.  

        

 

                

BOLEDA, Mario. Concentración de la población en el Noroeste Argentino (2). Salta, Grupo de Estudios Socio-demográficos, Universidad Nacional de Salta - Argentina, 1995, 95 p. (Cuadernos del GREDES, n. 23).

       

En este Cuaderno se publica la segunda parte del estudio relativo a la concentración de poblácion, cuya primera sección fue editada en el número 22. Se incluyen, en este número 23, diversas estimaciones basadas en procedimientos e indicadores frecuentemente utilizados cuando se estudia este tema. Puede decirse, empero, que el punto central es el tamaño de los aglomerados, un aspecto que siempre ha sido de principal importancia y que constituye, en consecuencia, un capítulo sobresaliente de los análisis de la concentración. 

                               

  

Notícias e Informes

                    

Conheça a nova página dos Arquivos Históricos do Centro de Memória

 da Unicamp na Internet:

http://www.unicamp.br/suarq/cmu/arqhist/

                     

               

            

 

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