BOLETIM DE HISTÓRIA DEMOGRÁFICA
Ano XV, no. 48, fevereiro de 2008
SUMÁRIO
Como avançado no último número do BHD, continuamos neste exemplar a nos servir do valioso volume organizado por Regina Célia Lima Xavier e sua equipe e intitulado História da escravidão e da liberdade no Brasil meridional: guia bibliográfico; como já tivemos oportunidade de fazer notar, trata-se de uma rica coletânea de resumos referentes a trabalhos sobre a escravidão e que, em sua maioria esmagadora, concernem ao Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Como não poderia deixar de ser selecionamos, tão-somente, os estudos relativos a aspectos demográficos dessa região do Brasil; igual procedimento adotamos com respeito às comunicações apresentadas no 3o. Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional, realizado em Florianópolis.
ASSUMPÇÃO,
Euzébio. Escravidão e demografia: Conceição do Arroio e Pelotas - um estudo
comparado. Caderno de Resumos do VII Encontro da ANPUH/RS, p. 46, 2004.
RESUMO. O trabalho visa a estabelecer uma comparação entre os processos
demográficos dos trabalhadores escravizados de Conceição do Arroio, hoje
Osório, e das charqueadas pelotenses. Como fontes primárias foram utilizados
inventários e registros de escravos disponíveis no Arquivo Público Estadual.
(Extraído de XAVIER, Regina Célia Lima (org.). História da escravidão e
da liberdade no Brasil meridional: guia bibliográfico. Porto Alegre, Ed. da
UFRGS, 2007).
BERUTE,
Gabriel Santos. Dos escravos que partem para os portos do sul:
características do tráfico negreiro do Rio Grande de São Pedro do Sul, c.
1790 - c. 1825. Porto Alegre, UFRGS, Dissertação de mestrado, 2006,
mimeografado, 200 p.
RESUMO. O autor analisa o tráfico de escravos tendo duas questões básicas em
vista: os dados demográficos dos escravos traficados e a caracterização da
dinâmica de funcionamento do circuito mercantil. São considerados,
principalmente, as guias de transporte de cativos emitidas pela Provedoria da
Fazenda Real, os despachos e passaportes de escravos exarados pela Polícia da
Corte e os Livros de Sisas da vila de Rio Grande. (Extraído de XAVIER, Regina
Célia Lima (org.). História da escravidão e da liberdade no Brasil
meridional: guia bibliográfico. Porto Alegre, Ed. da UFRGS, 2007).
CALEIRO,
Regina Célia Lima & JESUS, Alysson Luiz Freitas de. Mulheres honestas e
perniciosas, homens refolhados e homicidas hirozos na "lista do
vigário": um censo sui generis no século XIX. VARIA HISTORIA, Belo
Horizonte, vol. 22, n. 36, jul/dez 2006, p. 539-563.
RESUMO. O presente artigo tem como principal objetivo levar a público uma Lista
Populacional elaborada em 1819 pelo vigário da Freguesia de Franca/SP, o padre
Joaquim Martins Rodrigues. Dispostos em 370 fogos, a Lista apresenta
características qualitativas sobre a população, o que torna a "Lista do
Vigário" um documento sui generis.
CANABRAVA,
Alice Piffer. Terras e escravos. História econômica: estudos e pesquisas.
São Paulo, Hucitec/UNESP/ABPHE, 2005, p. 203-225. Publicado originalmente em:
BUESCU, M. & PELÁES, C. M. (coord.). A moderna história econômica. Rio
de Janeiro, APEC, 1976, p. 13-26.
RESUMO. Neste trabalho a autora aborda o problema da área das propriedades
rurais na capitania de São Paulo, segundo as várias economias, às vésperas
da independência política da colônia (1818), em plena fase do desenvolvimento
da economia açucareira. Em face da estabilidade da técnica de produção do
açúcar, como da agricultura de modo geral, a análise preocupou-se em
verificar a importância relativa de dois fatores: a terra, observada quanto à
superfície da propriedade, e a força de trabalho. Os dados empíricos foram
colhidos no cadastro de propriedades rurais efetuado em 1818 na capitania de
São Paulo, conhecido como Mss. - Inventário dos bens rústicos, capitania
de São Paulo, 1818 e pertencente ao acervo do Arquivo Público do Estado de
São Paulo.
CARRARA, Ângelo Alves. Fontes Quantitativas para a história de Minas Gerais no Setecentos. Para ter acesso ao artigo e aos arquivos com as fontes referidas sirva-se do seguinte endereço: http://www.mestradohistoria.ufjf.br/?area=conteudo&cnot=156
COTA,
Luiz Gustavo Santos. O Sagrado Direito da Liberdade: escravidão, liberdade e
abolicionismo em Ouro Preto e Mariana (1871 a 1888). Dissertação de
mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da
Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2007.
RESUMO. O presente trabalho tem como objeto o estudo do movimento
antiescravista nas cidades mineiras de Ouro Preto e Mariana. Com base em
jornais, relatos de época e processos judiciais tentou-se perceber como se
desenrolou a luta pelo fim da escravidão nessas duas importantes cidades da
então província de Minas Gerais, no período entre a promulgação da chamada
Lei do Ventre Livre (1871) e a abolição (1888). As primeiras reações ao
processo de emancipação gradual, desencadeado em 1871; a promoção de
alforrias; os debates travados no âmbito da imprensa; a criação de sociedades
e jornais abolicionistas; as manifestações públicas contra o regime
escravista; a participação do clero diocesano; a radicalização de parte do
movimento abolicionista; além da ação dos próprios escravos, os quais
chegaram a recorrer à Justiça em busca da liberdade, são alguns dos elementos
contemplados nesta dissertação. A pesquisa questiona algumas interpretações
historiográficas sobre o processo de abolição em Minas Gerais que apontavam o
movimento abolicionista mineiro como tão-somente elitista e assaz moderado. Foi
possível perceber uma multiplicidade de posturas diante do projeto de
emancipação. O teor das discussões acerca da promulgação da Lei do Ventre
Livre publicadas na imprensa da capital Ouro Preto revela posicionamentos
diversos daqueles expressados pela bancada mineira na Câmara Imperial que,
maciçamente, votou contra a Lei do gabinete Rio Branco em 1871, revelando,
inclusive, que as opiniões sobre a Lei estavam regionalmente localizadas dentro
da província. Já na década de 1880, o movimento abolicionista mineiro não
agiu apenas sob os ditames do paternalismo ou dos interesses econômicos como
afirmaram alguns historiadores. A atuação abolicionista observada estava longe
de ser homogênea assim como as reações dos diversos atores sociais diante da
ação dos abolicionistas. Assim como em outros pontos do Império, Ouro Preto e
Mariana conviveram com um movimento diversificado e complexo que compreendia
desde os interessados no controle social dos escravos até as pessoas que
desafiavam a lei acoitando cativos fugitivos e clamando pela abolição imediata
e sem indenização.
FERREIRA,
Roberto Guedes. Família Escrava e Mobilidade Social (Porto Feliz, Primeira
Metade do Século XIX). Comunicação apresentada no II Seminário de
História do Açúcar: Trabalho, População e Cotidiano. Itu (SP), novembro
de 2007.
RESUMO. Reportando-se à vila de Porto Feliz da primeira metade do século XIX,
o trabalho analisa o papel que a família escrava desempenhou para a mobilidade
social cativa. Considerando a família como uma expressão da hierarquização
na escravaria, observa-se que os cativos aparentados tinham, proporcionalmente,
mais chances de conseguir manumissão, legados e, não raro, fazerem-se
herdeiros de seus senhores. Destarte, a alforria, entendida como um passo de
mobilidade social em uma sociedade escravista, estava, em parte, relacionada à
capacidade de os escravos em estabelecerem laços sociais, mas não apenas entre
os seus. Outrossim, alianças com outros grupos sociais foram cruciais,
inclusive com a camada senhorial. Para chegar a tais hipóteses, o trabalho
utiliza fontes diversas, incluindo listas nominativas de habitantes, registros
paroquiais de batismo e casamento e inventários post-mortem. Para o manuseio da
documentação, conjuga-se uma abordagem qualitativa a uma quantitativa.
FRANCO
NETTO, Fernando. Família escrava em Guarapuava, PR - estudo de caso de uma
propriedade. Anais eletrônicos do II Encontro de escravidão e liberdade no
Brasil Meridional, 2005.
RESUMO. O propósito do autor é analisar as possibilidades de constituição e
permanência no tempo da família escrava. Estuda uma determinada propriedade na
qual encontram-se o senhor, sua esposa, seus filhos e o plantel de cativos. A
pesquisa se desenvolve com base num núcleo documental formado pelo inventário post-mortem e pelos registros paroquiais de batismos, casamentos e óbitos de
escravos. (Extraído de XAVIER, Regina Célia Lima (org.). História da
escravidão e da liberdade no Brasil meridional: guia bibliográfico. Porto
Alegre, Ed. da UFRGS, 2007).
GEREMIAS,
Patrícia Ramos. Da escravidão à tutela: a lei de 1871 e a luta pela
manutenção dos laços familiares das populações de origem africana em
Desterro/SC em fins do século XIX. Anais do IX Encontro da ANPUH/SC,
2002.
RESUMO. A autora analisa a luta das famílias escravas pela manutenção de seus
laços após a Lei do Ventre Livre e a tutoria dos senhores sobre as crianças
nascidas livres em decorrência de tal lei. (Extraído de XAVIER, Regina Célia
Lima (org.). História da escravidão e da liberdade no Brasil meridional:
guia bibliográfico. Porto Alegre, Ed. da UFRGS, 2007).
GRAÇA
FILHO, Afonso de Alencastro & PINTO, Fábio Carlos Vieira & MALAQUIAS,
Carlos de Oliveira. Famílias escravas em Minas Gerais nos inventários e
registros de casamento: o caso de São José dos Rio das Mortes, 1743-1850. VARIA
HISTORIA, Belo Horizonte, vol. 23, n. 37, jan/jun 2007, p. 184-207.
RESUMO. O artigo analisa a composição das famílias escravas em São José,
comarca do rio das Mortes, hoje cidade Tiradentes, entre meados do século XVIII
e meados do XIX. A partir de registros de inventários e de casamentos pretende
reconstruir a composição das famílias de escravos. A conjugação das
informações dessas duas fontes permite constatar a predominância de
casamentos exogâmicos entre os cativos de São José, com uma baixa
representatividade de casais compostos apenas de nativos.
GUTERRES,
Letícia B. Silveira. Sobre a pia batismal: conformando famílias e observando
redes sociais. Cadernos de Resumos do VIII Encontro Estadual de História,
ANPUH/RS, 2006, p. 99.
RESUMO. A autora investiga as conformações familiares em Santa Maria na
segunda metade do século XIX. O cruzamento das fontes paroquiais visa a
analisar se os padrinhos de escravos e libertos eram das relações familiares
de seus senhores. (Extraído de XAVIER, Regina Célia Lima (org.). História
da escravidão e da liberdade no Brasil meridional: guia bibliográfico. Porto
Alegre, Ed. da UFRGS, 2007).
LAUREANO,
Marisa Antunes. Considerações sobre a família escrava na capitania do Rio
Grande de São Pedro. Programa e Resumos do IV Encontro Estadual de História
da ANPUH/RS, 1998.
RESUMO. O trabalho tem como fonte inventários post-mortem da Capitania
de Rio Grande de São Pedro, de 1770 a 1825. Foram levantados 237 inventários,
dos quais 40% registravam a presença da família escrava. Efetuou-se uma
análise de tais famílias, as quais eram nucleares ou matrifocais, sendo a
primeira mais comum. Além de existirem em número considerável, notou-se que
havia a tendência de manter estas famílias unidas no momento da partilha dos
bens entre os herdeiros. (Extraído de XAVIER, Regina Célia Lima (org.). História
da escravidão e da liberdade no Brasil meridional: guia bibliográfico.
Porto Alegre, Ed. da UFRGS, 2007).
LIMA,
Adriano Bernardo Moraes. A família escrava instituindo a diferenciação no
cativeiro. Caderno de Resumos do X Encontro Estadual de História - ANPUH/SC,
2004, p. 56.
RESUMO. Afirma o autor: "A comunicação examina as formas instituintes das
'margens de autonomia' experenciadas pela população escrava curitibana na
segunda metade do século XVIII e primeiras décadas do XIX. Defende a hipótese
de que a diferenciação interna ao cativeiro decorre da formação e
preservação de laços de parentesco, reconhecidos socialmente pelos senhores e
pela comunidade escrava como fator legitimador dessa hierarquização."
(Extraído de XAVIER, Regina Célia Lima (org.). História da escravidão e
da liberdade no Brasil meridional: guia bibliográfico. Porto Alegre, Ed. da
UFRGS, 2007).
LIMA,
Adriano Bernardo Moraes. Relações de compadrio entre escravos na vila de Itu
(1780-1850). Comunicação apresentada no II Seminário de História do
Açúcar: Trabalho, População e Cotidiano. Itu (SP), novembro de 2007.
RESUMO. Nesta comunicação o autor analisa as possibilidades de arranjos de
parentesco espiritual criados pelos escravos que levavam seus filhos para serem
batizados na Igreja de Nossa Senhora da Candelária, situada na vila de Itu. A
documentação levantada permite perceber as opções que as famílias escravas
tinham - fossem elas apresentadas por seus senhores, fossem resultado de suas
escolhas pessoais - para inserir seus descendentes em circuitos de "boa
amizade" e solidariedade. Diante das transformações da composição
demográfica escrava ocorridas com as oscilações que a economia açucareira
ituana viveria neste período, em especial a introdução de grande contingente
africano nas senzalas da região, pretende-se verificar se os padrões de
escolha de padrinhos e madrinhas entre os cativos modificou-se na primeira
metade do século XIX.
MARQUES, Fernando Luiz Tavares. O indígena em engenhos coloniais no Estuário Amazônico: uma abordagem arqueológica. Comunicação apresentada no II Seminário de História do Açúcar: Trabalho, População e Cotidiano. Itu (SP), novembro de 2007.
MATHIAS,
Carlos Leonardo Kelmer. Preço e estrutura da posse de escravos no termo de Vila
do Carmo (Minas Gerais), 1713-1756. São Paulo, IEB-USP, Almanack
Brasiliense: Revista Eletrônica , n. 6, nov. 2007, p. 54-70. URL: http://www.almanack.usp.br/
RESUMO. A partir da consideração de todos os inventários post-mortem
relativos ao lapso temporal que se estende de 1753 a 1756 e presentes no 1o e no
2o ofício do Arquivo da Casa Setecentista de Mariana (366 no total), o autor
estabelece o padrão da posse de escravos no termo de Vila do Carmo - parte
integrante da comarca de Vila Rica, capitania de Minas Gerais -, assim como
analisa as flutuações do preço dos cativos. Objetivando melhor compreender
tal padrão e flutuações o articulista, por vezes, busca empreender uma
análise comparativa entre o recorte cronológico abordado e o período de 1750
a 1850.
MELO,
José Evando Vieira de. Senhores, escravos e engenhos em Piracicaba, 1850-1889.
Comunicação apresentada no II Seminário de História do Açúcar:
Trabalho, População e Cotidiano. Itu (SP), novembro de 2007.
RESUMO. Além das atividades econômicas básicas da localidade - açúcar e
café -- o autor analisa a presença da produção da aguardente, a estrutura de
posse dos escravos alocados em tais ocupações e a relação entre o tamanho
dos plantéis e os níveis de produção.
MERIÑO
FUENTES, María de los Ángeles. La deconstrucción de un mito: Propietarios vs
refaccionistas en la Cuba del siglo XIX. Comunicação apresentada no II
Seminário de História do Açúcar: Trabalho, População e Cotidiano. Itu
(SP), novembro de 2007.
RESUMEN, Los estudios sobre la historia azucarera cubana del siglo XIX
concuerdan en señalar que las fórmulas crediticias empleadas para el
financiamiento de la producción fueron los préstamos de dineros a un interés
fijo y el contrato de refacción para la realización de la zafra. El análisis
de la correspondencia sostenida entre 1838 y 1845 por José María Mantilla,
propietario del ingenio Santo Cristo de la Salud de la Sonora en la
jurisdicción de Bejucal, La Habana, y el comerciante León García, de los
comprobantes de gastos y de los inventarios de la hacienda, nos permitirá
constatar el estrecho vínculo creado entre el productor de azúcar y el
refaccionista, quien en virtud de las condiciones-garantías impuestas
terminará apareciendo como el gran responsable de la ruina y los descalabros
del productor. Sin embargo, al examinar en detalle dicha relación,
encontraremos al refaccionista, más que interesado en convertirse en
propietario de ingenio, proponiéndose recuperar el dinero invertido en
maquinarias, alimentos y vestuario para los esclavos, salarios de los empleados
libres, e incluso en los gastos suntuarios de sus deudores, quienes muchas veces
lo arrastrarán al desastre del proyecto en que se aventuraron. La historia del
ingenio La Sonora nos permitirá reflexionar desde otro ángulo sobre el papel
de los medianos y pequeños comerciantes en la refacción azucarera cubana.
MORAIS,
Christianni Cardoso. Ler e escrever: habilidades de escravos e forros? Comarca
do Rio das Mortes, Minas Gerais, 1731-1850. Revista Brasileira de Educação,
set./dez. 2007, vol.12, n. 36, p. 493-504.
RESUMO. Neste artigo busca-se analisar as relações estabelecidas entre
escravos e ex-cativos (forros) com a cultura escrita, a partir de um recorte de
longa duração (1731-1850) e de um levantamento quantitativo de documentos
produzidos na Comarca do Rio das Mortes, Minas Gerais. As assinaturas foram
elevadas ao estatuto de fontes para inferir os graus de letramento daqueles
capazes de firmar seus nomes. As capacidades autográficas foram coletadas em
processos-crime e testamentos, tendo sido as chancelas originais qualificadas
com o auxílio de uma escala de assinaturas. Outras fontes analisadas foram as
notícias de venda ou fuga de escravos, publicadas em um periódico do
Oitocentos, uma vez que alguns anúncios informavam se os escravos sabiam ler e
escrever. Ao longo do período analisado percebeu-se uma continuidade na posse
de técnicas de leitura e escrita por parte dos homens que exerciam ofícios
especializados, como os alfaiates, pedreiros e carpinteiros.
MOREIRA,
Paulo Staudt & TASSONI, Tatiani de Souza. As cartas de alforria de Porto
Alegre (1748-1888). Porto Alegre, EST Edições, 2007, 800 p.
RESUMO. Paulo S. Moreira e Tatiani de Souza Tassoni, integrante da equipe do
catálogo do Arquivo Público do Rio Grande do Sul, publicaram essa obra baseada
em aproximadamente 14.000 verbetes de alforrias do Rio Grande do Sul e nos
óbitos de escravos da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, visando a
contribuir com os estudos sobre a escravidão e sobre o papel do negro na
história gaúcha.
MOURA,
Zilda Alves de. O cotidiano escravista em Mato Grosso na obra de viajantes. Caderno
de Resumos do VII Encontro da ANPUH/RS, 2004, p. 46.
RESUMO. Com base em relados de viajantes, a autora analisa os diversos aspectos
da organização social, familiar, religiosa e econômica da sociedade
escravista de Mato Grosso. (Extraído de XAVIER, Regina Célia Lima (org.). História
da escravidão e da liberdade no Brasil meridional: guia bibliográfico.
Porto Alegre, Ed. da UFRGS, 2007).
NOGUERÓL,
Luiz Paulo Ferreira. Mercado regional de escravos: padrões de preços em Porto
Alegre e Sabará, no século XIX - elementos de nossa formação econômica e
social. Ensaios FEE, v. 23, n. especial, 2002, p. 539-64.
RESUMO. O autor analisa, com base em dados obtidos em inventários post-mortem, os preços de escravos no século XIX em duas regiões brasileiras:
Sabará, em Minas Gerais, e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Verifica,
mediante a consideração de alguns dados estatísticos, a existência de um
mercado regional de escravos a uni-las, assim como indica elementos da dinâmica
econômica de cada uma com base em elementos da demografia escrava. (Extraído
de XAVIER, Regina Célia Lima (org.). História da escravidão e da liberdade
no Brasil meridional: guia bibliográfico. Porto Alegre, Ed. da UFRGS,
2007).
PERERA
DÍAZ, Aisnara. El universo de Hipólito criollo: trabajo y vida cotidiana en el
ingenio La Sonora. Cuba (1798-1845). Comunicação apresentada no II
Seminário de História do Açúcar: Trabalho, População e Cotidiano. Itu
(SP), novembro de 2007.
RESUMEN. La renovación historiográfica que ha significado el asumir que la
plantación azucarera como entidad autónoma y mundo cerrado, fue más que nada
un ideal de quienes alentaron su adopción como sistema pero muy pocas veces una
realidad social, ha permitido que nos enfrentemos a un viejo objeto de estudio
con nuevas miradas y perspectivas de análisis. Así desde la historia social de
la plantación nos proponemos revisitar - mediante la reconstrucción de
familias desde los registros parroquiales, el análisis de los inventarios
realizados y las testamentarías de los dueños - el estudio de la cotidianidad
del ingenio La Sonora -primero en utilizar el trapiche horizontal en Cuba - en
el momento en que sus propietarios se afanaban en su transformación dentro del
modelo plantacionista. A través de las relaciones establecidas entre sus
habitantes y el exterior y más específicamente de la historia de vida de
Hipólito, esclavo criollo, de oficio carpintero - que en medio de la crisis que
se produce a la muerte de su propietario emprende una acción legal por su
libertad - conoceremos, además de la composición de la dotación y la
organización productiva del ingenio, los márgenes generados para la
negociación entre esclavos, administradores y habitantes del pueblo más
cercano. Así también, sobre los desajustes que un fracaso financiero creaba
sobre la comunidad de cautivos - siendo por lo general la quiebra de las
relaciones y de la comunidad que trabajosamente se había forjado, la
consecuencia más probable que un traspaso de dominio podía traer consigo -, y
pocos los que como Hipólito, sacaban provecho de situaciones como estas.
PETIZ,
Silmei de Sant'Ana. Família escrava na fronteira oeste da Província de São
Pedro do Rio Grande do Sul colonial. Caderno de Resumos do VIII Encontro
Estadual de História - ANPUH/RS, 2006, p. 98.
RESUMO. O autor estuda a existência de relações familiares entre cativos que
viveram em uma área de conflitos entre portugueses, espanhóis e remanescentes
indígenas que habitavam a porção ocidental da Província, nos meados do
século XVIII e início do XIX. (Extraído de XAVIER, Regina Célia Lima (org.).
História da escravidão e da liberdade no Brasil meridional: guia
bibliográfico. Porto Alegre, Ed. da UFRGS, 2007).
RICUPERO,
Rodrigo Monteferrante. A questão da mão-de-obra nos engenhos de açúcar na
virada do século XVI para o XVII. Comunicação apresentada no II Seminário
de História do Açúcar: Trabalho, População e Cotidiano. Itu (SP),
novembro de 2007.
RESUMO. O autor considera o relacionamento do elemento adventício com os
índios bem como as distintas formas de ocupação da mão-de-obra indígena
pelo colonizador luso e a importância de seu uso por período de tempo que se
estendeu até o meado do século XVII.
ROCHA,
Ilana Peliciari. Imigração internacional em São Paulo: retorno e
reemigração, 1890 - 1920. São Paulo, FFLCH-USP, Dissertação de
mestrado, 2007, mimeografado.
RESUMO. Este estudo sobre imigração internacional em São Paulo do fim do
século XIX e início do século XX aborda o refluxo dos migrantes pela
reemigração e pelo retorno. Apresenta o fenômeno com a perspectiva do
movimento imigratório internacional, como parte importante de um movimento
maior e mais dinâmico, e não apenas como reflexo das condições econômicas e
sociais locais. Analisa o perfil dos imigrantes em refluxo com base nas listas
de bordo de saída do porto de Santos em 1908 e dos relatórios oficiais entre
1890 e 1920. As fontes permitiram identificar o destino, a nacionalidade, os
vínculos familiares, idade, sexo e a religião dos envolvidos. Essas
características foram interpretadas e relacionadas com os condicionantes
econômicos e demográficos, bem como com os padrões definidos pela
historiografia da imigração.
SANTOS,
Ynaê Lopes dos. Autonomia escrava na formação do Estado Nacional brasileiro:
o caso do morar sobre si no Rio de Janeiro. São Paulo, IEB-USP, Almanack
Brasiliense: Revista Eletrônica, n. 6, nov. 2007, p. 101-113. URL: http://www.almanack.usp.br/
RESUMO. A maior mibilidade escrava, característica dos grandes centros urbanos,
permitiu que o alargamento da autonomia cativa também se expressasse por meio
da atividade do morar, criando a prática de o escravo morar sobre si, prática
na qual os escravos não habitavam a casa de seus senhores. A autora do presente
trabalho examina as formas pelas quais o Estado Nacional brasileiro lidou com
essa prática no Rio de Janeiro, a fim de estender até que ponto ele pôde
legislar sobre a autonomia escrava.
SCHERER,
Jovani de Souza. Entre o cativeiro e a liberdade: notas sobre as alforrias em
Rio Grande, século XIX. Cadernos de Resumos do VIII Encontro Estadual de
História - ANPUH/RS, 2006, p. 100.
RESUMO. Apesar de o Rio Grande haver sido um dos principais centros escravistas
da Província, não há muitos estudos sobre o tema. Neste trabalho são
apresentados alguns resultados preliminares de pesquisa sobre as alforrias
concedidas durante o século XIX na aludida localidade de Rio Grande; tais
resultados referem-se à análise de características como sexo, origem, idade e
a cor dos alforriados, estabelecendo-se seu perfil em relação aos tipos de
cartas de liberdade definidas como gratuitas, sob condições e mediante
indenização. (Extraído de XAVIER, Regina Célia Lima (org.). História da
escravidão e da liberdade no Brasil meridional: guia bibliográfico. Porto
Alegre, Ed. da UFRGS, 2007).
SCHERER,
Jovani de Souza & ROCHA, Marcia Medeiros (coordenadoras). Documentos da
escravidão: catálogo seletivo de cartas de liberdade, acervo dos tabelionatos
do interior do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, CORAG / Rio Grande do Sul,
Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos, Deparatmento de Arquivo
Público, 2006, 1.234 p.
APRESENTAÇÃO. Nos documentos publicados encontram-se dados concernentes a
cartas de alforria. Tal material foi reunido em dois volumes que podem ser
acessados nos endereços indicados abaixo.
http://www.apers.rs.gov.br/arquivos/1169142561.Cat_Sel_Cartas_Liberdade_Vol_1.pdf
http://www.apers.rs.gov.br/arquivos/1169225608.Catalogo_Seletivo_Cartas_Liberdade_Volume_2.pdf
WAGNER,
Ana Paula. As relações familiares dos pretos forros na paróquia de Nossa
Senhora do Desterro (1800-1819). Anais do Simpósio Nacional de História,
1999, p. 832.
RESUMO. A autora analisa a família dos forros visando a identificar as
configurações familiares. (Extraído de XAVIER, Regina Célia Lima (org.). História
da escravidão e da liberdade no Brasil meridional: guia bibliográfico.
Porto Alegre, Ed. da UFRGS, 2007).
WAGNER,
Ana Paula. Associações familiares: um estudo sobre os libertos e negros livres
em Desterro (1800-1819). VIII Encontro Estadual de História - História
experiências e desafios ANPUH/SC, 28 a 31 de agosto 2000, p. 99.
RESUMO. A autora busca informações para observar famílias e suas redes de
parentesco com vistas a encontrar resposta para várias indagações tais como a
lógica das escolhas matrimoniais, a procedência dos indivíduos, nomes dos
pais, padrinhos etc. (Extraído de XAVIER, Regina Célia Lima (org.). História
da escravidão e da liberdade no Brasil meridional: guia bibliográfico. Porto
Alegre, Ed. da UFRGS, 2007).
WAGNER,
Ana Paula. Olhares sobre as famílias de libertos na ilha de Santa Catarina. Cadernos
de Programa e Resumos do V Encontro da ANPUH/RS, 25 a 28 de junho 2000, p.
33.
RESUMO. A comunicação reporta um estudo particular sobre a família de
libertos que viviam na paróquia de Nossa Senhora do Desterro - Ilha de Santa
Catarina. A autora pretende entender as relações de aliança e
consangüinidade existentes entre tais famílias. (Extraído de XAVIER, Regina
Célia Lima (org.). História da escravidão e da liberdade no Brasil
meridional: guia bibliográfico. Porto Alegre, Ed. da UFRGS, 2007).
XAVIER,
Regina Célia Lima (organizadora). História da escravidão e da liberdade no
Brasil meridional: guia bibliográfico. Porto Alegre, Editora da UFRGS,
2007.
RESUMO. Este guia bibliográfico destina-se a todos que se interessam pela história
do Brasil e pela temática da escravidão e do pós-abolição na constituição
das sociedades sulinas. Ele reúne em uma vasta pesquisa bibliográfica 851 títulos
acadêmicos (comunicações em congressos, artigos, livros, dissertações e
teses), com seus respectivos resumos, referentes ao Rio Grande do Sul, Paraná e
Santa Catarina, desde as últimas décadas do século XIX até 2006. Tem como
objetivo tanto estimular pesquisas inovadoras quanto reflexões historiográficas
sobre a história dos africanos e seus descendentes no Brasil meridional.
Para redigirmos os resumos apresentados abaixo servimo-nos do Caderno de Resumos do 3o. Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional, realizado em Florianópolis, 2 a 4 de maio de 2007. São Leopoldo, Oikos Editora, 2007. Acompanha CD-ROM com os Anais do Encontro do qual consta a versão integral dos textos.
ALADRÉN,
Gabriel. Crioulos e africanos libertos em Porto Alegre: padrões de Alforria e
atividades econômicas (1800-1835).
RESUMO. O autor apresenta os resultados de uma
pesquisa sobre os padrões de alforria e a inserção econômica de libertos em
Porto Alegre no período 1800-1835. As fontes utilizadas foram as cartas de
alforria e os inventários post-mortem de forros.
BACELLAR,
Carlos de Almeida Prado. Criando porcos e arando a terra: família e compadrio
entre os escravos de uma economia de abastecimento (São Luís do Paraitinga,
Capitania de São Paulo, 1773-1840).
RESUMO. A análise diz respeito a três aspectos distintos da vida escrava:
formação de famílias, escolha de padrinhos e madrinhas nos batismos de seus
filhos, e a constituição de redes de solidariedade dentro e fora dos
domicílios em que viviam tais cativos. A localidade estudada é São Luís do
Paraitinga, pequena vila do vale do Rio Paraíba, situada na parte norte da
capitania de São Paulo.
BERUTE,
Gabriel Santos. Dos escravos que partem para os portos do sul: características
demográficas dos cativos traficados para o Rio Grande de São Pedro, c.1790-
c.1825.
RESUMO. O autor analisa as características demográficas dos escravos
traficados para o Rio Grande de São Pedro do Sul no período entre 1790 e 1825.
A periodização proposta compreende duas conjunturas distintas do tráfico
atlântico de escravos, uma de estabilidade (entre 1790 e 1802) e outra de
aceleração (de 1809 a 1825). Deste modo é possível estabelecer a
comparação das aludidas características entre os dois períodos assinalados.
FERREIRA,
Roberto Guedes. Censos e Classificação de Cor em Porto Feliz (São Paulo,
Século XIX).
RESUMO. Nem sempre as cores descritas nas listas nominativas, bem como os dados
que contêm, são as mesmas dos mapas de população. Tal discrepância conduz a
trabalhar com a hipótese de que havia dois critérios para classificar a cor da
população. O primeiro era utilizado nos mapas de população para referir uma
coletividade abstrata. O segundo, expresso nas listas nominativas, alude a uma
observação pontual, dirigida às pessoas/famílias presentes nos domicílios.
Portanto, o registro de determinada cor dependia, entre outros aspectos, da
fonte e da idiossincrasia de quem o fazia.
FRANCO
NETTO, Fernando. A propriedade de escravos em Guarapuava no século XIX.
RESUMO. O trabalho vota-se à análise pormenorizada das características das
propriedades de escravos na região de Guarapuava, no Centro-Oeste do Paraná,
durante grande parte do século XIX. Para a primeira metade do século foram
utilizadas as listas nominativas e, para a segunda, as fontes principais são os
inventários post-mortem.
LIMA,
Henrique Espada. Alforrias na Ilha de Santa Catarina, 1829-1888.
RESUMO. Nesta comunicação são apresentados os dados sobre o levantamento das
alforrias registradas nos Cartórios de Notas da Ilha de Santa Catarina no
século XIX. Trata-se de parte dos resultados de trabalho que vem sendo
realizado sob minha coordenação, no âmbito do projeto de pesquisa intitulado
"Arranjos de liberdade e de trabalho entre a escravidão e o
pós-emancipação: um estudo sobre os fundos cartoriais na Ilha de Santa
Catarina no século XIX".
MACHADO, Cacilda. Compadrio de escravos & paternalismo
o caso da Freguesia de São José dos Pinhais (PR), na passagem do século XVIII
para o XIX.
RESUMO. Mediante o cruzamento dos dados de registros paroquiais (batismo,
casamento e óbito) com censos domiciliares (listas nominativas de habitantes) e
a genealogia de uma família senhoria, a autora realizou um estudo sobre
compadrio de escravos e forros que viveram na freguesia de São José dos
Pinhais (PR) na passagem do século XVIII para o XIX.
MAIA,
Moacir Rodrigo de Castro. Por uma nova abordagem da solidariedade entre escravos
africanos recém-chegados a América (Minas Gerais, século XVIII).
RESUMO. Os assentos paroquiais de batismo da então Vila de Nossa Senhora do
Carmo (atual Mariana), a serem analisados, são reveladores de como muitos
cativos - principalmente os vindos da chamada Costa da Mina - se (re)organizavam
no cativeiro já nos primeiros meses de chegada à nova terra. O autor busca
desvendar o significado do apadrinhamento entre os adultos traficados.
ODA,
Ana Maria Galdini Raimundo & OLIVEIRA, Saulo Veiga. Registros de suicídios
entre escravos em São Paulo e na Bahia (1847-1888): notas de pesquisa.
RESUMO. Nesta comunicação, como introdução, mencionamos os debates sobre a
relação entre suicídio e alienação mental no século XIX, o suicídio de
escravos na historiografia brasileira e os estudos mais recentes sobre o tema. A
seguir são apresentados os resultados preliminares de estudos sobre suicídios
entre escravos na Bahia e em São Paulo, com base em estatísticas policiais dos
relatórios dos presidentes destas províncias.
OSÓRIO,
Helen. Para além das charqueadas: estudo do padrão de posse de escravos no Rio
Grande do Sul, segunda metade do século XVIII.
RESUMO. No Rio Grande, como sabido, a sociedade escravista não se resumiu aos
charqueadores e seus escravos. Em estudos anteriores, utilizando uma amostra de
inventários do período 1765-1825, a autora determinou que 79% dos
proprietários detinham até 9 escravos, e que predominavam os plantéis com
até 4 cativos (52%). Havia, portanto, um amplo setor de homens livres
detentores de pequenos plantéis. A pesquisadora propõe-se, agora, a estudar
outras freguesias da capitania, até o final do século XVIII, relacionando a
posse de escravos com as diferentes atividades econômicas desenvolvidas naquela
quadra: pecuária, agricultura e ofícios urbanos. Destarte, estará apta a
comparar o padrão vigente no Rio Grande com o que vigorava em outras capitanias
do Brasil.
PETIZ,
Silmei de Sant'Ana. Considerações sobre a família escrava da Fronteira Oeste
do Rio Grande de São Pedro (1750-1835).
RESUMO. A autora estuda as relações familiares forjadas pelos escravos que
viveram na fronteira oeste da Capitania (depois Província) do Rio Grande se
São Pedro. Seu objetivo principal é enfocar o escravo como um agente
histórico que, mesmo sob as pressões da lógica escravista, foi capaz de
desenvolver e manter relações estáveis com outros cativos, possibilitando a
instituição de uma comunidade escrava com relativa autonomia quanto às
interferências senhoriais. São estudadas as freguesias de Rio Pardo,
Cachoeira, Caçapava e Encruzilhada e os documentos utilizados compreendem
registros paroquiais de batismos, casamentos e óbitos, fontes cartoriais tais
como inventários post-mortem e cartas de liberdade.
PÔRTO,
Ângela. Fontes documentais do arquivo da Santa Casa de Misericórdia do Rio de
Janeiro para a história do tratamento de escravos na segunda metade do século
XIX.
RESUMO. No momento nos detemos na análise do conjunto documental do Arquivo da
Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Pretendemos mostrar nessa
comunicação um aspecto um pouco mais amplo do tratamento das doenças em
escravos, no Hospital da Santa Casa, fazendo uso, não apenas dos registros de
óbitos, mas, também, de variada documentação.
RIBEIRO,
Alexandre Vieira. Padrão e perfil do comércio de escravos da Bahia para o Rio
Grande do Sul e Colônia do Sacramento, 1760-70/1811-20.
RESUMO. O fluxo de cativos da Bahia para a extremidade sul da América
portuguesa pode ser entendido como sendo constituinte da terceira perna do
tráfico atlântico baiano (a primeira seria do interior africano aos portes de
embarque; a segunda a travessia atlântica até o porto de Salvador). Nesta
comunicação o autor, com base na análise dos registros de despachos de
escravos da cidade de Salvador nos períodos 1760-70 e 1811-20, visou a traçar
o perfil desse comércio, bem como o padrão demográfico da escravaria remetida
para o Rio Grande do Sul e para a Colônia do Sacramento. Também são
contemplados os agentes que atuavam nessa atividade, observando-se sua
inserção nas sociedades baiana e sulista.
SANTOS,
Ynaê Lopes dos. Arranjos escravos de moradia no Rio de Janeiro 1808-1850.
RESUMO. A autora examina diferentes arranjos quanto ao local de moradia de
escravos do Rio de Janeiro. Para tanto serviu-se de relatos de viajantes,
documentação policial, posturas municipais, licenças e pedidos encaminhados
à Câmara Municipal e inventários post-mortem.
SBRAVATI,
Daniela. Cativeiro e propriedade em Desterro na segunda metade do século
XIX.
RESUMO. A autora toma como tema central a figura da mulher proprietária de
escravos. Seu objetivo central é traçar o perfil dessas proprietárias e
analisar as relações entre senhoras e seus cativos.
SCHANTZ,
Ana Paula Dornelles. Mulheres libertas e livres de cor em Porto Alegre e Viamão,
Rio Grande de São Pedro (1747-1808).
RESUMO. A autora visa a dar visibilidade às mulheres libertas e livres de cor
de Viamão e Porto Alegre do final do século XVIII. São pesquisadas as
relações familiares estabelecidas por essas mulheres e a situação econômica
em que viviam, foram analisadas separadamente libertas (pretas forras) e livres
de cor (pardas forras) a fim de se evidenciar nas diferenças sociais e
econômicas entre tais grupos.
SCHERER,
Jovani de Souza. A nação da liberdade: Os minas e outros grupos de
procedência em Rio Grande (1810-1865).
RESUMO. A pesquisa visa a apresentar algumas hipóteses relativas ao predomínio
da "nação" Mina entre a população alforriada da cidade de Rio
Grande.
SILVA,
Denize Aparecida da. Estigmas e fronteiras: atribuição de procedência e cor
dos escravos na freguesia de Nossa Senhora da Graça (1845/1888).
RESUMO. Observar as designações atribuídas aos africanos e seus descendentes
sobre sua procedência e cor, segundo alguns autores, pode levar a reconhecer de
forma mais apurada as relações sociais construídas por estas populações ao
longo da história do Brasil Para observar estes aspectos da história dos
escravos e de seus descendentes na freguesia de Nossa Senhora da Graça foram
pesquisados os registros de batismo dos cativos e dos ingênuos no período de
1845 a 1888, assim como os inventários post-mortem de São Francisco do Sul nas
décadas de 1850, 1860 e 1870.
SILVA,
Ricardo Tadeu Caíres. A participação da Bahia no tráfico interprovincial de
escravos (1851-1881).
RESUMO. Este trabalho tem como objetivo principal analisar o impacto do tráfico
interprovincial de escravos da província da Bahia para as províncias cafeeiras
do sudeste do Brasil entre os anos 1851 e 1881.
TEIXEIRA,
Luana. Trabalho escravo na produção pecuária: São Francisco de Paula de Cima
da Serra (Rio Grande de São Pedro, 1850-1871).
RESUMO. São Francisco de Paula localiza-se na serra rio-grandense e
caracterizou-se, no correr do século XIX, como uma região de produção
pecuária. Nesta comunicação são apresentadas evidências concernentes ao
padrão de posse de escravos, estrutura demográfica da população cativa e
composição da riqueza, atentando-se para o peso relativo dos escravos
possuídos nos ativos totais. Para tanto, a autora serviu-se de inventários
post-mortem.
Biblioteca
Digital Mundial e Biblioteca Nacional Digital
Foi lançado, durante a 37ª Conferência Geral da Unesco, em outubro passado, o protótipo da Biblioteca Digital Mundial, uma iniciativa da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos e da própria Unesco. Juntas, elas pretendem digitalizar importantes documentos, cartas, fotos e mapas nas seis línguas oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU): inglês, francês, espanhol, árabe, chinês e russo. Além das línguas oficiais da ONU, todo o material também será traduzido para o português, isto porque a Biblioteca Nacional do Brasil, localizada no Rio de Janeiro, é parceira do projeto, ao lado da Biblioteca de Alexandria, da Biblioteca Nacional do Egito e da Biblioteca Nacional da Rússia. De acordo com o projeto, a Biblioteca Digital Mundial tem o objetivo de promover o conhecimento e a conscientização internacional e intercultural; expandir o volume e a variedade de conteúdos na web; e capacitar as instituições parceiras de forma a reduzir a exclusão digital dentro e entre os países. Por conta do projeto, a Biblioteca Nacional do Brasil inclusive já digitalizou 1.500 mapas raros dos séculos XVI a XVIII e 42 álbuns com cerca de 1.200 fotografias pertencentes à Coleção Thereza Christina Maria, doada pelo Imperador D. Pedro II à instituição. A coleção de fotografias foi registrada como Patrimônio da Humanidade no Programa Memória do Mundo da Unesco. É possível ainda acessar documentos valiosos, como a obra rara Rerum per octennium in Brasília, produzida em 1647 por Gaspar Barléus, a Arte da Gramática da Língua mais Usada na Costa do Brasil, escrita pelo Padre José de Anchieta bem como manuscritos de Maurício de Nassau e de D. João VI.
Acesse e confira:
Biblioteca Nacional -- http://www.bn.br/bndigital
Biblioteca Digital Mundial -- http://www.worlddigitallibrary.org
OLIVEIRA,
Lelio Luiz de. Heranças guardadas e transições ponderadas: história
econômica do interior paulista, 1890-1920. Franca, UNESP-FHDSS/FACEF, 2006,
230 p.
RESUMO. Este trabalho insere-se numa linha vigorosa de história econômica,
indicando o cruzamento das pesquisas demográficas, da história quantitativa,
associando a análise das tendências populacionais, os fluxos de mercadorias, o
movimento de compra e venda de terras, os perfis fundiários, e o peso das
estruturas culturais, dessa área do serão, solidamente fincada na produção
mercantil de abastecimento interno. Assim, abandonando as rígidas
polarizações entre mercado interno e mercado externo, o livro revela as
especificidades da produção cafeeira, os avanços da modernização e as
transformações da agricultura tradicional. Firmemente ancorado em dados
fundiários, de produção, de transporte, de população e dos níveis de
riqueza, o autor apresenta uma economia que cresceu, ao lado do café, mas
mantendo sua diversidade original. (Extraído da Apresentação redigida por
Vera Lúcia Amaral Ferlini).
SANTOS,
Márcio Achtschin. Mucuri: sociabilidades e cotidiano escravo no século XIX.
Rio de Janeiro, Dissertação de Mestrado, USS, 2006, mimeografado.
RESUMO. O autor analisa as diversas relações escravistas identificadas nos
registros de batismo das paróquias mineiras de Nossa Senhora de Filadélfia e
Nossa Senhora das Graças de Capelinha, no século XIX. Objetiva com este
trabalho discutir, tomando como ponto de partida a particularidade do processo
de desenvolvimento no Mucuri, os possíveis papéis sociais assumidos pelo
batismo, especialmente as estratégias políticas que tanto podem servir de
mecanismos de conquistas do cativo como instrumento de dominação senhorial.
Finalmente, tem a intenção de identificar, com base em fontes documentais e
para o período estudado, elementos da organização socioeconômica dessa
região do leste de Minas Gerais.
Prof.
Livre-docente Gervasio Rodrigo Neves
Rua Riachuelo, 1305/601
9010-271 Porto Alegre. Rio Grande do Sul
E-mails: gear@pop.com.br / ihgrgs@terra.com.br
Vinculado ao Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul.
Interesses imediados: Organização do arquivo de documentação estatística
antiga; idem de mapas do Rio grande do Sul. Pesquisa em andmento: "O quadro
demográfico do Rio Grande do Sul em 1808. Governo de Paulo Gama".
Pesquisadora:
APARECIDA BARBOSA DA COSTA
bacharel e licenciada
Instituição a que se vincula: SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA DE MG.
E-mail: cidda_barbosa@hotmail.com
Tipo de pesquisa: ARTIGO.
Título da pesquisa: ANÁLISE E ESTRUTURA DAS FUGAS DE ESCRAVOS DA LEAL VILA DE
NOSSA SENHORA DO RIBEIRÃO DO CARMO E SEU TERMO (1711-1750).
RESUMO. O presente trabalho é um resgate de parte da história da escravidão em Minas Gerais, pretende-se analisar alguns aspectos de uma das formas de resistência contra o escravismo: a fuga de escravos. O enfoque da pesquisa volta-se para as áreas mineratórias e urbanas da Vila do Ribeirão do Carmo e suas imediações, no período compreendido entre 1711 e 1750; 1711 correspondente ao ano de elevação do antigo Ribeirão, de arraial, à dignidade de Vila. Nesse ano registra-se o primeiro planejamento de fuga e revolta de escravos ocorrida naquelas imediações, quando São Paulo e Minas do Ouro constituíam uma só Capitania, desmembrando-se do Rio de Janeiro, em decorrência à disputa pelo ouro entre paulistas e emboabas. O final do período selecionado equivale à fase de declínio da produção mineral, devido à voracidade do fisco e à tributação sobre escravos; com essas medidas a Real Fazenda gerava pobreza e fazia diminuir a compra de cativos pelos colonos. Com respeito ao período em epígrafe, a pesquisa se reterá, em sua maior parte, entre os anos de 1723 e 1735, momento de maior prosperidade econômica e conseqüentemente de maior número de tentativas de fugas devido aos exaustivos trabalhos e excessivas práticas de repressão contra os escravizados. Assim, o objetivo específico do trabalho é investigar os diversos tipos de fugas de homens, mulheres e crianças que ocorriam naquela região e o perfil dos fugitivos. As cifras apresentadas no trabalho se voltarão para as fugas ocorridas para dentro do sistema, ou seja, "para o interior da própria sociedade escravista, onde encontram a dimensão política de luta pela transformação do sistema" (REIS; SILVA, p. 72). As fontes selecionadas para a pesquisa foram extraídas dos fundos Casa dos Contos e Câmara Municipal de Mariana, que se encontram sob guarda do Arquivo Público Mineiro e da Universidade Federal de Ouro Preto -- UFOP. A tipologia documental refere-se aos lançamentos dos reais quintos de 1723 e 1725; aos registros de prisões e alvarás de solturas de escravos presos por fugidos no período 1725-1734 e por último, aos registros dos movimentos financeiros e pagamentos das vendas de escravos de 1735, todos referentes à Vila do Ribeirão Carmo e seu termo. Na análise desses documentos procurou-se obedecer ao seu conteúdo e às modalidades dos objetivos propostos para o trabalho.
CONHEÇA O SISTEMA INTEGRADO DE ACESSO AO ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO
A Secretaria de Estado de Cultura e o Arquivo Público Mineiro, no intuito de democratizar
a consulta aos acervos documentais de Minas Gerais, criaram o Sistema Integrado de Acesso ao Arquivo Público Mineiro - SIA-APM. Trata-se de uma base informatizada que concentra os
instrumentos de pesquisa e parte dos documentos do APM que já estão em meio eletrônico. Este sistema tem por finalidade facilitar a pesquisa no acervo do APM, seja na sede da Instituição ou pela Internet. No SIA já estão disponíveis para consulta milhares de documentos e a coleção da centenária Revista do Arquivo Público Mineiro. Nas próximas etapas, outros bancos de dados contendo instrumentos de pesquisa e/ou novas imagens serão incorporados ao SIA–APM, ampliando o acesso a fundos e coleções que se encontram sob a guarda da instituição.
http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br//
VIII
TALLER INTERNACIONAL DE HISTORIA REGIONAL Y LOCAL
La Habana, Cuba, 23 al 25 de abril del 2008
PRIMERA CONVOCATORIA
El Instituto de Historia de Cuba y la Unión de Historiadores de Cuba (UNHIC), convocan a los especialistas en Historia Regional y Local y de aquellas ciencias y disciplinas afines a esta, a reflexionar y debatir sobre todos aquellos problemas que nos conciernan.
Para ler o texto integral da "Convocatoria"
IIIº ANO do CONCURSO DE MONOGRAFIA - ARQUIVO DA CIDADE PRÊMIO AFONSO CARLOS MARQUES DOS SANTOS/2008 - INSCRIÇÕES ABERTAS
O projeto Concurso de Monografia Arquivo da Cidade/Prêmio Afonso Carlos Marques dos Santos tem como finalidade selecionar um estudo que tome o Rio de Janeiro como tema, quer enfocando o passado da cidade, na linha do resgate histórico, quer tratando de nossa história mais recente, fornecendo análises e discussões sobre o Rio contemporâneo. Podem ser inscritos trabalhos nas áreas de história, geografia, antropologia, arquitetura, urbanismo, saúde e cultura em geral, desde que entre as fontes consultadas figurem documentos iconográficos,manuscritos ou impressos pertencentes ao acervo do Arquivo da Cidade. Para mais informações