.

     

 

 

BOLETIM DE HISTÓRIA DEMOGRÁFICA

Ano XIV, no. 43, janeiro de 2007

               

 

SUMÁRIO  

 

Apresentação

Artigos

Resenha

Resumos

Notícia Bibliográfica 

Notícias e Informes

ROL - Relação de Trabalhos Publicados

 

   

 

  

Apresentação

                       

                       

Com um entremeio dos mais ricos --  pois dele constam, além dos resumos de relevantes trabalhos desenvolvidos em nossa área, notas concernentes ao lançamentos de várias obras que enriquecem nossa bibliografia --, vai este exemplar do BHD encimado por artigo de nosso colega Mario Boleda sobre o envelhecimento populacional observado na Argentina de meados do século passado à abertura do atual; a fechá-lo encontra-se, por sua vez, a tese de doutorado de Agnaldo Valentin, trabalho percuciente sobre o evolver demo-econômico verificado no Vale do Ribeira entre 1800 e 1880. Ademais, a contar deste número coloca-se à disposição dos interessados uma chamada para o acesso direto a todo o conjunto de artigos publicados em nosso boletim; torna-se mais fácil, assim, a tarefa de recuperação de informações estampadas neste instrumento de trabalho o qual sempre terá a ganhar com a contribuição acadêmica de cada um de seus assinantes.  

                   

                      

Artigos

                                     

                                 

BOLEDA, Mario. Envejecimiento poblacional en la Argentina, en el marco de sus Regiones, 1947-2001.
APRESENTAÇÃO. La Argentina se encuentra enrolada en un proceso sostenido de envejecimiento de su población, el cual sin duda continuará en el futuro inmediato. Es posible, empero, que el ritmo de progreso de este envejecimiento vaya reduciendo su intensidad. Puede suponerse que serán los países americanos en donde el envejecimiento ha avanzado menos aquellos que produzcan fenómenos más acelerados en el curso del presente siglo XXI. Resultaron notorias las diferencias entre las regiones internas a la Argentina. La zona pampeana, que incluye las grandes concentraciones urbanas del país, se halla en un estadio, y ha seguido un proceso, que parecen muy semejantes a los verificados en los países más envejecidos del continente americano. Entre las otras regiones del país, la más próxima al comportamiento pampeano es la región cuyana. Todo esto parece seguir la cadencia evolutiva que la transición demográfica ha tenido en cada lugar.     

                               

                                    

       

                                            

                                          

                               

                                  

Resenha

               

                        

Conheça a resenha publicada por Ana Paula Medicci na revista Estudos Avançados da Universidade de São Paulo  -- 20 (57), 2006 -- sobre a obra de Francisco Vidal Luna e Herbert S. Klein intitulada Evolução da sociedade e economia escravista de São Paulo, de 1750 a 1850 (publicada pela Edusp em 2006, 280 p., com tradução de Laura Teixeira Motta).    em PDF; ou leia o texto completo em html: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142006000200026&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt 

                    

Leia também a resenha sobre esta obra de F. Vidal Luna e H. S. Klein efetuada por Jonathan B. Wight do Departamento de Economia da Universidade de Richmond e publicada no Brasil em: História e Economia Revista Interdisciplinar, Vol. 1, n. 1, 2o. semestre de 2005, p. 121-123, disponível em http://www.bbs.edu.br/inshiseco.asp

                    

Desvendando a cidade de São Paulo, na primeira metade do século XIX, este é o título da resenha elaborada por Maria Cecília Naclério Homem, do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, sobre o livro de Maria Lucília Viveiros de Araújo intitulado Os caminhos da riqueza dos paulistanos na primeira metade do Oitocentos (São Paulo, Hucitec/Fapesp, 2006), resenha esta publicada originalmente em FÊNIX: Revista de História e Estudos Culturais, vol. 3, ano III, n. 3, jul./ago./set. de 2006.

                   

                                     

  Resumos

                                    

                      

BERTIN, Enidelce. Os meia-cara. Africanos livres em São Paulo no século XIX. Doutorado, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São - FFLCH-USP, 2006, mimeografado, 273 p.
RESUMO. Este trabalho tem por objeto os africanos livres que estiveram sob custódia do Estado prestando serviços em estabelecimentos públicos da Província de São Paulo. Através deles objetiva-se a análise das vicissitudes das relações entre africanos livres e Estado, percebendo os diferentes significados da tutela para ambas as partes. Sendo conhecedores da singularidade de sua condição, os africanos livres colocaram-se diante das autoridades como indivíduos livres, o que se chocava frontalmente com a prática dos seus tutores. Para os administradores públicos, os africanos livres não deveriam estar à parte da lógica escravista, por isso toda a "proteção" que a tutela guardava relacionava-se com uma perspectiva de manutenção da escravidão. Procurando perscrutar a resistência cotidiana dos africanos livres ao domínio representado pela tutela, pudemos desvendar os intensos laços de solidariedade mantidos entre eles, bem como a preservação da memória de uma experiência histórica comum, muitas vezes alinhavada desde a travessia atlântica. Portanto, nossa abordagem está centrada no entendimento dos africanos livres como sujeitos históricos, inseridos nas relações escravistas e atuantes no sentido da resistência à escravização latente. Porque desconfiamos que a presença dos mesmos na sociedade escravista do oitocentos foi mais ativa e efetiva do que apontava o discurso dos administradores públicos, nosso desafio está na reconstituição da experiência vivida por eles. Ao focalizar essa população, portanto, objetiva-se uma análise de sua experiência histórica como trabalhadores tutelados nos estabelecimentos públicos de São Paulo.
                         

ABSTRACT. This research aims the liberated Africans who had been under the State guard, serving on the province of São Paulo public institutions. The main subject of this research is the analysis of diverging relationship between liberated African and the State, realizing the different meanings of "public tutorship" for both parts. Aware of their singular condition, liberated African faced the public authorities as free individuals, which was clearly against their tutors practice. For public administrators, liberated African shouldn't be unaware of the slavery logic, and this is why all "protection" by means of tutorship was related to a perspective of slavery maintenance. Trying to investigate liberated African's daily opposition to tutorship, we could disclose strong links of brotherhood kept among them, as well as the preservation of a common historic experience memory, often sketched since the atlantic traverse. Therefore, our approach is focused on the comprehension of liberated Africans as historical individuals, deepened into slavery relationship and acting to oppose latent slavery. Because we suspected that their presence in the 1800's was more active and effective than pointed out by the public administrators speech, our challenge is on restoration of experience lived by them. By focusing that population so, we aim to get an analysis of their historical experience as workers under the tutorship of public institutions in São Paulo.
                            

BORGES, Nilsen C. Oliveira. O contrabando de almas: tráfico ilegal de escravos no Vale do Paraíba Paulista (1820-1860). Monografia (Graduação em História), 1999. São José dos Campos (SP), UNIVAP, 2000.
RESUMO. Neste trabalho, além de outras fontes, foram utilizados os dados de população das localidades que compõem o Vale do Paraíba Paulista; buscou-se estabelecer a dinâmica do quadro populacional para perceber o impacto do tráfico ilegal de escravos na região para o período 1830-1850.
                            

BORGES, Nilsen C. Oliveira. Terra, gado e trabalho: sociedade e economia escravista em Lages, SC (1840-1865). Florianópolis, Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina, 2005, 175 p., mimeografado.
RESUMO 1. Neste trabalho utilizei os dados de população referentes à região dos "Campos de Lages", Santa Catarina, presentes, principalmente, nos relatórios de Presidentes de Província, nos períodos 1776-1837 e 1854-1865, juntamente com os processos de inventários (distribuição de riquezas), escrituras de compra, venda, doação e liberdade de escravos, para mensurar o grau de dependência da mão-de-obra escrava na economia e na sociedade local, evidenciando, com respeito à população, o impacto da presença do contingente de afrodescendentes (escravos, libertos e livres).

               

RESUMO 2. Esta dissertação tem por objeto a economia e a sociedade da região de Lages, Santa Catarina, no século XIX (1840-1865). Investigam-se as características da economia escravista local, revelando como ela estava articulada com as estruturas produtivas mais típicas do escravismo brasileiro. Para tanto se analisa a estrutura da posse escrava através das características demográficas, da estrutura agropecuária, da distribuição das fortunas e do funcionamento do mercado escravo, em um período marcado tanto por um intervalo de "paz" na região entre dois períodos de revolta e guerra (Revolta Farroupilha, 1835 a 1845, e Guerra do Paraguai, 1865 a 1870), como também por um momento de prosperidade, antes do impacto das transformações no sistema escravista desencadeados pela abolição do tráfico Atlântico e pela aludida Guerra. Considerando que o desenvolvimento econômico e demográfico de Lages ao longo dos séculos XVIII e XIX manteve-se diretamente condicionado à formação de grandes propriedades fundiárias voltadas para a exploração da atividade pastoril e comércio do gado, "os circuitos das tropas" em que estava inserido ligavam a região às demais localidades e províncias igualmente envolvidas nestes tipos de atividades. Neste sentido, verificou-se uma sociedade estruturada nos pequenos e médios criadores e tropeiros, constatando-se a importância da posse escrava em sua hierarquia sócio-econômica. Para a pesquisa foram utilizados, entre outras fontes: inventários post-mortem, mapas de população, escrituras de compra e venda de escravos, escrituras de liberdade, Relatórios e Falas de Presidente de Província.
           

ABSTRACT. This dissertation has for object the slavery in the area of Lages, Santa Catarina, in the century XIX (1840-1865). Research of economic characteristics of local slavery shows how it was articulated with productive structures very typical of Brazilian slavery. Because of it much of the structure of the slave ownership is analyzed through the demographic characteristics, agricultural structure, distribution of fortunes and operation of slave market, in a period marked so much by an interval of "peace" in the area between two rebellion periods and war ( farroupilha rebellion, 1835 to 1845, and Paraguay war, 1865 to 1870), as well as a moment of prosperity, before the impact of the transformations in the slavery system unchained by the abolition of the Atlantic traffic and for Paraguayan war. Considering that economical and demographic development of Lages along the centuries XVIII and XIX was directly conditioned to formation of great landed proprieties returned for exploration of pastoral activity and trade of cattle, "the circuits of the troops" in what it was inserted, connected the area with other places and provinces involved in these types of activities. In these senses, bend verified as a society structured in the small and medium creators and cattle driver, the importance of slave ownership was verified in his/her socioeconomic hierarchy. For the researches were used, among other sources: post-mortem estate inventories, population maps, purchase deeds and slaves' sale, deeds of freedom, "reports and fallas of President of Province".
                           

BORGES, Nilsen C. O. Província periférica, sociedade e economia escravista. Anais da I Conferência Internacional de História Econômica e III Encontro Nacional de Pós-Graduação em História Econômica. UNICAMP, Campinas, 06 e 07 de setembro de 2006, CD-ROM.
RESUMO. Comunicação baseada na dissertação de mestrado do autor, intitulada Terra, gado e trabalho: sociedade e economia escravista em Lages, SC (1840-1865). Na comunicação enfatiza-se a importância e o significado social e econômico da posse escrava em Lages, Santa Catarina, no período 1840-1865.
                            

BORGES, Nilsen C. O. Meio livre, meio liberto: a conquista da alforria em Lages, século XIX. Anais do 2o. encontro Escravidão e liberdade no Brasil Meridional, realizado em Porto Alegre, 26 a 27 de outubro de 2005. São Leopoldo, Oikos, 2005, CD-ROM (Web Design Daniel Clós César).
RESUMO. Comunicação baseada no quarto capítulo da dissertação de mestrado do autor, intitulada Terra, gado e trabalho: sociedade e economia escravista em Lages, SC (1840-1865). Na comunicação utilizam-se os mapas de população presentes nos relatórios de Presidentes de Província referentes à região e correspondentes ao período 1854-1865, também são contemplados os inventários post-mortem e as escrituras de liberdade referentes ao mesmo período. A análise desse material visou a estabelecer a dinâmica da população afrodescendente, buscando-se assim a compreensão das formas de acesso à alforria na região e a inserção de livres e libertos na sociedade em questão.
                           

BORGES, Nilsen C. O. Latifúndio, pecuária e mão-de-obra: análise da distribuição de riqueza em Lages. In: SOUZA, Rogério Luiz de & LANOVICZ, Jó. História: trabalho, cultura e poder. Florianópolis, ANPUH/SC e PROEXTENSÃO/UFSC, 2004, p. 366-9.
RESUMO. Comunicação apresentada em congresso da ANPUH de Santa Catarina e baseada na pesquisa efetuada para a elaboração da dissertação de mestrado do autor; na comunicação apresentaram-se os dados preliminares referentes ao significado da presença de afrodescendentes na distribuição da riqueza concernente à economia local. 

                      

FREITAS, Sônia Maria de. Presença portuguesa em São Paulo. São Paulo, Imprensa Oficial do Estado, 2006, 296 p.
RESUMO. A autora nos oferece um panorama amplo da imigração portuguesa, suas origens e seus desdobramentos em São Paulo. Além de baseada em distintas fontes documentais, a obra é complementada por numerosas imagens.

                                               

MACHADO, Cacilda. O patriarcalismo possível: relações de poder em uma região do Brasil escravista em que o trabalho familiar era a norma. Revista Brasileira de Estudos de População, São Paulo, v. 23, n. 1, p. 167-186, jan./jun. 2006.
RESUMO. Nesse artigo (versão resumida de um capítulo de tese de doutoramento defendida em abril de 2006) a autora procura reunir indicadores da existência de uma peculiar forma de patriarcalismo em regiões de agricultura de alimentos do Brasil escravista nas quais a população cativa era pouco relevante do ponto de vista demográfico, e onde o trabalho familiar era a norma. Contempla-se a Freguesia de São José dos Pinhais (PR) na passagem do século XVIII para o XIX, a dinâmica das relações sociais ali imperantes é analisada com base em dados concernentes à composição dos domicílios, à produção e à posse de terras. 

                                                           

MAIA, Moacir Rodrigo de Castro. "Quem tem padrinho não morre pagão": as relações de compadrio e apadrinhamento de escravos numa Vila Colonial (Mariana, 1715-1750). Dissertação de Mestrado em História, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Universidade Federal Fluminense, 2006, mimeografado. moacirmaia@hotmail.com  
RESUMO. O autor analisa as relações de compadrio e apadrinhamento de escravos adultos e inocentes estabelecidas no ato do batismo cristão em Mariana, importante centro minerador da Capitania de Minas Gerais na primeira metade do século XVIII. A necessidade de criação de laços de parentesco em uma nova terra e situação fez com que africanos utilizassem a celebração do batizado para reforçar suas identidades étnicas. Analisaram-se os laços de apadrinhamento estabelecidos entre cativos Minas, e mais especificamente dos provenientes da Terra de Courá. Verificou-se como esses escravos, chamados couranos, se reorganizaram no cativeiro, tendo como base suas heranças culturais. Por outro lado, procurou-se entender as múltiplas relações sociais estabelecidas no compadrio dos inocentes e como os arranjos das famílias escravas foram fundamentais no reforço dos vínculos entre os parentes espirituais. Por fim, ao considerar-se variados corpos documentais procurou-se investigar os significados desse laço parental para a população mineira e como os diferentes atores sociais recriaram os sentidos do compadrio e deles se utilizaram, muitas vezes, para proteger suas relações familiares.

                                        

MARCONDES, Renato Leite. Desigualdades regionais brasileiras: comércio marítimo e posse de cativos na década de 1870. Ribeirão Preto, tese de Livre-docência, Faculdade de Economia e Administração de Ribeirão Preto, 2006, mimeografado.
RESUMO. A discussão da formação das desigualdades regionais no Brasil mostra a existência de grandes divergências entre os principais autores com relação ao momento de sua consolidação. A interpretação clássica de Celso Furtado e de seus discípulos revela a importância da passagem do século XIX para o XX como um período de aprofundamento das disparidades entre as regiões. De outro lado, existem algumas contribuições que já verificaram diferenças elevadas entre as províncias durante o século XIX. Além do debate do momento, as distinções entre as áreas podem se conformar de naturezas diversas das apontadas pela visão clássica, ou seja, não tão-somente entre o setor exportador e o de subsistência ou em virtude do dinamismo maior ou menor do primeiro. A partir desse quadro construímos um panorama mais preciso das desigualdades regionais, assentado em informações econômicas e demográficas para a década de 1870. As principais fontes consistiram nos registros do comércio marítimo e na matrícula ou classificação dos escravos. Concentramos os nossos esforços na formação de uma visão de conjunto do país. Além dos informes provinciais mais agregados, efetuamos, no plano da documentação dos cativos, a consideração de uma amostra de municípios. Levantamos um total de 69 localidades de diferentes partes do país - Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Piauí, Maranhão, Pará e Goiás -, compreendendo pouco mais de 112 mil escravos e 25 mil escravistas. Essa amostragem representou 7,3% dos escravos matriculados no primeiro lustro da década de 1870. Para embasar a nossa análise do comércio e da posse de cativos realizamos uma caracterização econômica e demográfica mais geral das áreas em questão. Os resultados demonstram uma diversidade bastante expressiva do saldo de comércio marítimo per capita das províncias e da distribuição da propriedade cativa dos municípios em estudo naquele momento. As desigualdades regionais já se revelaram bem definidas, porém ainda se marcaram como menores do que as observadas para a segunda metade do século XX. As conformações das disparidades divergiram fortemente da visão clássica. As diferenças entre as localidades e/ou províncias demarcaram-se em função das condições geográficas, técnicas, tipo de cultura, intensidade de cultivo, urbanização e proximidade dos mercados. Destarte, não podemos enquadrar a complexidade das realidades locais e provinciais na interpretação tradicional.
ABSTRACT. The debate about the creation of regional inequalities in Brazil reveals the existence of sharp divergences among the main authors regarding the moment of their consolidation. The classic interpretation of Celso Furtado and his disciples shows the importance of the transition from the nineteenth to the twentieth century as a period of deepening disparities among regions. On the other hand, there are some contributions that show the existence of heightened differences among the provinces as early as in the nineteenth century. Beyond the moment debate, the distinctions among the areas could be comprised of a different nature than those pointed out in the classical view, i.e. not just between the export and subsistence sectors or due to the greater or lesser dynamism of the former. Beginning with this picture, we were able to create a more precise panorama of regional inequalities, based on economic and demographic data from the 1870s. The major sources are maritime commerce registers and the rolls or classifications of the slaves. We concentrated our efforts on forming an overview of the country. Apart from using the more aggregated provincial information, we carried out a sampling by municipalities at the level of documentation on the captive population. We surveyed a total of 69 localities in different parts of the country - Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Piauí, Maranhão, Pará e Goiás -, including a little more than 112,000 slaves and 25,000 slaveholders. This sample represented 7.3% of the slaves enrolled in the first half of the 1870s. To shore up our analysis of commerce and the holding of slaves, we developed a more general economic and demographic portrait of the areas under study. The results showed significant diversity in the outcome of maritime commerce per capita in the provinces and in the distribution of slave property at that moment in the municipalities under study. Regional inequalities were revealed to be already well defined, however still less marked than those observed during the second half of the twentieth century. The shapes of the disparities diverge strongly from the classical vision. The differences between the localities and/or provinces are defined according to the geographical, technical conditions, type of culture, intensity of cultivation, urbanization and proximity to markets. Certainly, we cannot fit the complexities of the local and provincial realities into the traditional interpretation.

                  

MERIÑO FUENTES, María de los Ángeles & PERERA DÍAZ, Aisnara. Matrimonio y familia en el ingenio, una utopía posible. La Habana (1825-1886). Seminario Permanente Hispano Cubano de Historia de Familia y Cambio Social. Centro de Investigación y Desarrollo de la Cultura Cubana Juan Marinello, La Habana, Cuba.

RESUMEN AMPLIADO.
Antecedentes generales.
El trabajo discute los criterios que niegan la existencia de relaciones familiares en las haciendas azucareras cubanas, los mismos se sustentan en una interpretación economicista que al analizar el proceso no le conceden a los esclavos otro papel que el de meros instrumentos destinados a producir azúcar.
Nos situamos en una línea de investigación que debe a la demografía histórica la manera de analizar y procesar los datos parroquiales para demostrar la presencia, vitalidad y permanencia de las relaciones familiares entre un importante sector de la población cubana: los esclavos y sus descendientes. Abriendo un campo de estudio que hasta el momento no se había explotado en el país, a pesar de la rica tradición de dichos estudios en otras regiones de América Latina, como en el Brasil.

Definición del problema.
La existencia de relaciones familiares en el contexto de la hacienda azucarera había sido sistemáticamente negada, criterios sustentados sobre todo en las condiciones en que se llevaba a efecto el cultivo y procesamiento de la caña de azúcar. Factores de índole demográfico también son traídos a consideración para apoyar dichas afirmaciones, así se afirma que las altas tasas de masculinidad no propiciaban la formación de parejas estables. Por lo tanto resultaba un desafío demostrar que a pesar de todas las dificultades dentro de la plantación se fueron entretejiendo relaciones afectivas estables en el tiempo, ya fueran o no legitimadas por el matrimonio.
Para las autoras los matrimonios entre esclavos en los ingenios azucareros no eran simplemente estrategias reproductivas de sus dueños, el aumento de los mismos después de la supresión del comercio legal de africanos sugiere que fue una opción de muchos tratar de reponer sus dotaciones mediante la reproducción natural. No obstante sostenemos que impuestas o no dichas uniones dieron origen a familias que convivieron por más de tres generaciones, entretejiendo relaciones de afinidad con otras familias de la misma plantación y creando sus propias estrategias de sobrevivencia.
Detectar la peculiaridad de estas familias, establecer algunas de sus pautas demográficas como cantidad de hijos, edad del primer hijo, periodo intergenésico, es el principal objetivo de nuestra ponencia.

Fuentes de información.
Libros parroquiales de matrimonios, bautismos y defunciones, inventarios y listas de esclavos de las plantaciones estudiadas, mapas y planos. Testimonio oral de descendientes de esclavos, fotografías.

Metodología y principales resultados.
Se aplica la metodología propuesta por las autoras para la reconstrucción de familias de esclavos y los resultados demuestran la existencia de relaciones familiares en dos plantaciones azucareras del sur de la provincia La Habana. Se localizaron descendientes de algunas de estas familias y se constató que a pesar de las condiciones adversas en que se habían originado las mismas funcionaban con un elevado sentido de pertenencia, cohesión y solidaridad interfamiliar.
Gracias a los análisis demográficos aplicados en la población de una de estas haciendas podemos establecer que el impacto de la transformación productiva, el paso de hacienda cafetalera a azucarera, no desestructuró las relaciones familiares existentes, algo que sí sucedía cuando se producía un cambio de propietario, lo cual se reflejaba en el alza de la mortalidad.
Estos resultados validan la metodología y sugieren que puede ser aplicada en otras regiones de la isla, teniendo en cuenta que es necesario un dinámico cruzamiento de los datos parroquiales con otras fuentes que aporten datos sobre las haciendas azucareras que se escojan para el estudio.

                                                

PERERA DÍAZ, Aisnara & MERIÑO FUENTES, María de los Ángeles. Una metodología - desde los registros parroquiales - para la reconstrucción de la familia negra en la Cuba colonial. Seminario Permanente Hispano Cubano de Historia de Familia y Cambio Social. Centro de Investigación y Desarrollo de la Cultura Cubana Juan Marinello, La Habana, Cuba.
RESUMEN AMPLIADO.
Antecedentes generales.
Los estudios de historia familia en Cuba no se han apoyado en la demografía histórica para establecer patrones de comportamiento como la edad matrimonial o el número de hijos. Por lo general los esfuerzos de los estudiosos se concretan en el procesamiento de las cifras de los llamados padrones y censos de población prescindiendo de una fuente que desde mediados del siglo XX ha demostrado su enorme utilidad: los libros parroquiales.
No obstante, el trabajo con dicha fuente se intentó a través de la aplicación del método francés de reconstrucción de familia ideado por Henry-Fleury, el fracaso de dicha experiencia trajo como consecuencia una descalificación de la misma para la reconstrucción de las familias negras cubanas. Fue precisamente el empeño por demostrar que los esclavos lograron articular relaciones familiares lo que nos llevó a los registros parroquiales, pero conscientes de que una metodología que había sido pensada para una realidad totalmente distinta a la nuestra serviría de poco nos plantemos la tarea de pensar el cómo asumir la investigación.
Definición del problema.
Ante la carencia de una metodología que tomando los datos parroquiales nos permitiera demostrar la existencia de relaciones familiares entre los esclavos, nos propusimos encontrar un modo de recolectar los datos que incluyera la mayor cantidad de indicadores posibles. Dando por sentado que la familia nuclear originada en el matrimonio no era el modelo generalizado de familia entre los esclavos cubanos, debíamos optar por un indicador que fuera constante y de obligatorio cumplimiento, que recogiera a su vez todos los datos de las personas involucradas en el mismo y que fuera el punto de partida para reconstruir las fichas de individuos y de familias. En tal caso nuestra reconstrucción de la familia esclava partió del bautismo y no del matrimonio como lo propone el método francés.
Fuentes de información.
Se emplean las series de registros parroquiales: bautismos, matrimonios y defunciones, libros de confirmaciones. Como fuente complementaria se toman las series de nacimientos, matrimonios y defunciones formadas desde 1885 con el establecimiento del Registro Civil. Padrones de habitantes y censos de población.
Metodología y principales resultados.
Se presenta una metodología propuesta por las autoras para el estudio de las familias de esclavos y sus descendientes, que tiene por resultado más inmediato la comprobación de la existencia de vínculos familiares entre los esclavos, lo mismo en el medio rural: haciendas de azúcar, cafetaleras, estancias de labor, como en el urbano, o en la ciudad. La metodología emplea el análisis demográfico para establecer algunos indicadores que caracterizan a dichas familias como la edad en que las parejas se casan o tienen su primer hijo, el número de estos, los períodos intergenésicos, etc. Se estima que el principal resultado es haber dotado a los investigadores cubanos de una herramienta para la investigación demográfica y de cierta manera demostrar la utilidad del método francés de reconstrucción de familia siempre que sea aplicado de manera creadora e innovadora y teniendo en cuenta las peculiaridades y características de la población objeto de estudio.

                                       

MOTA, Antonia da Silva. Família e fortuna no Maranhão Colônia. São Luís, EDUFMA, 2006. ISBN 85048-60-3.
RESUMO 1. Trata-se de estudo sobre o período colonial no Estado do Maranhão, utilizando fundamentalmente testamentos de moradores que viveram na segunda metade do século XVIII. A organização familiar e a partilha dos bens são as temáticas que mais se destacam neste tipo de fonte, por isso procurou-se relacioná-las ao momento histórico vivido pela região, ou seja, estudar através dos espólios familiares as mudanças ocorridas sob o impacto das Reformas Pombalinas. Então, evidenciou-se o incremento das atividades ligadas à agricultura de exportação do algodão e do arroz; a substituição da mão-de-obra escrava indígena com a introdução massiva de africanos pela Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão; a diversificação étnica da região, entre outros fenômenos sociais. Ao lado destas mudanças conjunturais, as permanências: o escravismo, a grande propriedade, o processo de miscigenação. No âmbito das relações familiares, ao lado da imposição dos casamentos sacramentados pelos segmentos dominantes, a ocorrência de uniões livres e filhos ilegítimos; estes últimos desfavorecidos no momento da sucessão da fortuna.
RESUMO 2. Trata-se de estudo sobre o período colonial no Estado do Maranhão, utilizando fundamentalmente testamentos de moradores que viveram na segunda metade do século XVIII; procurou-se, através do estudo das heranças, verificar o impacto das Reformas Pombalinas na região. Vimos então que mudanças significativas ocorreram neste período, em particular a passagem de uma economia baseada na pecuária extensiva e no extrativismo para outra voltada para o mercado externo, com a montagem do sistema agro-exportador. Processo implementado pelas políticas centralizadoras do Ministério Pombalino. Constatou-se que estas políticas alteraram o perfil qualitativo e quantitativo das heranças das famílias. O estudo dos espólios evidenciou: o incremento das atividades ligadas à agricultura de exportação do algodão e do arroz; a substituição da mão-de-obra escrava indígena com a introdução massiva de africanos pela Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão; em resumo, o avanço do processo colonizador na região. Ao lado destas mudanças conjunturais, as permanências: o escravismo, a grande propriedade, o processo de miscigenação, agora intensificado ao extremo. No que se refere à organização social, observou-se que até a primeira metade do século manifestavam-se núcleos familiares gestados com base nas condições possíveis: os agrupamentos eram compostos pelo colono isolado da "civilização", o indígena destribalizado e/ou, ainda, o elemento africano, também muito longe de sua organização social originária. As famílias refletiam então esse "arranjo", o que resultava, entre outras coisas, numa incidência significativa de uniões consensuais e filhos ilegítimos, situação até compreensível socialmente pelo isolamento decorrente da dispersão geográfica, pela inexistência de mulheres brancas casadoiras, entre outras situações características da situação de fronteira aberta vivida pela região naquele momento. Com o avanço do processo colonizador, ocorrido na segunda metade do século, há um maior contato com Portugal e com as regiões mais desenvolvidas do Estado do Brasil, o que acaba levando a um controle social maior no sentido da adoção do padrão europeu de organização familiar. Em particular, constatou-se que o colono recém-chegado da metrópole provinha de núcleos familiares legítimos, sacramentados pela Igreja, então, como saem destes grupos sociais os que dominam, eles vão tentar impor sua organização familiar como o ideal a ser seguido. Ainda que as condições concretas existentes na Colônia fossem diferentes do Reino: a composição étnica da população fosse outra, as condições econômicas, políticas e de mentalidade, impossibilitavam a realização tranqüila daquele padrão de família válido para a civilização européia. Ao final, comprovou-se que, apesar do controle social se tornar mais intenso, os grupamentos sociais que existiam antes pouco se modificaram, ao contrário, tornou-se mais evidente a contradição entre as condições reais e o modelo de relações familiares que a elite dominante tentou impor.

                           

OLIVEIRA, Hamilton Afonso de. A construção da Riqueza no Sul de Goiás, 1835-1910. Franca, tese de doutorado, Programa de Pós-graduação em História da Universidade Estadual Paulista - UNESP/FRANCA.
RESUMO. O objetivo central deste trabalho é mostrar como se deu a construção da riqueza no sul de Goiás. O estudo compreende a maior parte do século XIX e a primeira década do século XX, período em que houve fluxo significativo de população de outras partes do Brasil. Apesar da precariedade do meio, instalou-se na região uma estrutura produtiva voltada para o abastecimento local e também voltada para mercados regionais. Os ritmos de seu crescimento econômico e os comportamentos sociais da população apresentam-se como cerne da tese. Trata-se de uma pesquisa apoiada em fontes documentais tais como inventários post-mortem, registros de casamentos, relatos de viajantes e memorialistas e relatório de Presidentes de Província/Estado. Resulta uma amostra da economia e da sociedade sul goiana, a partir da ocupação das terras e desenvolvimento de atividades produtivas ligadas à agricultura e à pecuária e sua estreita relação com a região sudeste do Brasil.

                                                         

       

                              

Comunicações apresentadas no III Congresso de Pós-Graduação em História Econômica - USP. São Paulo, FFLCH-USP, dezembro de 2006.

                                    

ALMEIDA, Joseph Cesar Ferreira de. Senhoras do açúcar nos inventários de Itu (1780-1830). Comunicação apresentada no III Congresso de Pós-Graduação em História Econômica - USP. São Paulo, FFLCH-USP, dezembro de 2006.
RESUMO. Este trabalho é parte de um estudo maior sobre atuação das Senhoras do Açúcar em Itu, de 1780 a 1830, combase em documentações cartoriais como testamentos, inventários, recenseamentos e livros de contas da época. No entanto, este trabalho restringe-se apenas aos inventários das Senhoras do Açúcar, que poderiam ser tanto proprietárias quanto esposas de proprietários de engenho. O desenvolvimento da lavoura canavieira em São Paulo acarretou uma série de modificações nas estruturas sociais e econômicas. Dessa maneira, os proprietários de engenho tornam-se indivíduos de grande status social influindo nas decisões políticas, sociais e econômicas. A utilização de inventários como fonte, pode ser considerada uma documentação interessante para o entendimento de questões relativas ao patrimônio e à situação dessas mulheres no âmbito do universo da lavoura canavieira paulista dos séculos XVIII e XIX.

                     

BASSO, Leandro. Escravistas litorâneos: posse de cativos em São Sebastião em 1844. Comunicação apresentada no III Congresso de Pós-Graduação em História Econômica - USP. São Paulo, FFLCH-USP, dezembro de 2006.
RESUMO. Com base no de livro de registro de matrícula de escravos de 1844 o autor comtempla a estrutura de posse de escravos então vigente e estabelece comparação com resultados alcançados por outros pesquisadores para a mesma área em momentos distintos do tempo.

                             

CAMPOS, Marize Helena de. Mulheres do algodão: economia e cultura material em testamentos de mulheres maranhenses (1755-1855). Comunicação apresentada no III Congresso de Pós-Graduação em História Econômica - USP. São Paulo, FFLCH-USP, dezembro de 2006.
RESUMO. Muito se tem falado sobre as "mulheres do açúcar", ou do nordeste açucareiro, das "mulheres do ouro", ou das minas, bem como daquelas, dos "barões do café", paulistas e cariocas. Todavia, o que se sabe das que, de meados do século XVIII a, pelo menos, três quartos do XIX, viveram, enriqueceram e se desfizeram de seus bens sob o incremento das atividades ligadas à agricultura de exportação de algodão em terras maranhenses? Assim, dentro da dinâmica econômica que cunhou aquela sociedade interessa-nos saber como viviam as mulheres que, por tanto tempo, "balançavam sonolentas" nas redes da historiografia tradicional, do que constava seu patrimônio e por quais mecanismos era transmitido.

                           

GONÇALVES, Paulo Cesar. O último tráfico Atlântico: recrutamento e transporte de emigrantes europeus para o Novo Mundo. Comunicação apresentada no III Congresso de Pós-Graduação em História Econômica - USP. São Paulo, FFLCH-USP, dezembro de 2006.
RESUMO. O tráfico de escravos no Atlântico, negócio rentável desde o século XVI, foi combatido ferozmente pelos ingleses a partir do início do século XIX, sendo finalmente suprimido na década de 1860. No Brasil, ele fora oficialmente proibido em 1850, o que certamente não impediu desembarques clandestinos de escravos. Cuba, importante comprador de cativos, ainda continuaria a receber barcos negreiros por mais alguns anos. O fim do tráfico apontou problemas de reposição de mão-de-obra em futuro relativamente próximo. Face à crescente demanda por trabalhadores, a alternativa da imigração européia foi incrementada. O século XIX testemunhou o aumento exponencial dos movimentos migratórios para as Américas, que se prolongaram até o início da Primeira Guerra Mundial, abrindo caminho para novo tipo de tráfico: o transporte de europeus pelo Atlântico. Esta comunicação apresentará os primeiros resultados da pesquisa sobre homens e empresas -- os mercadores de braços -- que participaram desse novo empreendimento nos dois lados do Atlântico. 

                                            

LIMA, Igor Renato Machado de. Colonização e povoamento: a formação das famílias senhoriais na vila de São Paulo (1554-c.1600). Comunicação apresentada no III Congresso de Pós-Graduação em História Econômica - USP. São Paulo, FFLCH-USP, dezembro de 2006.
RESUMO. Este artigo trata de algumas questões relacionadas ao cotidiano da produção caseira do algodão na vila de São Paulo de Piratininga, entre os anos de 1554 e 1640. Para o desenvolvimento deste tema foram utilizadas as cartas jesuíticas, os testamentos, os inventários post-mortem e as atas das câmaras. A partir da análise destas fontes, nota-se que os tecelões, as tecelãs e os alfaiates formaram uma pequena camada senhorial e comercial. Além disso, houve um crescimento e dinamismo da vida material algodoeira por meio da utilização do trabalho escravo indígena e da constituição de casas e sítios. Desse modo, o algodão e os seus produtos derivados - como tecidos, gibões, camisas, redes e toalhas - eram consumidos, muitas vezes, pelas famílias senhoriais e o pouco excendente da produção era negociado nas regiões litorâneas através do Caminho do Mar. 

                      

LOPES, Gustavo Acioli. A economia do tabaco e o tráfico de escravos entre Pernambuco e a Costa da Mina: 1696-1760. Comunicação apresentada no III Congresso de Pós-Graduação em História Econômica - USP. São Paulo, FFLCH-USP, dezembro de 2006.
RESUMO. O volume e a estrutura do tráfico negreiro setecentista realizado entre a capitania de Pernambuco, através do Recife, e a Costa da Mina até 1742 permanece ignorado, exceto pelos dados de 1722-1731. Apresentamos uma estimativa da quantidade de escravos importada nos anos 1696-1721 e 1732-1741, segundo métodos desenvolvidos pelos estudiosos do tráfico transatlântico de escravos. Recorremos a registros das exportações de tabaco do Recife para a Costa da Mina e do número de embarcações naquela rota em anos variados (incluindo dados do Transatlantic slave trade: a Database). Do cômputo de cerca de 30.000 cativos acrescidos ao tráfico pernambucano setecentista, passamos à estrutura do tráfico no porto de Recife. Relacionamos suas atividades negreiras com a fumicultura local, sugerindo como a presença da demanda por tabaco pelo tráfico de escravos contribuiu para a formação de unidades fumicultoras domésticas e escravistas.
                                    
PERDIGÃO, Francisca Francinete dos Santos. Mulheres do Caju: "De coletoras a Construtoras da Cidadania". Uma História de org.comunitária. Comunicação apresentada no III Congresso de Pós-Graduação em História Econômica - USP. São Paulo, FFLCH-USP, dezembro de 2006.
RESUMO. A pesquisa, iniciada em 2003 com auxílio de alunos do curso de História da Universidade Federal de Rondônia, tem como objetivo registrar a história de vida de mulheres vendedoras e coletoras, assentadas em um projeto de agrovila na periferia de Porto Velho; pretende-se orientar as mulheres coletoras de frutos do assentamento em protagonistas de seus próprios negócios contribuindo-se, assim, para o estabelecimento da autosustentabilidade econômica, cultural e social de suas famílias.
                                  
RODARTE, Mário Marcos Sampaio. Notas sobre o significado demográfico e econômico do urbano e do rural, nas Minas Gerais oitocentista. Comunicação apresentada no III Congresso de Pós-Graduação em História Econômica - USP. São Paulo, FFLCH-USP, dezembro de 2006.
RESUMO. Estuda-se a distinção entre a população urbana e rural, em Minas Gerais, em 1830. Tal segmentação foi obtida mediante desenvolvimento de novo método de cruzamento de informações de diferentes fontes. De posse da divisão espacial, estudos econômicos poderão ser feitos utilizando esta importante categorização espacial. Mostra-se, no presente trabalho, perfis diferenciados dos domicílios quanto à inserção ocupacional dos seus membros, tamanho dos plantéis de escravos, do número de membros livres, dentre outros aspectos. A escolha da segmentação urbano e rural, como um dos elementos importantes para detectar diferenças econômicas e demográficas, encontra justificativa no fato de a formação de Minas Gerais estar fortemente caracterizada pela organização urbana de sua sociedade vis-à-vis as de outras regiões da América, que tinham um perfil mais rural. O presente trabalho reitera essa visão, ao evidenciar que pouco mais de 25% da população mineira encontrava-se em área urbana.

                                  

SIRTORI, Bruna. Os Róis de Confessados: possibilidades e limites documentais. Comunicação apresentada no III Congresso de Pós-Graduação em História Econômica - USP. São Paulo, FFLCH-USP, dezembro de 2006.
RESUMO. Em 1762 foi estabelecido um aldeamento às margens do rio Gravataí de acordo com as diretrizes do Diretório dos Índios. Ao estudar as relações sociais e econômicas que os indígenas aldeados estabeleceram com os portugueses, açorianos e escravos estabelecidos neste mesmo espaço, deparamo-nos com uma fonte conhecida como "Rol de Confessados" - recenseamentos paroquiais confeccionados no período da Quaresma, com o objetivo de desobrigar os fregueses da paróquia. A fim de instrumentalizar a pesquisa acerca das relações sociais estabelecidas neste aldeamento, realiza-se, neste texto, a crítica dos ditos recenseamentos paroquiais, discutindo as possibilidades desta fonte e suas limitações sobretudo para o estudo de aspectos demográficos e parentais. Para tanto, analisa-se as regras para a confecção dos róis estabelecidos nas Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia e suas similitudes e diferenças com as listas nominativas - censos existentes para outras regiões da América Portuguesa. 

                              

SOUSA, José Weyne de Freitas. Família e seca no Ceará. Comunicação apresentada no III Congresso de Pós-Graduação em História Econômica - USP. São Paulo, FFLCH-USP, dezembro de 2006.
RESUMO. Apresentamos um resultado parcial acerca da pesquisa que estamos desenvolvendo sobre a relação entre família e seca no Ceará entre os anos de 1877 e 1915. Para isso analisamos a trajetória de famílias retirirantes ao longo das 4 secas que assolaram a província. Levantamos os dados sobre os processos migratórios nas micro-regiões, o sistema de atendimento aos retirantes desvalidos e o emprego do trabalho nas obras públicas. A partir dos documentos produzidos durante as secas sobre as comissões de socorros públicos, fizemos um levantamento demográfico das famílias que moravam nos barracões improvisados erguidos nos arrabaldes das cidades.

                             

TEIXEIRA, Luana. Trabalho escravo na produção pecuária: São Francisco de Paula de Cima da Serra (Rio Grande de São Pedro, 1850-1871). Comunicação apresentada no III Congresso de Pós-Graduação em História Econômica - USP. São Paulo, FFLCH-USP, dezembro de 2006.
RESUMO. São Francisco de Paula localiza-se na serra rio-grandense e caracterizou-se, durante o século XIX, como uma região de produção pecuária. Desenvolvo, no âmbito do programa de pós-graduação da Universidade Federal de Santa Catarina, um projeto de mestrado que visa a abordar as relações de trabalho nas fazendas produtoras de gado da região (1850-1871). Tendo percebido a alta incidência de trabalho escravo nestas fazendas, optei por iniciar a pesquisa realizando um estudo quantitativo sobre os inventários post-mortem. Segui, em termos metodológicos, os passos traçados por Vergolino e Versiani em seu estudo sobre a região do Agreste e Sertão pernambucano. Por tratar-se, especialmente o Sertão, de regiões caracterizadas por uma estrutura produtiva bastante semelhante à observada em São Francisco, busquei, depois de tratados os dados primários e estabelecidas as quantificações pertinentes, traçar alguns paralelos entre as duas regiões. Privilegei, tal qual os autores acima citados, aspectos como: padrão de posse de escravos, estrutura demográfica da população escrava e composição de riqueza, atentando para o peso relativo dos escravos possuídos nos ativos totais.

                             

TEIXEIRA, Heloísa Maria. Meninas violentadas: crimes sexuais contra menores do sexo feminino (Mariana, segunda metade do século XIX). Comunicação apresentada no III Congresso de Pós-Graduação em História Econômica - USP. São Paulo, FFLCH-USP, dezembro de 2006.
RESUMO. A autora estuda casos de meninas que foram vítimas de delitos sexuais em Mariana ao longo da segunda metade do século XIX. Com base nos processos-crime, são contemplados esses delitos (defloramentos, estupros, "raptos com fins libidinosos" etc.), os quais em sua maior parte tinham como agressores homens que viviam no mesmo ambiente residencial ou laboral das crianças suas vítimas. A situação social destas últimas - todas de origem pobre - propiciava a impunidade dos acusados, facilitando as agressões. 

 

VALENTIN, Agnaldo. Partição e composição da riqueza no vale do Ribeira: proprietários de engenho de arroz e comerciantes (1800-1880). Comunicação apresentada no III Congresso de Pós-Graduação em História Econômica - USP. São Paulo, FFLCH-USP, dezembro de 2006.
RESUMO. Selecionamos 215 inventários pertencentes a proprietários de engenho de arroz e comerciantes estabelecidos em Iguape e Xiririca, no Vale do Ribeira paulista. Através de medidas da riqueza bruta e da riqueza líquida, acompanhamos suas oscilações e buscamos associá-las com as variações na quantidade e na renda gerada através da exportação de arroz pelo porto de Iguape. Ainda para os dois segmentos, analisamos a composição da riqueza bruta segundo os principais grupos de bens avaliados. Os resultados obtidos evidenciam a manutenção da composição da riqueza entre os proprietários de engenho de arroz, porém com valor decrescente ao longo do tempo. Por seu turno, a riqueza bruta dos comerciantes mostrou-se crescente e assentada no fornecimento de crédito local e no domínio das etapas de comercialização dos grãos.

                       

                                   

Notícia Bibliográfica

                                             

                         

LANÇAMENTOS 

                                    

                                              

                                                                             

GUIMARÃES, Elione Silva. Violência entre parceiros de cativeiro - Juiz de Fora, segunda metade do século XIX. São Paulo, Annablume, 2006, 210 p. 
RESUMO. O livro é resultado de dissertação de mestrado defendida na Universidade Federal Fluminense em 2001. A autora discute a violência entre parceiros de cativeiro no principal município cafeeiro de Minas Gerais, na segunda metade do século XIX: Juiz de Fora. São analisadas as questões que estavam em disputa entre elementos do grupo social dominado e que, em determinadas circunstâncias, explodiram em manifestações violentas. Apresenta, ademais, uma discussão sobre a tendência da criminalidade no município em tela, a partir do levantamento de 1.654 processos criminais. Dentre estes, foram isolados os autos em que cativos figuram simultaneamente como vítimas e réus, totalizando 36 processo. A autora parte das fontes criminais em direção a fontes múltiplas (inventários, registros de batismos e casamentos, periódicos, cartas de liberdade e outros) que forneceram subsídios para se compreender as razões da violência entre os cativos, analisando suas ações cotidianas no relacionamento com seus companheiros de escravidão. 

                                                         

       

                                                                                                                                             

                                        

LACERDA, Antônio Henrique Duarte. Os padrões das alforrias em um município cafeeiro em expansão (Juiz de Fora, zona da mata de Minas Gerais, 1844-48). São Paulo, Annablume, 2006, 121 p.
RESUMO. O livro analisa os padrões das manumissões e a evolução da população escrava no principal município cafeeiro de Minas Gerais no século XIX. Na segunda metade do oitocentos as lavouras cafeeiras encontravam-se em pleno desenvolvimento em Juiz de Fora, entrando em decadência somente na segunda década do século XX. Nestas circunstâncias, a conjuntura era desfavorável à concessão de alforrias. Portanto, preocupou-me apresentar reflexões a respeito das estratégias senhorias e dos cativos em reação às manumissões em um município cafeeiro em expansão. A principal fonte de pesquisa foram as Cartas de Alforrias anotadas nos Livros de Registros de Notas dos Cartórios do município. Foram localizados 744 registros de manumissões, incidindo sobre 1.091 elementos, entre os anos de 1844-1888, data do registro mais antigo localizado e a data da abolição da escravidão. Alguns processos criminais, inventários post-mortem e ações de liberdade foram utilizados como fontes complementares.

                                                                             

       

                                                                                                         

                                                    

TORRECH SAN INOCENCIO, Rafael A. Los Barrios de Puerto Rico: Historia y Toponimia. San Juan, Puerto Rico, Fundación Puertorriqueña de las Humanidades, 1999, (Colección Dr. Arturo Morales Carrión).
RESUMEN. Los barrios son parte esencial de nuestra vida cotidiana. Vivimos, nacimos, morimos -en fin- somos de los barrios. Estas 899 unidades compactas y poco uniformes que llamamos barrios comprenden la totalidad del territorio puertorriqueño. La obra es la síntesis de una investigación sobre los orígenes, la evolución, la configuración y la toponimia de los barrios rurales de Puerto Rico. Subraya la importancia de los barrios como la más antigua división territorial local; define sus patrones de evolución, sus múltiples funciones, y su admirable persistencia; y los ubica como piezas vitales para armar el rompecabezas de la historia puertorriqueña, particularmente la poco documentada historia rural, y la historia perdida de los Siglos XVI, XVII y XVIII. Los nombres de los barrios sirven para recorrer la línea de los tiempos en sentido inverso. Sus topónimos son ventanas para ver la flora, la fauna, las topografías e hidrografías de la antigüedad; para reconocer los rastros de viejos hatos, cotos, haciendas e ingenios; para captar patrones de colonización y de explotación de la tierra; para reafirmar herencias y persistencias indígenas; y para exhumar remotos colonizadores, para develar su hablar, sus costumbres, imperativos y devociones. En síntesis, esta ponencia nos convida a redescubrir un cimiento omnipresente de la historia nacional, a explorar nuevos métodos de reconstruir la historia rural del Caribe, y a revalorar los barrios como reflejo de nuestra evolución histórica, social y cultural. La obra se basa en la tesis "Orígenes, configuración y toponimia de los Barrios Rurales de Puerto Rico" del Centro de Estudios Avanzados de Puerto Rico y el Caribe. La obra fue seleccionada para publicación por la Fundación Puertorriqueña de las Humanidades de Puerto Rico en 1999 bajo el título "Los Barrios de Puerto Rico" como primicia a su Colección Dr. Arturo Morales Carrión. La obra fue galardonada por el Pen Club de Puerto Rico y por el Instituto de Literatura Puertorriqueña. Para ler uma sinopse ampliada da obra

                                    

       

                                 

                                

CAVALHEIRO, Carlos Carvalho. Scenas da escravidão: breve ensaio sobre a escravidão negra em Sorocaba. Sorocaba (SP), Crearte Editora, 185 p., 2006.
RESUMO. A obra versa sobre a escravidão negra em Sorocaba, desde o séc. XVII até a abolição, evidenciando as mazelas do sistema de produção calcado na exploração da mão-de-obra cativa. 

                                      

       

                                                    

                                 

ÁVILA, Affonso. Resíduos Seiscentistas em Minas: textos do século do ouro e as projeções do mundo barroco. Belo Horizonte, Arquivo Público Mineiro / Secretaria de Cultura de Minas Gerais, 2006.

Devemos à iniciativa do Arquivo Público Mineiro o lançamento desta reedição de trabalho de A. Ávila,  fundamental para o entendimento do passado das Minas Gerais.

                                   

         

                         

KLEIN, Herbert S. O tráfico de escravos no Atlântico. Ribeirão Preto (SP), Funpec, 2006, 266 p.

                                

       

                              

FARIAS, Juliana Barreto; GOMES, Flávio dos Santos; SOARES, Carlos Eugênio Líbano & ARAÚJO, Carlos Eduardo Moreira de. Cidades Negras. São Paulo, Alameda Casa Editorial, 2006, 174 páginas.

                                   

                                                       

Notícias e Informes

                                                             

                                                                                                               

CONHEÇA JANGADA BRASIL, PUBLICAÇÃO ELETRÔNICA PRIMOROSA CONCERNENTE AO NOSSO FOLCLORE

                              

Jangada Brasil < http://jangadabrasil.com.br > é uma revista mensal, exclusivamente online, dedicada ao registro e à divulgação da cultura popular brasileira e suas mais diversas formas de expressão.

Comentários, críticas, colaborações e sugestões serão sempre bem-vindos e apreciados, e devem ser enviados para: velas@jangadabrasil.com.br 

Para enviar material de divulgação: coreto@jangadabrasil.com.br 

Todas as 95 edições estão disponíveis para consulta e podem ser acessadas através de links na capa da edição do mês. O sumário de todas as edições, pode ser consultado em
< http://jangadabrasil.com.br/fjan/edicoes.htm >

Para pesquisar o conteúdo integral do website:
< http://jangadabrasil.com.br/pesquisa >

                                                                               

                                           

ROL - Relação de Trabalhos Publicados

 

                      

OUTROS TRABALHOS INCORPORADOS AO ROL

                                         

VALENTIN, Agnaldo. Uma civilização do arroz: agricultura, comércio e subsistência no Vale do Ribeira (1800-1880). São Paulo, FFLCH-USP, tese de doutorado,  mimeografado, 2006.
RESUMO. Acompanhamos o evolver econômico das localidades de Iguape e Xiririca, no Vale do Ribeira, entre 1800 e 1880. Durante este período, a região especializou-se no cultivo do arroz, destinado principalmente para o Rio de Janeiro. Pudemos estabelecer ritmos distintos envolvendo a estrutura de produção e comercialização dos grãos, compondo um ciclo econômico completo. Também buscamos relacionar este movimento com o nível e a composição da riqueza dos ribeirenses. Dedicamos especial atenção aos bens de raiz, escravos e dívidas ativas, os três grupos com maior participação na composição da riqueza. Nossos resultados, além de evidenciarem a adoção do cultivo de arroz em todos os estratos econômicos, indicam mudanças significativas na hierarquia social à medida que o ciclo se desenrolava, especialmente entre proprietários de engenho de arroz e comerciantes.
ABSTRACT. This thesis looks at the economic evolution of the Iguape and Xiririca villages in the Vale of Ribeira region between 1800 and 1880. During this period, the region concentrated in the rice culture, notably to supply the Rio de Janeiro's market. In this study we identified different rhythms in the structures of production and marketing of this crop, defining a complete economic cycle. We also show that the evolution of the rice culture is correlated with the wealth levels of the local population. We looked particularly at assets, number of slaves, and credits, the main indicators of wealth in the region at that time. Our findings not only show that rice production evolved across all economic classes, but also suggests that changes in the local social hierarchy matched the economic cycle development, particularly in the case of rice mill owners and traders.

                           

               

         

Volta para o início da Página