Ano XV, no. 53, outubro de 2008
SUMÁRIO
Neste número privilegiamos dois elementos básicos para a boa informação de nossos leitores: artigos e um avultado número de resumos cujos originais podem ser lidos em suas versões integrais. Todo este material refere-se a distintos encontros e seminários distribuidos por várias regiões do país. Os problemas aventados, ademais, cobrem um amplo espectro de nossa história populacional e econômica. Cumprindo nosso papel de divulgadores dos estudos desenvolvidos em nossa área de especialização sentimo-nos autorizados a conclamar os colegas a que nos enviem notícias concernentes aos seus trabalhos publicados ou apresentados nas reuniões nas quais somos acolhidos e cujo número vê-se aumentado a cada ano.
MATA,
Karina Paranhos da. Padrões de riqueza nas Minas Gerais: um perfil dos homens
mais ricos (1713-1750).
RESUMO. O objetivo deste trabalho é apontar quem eram os homens mais ricos da
Vila do Ribeirão do Carmo e seu termo e da Comarca do Rio das Velhas, entre
1713 e 1750; examinar a natureza dos bens possuídos e as atividades econômicas
em que investiam. A finalidade é investigar, mediante a análise das
características do patrimônio desses homens, o padrão de riqueza nessas
localidades. Para isso, identificadas essas pessoas, fizemos um levantamento
detalhado do patrimônio acumulado nas Minas, observando quais e que tipo de
bens possuíam, que itens tinham maior importância e em que atividades
investiam. O presente texto é parte da dissertação de mestrado defendida em
2007. Para ler o texto integral
.
MATA,
Karina Paranhos da. Representação social e riqueza nas Minas Gerais: perfil
dos proprietários de escravos na primeira metade do setecentos.
RESUMO. O presente trabalho tem como tema a análise comparativa da posição
social e da posição econômica dos proprietários de escravos, no século
XVIII, em três importantes distritos mineiros: Vila do Carmo, Vila Rica e Vila
de Sabará. Pretendeu-se lançar luz sobre alguns aspectos relativos ao papel
social e hierárquico dos proprietários de escravos, em meio a uma formação
social heterogênea e "multifacetada". Destacando as relações de
hierarquia e dependência entre a sociedade metropolitana e a colônia, bem como
dentre as estratégias de inserção nas elites locais, o acúmulo de cargos e
privilégios. Para ler o texto integral
.
PRAXEDES,
Vanda Lucia & DIAS, Gedey Aparecida Galvão Pimenta & OLIVEIRA, Lívia
Gabriele de. História de liberdade: trajetórias de negros e negras forras em
Minas Gerais no século XIX - as alforrias em Diamantina. Comunicação
apresentada no XVI Encontro Regional de História da ANPUH-MG. Belo Horizonte,
20 a 25 de julho de 2008.
RESUMO. Esta pesquisa teve como objetivo identificar os tipos e as condições
em que ocorreram as alforrias de escravos que viveram na antiga Comarca do Serro
Frio. Utilizou-se como corpus documental 344 Cartas de Liberdade ou Cartas de
Alforria, do século XIX referentes à cidade de Diamantina e região
circunvizinha, que no século XVIII faziam parte da chamada Comarca do Serro
Frio. Essas Cartas compõem, juntamente com outros tipos de requerimentos e
petições, o Livro de Notas do Tabelionato e estão sob a guarda do IPHAN, na
Biblioteca Antonio Torres, em Diamantina. Foram identificados Livros de Notas
referentes aos Cartórios do Primeiro, Segundo e Terceiro Ofício, com registros
de Alforrias do período de 1831 a 1888. A análise das cartas de liberdade
permitiu-nos traçar o perfil demográfico desses alforriados bem como
identificar que entre os tipos de alforrias, as mais recorrentes foram: as pagas
(30,6%), as condicionais (37,9%), as mistas - pagas aliadas a alguma condição
- (5,8%) e aquelas sem condição, 25%. Pelo número significativo de alforrias
condicionais, pode-se afirmar que esta foi uma estratégia largamente utilizada
pelo grupo senhorial, em especial na região diamantífera, como meio de
garantir a obediência e a lealdade do escravo ao seu senhor, mantendo assim
laços de dependência e relações sociais subalternas, que provavelmente foram
reproduzidas pelas gerações seguintes. E mais, ao contrário das alforrias
pagas à vista - em que os escravos entravam imediatamente em gozo da liberdade,
os que as obtiveram de modo condicional mantiveram-se de alguma forma presos aos
seus proprietários. Nesse sentido é possível que uma grande parcela desses
homens e mulheres mesmo com a carta de liberdade em mãos tenha passado toda a
sua existência sob o cativeiro. Para ler o texto integral
.
BRÜGGER,
Sílvia Maria Jardim. Casar-se em Minas: uma análise das uniões matrimoniais
na Comarca do Rio das Mortes (1820-1850). Comunicação apresentada no VIII
Encontro Regional de História da ANPUH-RJ. Vassouras, 1998. Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/1998/autor/Silvia
Maria Jardim Brugger.doc
RESUMO. Neste trabalho proponho-me a fazer algumas considerações iniciais
sobre as práticas matrimoniais da população mineira no século XIX. Na
verdade, possuo ainda mais questões do que respostas a serem apresentadas, mas
procurarei apontar caminhos que poderão ser profícuos na análise das
vivências familiares e, mais especificamente, conjugais desta sociedade. Por
ora, atenho-me ao período compreendido entre os anos de 1820 e 1850, que,
segundo Carla Almeida, seria marcado pela consolidação da "economia
mercantil de subsistência". A pesquisa tem como cenário a Comarca de Rio
das Mortes, de modo especial, a região abarcada pela Vara Eclesiástica de São
João del Rei, que se encontrava dentro dos limites daquela Comarca.
BRÜGGER,
Silvia Maria Jardim. Compadrio de escravos (São João del Rei - séculos XVIII
e XIX). Comunicação apresentada no X Encontro Regional de História da
ANPUH-RJ. Rio de Janeiro, UERJ, 2002. Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/2002/Comunicacoes/Brugger%20Silvia%20M%20J.doc
RESUMO. Longe se está, hoje, de uma historiografia que questionava a
existência de relações familiares entre os cativos e afirmava um decorrente
comportamento sexual classificado como promíscuo. A família escrava tem sido,
atualmente, objeto de várias pesquisas que procuram demonstrar o equívoco dos
que apontavam para o desregramento moral e a promiscuidade sexual em que viviam.
A partir da análise de dados demográficos, comprovou-se, em diversas regiões,
a existência de laços familiares estáveis entre os escravos, fossem eles
consolidados legalmente perante a Igreja Católica ou não. Além disso,
importantes estudos têm-se dedicado ao estudo do parentesco ritual no
cativeiro. É a este aspecto - o compadrio entre os escravos - que se dedica
esta comunicação, tendo como cenário a região de São João del Rei, Minas
Gerais, durante o século XVIII e a primeira metade do XIX.
FALCI,
Miridan Britto K. Comparando a saúde e morte de mulheres escravas no século
XIX no Brasil. Comunicação apresentada no XI Encontro Regional de História da
ANPUH-RJ. Rio de Janeiro, UERJ, 2004. Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/2004/Simposios%20Tematicos/Miridan%20Britto%20K%20Falci.doc
RESUMO. Este artigo pretende revelar as condições de vida de mulheres escravas
comparando observações empíricas pinçadas em documentos demográficos
históricos. Trabalha com pressupostos de que a observação do historiador
caminha similarmente à dos médicos.
FERREIRA,
Roberto Guedes. Fontes paroquiais: considerações sobre a demografia e o
parentesco entre os escravos. Comunicação apresentada no VIII Encontro
Regional de História da ANPUH-RJ. Vassouras, 1998. Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/1998/autor/Roberto
Guedes Ferreira.doc
RESUMO. Este estudo ressalta a importância de fontes paroquiais para estudos
acerca da escravidão brasileira. Especificamente, lançarei mão dos registros
de batismo de escravos da freguesia de São José do Rio de Janeiro, entre os
anos de 1802 e 1821.
FERREIRA,
Roberto Guedes. Micaela Joaquina de Jesus e outras escravas: o intercurso sexual
entre senhores e escravas como estratégia de mobilidade social de mulheres
cativas na corte do Rio de Janeiro (primeira metade do século XIX).
Comunicação apresentada no X Encontro Regional de História da ANPUH-RJ. Rio
de Janeiro, UERJ, 2002. Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/2002/Comunicacoes/Roberto%20Guedes%20Ferreira.doc
RESUMO. Na primeira metade do século XIX, a escrava Micaela Joaquina, parda,
que costurava e engomava, teve relações sexuais com seu senhor, resultando no
surgimento de prole. Como ela, outras escravas tiveram filhos com seus senhores.
Este texto analisa fragmentos de histórias de vida dessas mulheres, com o
objetivo de destacar os ganhos materiais e simbólicos que tiveram a partir do
intercurso sexual com seus senhores.
KARAAN,
Amir Ibrahim. Os libaneses no Brasil. Comunicação apresentada no VIII Encontro
Regional de História da ANPUH-RJ. Vassouras, 1998. Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/1998/autor/Amir
Ibrahim Karaan.doc
RESUMO. O autor oferece uma visão geral da bibliografia sobre a imigração de
libaneses para o Brasil.
MATTOS, Regiane Augusto de. A população africana e suas formas de organização social na cidade de São Paulo (1808-1850). Comunicação apresentada no XVII Encontro Regional de História da ANPUH - São Paulo. Campinas, IFCH-UNICAMP, 6 a 10 de setembro de 2004. Disponível em:
www.anpuhsp.org.br/downloads/CD%20XVII/ST%20IV/Regiane%20Augusto%20de%20Mattos.pdf
RESUMO. Esta comunicação foi elaborada com base em dados parciais da pesquisa de mestrado e tem por objetivo apresentar um perfil dos grupos de procedência dos africanos, escravos e libertos, em São Paulo, no período de 1808 a 1850, salientando as suas formas de organização social, em particular as manifestações culturais e religiosas.
MOREIRA,
Paulo Roberto Staudt. Os cativos e os homens de bem: experiências negras no
espaço urbano. Porto Alegre, 1858-1888. Porto Alegre, EST Edições, 2003.
Tese de doutorado defendida sob o título: Os Cativos e os Homens de Bem:
práticas e representações sobre cativeiro e liberdade em Porto Alegre na
segunda metade do século XIX, Porto Alegre, UFRGS, 2001.
APRESENTAÇÃO (escrita pela Profa. Sandra Jatahy Pesavento). Muitos anos de
pesquisa. Muita experiência na vida de arquivo. Muita garra e vontade de dar
voz e dar luz aos anônimos do passado. E lucidez no olhar, brilho na análise.
Como resultado desse longo caminho percorrido por aqueles que teimam em ser
historiadores, uma tese que resultou ser excelente e que foi muito bem defendida
frente a uma banca extremamente qualificada no Programa de Pós-Graduação em
História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mas agora chegou o
momento de Paulo Roberto Staudt Moreira repartir com os leitores da cidade -
que, espero, sejam muitos... - os segredos de uma Porto Alegre negra através de
um livro que em boa hora é publicado. Como professora, amiga, colega,
orientadora, eu acompanhei essa trajetória e posso dizer, sem medo de cair mais
uma vez no lugar-comum, que "ela veio preencher uma lacuna". Nesta
cidade de Porto Alegre do século XIX, que se queria bela, branca, ordenada,
bem-comportada, Paulo partiu em busca dos seus personagens negros, que há tanto
tempo persegue na poeira dos arquivos, nos velhos documentos, nos papéis
esquecidos nas prateleiras, seguindo pistas, pegadas, indícios. Leu discursos
em práticas, descobriu segredos, reuniu fragmentos e compôs com eles tramas.
Deu voz a tal gente sem importância, chegando até a formular, inventiva,
estratégias de ação inusitadas, mas convincentes, portadoras de desejos e
valores estranhos a nós, contemporâneos, mas tudo através de uma narrativa
plausível, redigida em belo estilo. Mapeou trajetos, dramas e malandragens no
jogo dos interesses, reconstituiu vidas. Um livro atraente, como podem ver, uma
obra relevante pela abordagem escolhida, pelo cuidado com que a argumentação
é elaborada; no tecer e retecer dos fios com que é feita a História...Seu
tema, sua questão? Percorrer os caminhos de diversos atores e grupos que
construíram a liberdade dos negros em um mundo de cativos e de homens de bem! A
abolição, mais uma vez? Mas tal tema não estaria, de uma certa forma,
exaustivamente explorado? Ou, talvez mesmo, já esgotado em termos de
interpretação? Este livro vem demonstrar que não, pois nosso autor percorreu
a sociedade da época de ponta a ponta, penetrando nas razões e sentimentos dos
seus diversos atores, reconstituindo experiências do mundo de então. Não se
recusou, com isso, a enfrentar o risco da alteridade do passado, tentando chegar
até lá, naquela estrangeiridade das formas de falar, de pensar e de ação que
levaram os homens de um outro século a agir e a representar o mundo. Das
experiências escravas ao movimento emancipacionista, com suas sociedades e
organizações que, sob o impulso de motivações próprias, foram construindo a
liberdade dos negros, Paulo Roberto foi, aos poucos, resgatando o caprichoso e
intrincado mundo das representações e das práticas sobre o cativeiro e a
liberdade. Trata-se de uma espécie de costura, de um puzzle ou de um mosaico,
em que ele reconstrói, com os tais pedaços do passado, a trama da História.
Um historiador-detetive, enfim, claramente definido! Um arqueólogo dos
arquivos! Um metódico, implacável e terrível capitão de mato das fontes! Por
vezes - aliás, muitas vezes... - os amigos comentam, intrigados, por onde
andará o Paulo, onde ele se esconde quando desaparece de circulação,
misteriosamente... Pois eu sei, minha gente, eu descobri! Ele mergulhou dentro
das fontes, atravessou o espelho, entrou no mundo dos seus personagens, sumiu no
mato, como os negros fugidos, desceu à senzala, para estar com os escravos,
saiu às ruas, disfarçado, para lutar com eles pela liberdade, ou, mais
disfarçado ainda, foi participar das reuniões dos homens de bem para ouvir
suas estratégias e entender as suas motivações... E, quando volta ao nosso
mundo, é distante e discreto, mas corre logo ao seu computador para registrar
tudo o que viu e ouviu. E, com essa estratégia e esse segredo, compõe suas
histórias, das quais é exemplo, é claro, este belo livro!
SILVEIRA,
Alessandra. Família em Nazareth: um estudo sobre a formação da família
escrava em um engenho do Rio de Janeiro, séculos XVIII-XIX. Comunicação
apresentada no VIII Encontro Regional de História da ANPUH-RJ. Vassouras, 1998.
Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/1998/autor/Alessandra
Silveira.doc
RESUMO. Trata-se de um estudo sobre a formação da família escrava em um
engenho do Rio de Janeiro em fins do século XVIII e início do XIX, engenho de
Nazareth que se localizava na freguesia de Irajá. São abordadas algumas
questões que consideramos importantes para o entendimento da formação da
família escrava. A primeira delas refere-se aos aspectos demográficos que
marcaram a vida dos cativos neste engenho. Destaco a divisão da população por
sexo, faixa etária e naturalidade. Estes aspectos mostram como o desequilíbrio
entre eles podia facilitar, ou não, a formação de casamentos entre os
escravos. A segunda trata dos aspectos que caracterizaram as cerimônias de
casamentos entre os cativos. A terceira trata das alianças formadas pelo
batismo entre os escravos desta fazenda e o seu significado para a vida deles. E
na quarta considero de que modo as mudanças na vida do proprietário teriam
afetado a de seus escravos.
SOARES,
Leonel de Oliveira. Economia escravista no caminho dos Goiases - século XIX.
Comunicação apresentada no XVII Encontro Regional de História da ANPUH - São
Paulo. Campinas, IFCH-UNICAMP, 6 a 10 de setembro de 2004. Disponível em:
http://www.anpuhsp.org.br/downloads/CD%20XVII/ST%20IV/Leonel%20de%20Oliveira%20Soares.pdf
RESUMO. Apresentam-se dados sobre os cativos de Mogi Mirim (SP) ao tempo em que
se traça o evolver da localidade.
VASCONCELLOS,
Márcia Cristina de. "Nas bênçãos de Nossa Senhora do Rosário. Batismo
e casamento de escravos em Angra dos Reis: o estudo de Mambucaba de 1830 a
1871". Comunicação apresentada no VIII Encontro Regional de História da
ANPUH-RJ. Vassouras, 1998. Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/1998/autor/Marcia
Cristina de Vasconcellos.doc
RESUMO. Nesta apresentação nos deteremos na reflexão sobre a utilização de
fontes paroquiais - batismo e casamento, verificando a metodologia usada e o
significado destes sacramentos para a Igreja e cativos. Para tanto, escolhemos
como demarcações espacial e temporal a antiga Freguesia de Nossa Senhora do
Rosário de Mambucaba, em Angra dos Reis (RJ), ao longo dos anos que se estendem
de 1830 a 1871.
XII
Encontro Regional de História da ANPUH-RJ
Niterói, 14 a 18 de
agosto de 2006
ALADRÉN,
Gabriel. Considerações sobre os padrões de alforria em Porto Alegre
(1800-1835). Comunicação apresentada no XII Encontro Regional de História da
ANPUH-RJ. Niterói, UFF, Campus do Gragoatá, 14 a 18 de ago. de 2006.
Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/2006/conferencias/Gabriel%20Aladren.pdf
RESUMO. Alguns temas relacionados à escravidão no Rio Grande do Sul ainda não
foram pesquisados. A prática da alforria e a inserção social dos libertos
são objetos que receberam pouca atenção dos pesquisadores, cuja exceção é
a tese de doutorado de Paulo Moreira, Os cativos e os homens de bem, que trata
dos escravos e libertos porto-alegrenses na segunda metade do século XIX. O
trabalho que ora se apresenta pretende tecer algumas considerações sobre os
padrões de alforria nas localidades de Porto Alegre, Aldeia dos Anjos e
Viamão, entre os anos de 1800 e 1835. As fontes utilizadas são as cartas de
alforria, do Livro de Registros Diversos do 1o. Tabelionato de Porto Alegre.
Coletamos e analisamos um conjunto de 399 cartas, nas quais foram libertados 436
escravos. Estas cartas perfazem, em nossa estimativa, uma amostra de
aproximadamente 50% do total das cartas de alforria do período abordado.
ARAÚJO,
Regina Mendes de. Mulheres das Minas Gerais proprietárias de terras e escravos,
1718-1760. Comunicação apresentada no XII Encontro Regional de História da
ANPUH-RJ. Niterói, UFF, Campus do Gragoatá, 14 a 18 de ago. de 2006.
Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/2006/conferencias/Regina%20Mendes%20de%20Araujo.pdf
RESUMO. A presente comunicação tem por objetivo discutir o papel das
proprietárias de escravos e terras, analisando as condições econômicas e
sociais entre 1718 e 1761; essas mulheres viveram na Vila do Carmo, Vila Rica e
Vila de São João Del Rei. Para tal analise são utilizados os documentos
manuscritos referentes às listas dos Quintos Reais que se encontram no Arquivo
Públicos Mineiro e digitados no Centro de Pesquisa Histórica da PUC-Minas.
Outra documentação utilizada são as Cartas de Sesmarias que também se
encontram no Arquivo Público Mineiro em formato manuscrito e em microfilme.
AVELLAR, William de Oliveira & SILVA, Marilene Rosa Nogueira da. A formação da família escrava de etnia africana: uma forma de resistência ao sistema escravista. Comunicação apresentada no XII Encontro Regional de História da ANPUH-RJ. Niterói, UFF, Campus do Gragoatá, 14 a 18 de ago. de 2006.
DE'
CARLI, Caetano. Mães, Filhas e Esposas: Os Papéis Domésticos das Escravas
Sertanejas em Pernambuco (1850-1888). Comunicação apresentada no XII Encontro
Regional de História da ANPUH-RJ. Niterói, UFF, Campus do Gragoatá, 14 a 18
de ago. de 2006. Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/2006/conferencias/Caetano%20De%20Carli.pdf
RESUMO. Matrifocalidade foi uma categoria analítica amplamente utilizada para
classificar famílias nas quais o pai-marido se encontrava ausente das
relações familiares, constituindo assim, uma família chefiada pela
mãe-esposa. Essa pesquisa trabalhará, entretanto, com outro conceito de
matrifocalidade desenvolvido por Raymond Smith, segundo o qual a família
matrifocal ocorre quando o homem, se presente, fica em posição secundária no
campo doméstico, pois, no seu papel de pai-marido, não consegue ter, em termos
de força econômica, uma importância maior que a mãe-esposa. Segundo o autor,
existe uma co-relação entre o papel do pai-marido e o do homem no sistema
econômico e no de estratificação social. Quando há uma tendência de
desqualificação do papel do homem pertencente a determinada classe social no
sistema econômico há, também, uma tendência à marginalização do papel de
pai-marido dentro do núcleo familiar. Em uma outra pesquisa antropológica na
área de parentesco, Klaas Woortman analisa o domínio da mãe-esposa nas
relações domésticas sobre comunidades pobres na cidade de Salvador
demonstrando que as mulheres, por possuírem uma oferta maior e melhor de
trabalho em relação aos homens, desenvolviam um nível de autonomia financeira
que podia ser afetado por um casamento mal feito. O homem, com maior dificuldade
de possuir um emprego estável e com a pouca utilização do seu serviço em
atividades domésticas, passava a ser, nas famílias das mulheres, uma boca a
mais. Esse conceito de matrifocalidade foi desenvolvido por essas pesquisas
antropológicas para suprir uma carência nas ciências sociais quando se
tratava de comunidades pobres que apresentavam baixas taxas de casamento. Ele
contraria diretamente teorias, de certo modo, preconceituosas, segundo as quais,
as baixas taxas de casamento eram conseqüências de uma falta de moralidade.
Aplicar esse conceito de Smith e Woortman sobre matrifocalidade é um meio de
tratar baixas taxas de casamento a partir de uma interpretação que valorize a
dinâmica social das relações de parentesco. Para adaptar essa teoria
antropológica nessa pesquisa histórica acerca da família escrava no Sertão
pernambucano, se enfocará as diferenças entre as atividades prestadas pelos
escravos, daquelas exercidas pelas escravas. Havia, entre os serviços
desempenhados pela mão-de-obra cativa, uma considerável variedade, uns podendo
dar melhores condições de vida que outros. Stefano Fenoaltea atenta para uma
divisão entre atividades intensivas em esforço e atividades intensivas em
habilidade. As primeiras seriam aquelas com respeito às quais o controle
coercitivo tinha eficácia quanto à geração de lucros, como por exemplo, o
corte da cana ou o plantio do café, nelas o rendimento do cativo era mais
controlável e a destreza para a realização do serviço era quase mecânica.
As atividades intensivas em habilidade seriam aquelas nas quais esse tipo de
controle não possuía quase nenhuma eficácia e o senhor teria de se valer de
outros estímulos para um melhor aproveitamento do serviço, como por exemplo, o
pagamento remunerado, ou a promessa de concessão de alforrias. Em atividades
como cozinheiras, rendeiras, amas de leite, canoeiros, por motivos diversos e
particulares, a coerção, ou a sua ameaça, não se traduziria em bons
serviços prestados pela mão-de-obra escrava. Essa tese serve para argumentar,
portanto, que a atividade desempenhada pelo escravo era passível de se
transformar em um fator de manobra para obtenção de uma melhor qualidade de
vida.
FIGUEIREDO,
Tiago Manasfi. A mortalidade de escravos no século XVIII na cidade do Rio de
Janeiro. Comunicação apresentada no XII Encontro Regional de História da
ANPUH-RJ. Niterói, UFF, Campus do Gragoatá, 14 a 18 de ago. de 2006.
Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/2006/conferencias/Tiago%20Manasfi%20Figueiredo.pdf
RESUMO. Na minha pesquisa sobre a mortalidade de escravos no século XVIII,
pesquisei em fontes primárias do arquivo da Cúria Metropolitana de São
Sebastião do Rio de Janeiro. O arquivo da Cúria Metropolitana de São
Sebastião do Rio de Janeiro, possui registro de óbito de escravos do século
XVIII, pesquisei em duas igrejas a primeira é da Freguesia de Nossa Senhora da
Apresentação de Irajá e a segunda corresponde à Freguesia de Nossa Senhora
do Loreto de Jacarepaguá. As duas igrejas possuem livros de registro de óbito
e tinham os titulos: "Livro de Defuntos", "Livro de Mortos
Escravos" e "Livro dos Assentos dos Mortos Cativos".
GÓES.
José Roberto Pinto de. Padrões de Alforrias no Rio de Janeiro - 1840 /1871.
Comunicação apresentada no XII Encontro Regional de História da ANPUH-RJ.
Niterói, UFF, Campus do Gragoatá, 14 a 18 de ago. de 2006. Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/2006/conferencias/Jose%20Roberto%20Pinto%20de%20Goes.pdf
RESUMO. O presente estudo baseia-se num conjunto de 17.631 cartas de alforrias
registradas em cartórios do Rio de Janeiro, entre 1840 e 1871, hoje conservadas
no Arquivo Nacional. Contém cartas de escravos rurais e urbanos. Também
pertencem à série uns poucos casos de escravos de outras províncias. É um
estudo em andamento, razão pela qual algumas idéias encontram-se apenas
parcialmente desenvolvidas.
GUEDES.
Roberto. Cinco gerações dos Rocha: de escravos a senhores. Porto Feliz, São
Paulo, 1798-18931. Comunicação apresentada no XII Encontro Regional de
História da ANPUH-RJ. Niterói, UFF, Campus do Gragoatá, 14 a 18 de ago. de
2006. Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/2006/conferencias/Roberto%20Guedes.pdf
RESUMO. Com base em fontes paroquiais, inventários post-mortem, testamentos,
dentre outras fontes, o trabalho analisa a trajetória de uma família de forros
e seus descendentes na vila de Porto Feliz, capitania/província de São Paulo.
Trajetória secular de cinco gerações, que se processa entre finais do século
XVIII e fins do século XIX, a análise demonstra um movimento de ascensão
social, para o qual contribuíram alianças com elites e coesão familiar. No
primeiro aspecto, os vínculos se expressam em relações de compadrio
perpetuadas com determinadas famílias ao longo de gerações. Por sua vez, a
coesão familiar permitiu a sobrevivência e a ascensão social, mas não vedou
a primazia de um núcleo familiar sobre os demais. A família privilegiada na
rede parental alcançou a condição de proprietária de escravos, do que se
conclui que a mobilidade social de forros e descendentes contribuiu para a
reprodução secular de senhores e subalternos.
MACHADO,
Cacilda. Sobre a cor dos escravos e dos pobres livres da Freguesia de São José
dos Pinhais (do século XVIII para o XIX). Comunicação apresentada no XII
Encontro Regional de História da ANPUH-RJ. Niterói, UFF, Campus do Gragoatá,
14 a 18 de ago. de 2006. Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/2006/conferencias/Cacilda%20Machado.pdf
RESUMO. Na passagem no século XVIII para o XIX o vilarejo de São José dos
Pinhais era freguesia de Curitiba, situado à sudeste desta, em direção a
Serra do Mar. Por então, sítios agrícolas, e de quando em quando uma fazenda,
compunham a paisagem de seu território, neles se praticava a agricultura e a
criação de subsistência e de abastecimento do mercado interno. Desde sua
criação, na segunda metade do século XVII, escravos de origem africana eram
trazidos para a região. Chegaram africanos ao Paraná ao menos até 1855, em
geral pelo porto de Paranaguá. Contudo, acredita-se que o mais comum era a
aquisição de escravos negros nos principais centros de comércio de gado por
onde passavam os tropeiros dos Campos Gerais e dos Campos de Curitiba. Isso
teria propiciado a conformação de uma população negra cativa
majoritariamente crioula.
MATHIAS,
Carlos Leonardo Kelmer. Algumas notas acerca dos padrões de alforria presentes
no termo de Vila do Carmo, 1711-1720. Comunicação apresentada no XII Encontro
Regional de História da ANPUH-RJ. Niterói, UFF, Campus do Gragoatá, 14 a 18
de ago. de 2006. Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/2006/conferencias/Carlos%20Leonardo%20Kelmer%20Mathias.pdf
RESUMO. Ao que parece, na segunda década do setecentos em Vila do Carmo,
desempenhar bons serviços configurou-se no principal "pré-requisito'
mediante o qual os escravos obtiveram suas liberdades. Dentre as 466
justificativas de alforria entre 1711 e 1720, mais de 66% delas ressaltaram os
bons serviços prestados pelos cativos. Para o período em questão, observa-se
a forte predominância anual da alforria gratuita frente as demais. Exceção
feita aos anos de 1711 - no qual a proporção das alforrias gratuitas e pagas
é igual -, e de 1712 - ano em que a alforria paga superou a gratuita -, em
todos os demais as alforrias gratuitas constituíram-se na principal via de
acesso à liberdade. Provavelmente, e conforme se verá, no padrão etário dos
manumissos resida a principal explicação para tal fenômeno.
PERRAYON,
Janaina. Enlaces e Redes: o compadrio no casamentos de escravos da Candelária.
Comunicação apresentada no XII Encontro Regional de História da ANPUH-RJ.
Niterói, UFF, Campus do Gragoatá, 14 a 18 de ago. de 2006. Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/2006/conferencias/Janaina%20Perrayon.pdf
RESUMO. Para além da simples união de dois cônjuges, os casamentos de
escravos e forros realizados na Freguesia da Candelária na primeira metade do
séc. XIX insinuam que personagens aparentemente secundários como as
testemunhas, podiam representar muito mais que meros espectadores da cerimônia
católica.
PETIZ,
Silmei de Sant'Ana. Contribuições metodológicas para estimativas da
mortalidade de escravos da Freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Rio Pardo
do Rio Grande do Sul Colonial. Comunicação apresentada no XII Encontro
Regional de História da ANPUH-RJ. Niterói, UFF, Campus do Gragoatá, 14 a 18
de ago. de 2006. Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/2006/conferencias/Silmei%20de%20SantAna%20Petiz.pdf
RESUMO. O objetivo desta comunicação é apresentar os resultados parciais da
tese de doutoramento que desenvolvo sobre a família escrava na Fronteira Oeste
da Antiga Província de São Pedro do Rio Grande do Sul Colonial. Buscando
contribuir com a história dessa região, abordarei, neste artigo, uma das faces
da escravidão, ainda pouco estudadas: a morbidade e a mortalidade de escravos.
Desta forma, colocarei em pauta uma discussão historiográfica recente,
enfocando a freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Rio Pardo, uma das
primeiras a serem criadas no Rio Grande do Sul colonial.
PORTO,
Ângela. A saúde dos escravos na historiografia brasileira. Comunicação
apresentada no XII Encontro Regional de História da ANPUH-RJ. Niterói, UFF,
Campus do Gragoatá, 14 a 18 de ago. de 2006. Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/2006/conferencias/Angela%20Porto.pdf
RESUMO. O tráfico de escravos africanos é um aspecto da história humana que
marcou em profundidade nossa experiência. Esse comércio deslocou seres humanos
de seus lugares de origem para viverem em cativeiro e sob condições
absolutamente adversas. Como observou Luiz Felipe de Alencastro (2000:127), o
processo de expansão ultramarina, iniciado nos séculos XV e XVI, além de
ampliar o trânsito de mercadorias e os contatos entre os povos, representou a
"união microbiana do mundo", por incrementar o trânsito de doenças.
O século XIX, período ao qual vamos nos ater, marca, no Brasil, a ocorrência
da maior importação de escravos e de mudanças institucionais decisivas que
levaram à abolição do tráfico e da escravidão. Foi também o momento da
estruturação do ensino médico no Brasil, com a criação das Faculdades de
Medicina de Salvador e do Rio de Janeiro, cidades cujos portos receberam, no
período, o maior número de escravos. As condições de transporte dos
escravos, suas condições de trabalho, moradia e modo de vida são em grande
parte responsáveis por suas condições de saúde. No entanto, a questão da
saúde do escravo só aparece pelas frestas da história e apresenta muitos
pontos controversos a serem esclarecidos.
SOUSA,
Jorge Prata de. Os registros de óbitos da Santa Casa de Misericórdia do Rio de
Janeiro, 1835-1849. Comunicação apresentada no XII Encontro Regional de
História da ANPUH-RJ. Niterói, UFF, Campus do Gragoatá, 14 a 18 de ago. de
2006. Disponível em:
http://www.rj.anpuh.org/Anais/2006/conferencias/Jorge%20Prata%20de%20Sousa.pdf
RESUMO. Este trabalho integra um projeto cujo objetivo principal é estudar as
condições de vida e as possibilidades de reprodução da mão-de-obra livre e
cativa da cidade do Rio de Janeiro, durante o século XIX. Parte desse esforço
volta-se para o levantamento dos registros sobre óbitos da população da
cidade do Rio de Janeiro. A análise abrange os registros de óbitos produzidos
pela Santa Casa de Misericórdia no período 1835-1849 para o qual encontramos
dados parcialmente organizados para todas as ocorrências de óbitos da cidade
do Rio de Janeiro. Utilizaremos o levantamento realizado pela professora Maria
Eulália Lahmeyer Lobo, cuja abrangência consistiu em levantar o registro de
óbitos ocorridos em todas as freguesias urbanas e rurais da cidade do Rio de
Janeiro.
XI
Encontro Nacional de Estudos Populacionais - ABEP
Caxambu, outubro de 1998
ANDREAZZA,
Maria Luiza. Controle social e obediência: vida de moças imigrantes.
Comunicação apresentada no XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais.
ABEP, Caxambu (MG), 1998. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/PDF/1998/a168.pdf
RESUMO. A colônia Antonio Olyntho, criada no sul do Paraná, acolheu imigrantes
desde 1895. Poloneses, ucranianos, italianos e luso-brasileiros passaram a ali
desenvolver suas existências. Essa convivência não gerou um amálgama
sociocultural. Muito pelo contrário, na localidade surgiram fronteiras étnicas
bastante precisas. Nesse "espaço de uma aldeia" os ucranianos puderam
atualizar comportamentos ancestrais. E, as mulheres atuaram estrategicamente.
Mantendo-se nos limites do papel feminino favoreceram a reprodução de uma
configuração social essencialmente hierárquica, patriarcalista e com nítida
divisão dos papéis entre os sexos e as idades da vida. Esse artigo ocupa-se em
desvelar as experiências das descendentes dos imigrantes ucranianos enfocando a
maneira pela qual esse ordenamento delineava a vida das moças solteiras. Como
fontes principais, os arquivos paroquiais, que geraram os índices demográficos
que sustentam o estudo; a eles, foram associadas a memória oral do grupo,
correspondências e crônicas de jornais, entre outros documentos pontualmente
utilizados na análise.
COSTA,
Dora Isabel Paiva da. As mulheres chefes de domicílios e a formação de
famílias monoparentais: Campinas, São Paulo - 1829. Comunicação apresentada
no XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais. ABEP, Caxambu (MG), 1998.
Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/PDF/1998/a169.pdf
RESUMO. O objetivo deste artigo é demonstrar que as mulheres que chefiavam
domicílios no começo do século dezenove em Campinas, São Paulo, vivenciaram
estratégias específicas de sobrevivência em relação aos arranjos
domésticos e à convivência familiar. Esta especificidade contrastava com os
arranjos domésticos de outras famílias que experimentavam a fase monoparental,
mas que, por sua vez, eram chefiadas por homens. Estas últimas, tinham um
comportamento semelhante ao das famílias que passavam pela fase parental. A
idéia é a partir da segmentação das fases de desenvolvimento familiar,
analisar os comportamentos de convivência das famílias em relação às
estratégias dos arranjos domésticos a partir de dois momentos, isto é, o
parental e o monoparental. E, finalmente, integrar a noção de chefia feminina
de domicílios ao conceito relativo às fases do desenvolvimento familiar. Este
último objetivo deve-se ao fato de que as análises até então operadas têm
enfatizado uma visão estática, segundo a qual o domicílio não é pensado de
forma mais dinâmica.
SAMARA,
Eni de Mesquita & LOPES, Eliane Cristina. Meretrizes e seus domicílios na
população de Fortaleza: uma análise preliminar em 1887. Comunicação
apresentada no XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais. ABEP, Caxambu
(MG), 1998. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/PDF/1998/a170.pdf
APRESENTAÇÃO. Neste trabalho pretendemos construir um perfil demográfico da
população da Cidade de Fortaleza, Estado do Ceará, no final do século XIX,
dando ênfase aos domicílios onde residiam as meretrizes e suas famílias. Para
isso, utilizaremos o Arrolamento da População de Fortaleza, realizado em 1887,
pertencente ao Arquivo Público Estadual do Ceará e constante do relatório do
chefe de polícia desse mesmo ano. De base estatística, essa fonte censitária
manuscrita oferece-nos uma completa relação de dados sobre cada indivíduo:
nome, posição que detinha no fogo, idade, nacionalidade, estado
conjugal,ocupação, instrução, entre várias outras informações. Com base
nesse importante núcleo documental, muitas são as relações que podemos
estabelecer, de modo a obter a estrutura da população da Cidade de Fortaleza
em 1887 e de seus domicílios. Quantidade de homens e mulheres, estado conjugal,
sexo e idade dos chefes de fogos, ocupação, número de filhos que, dentre
outras variáveis, permitem-nos reconstruir a composição das famílias. Além
disso, é possível estabelecer o tipo de ligações existentes entre os
integrantes de cada casa, com os respectivos graus de parentesco e dependência.
Assim, é possível detectar, numericamente, os domicílios chefiados por
mulheres, qualificando-os, quanto sua estrutura e verificando a posição das
mesmas, enquanto provedoras e administradoras do lar. Além de apresentar todas
essas informações, o Arrolamento da População de Fortaleza adquire uma
importância específica para a análise que pretendemos realizar. É o único
Censo conhecido para a realidade brasileira do passado que registra, de forma
evidente, a meretriz, relacionando-a ou não a outra atividade econômica. Desse
modo, é nossa intenção estudar as prostitutas e a estrutura dos domicílios
em que estavam inseridas, buscando reconstruir, quantitativa e qualitativamente,
sua presença na sociedade oitocentista de Fortaleza. Procuraremos atingir esse
objetivo, sem perder de vista o conjunto da população no ano de 1887.
PETRUCCELLI,
José Luis. Comportamento demográfico e estratégias familiares, os grupos
sociais dominantes numa economia cafeeira, 1889 - 1929. Comunicação
apresentada no XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais. ABEP, Caxambu
(MG), 1998. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/PDF/1998/a171.pdf
APRESENTAÇÃO. A partir das informações levantadas no Registro Civil da
Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Vassouras, para o período de 1889
a 1929, e o conjunto de genealogias que puderam ser reconstituídas, neste
trabalho são analisadas, em primeiro lugar, as características
sócio-econômicas das camadas mais favorecidas dessa sociedade à época do
declínio da produção cafeeira na Região do Vale do Paraíba. Assim, são
focalizados, por um lado, os grupos de poder econômico como, fazendeiros,
agricultores e industriais, capitalistas e proprietários, e por outros
detentores de poder político-administrativo, membros da Câmara Municipal,
magistrados e chefes de partidos políticos. Em segundo lugar são estudados
dois tipos de processos identificados com estratégias de reprodução das
famílias dos grupos analisados, ambos tendentes a conservar o patrimônio não
só econômico mais também político e social, acumulado na perpetuação das
linhagens: a homogamia, freqüentemente ligada à consangüinidade e a prática
de alianças matrimoniais visando a mobilidade social.
RODRIGUES,
Cláudia. A cidade e a epidemia da morte: a febre amarela e seu impacto sobre os
costumes fúnebres no Rio de Janeiro (1849-1850). Comunicação apresentada no
XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais. ABEP, Caxambu (MG), 1998.
Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/PDF/1998/a172.pdf
APRESENTAÇÃO. O objetivo desta comunicação é analisar o impacto da epidemia
de febre amarela que atingiu a cidade do Rio de Janeiro entre 1849-50,
compreendendo sua ação transformadora sobre os costumes funerários e as
atitudes da população diante da morte e dos mortos. As atitudes dos habitantes
da Corte com relação à morte tinham como eixo básico, até meados do
oitocentos, a familiaridade entre vivos e mortos, expressa nos sepultamentos no
interior ou em torno das igrejas. Costume este, essencialmente cristão, que
possibilitava a vizinhança cotidiana entre os fiéis e seus mortos; pois, ao
freqüentarem as igrejas, pisavam, caminhavam, sentavam e oravam sobre as
sepulturas. O impacto da epidemia na modificação desta familiaridade foi
fundamental. A epidemia, com seu alto índice de mortalidade, foi o elemento
catalisador do discurso médico que há tempo advogava o afastamento dos mortos
e de suas sepulturas do interior das igrejas em prol da prevenção de doenças,
em nome da salubridade pública. Com efeito, foi durante a vigência do surto
epidêmico que entrou em vigor a legislação imperial que determinava a
proibição dos sepultamentos eclesiásticos na Corte e o estabelecimento de
cemitérios públicos afastados do centro urbano. Além do questionamento aos
locais de sepultura, a conjuntura epidêmica também ocasionaria modificações
em outros elementos do ritual funerário, tais como a administração dos
sacramentos, a encomendação do corpo e a vestimenta mortuária. É este
processo que pretendo analisar, a partir do uso de documentação eclesiástica,
dentre as quais se destacam os registros paroquiais de óbitos (colhidos por
amostragem, num total de 5.848, para a freguesia do Santíssimo Sacramento da
Antiga Sé, ao longo do século XIX); de anais da Câmara dos Deputados e da
legislação imperial.
FARIA,
Sheila de Castro. Família e morte entre escravos. Comunicação apresentada no
XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais. ABEP, Caxambu (MG), 1998.
Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/PDF/1998/a174.pdf
RESUMO. São poucas as pesquisas que tratam da morte de escravos no período
escravista brasileiro. O trabalho que apresento significa uma tentativa de
análise demográfica de dados de registros de óbitos de algumas freguesias do
sudeste nos séculos XVIII e XIX. A principal argumentação é a de que, na
primeira metade do século XIX, a entrada maciça de africanos e o conseqüente
reforço de suas tradições culturais tendeu a afastar a população escrava
dos ritos católicos, sendo um dos sintomas a negativa de famílias, parentes e
amigos de escravos doentes em procurar formas católicas tradicionais de ritos
fúnebres, como os sacramentos. Também serão analisadas as causas das mortes,
idade ao morrer e lugares de enterramentos. A historiografia sobre o tema
costuma estender para todo o período escravista práticas ou procedimentos que
devem ser datados e regionalizados.
VENANCIO,
Renato Pinto. Os escravos e a morte: uma sondagem nos registros paroquiais de
óbitos de Minas Gerais colonial. Comunicação apresentada no XI Encontro
Nacional de Estudos Populacionais. ABEP, Caxambu (MG), 1998. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/PDF/1998/a175.pdf
APRESENTAÇÃO. Os historiadores que procuraram estudar a vida religiosa das
populações escravas do Brasil colonial raramente investigaram as relações
entre a Igreja católica e a massa dos cativos. A ausência dessas pesquisas
quase sempre é atribuída à inexistência de fontes, pois a documentação
conservada, na maioria esmagadora dos casos, diz respeito aos grupos da senzala
que mantiveram tradições religiosas de origem africana, sendo por isso mesmo
perseguidos como feiticeiros ou pagãos. Pouco, muito pouco mesmo, foi estudado
a propósito das populações escravas que se converteram ao catolicismo, e a
ausência dessas pesquisas, ao contrário do que comumente se afirma, não deve
ser atribuída à inexistência de fontes documentais. Como veremos abaixo, a
partir de metodologia inspirada nos trabalhos de Michel Volvelle é possível
recuperar, através dos registros paroquiais, aspectos fundamentais relativos
às atitudes dos escravos perante os rituais cristãos que antecediam a morte.
As atas de óbitos, ao registrarem os sacramentos relativos à extrema-unção,
fornecem indicadores seguros de aspectos muito pouco conhecidos da história
cultural da escravidão. Em nosso levantamento, selecionamos a documentação de
três paróquias urbanas pertencentes às cidades de Diamantina, Campanha e
Mariana, com o objetivo de sublinhar a diversidade de atitudes da Igreja
católica frente à conversão da massa escrava.
REGINATO,
Mauro. Emigração e comportamentos demográficos de italianos que emigraram
para Santa Izabel e italianos que permaneceram na pátria. Comunicação
apresentada no XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais. ABEP, Caxambu
(MG), 1998. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/PDF/1998/a176.pdf
APRESENTAÇÃO. Em 26 agosto de 1858 o navio Bella Dolinda entrava no porto do
Rio de Janeiro para que fossem reparados alguns danos ocorridos durante a
travessia do Atlântico. Transportava para Buenos Aires uma centena de
emigrantes, na maior parte súditos do Rei Vittorio Emanuele II di Savoia.
Muitos desses, que não tinham intenção de permanecer no Brasil, aguardaram o
conserto do navio e prosseguiram então para a Argentina; alguns, no entanto,
encontraram trabalho na cidade e outros, cerca de trinta, aceitaram uma proposta
do cônsul do Rei Vittorio Emanuele II e dirigiram-se para a colônia Santa
Isabel, no Estado do Espírito Santo. Provinham todos do Piemonte, uma região
situada no Noroeste da Itália, parte principal do Reino de Sardegna, mas não
constituíam um grupo homogêneo: cerca da metade era de religião valdesa
(protestante), os outros eram católicos. A colônia Santa Isabel, que tinha
sido fundada em 1847 e que, em 1858, contava com 373 habitantes, foi escolhida
pelo cônsul porque era formada por protestantes e católicos e proporcionava,
portanto, o ambiente mais adequado para os novos chegados. Este é o início de
uma história narrada em um relatório que o cônsul Eugenio Truqui enviou em
1858 para Torino e que foi reencontrado em 1990 no Arquivo do Estado de Torino
pela historiadora Chiara Vangelista, estudiosa do Brasil. O documento narra tudo
o que foi feito pelo cônsul para assentar os emigrantes piemonteses e contém a
lista nominativa das entradas na colônia, subdividida por família e por
religião. A importância do documento é notável porque especifica, com grande
margem de segurança, os primeiros piemonteses vindos para o Espírito Santo e
porque focaliza a emigração valdesa, muito intensa na Argentina e no Uruguai
mas relativamente escassa no Brasil. A colônia Santa Isabel prosperou
rapidamente, graças muito mais aos colonos alemães que aos italianos, os quais
constituíam uma parcela mínima no total dos habitantes da colônia. Este
primeiro núcleo inserido na colônia não se constituiu em um verdadeiro
impulso à imigração italiana na região, como pensava o cônsul Truqui. A
verdadeira imigração italiana começou mais tarde, depois de 1875, e foi um
fluxo ininterrupto até 1896, ano no qual uma lei italiana proibiu a imigração
direta ao Espírito Santo. O papel decisivo da imigração italiana na
formação do moderno Estado do Espírito Santo tem estimulado pesquisadores da
Università degli Studi di Torino e da Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES) a qualificar e quantificar os fluxos desta imigração, mediante um longo
trabalho de pesquisa de arquivo, repartido no tempo e nas fases. Em 1997
apareceu o primeiro resultado desta colaboração: a publicação do banco de
dados sobre a imigração italiana. Atualmente está em andamento a segunda
fase, que prevê o estudo dos comportamentos demográficos diferenciais
observados nos imigrantes e nos que, ao contrário, ficaram na Itália, por meio
do método de Henry ou da reconstrução familiar (história da família desde a
constituição do casal até sua extinção). Nesta comunicação são
apresentados somente alguns resultados do confronto dos comportamentos, uma vez
que o trabalho foi completado no que concerne à pesquisa na Itália, mas a
parte relativa aos arquivos de Santa Isabel e Domingos Martins ainda está por
ser terminada.
VANGELISTA
Chiara. Gênero e estratégias migratórias: mulheres italianas imigrantes no
Estado do Espírito Santo, Brasil, 1894-1895. Comunicação apresentada no XI
Encontro Nacional de Estudos Populacionais. ABEP, Caxambu (MG), 1998.
Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/PDF/1998/a177.pdf
RESUMO. Este artigo apresenta alguns resultados de uma pesquisa em andamento
sobre as relações de gênero entre os imigrantes italianos no Estado
brasileiro do Espírito Santo, desde a metade do século XIX até a primeira
década do XX. Nesta comunicação será analisada uma amostra de emigrantes
procedentes do Piemonte, região da Itália Norte-Ocidental, que embarcaram em
três navios no final de 1894. As listas de embarque, documentos fornecidos pela
companhia de navegação, constituem a fonte principal deste trabalho, que
analisa a estrutura das famílias que emigraram, focalizando particularmente a
característica sexo. Não se trata de um estudo demográfico das famílias dos
emigrantes piemonteses, pois o que se pretende é, através da análise das
características demográficas, propor algumas hipóteses sobre as estratégias
migratórias, baseando-se no exame das relações de gênero e de parentesco no
âmbito de uma amostra de emigrantes, chegados no Espírito Santo em um dos
períodos de maior emigração para o Estado.
RAMINELLI,
Ronald. Depopulação na Amazônia colonial. Comunicação apresentada no XI
Encontro Nacional de Estudos Populacionais. ABEP, Caxambu (MG), 1998.
Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/PDF/1998/a178.pdf
APRESENTAÇÃO. A Amazônia possui hoje uma população rarefeita. Por muito
tempo se pensou que a floresta tropical fosse imprópria à sobrevivência
humana. Os princípios da teoria do determinismo ecológico entendiam a pobreza
de recursos ambientais como entraves ao desenvolvimento das sociedades
indígenas, inviabilizando a concentração e crescimento populacional. A
complexidade cultural somente seria atingida em um ambiente propício. Os solos
são ácidos, lixiviados e frágeis, impróprios à subsistência humana. De
modo contundente, Anna Roosevelt procurou desacreditar essa teoria,
estabelecendo uma nova visão da pré-história amazônica. Várias pesquisas
arqueológicas encontraram um rico patrimônio que revela evidências de uma
longa e substancial seqüência de desenvolvimento indígena na Amazônia.
FLORENTINO,
Manolo & MACHADO, Cacilda. Sobre a família escrava em plantéis ausentes do
mercado de cativos: três estudos de casos (século 19). Comunicação
apresentada no XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais. ABEP, Caxambu
(MG), 1998. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/PDF/1998/a179.pdf
RESUMO. Neste artigo buscou-se reconstituir a população escrava de três
grandes plantéis rurais, visando a indicar algumas das possíveis
configurações dos padrões de organização familiar de acordo com o grau de
afastamento das fazendas em relação ao mercado de cativos. Do ponto de vista
metodológico, optou-se pela adoção de estudos de casos, na firme convicção
de que a redução da escala da observação e a atenção ao singular poderão
revelar aspectos nem sempre capturáveis em estudos de caráter macro ou com
dados agregados. Priorizou-se a utilização de listagens de escravos constantes
de inventários post-mortem escolhidos em função de sua grande acuidade no que
tange à informações de natureza demográfica, complementados, sempre que
possível, por registros eclesiásticos (batismos, matrimônios e listagens de
escravos pertencentes à Igreja Católica), oficiais e privados.
MOTTA,
José Flávio. Tráfico interno de cativos: o preço das mães escravas e sua
prole. Comunicação apresentada no XI Encontro Nacional de Estudos
Populacionais. ABEP, Caxambu (MG), 1998. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/PDF/1998/a180.pdf
APRESENTAÇÃO. Este trabalho insere-se em uma linha de pesquisa que tem sido
conduzida no âmbito do NEHD - Núcleo de Estudos em História Demográfica da
FEA/USP, e cujo objetivo é o levantamento e análise das escrituras de venda de
escravos. Desta feita, estaremos compulsando um total de onze livros notariais
dedicados primordialmente ao registro das aludidas transações. Dois desses
livros referem-se a Guaratinguetá e os outros nove a Silveiras, ambas
localidades valeparaibanas paulistas. Os documentos atinentes a Guaratinguetá
cobrem, respectivamente, os períodos de 15 de dezembro de 1872 a 2 de novembro
de 1874 e de 18 de janeiro de 1878 a 26 de dezembro de 1879. No caso de
Silveiras, os nove livros compõem uma seqüência ininterrupta: a primeira
escritura lançada tem a data de 4 de dezembro de 1867 e a última vai datada
aos 4 de abril de 1884. De outra parte, os procedimentos aqui contemplados
colocam-se como um primeiro passo em direção a um estudo mais abrangente dos
preços dos escravos transacionados em conjunto com um ou mais familiares. Nossa
atenção estará centrada nas cativas comercializadas juntamente com seus
filhos, também escravos, ou naquelas que, após a Lei do Ventre Livre, foram
vendidas "acompanhadas" de seus filhos ingênuos, havendo ainda casos
em que a prole era constituída tanto por crianças cativas como por ingênuas.
Em todas as vendas consideradas nenhum outro indivíduo integrava as
transações além das aludidas mães e sua prole. Deixaremos, pois, para uma
oportunidade futura, por exemplo, o exame das escrituras envolvendo casais
escravos, com ou sem filhos, fossem estes últimos igualmente cativos ou não.
Por fim, o caráter exploratório do exercício ao qual procedemos neste
trabalho acarreta duas características adicionais passíveis de serem
atribuídas ao texto, as quais cabe referir de imediato: de um lado, a
exposição assume os traços de um relatório em que se explicita o próprio
andamento da pesquisa, descrevendo-se os diversos procedimentos adotados; de
outro, não nos preocupamos em manter qualquer diálogo com a historiografia,
não obstante sejam vários os estudos, quer embasados na mesma fonte documental
que utilizamos, quer dedicados à questão do preço dos escravos, em especial
daqueles vivenciando relações de natureza familiar. Ambas as características
mencionadas, é evidente, imprimem ao texto que se segue a qualificação de
"versão preliminar".
MARCONDES,
Renato Leite. Os movimentos demográficos e a estrutura da posse de cativos no
Vale do Paraíba Paulista (1778-1829). Comunicação apresentada no XI Encontro
Nacional de Estudos Populacionais. ABEP, Caxambu (MG), 1998. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/PDF/1998/a181.pdf
APRESENTAÇÃO. Ao longo do final do século XVIII e início do XIX ocorreu um
expressivo crescimento demográfico e econômico no Vale do Paraíba Paulista. O
desenvolvimento da cana-de-açúcar e, posteriormente, a introdução do café
favoreceram este resultado. Houve um significativo afluxo migratório para a
região. Entretanto, as condições específicas de cada localidade
influenciaram os movimentos demográficos, como, por exemplo, povoamento
anterior, solo e clima etc. A ocupação do território em questão pautou-se
pelas particularidades locais. Neste contexto, procuramos analisar o caso de uma
localidade particular: Lorena. O exame efetuado baseou-se nas listas nominativas
de habitantes, que se encontram depositadas no Arquivo do Estado de São Paulo,
para os anos de 1778, 1798, 1818 e 1829. Dividimos o artigo em duas seções. A
primeira trata do evolver demográfico da população livre e cativa, inclusive
por sexo e faixas etárias. A segunda concentra-se na análise da estrutura da
posse de cativos e na composição dos plantéis. Confrontamos os resultados
desta localidade com os de outras do Vale do Paraíba Paulista.
RODARTE,
Mario Marcos Sampaio & BARBIERI. Alisson Flávio. Urbanização e
consistência de informações censitárias no dezoito mineiro. Comunicação
apresentada no XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais. ABEP, Caxambu
(MG), 1998. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/PDF/1998/a182.pdf
RESUMO. Este texto visa a estudar a urbanização e a estrutura da rede urbana
existente em Minas Gerais na primeira metade do século XIX, apontando os
principais núcleos urbanos da Minas Oitocentista e as suas localizações. As
fontes utilizadas para tanto serão as Listas Nominativas distritais, documentos
de recenseamento remanescentes da década de 1830. O trabalho, feito à luz das
teorias de localização mais conhecidas, consiste em formar agrupamentos de
cidades por nível de importância utilizando dados do perfil ocupacional da
população de cada núcleo urbano. Este estudo foi acompanhado de um teste da
qualidade das informações das Listas Nominativas da década de 1830 para
possíveis correções da análise da estrutura urbana de Minas Gerais. Sabe-se
que a qualidade das informações pode estar relacionada a diversos fatores,
como por exemplo, o nível de instrução da população recenseada e a
capacidade do informante e/ou do recenseador em declarar com precisão
informações sobre terceiros, de forma que quanto maior o número de
indivíduos por ele declarados e menores os "laços solidários e
afetivos" que os unem, possivelmente maiores serão os erros de
declaração. O texto que segue está dividido em três grandes partes. O
primeiro ponto a ser tratado será a descrição das fontes trabalhadas, ou
seja, as Listas Nominativas. Um segundo item tratará de descrever a metodologia
de agrupamentos de cidades por nível de importância, bem como os seus
resultados, enquanto que o terceiro item tratará de descrever o método de
análise das qualidades de informações e as reparações feitas no estudo de
importância das cidades.
XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP
Caxambu, 18 a 22 de setembro de 2006
REZENDE,
Rodrigo Castro. Africanos, Crioulos e Mestiços: a população de cor em algumas
localidades mineiras do século XVIII e a construção de suas identidades.
Comunicação apresentada no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais,
ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_282.pdf
RESUMO. A população mancípia de Minas Gerais no século XVIII foi marcada por
uma alta taxa de africanidade. Este fato não só informa o alto poder
aquisitivo da população mineira, mas também a diversidade de origens destes
cativos. Muito embora os estudos sobre a composição da população cativa de
Minas no setecentos não sejam recentes, falta ainda uma pesquisa mais detalhada
sobre o assunto. Utilizando as listas nominativas dos Quintos Reais, encontradas
na Coleção Casa dos Contos do Arquivo Público Mineiro e do Arquivo Nacional,
para as localidades de Vila Rica, no ano de 1718, São João del Rei, em 1719, e
Vila Rica, para o ano de 1804; e do rol de confessados de São José del Rei, no
ano de 1795, localizado no Instituto Histórico Geográfico de Tiradentes, tento
tecer algumas considerações sobre a população cativa de Minas no decorrer do
século XVIII: sua composição de origem e a distribuição das nações
africanas nos domicílios de Minas para o período em tela. Como segundo objeto
de estudo, procuro averiguar a construção das identidades da população de
cor nas Minas Gerais do século XVIII. Os africanos transportados para Minas
recebiam da população mineira representações conforme suas origens. Eram
criados estereótipos sobre os africanos segundo suas procedências africanas.
As representações eram apropriadas pelos africanos que, com base nisso,
construíram suas próprias identidades. Em outras palavras, parte-se da
premissa segundo a qual as identidades africanas em Minas setecentista foram
construídas muito mais autonomamente pelos africanos do que os estudos
historiográficos foram capazes de demonstrar até então.
TEIXEIRA,
Paulo Eduardo. O uso do programa SYGAP para a reconstituição de famílias
livres na Campinas do século XIX: usos e limites do software. Comunicação
apresentada no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu
(MG), 18 a 22 de setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_246.pdf
RESUMO. A proposta dessa comunicação é a de discutir minha experiência de
uso do Sygap, demonstrando que o ele foi capaz de analisar mais de 20 mil
registros paroquiais em pouquíssimo tempo, possibilitando resultados que de
outra forma levariam meses. Além disso, queremos comentar os problemas
encontrados durante o processo de formação e tabulação do banco de dados,
bem como as soluções adotadas durante o trabalho de adaptação do software,
muitas vezes recomendadas por um programador.
BASSANEZI,
Maria Silvia Casagrande Beozzo. População, imigração e propriedade da terra
- procedimentos de pesquisa. Comunicação apresentada no XV Encontro Nacional
de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de 2006.
Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_359.pdf
RESUMO. Esta comunicação relata e discute as fontes e os procedimentos (suas
potencialidades e limites) utilizados em pesquisa que tem como objetivo resgatar
e ampliar o conhecimento sobre as relações entre população, imigração
internacional e propriedade de terra no Estado de São Paulo, na primeira metade
do século XX. Entre as várias fontes, destacam-se os censos populacionais e
agrícolas e outras estatísticas agrícolas e zootécnicas. Entre os
procedimentos, inclui-se o georreferenciamento das informações obtidas nas
fontes, em nível de município, que se inicia com a criação de
"mapas/base" (malhas digitais dos municípios) que contêm a divisão
territorial aproximada do estado de São Paulo para os vários momentos de
período analisado e, na seqüência, gera "mapas temáticos" que
possibilitam visualizar as relações de ordem e proporcionalidade, levando a
uma melhor compreensão do fenômeno estudado.
SCOTT,
Ana Silvia Volpi & SCOTT, Dario. Cruzamento Nominativo de Fontes: desafios,
problemas e algumas reflexões para a utilização dos registros paroquiais.
Comunicação apresentada no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais,
ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_480.pdf
RESUMO. Esta abordagem requer um tipo específico de fontes que permitem ao
investigador descer ao nível de identificação individual dos atores sociais.
Com base em alguns estudos realizados ao longo dos últimos anos procuramos
desenvolver alguns procedimentos que, ao mesmo tempo, facilitassem e procurassem
garantir uma maior eficiência no cruzamento de fontes nominativas de
procedência diversa. Contudo para esta comunicação nos limitaremos a discutir
mais intensamente as questões relacionadas à utilização dos registros
paroquiais como fonte nominativa básica (até porque é fonte por excelência
da Demografia Histórica), analisando duas maneiras distintas de se efetuar a
coleta e o cruzamento dos dados, e quais são os ganhos e as perdas que cada uma
delas pode trazer ao pesquisador.
MOURA
FILHO, Heitor Pinto de. Demografia da escravidão. Um micromodelo dos efeitos do
tráfico. Comunicação apresentada no XV Encontro Nacional de Estudos
Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_147.pdf
RESUMO. Este texto apresenta um modelo demográfico de simulação da evolução
de uma população de escravos em duas fases: crescimento induzido pelo tráfico
e redução vegetativa, após o fim do tráfico. A unidade do modelo é o
indivíduo, cujo número é calculado através de funções contínuas. São
examinados os totais da população, seus subgrupos por sexo e origem (africanos
e crioulos), bem como a dinâmica das taxas de mortalidade, fecundidade,
natalidade, imigração e variação total. Por fim, os resultados calculados
são comparados com alguns indicadores históricos de populações, no Brasil e
em Pernambuco.
LOPES,
Luciana Suarez. Alocação de riqueza no interior paulista oitocentista: o caso
da antiga vila de São Sebastião do Ribeirão Preto, década de 1870.
Comunicação apresentada no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais,
ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_792.pdf
RESUMO. Neste trabalho estuda-se a alocação de riqueza na antiga vila de São
Sebastião do Ribeirão Preto durante a década de 1870. A fonte documental
utilizada são os inventários post-mortem da localidade. Nesse período, o
pequeno núcleo urbano passou por uma série de transformações que foram
essenciais na preparação do que se tornaria um dos principais núcleos
produtores de café do interior paulista no último quartel do século XIX. Os
diversos bens encontrados no corpus documental considerado foram agrupados em
cinco categorias - bens imóveis, escravos, animais, bens móveis e dívidas
ativas - e os valores, originalmente expressos em mil-réis, foram transformados
em libras esterlinas.
FANNI,
Silvana O. Família escrava e liberta no final do século XIX. Comunicação
apresentada no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu
(MG), 18 a 22 de setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_85.pdf
RESUMO. No presente trabalho serão analisados alguns casos de famílias que
tinham entre seus membros indivíduos libertos, ou que estavam passando da
escravidão para a condição de forro. A ênfase recairá sobre as relações
que estas pessoas tiveram com a sociedade escravista do final do século XIX,
não deixando de serem abordados aspectos como casamento, paternidade,
maternidade e processos de libertação de famílias escravas.
ANDRADE,
Vitória Fernanda Schettini de. Ilegitimidade e Compadrio: O estudo dos
nascimentos de filhos de mães escravas, São Paulo do Muriaé, 1852-1888.
Comunicação apresentada no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais,
ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_478.pdf
RESUMO. Esta comunicação fundamenta-se no estudo das relações estabelecidas
entre cativos e senhores, a partir do primeiro sacramento, celebrado em filhos
de mães escravas, na freguesia de São Paulo do Muriaé, entre os anos de 1852
e 1888, situada geograficamente a Leste da Zona da Mata Mineira, região
caracterizada por uma produção essencialmente agrícola, fora da plantation,
com escravarias moldadas em sua grande maioria a partir de um reduzido número
de cativos. A ilegitimidade local e sua relação com o nível de riqueza de
alguns proprietários e o apadrinhamento serão nossos grandes condutores,
possibilitando-nos observar que esta região possuía uma identidade própria,
moldada a partir de estratégias sociais e econômicas, refletindo um jogo de
vivências, apresentando escravos dotados de opções e escolhas próprias.
MOTTA,
José Flávio & VALENTIN, Agnaldo. De Ventres Livres Nascidos: os batismos
de ingênuos em Casa Branca e Iguape, província de São Paulo (1871-1885).
Comunicação apresentada no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais,
ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_180.pdf
RESUMO. Estudamos os registros de batismos de ingênuos efetuados nas
localidades paulistas de Iguape e Casa Branca entre 1871 e 1885. Em Iguape,
nesse período, vivencia-se o esmorecimento do dinamismo econômico assentado no
cultivo de arroz destinado ao mercado interno. Já Casa Branca acha-se próxima
à fronteira de expansão da lavoura cafeeira na província de São Paulo. Com a
ênfase posta na comparação entre os municípios selecionados, com vistas a
explorar o condicionamento exercido por esses díspares panos de fundo
econômicos, analisamos as características presentes nos registros aludidos.
Observamos a freqüência no tempo, bem como a sazonalidade dos batismos das
crianças nascidas de mães escravas após a promulgação da Lei do Ventre
Livre. Computamos a distribuição dos batizandos de acordo com a condição de
legitimidade. Acompanhamos o comportamento da defasagem temporal entre a data do
nascimento e a do batismo. Por fim, voltamos nossa atenção para a condição
social de padrinhos e madrinhas. As disparidades entre Iguape e Casa Branca
mostraram-se, regra geral, muito significativas.
ARAÚJO,
Regina Mendes de. Proprietárias de escravos e terras da Vila do Carmo, Vila
Rica e Vila de São João Del Rei - 1718-1761. Comunicação apresentada no XV
Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de
setembro de 2006. Disponível em: http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_176.pdf
RESUMO. O trabalho discutiu o papel das proprietárias de escravos e terras da
sociedade mineradora setecentista que viveram entre 1718 e 1761, analisando as
condições econômicas e sociais centrando a analise na Vila do Carmo, Vila
Rica e Vila de São João Del Rei. Para este estudo são utilizados os
documentos referentes às listas dos Quintos Reais que se encontram manuscritos
no Arquivo Público Mineiro e digitados no Centro de Pesquisa Histórica da
PUC-Minas. Do Arquivo Público Mineiro são utilizadas ainda as Cartas de
Sesmarias. Outra documentação utilizada são as cartas de solicitação e
doação de sesmarias do Arquivo Histórico Ultramarino. Lançando luz sobre os
dados encontrados na documentação, analisou-se como as mulheres proprietárias
se inseriram no mundo de trabalho, como geriam seus negócios. Portanto, esse
trabalho consiste numa tentativa, ainda que tímida de contribuir para a
história da mulher na colônia.
MELLO
FILHO, Marcelo Soares Bandeira de & SANTOS JÚNIOR, José Maria dos.
População e Geografia Econômica: a conformação da população no espaço em
Minas Gerais, no século XIX. Comunicação apresentada no XV Encontro Nacional
de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de 2006.
Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_849.pdf
RESUMO. O objetivo deste trabalho é aprofundar o conhecimento da dinâmica
demográfica das Minas Gerais do século XIX segundo dois planos
inter-relacionados de análise, as distribuições, no espaço, do contingente
populacional e das centralidades urbanas, aplicados a diferentes períodos do
século XIX, as décadas de 1830 e 1870. Busca-se observar se os resultados
encontrados estão em conformidade com o estabelecido pela historiografia:
homogeneização da distribuição demográfica e ruralização das atividades
produtivas.
CUNHA,
Maísa Faleiros da. Reconstituindo famílias escravas. Comunicação apresentada
no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de
setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_270.pdf
RESUMO. Este trabalho busca mostrar as possibilidades e/ou dificuldades na
reconstituição de famílias escravas a partir de duas fontes documentais: a
lista nominativa de habitantes e os registros paroquiais (batismo, casamento e
óbito). As questões que o norteiam são: como a família escrava se manifesta
nessas fontes?; é possível o resgate de suas histórias?; a partir da
reconstituição dessas famílias há possibilidades de se mensurar indicadores
demográficos para a população escrava? Esperamos, através do cruzamento das
fontes citadas, acompanhar as famílias e indivíduos a fim de apreender
elementos para desvendar histórias como a de Antonio, Francisca e seus filhos,
assim como as de outros escravos inseridos em uma economia voltada para o
abastecimento interno em meados do Oitocentos em uma vila do norte paulista.
RODARTE,
Mario Marcos Sampaio. Arranjos domiciliares, urbanização e desenvolvimento
econômico: um ensaio de tipologia domiciliar com as Listas Nominativas de Minas
Gerais, na década de 1830. Comunicação apresentada no XV Encontro Nacional de
Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de 2006.
Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_814.pdf
RESUMO. O presente trabalho objetiva analisar a organização domiciliar na
Província de Minas Gerais na década de 1830, mediante construção de uma
tipologia "Grade of Membership" que elabora conjuntos de elementos de
forma a posteriori, segundo a teoria matemática dos conjuntos nebulosos. Como
esse trabalho se volta para a investigação das relações entre os fenômenos
socioeconômicos e a conformação dos domicílios, as variáveis selecionadas
para o desenvolvimento da tipologia não se atêm apenas às características
demográficas dos domicílios e de seus membros, mas também considera as
variáveis da economia regional e urbana, além de outras variáveis
econômicas, com a posse de escravos - tida como um índice de acumulação - e
as atividades econômicas em que os domicílios se relacionam.
GODOY,
Marcelo Magalhães. Nota sobre ciclo de vida e desenvolvimento econômico: o
caso das atividades agroaçucareiras da província de Minas Gerais.
Comunicação apresentada no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais,
ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_507.pdf
RESUMO. O relacionamento entre ciclo de vida e acumulação representa
importante vertente do encontro da história demográfica com a história
econômica. Este escrito objetiva introduzir algumas sugestões de natureza
metodológica que se acredita alargam as possibilidades de relacionamento entre
a trajetória de vida refletida nas faixas etárias de escravistas e o número
médio de escravos. O caso das atividades agroaçucareiras de Minas Gerais, que
apresentam desenvolvimento preeminente no século XIX, constitui o eixo para a
proposição e demonstração da pertinência destas propostas metodológicas.
Para além do exame de tendências de acumulação no tempo, segundo o ciclo de
vida dos engenheiros, buscam-se evidências a permitir a caracterização de
alguns requisitos para inserção neste campo de atividade.
BOTELHO,
Tarcísio Rodrigues & LEEUWEN, Marco H. D. van & MAAS, Ineke &
MILES, Andrew. HISCO (Historical International Standard Classification of
Occupation): construindo uma codificação de ocupações para o passado
brasileiro. Comunicação apresentada no XV Encontro Nacional de Estudos
Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_619.pdf
RESUMO. Uma importante dimensão a ser considerada na construção de
normatizações para os estudos de demografia no passado brasileiro diz respeito
à codificação das ocupações declaradas na documentação pré-censitária
ou nos primeiros censos nacionais (sobretudo aqueles anteriores a 1940).
Pretende-se apresentar a versão brasileira, ainda em construção, da base de
dados de classificação de ocupações denominada HISCO. Tal base de dados
pretende adaptar, para períodos históricos, a International Standard
Classification of Occupation (ISCO), que é a base da classificação de
ocupações utilizada contemporaneamente pelo IBGE.
VALENTIN,
Agnaldo. Entre o chuço e o remo: agricultores e caiçaras no Vale do Ribeira
(1800-1880). Comunicação apresentada no XV Encontro Nacional de Estudos
Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_494.pdf
RESUMO. A comunicação apresenta alguns atributos demográficos, econômicos e
sociais da população não-proprietária de escravos do Vale do Ribeira
paulista entre 1800 e 1880. Concomitante à redução da parcela cativa -
principalmente durante segunda metade do século XIX - houve um expressivo
aumento de pardos e pretos no grupamento livre. O acompanhamento tanto pelas
listas nominativas como pelas fontes cartoriais evidencia algumas formas de
relacionamento dessas pessoas com a parte formal da sociedade. O cultivo do
arroz, que possibilitou o enriquecimento de parte dos proprietários de
escravos, constituía prática disseminada em todos os estratos sociais,
evidenciando relações de subordinação social e econômica. Dessa forma,
vislumbra-se a existência de estreitos vínculos entre os não-proprietários
de escravos com as atividades produtivas e mercantis da região.
FRANCO
NETTO, Fernando. População em área de fronteira - Guarapuava Século XIX.
Comunicação apresentada no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais,
ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_504.pdf
RESUMO. A presente pesquisa procura avaliar alguns traços da população de
Guarapuava no início do século XIX , região essa de recente exploração. As
atividades desenvolvidas por sua população, durante a maior parte do século
XIX, voltava-se para a lavoura de alimentos e a criação e comercialização de
animais, baseada numa economia interna que promovia o suporte necessário para
outras áreas voltadas para o comércio externo. O plano principal do governo
era de manobra diversionista, a qual levaria os portugueses a se estabelecer no
Iguatemi - as áreas principais seriam o próprio Iguatemi, o Tibagi e os Campos
de Guarapuava. Por fim, devemos entender que a política adotada pelo Governo
foi de expansão de fronteiras, determinando um processo de ocupação em
Guarapuava não espontâneo, baseada em expedições militares de defesa, sem
dúvida, para incrementar sua política econômica e social, baseadas nas
transformações agrícola e populacional, visando, assim, o desenvolvimento
dessas áreas relativamente vazias.
OLIVEIRA,
Lelio Luiz de. A população do nordeste paulista e a chegada da cafeicultura
(1890-1920). Comunicação apresentada no XV Encontro Nacional de Estudos
Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_640.pdf
RESUMO. Nosso trabalho pretende caracterizar o crescimento e a diversificação
populacional, no Nordeste paulista, especialmente no Município de Franca,
localizado entre os rios Sapucaí e Grande, no período de 1890 e 1920, diante
do impacto da cafeicultura.
NADALIN,
Sergio Odilon. A respeito de uma Demografia Histórica de contatos culturais.
Comunicação apresentada no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais,
ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de 2006. Publicado: Cadernos de
História, PUC-MG, v. 9, n. 11, primeiro semestre de 2007. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_163.pdf
RESUMO. Propõe-se discutir a experiência de investigação cujo horizonte é
demarcado pelos "leques interpretativos" inerentes à História das
Populações e à Demografia Histórica. De outra forma, examinar um marco
teórico demarcado pela história de uma população de origem imigrante, cujo
dinamismo tem-se mantido por um ritmo singular, embora pautado, de maneira
geral, pelos fenômenos relativos à transição demográfica. Esta história
define-se por um quádruplo recorte temporal (as três dimensões braudelianas e
a temporalidade desenhada pelos ciclos vitais dos indivíduos agrupados em
quatro coortes de casamentos). O marco teórico completa-se: a) por uma
história de migrações, tanto de indivíduos cuja origem radica-se em alguma
parte do que denominaríamos de Europa Germânica quanto de homens e mulheres
que chegam à cidade como fruto de deslocamentos internos de população; b) por
uma história da urbanização, fundada no consenso de que a
"produção" dos aglomerados urbanos resulta da maneira com que neles
se articulam as ligações entre a imigração, a reprodução biológica e a
recriação cultural; c) por uma história política, cujo tema desenvolve-se em
função do embate entre duas concepções de cidadania: uma -
"brasileira" -, apoiada no jus solis; outra - que fundamenta as
concepções e valores étnicos "teuto-brasileiros" -, no jus
sanguinis. Nesse contexto visualiza-se a constituição de uma identidade cujas
fronteiras étnicas foram definidas pelos membros do grupo e atribuídas pelos
de fora. d) Finalmente, uma história institucional, que se desenvolve em dois
níveis: num, a vida e organização paroquial dos luteranos de origem
germânica em Curitiba; noutro, a história das relações paroquiais no seio do
desenvolvimento de uma organização supraparoquial que redundaria na Igreja
Evangélica Luterana do Brasi (IECLB).
TEIXEIRA,
Heloísa Maria. A criança no processo de transição do sistema de trabalho -
Brasil, segunda metade do século XIX. Comunicação apresentada no XV Encontro
Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de
2006. Disponível em: http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_347.pdf
APRESENTAÇÃO. A segunda metade do século XIX caracterizou-se,
fundamentalmente, pelo declínio da escravidão e, por conseqüência, pelas
discussões acerca das alternativas de trabalho que substituiriam o sistema
baseado na mão-de-obra mancípia. A partir da proibição da entrada de
africanos no Brasil na condição de escravos, em 1850, a reprodução seria o
meio de perpetuação do sistema escravista de trabalho. Essa forma de
reposição foi eliminada quando instituída a lei que, em setembro de 1871,
libertou o ventre das escravas. Desde então, acirraram-se as discussões sobre
os meios de contornar a crise provocada pela legislação de 1871 que, além do
ventre livre, instituiu um fundo financeiro que tinha como propósito a
emancipação de escravos.
ANDREAZZA
Maria Luiza. Dinâmica da fecundidade: apontamentos com base na descendência
legítima de ucranianos estabelecidos no Paraná (1895-1985). Comunicação
apresentada no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu
(MG), 18 a 22 de setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_326.pdf
RESUMO. O estudo acompanha a dinâmica familiar de imigrantes originários da
área da atual Ucrânia, chegados ao Brasil em 1895 e estabelecidos em área
rural do Paraná, na colônia Antonio Olyntho. Dada a alta fecundidade legítima
do grupo, nas coortes estabelecidas para o estudo (1995-1949/1950-1985) a
reflexão se desenvolveu em busca de compreender a manutenção de uma
descendência final alta ao longo de todo o período analisado (entre 8 e 9
filhos na primeira coorte e entre 7 e 8 na segunda coorte) e no que isso
implicou em termos de organização social, familiar e doméstica. Em outros
termos, a análise se voltou a pensar as razões que levaram esse grupo a
perpetuar um sistema reprodutivo historicamente produzido para responder às
contingências de outro espaço social quando em seu país de adoção a taxa de
fecundidade bruta diminuiu de forma rápida, particularmente no período que
corresponde à segunda coorte do estudo. Disso restou considerar que o
comportamento reprodutivo é fruto de um complexo sistema de representações no
qual interagem modos de conceber as relações de gênero e as inter-geracionais
bem como o papel do casamento e da constituição domiciliar. Se assim for, as
práticas concernentes à fecundidade correspondem, sobremaneira, ao exercício
social de uma determinada visão de mundo. Em especial, nos grupos que vivem em
certo isolamento social as chances de reproduzir modelos ancestrais de
reposição geracional são favorecidas. Entre os imigrantes que estudei, quase
um século no Brasil foram insuficientes para mudar o sistema familiar que veio
em sua bagagem: aqui desdobraram o costume de produzir prole extensa, mesmo que
para isso tenham ativado uma continuada migração dos filhos excedentes.
SCOTT,
Ana Silvia Volpi. Migração Portuguesa para São Paulo na segunda metade do
século XIX: um estudo de caso. Comunicação apresentada no XV Encontro
Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de
2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_481.pdf
RESUMO. Através da análise de uma singular experiência migratória ocorrida
entre Portugal (vila da Lousã) e a província de São Paulo (região de
Espírito Santo do Pinhal) esta comunicação apresentará algumas
considerações sobre as características demográficas do contingente
populacional que se dirigiu para o Núcleo Colonial da Nova Lousã, fundado em
1867, composto de cerca de duas centenas de lousanenses. Partindo-se da análise
de dados demográficos recolhidos através da exploração de registros
paroquiais de batizado e de casamento da Vila da Lousã, cruzados com outras
fontes de caráter nominativo diverso, pretende-se contrapor o perfil
específico da população que emigrou para a colônia no interior de São
Paulo, entre as décadas de 1860 e 1880. Através de metodologias que
privilegiam a análise micro, procuraremos apresentar o perfil das famílias que
imigraram, e verificar em que medida elas poderiam apresentar características
que as tornariam diferentes das outras famílias da comunidade a que pertenciam,
mas que permaneceram na terra de origem. Assim, procuraremos salientar as
possíveis mudanças engendradas no conjunto da população que imigrou, levando
em consideração o novo ambiente e as novas condições de vida na terra em que
estes indivíduos se radicaram.
BAENINGER,
Rosana & BASSANEZI, Maria Sílvia C. Beozzo. Trajetória Demográfica no
Estado de São Paulo, na capital e em outros municípios. Comunicação
apresentada no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu
(MG), 18 a 22 de setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_248.pdf
RESUMO. Esse trabalho busca analisar especialmente a trajetória da população
paulista nos anos de 1900 a 1965 (período em que o país vivenciou importantes
movimentos migratórios internacionais e internos, bem como a passagem de uma
sociedade primário-exportadora para urbano-industrial), incorporando as
migrações na interpretação das distintas dinâmicas demográficas que
tiveram lugar no Estado. Destaca a questão migratória - geralmente pouco
explorada e raramente contemplada no debate sobre a transição demográfica -
como um dos eixos explicativos fundamentais para o entendimento das diferentes
formas e etapas da ocupação territorial e composição da população paulista
no decorrer do período analisado. Observa, por exemplo, que os padrões
diferenciados de reprodução dos migrantes refletem-se nos níveis de
natalidade em determinadas localidades paulistas. Contempla também a questão
da nupcialidade e dos diferentes arranjos familiares entre migrantes
estrangeiros e migrantes nacionais como uma variável importante na análise
demográfica. Enfim, através da reconstrução detalhada das fases e dinâmicas
da transição demográfica no Estado de São Paulo, no Município de São Paulo
e em outros dois municípios do interior paulista (Rio Claro e Taubaté) o
trabalho procura demonstrar a existência de momentos e ritmos diferenciados
desse processo, onde a migração teve um papel importante. As fontes básicas
utilizadas nesse trabalho são: as estatísticas vitais em âmbito municipal
(FSEADE) e as matrículas de migrantes (Hospedaria de Imigrantes/Memorial do
Imigrante).
MATA,
Karina Paranhos da. Representação social e Riqueza nas Minas do Ouro: perfil
dos proprietários de escravos na primeira metade do setecentos. Comunicação
apresentada no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu
(MG), 18 a 22 de setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_119.pdf
RESUMO. O trabalho tem como objetivo fazer uma comparação entre o papel
representado na hierarquia social e a posição econômica dos proprietários de
escravos em três importantes distritos da Capitania mineira, na primeira metade
do XVIII: Vila do Carmo, Vila Rica e Vila de Sabará. Para tal comparação
foram utilizadas as informações das listas dos Quintos reais referentes à
Coleção Casa dos Contos e Câmara Municipal de Sabará, nas quais foram
selecionadas as informações sobre a posse de escravos como indicador de
riqueza e a presença de títulos honoríficos como indicador da posição
social. Os dados obtidos foram cruzados com as informações dos documentos
avulsos do Arquivo Histórico Ultramarino relativos a Minas, assim como as de
testamentos e inventários post-mortem. Este trabalho insere-se na atual
vertente historiográfica, representada pelo chamado "grupo do Rio",
que nos últimos anos, vem problematizando a natureza da sociedade colonial, à
luz dos padrões sociais do Antigo Regime.A relevância da pesquisa reside na
possibilidade de aprofundamento dos estudos sobre o perfil da sociedade mineira
na primeira metade do século XVIII, sobretudo porque pode oferecer uma maior
compreensão da complexa dinâmica colonial. Ainda, pode-se pensar na
investigação acerca da relação dos atores sociais, com as autoridades
portuguesas, mediadas pela busca de ascensão social e reconhecimento de seu
status.
SANTOS,
Jonas Rafael dos. Imigração e ascensão social em Ribeirão Preto entre o
final do século XIX e metade do XX. Comunicação apresentada no XV Encontro
Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de setembro de
2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_797.pdf
RESUMO. O artigo procura demonstrar que a imigração em massa para Ribeirão
Preto, município localizado no nordeste de São Paulo, devida à introdução e
desenvolvimento da cafeicultura e à abolição da escravidão no final do
século XIX, provocou um desenvolvimento do setor urbano e conseqüentemente a
ascensão social de parte dos imigrantes que participaram desse processo.
SILVEIRA,
Alessandra da Silva. Legitimação e transmissão de heranças na Mesa do
Desembargo do Paço, Rio de Janeiro, século XIX. Comunicação apresentada no
XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de
setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_616.pdf
RESUMO. A formação de famílias ilegítimas tem despertado o interesse entre
os historiadores nas últimas décadas. O objetivo deste trabalho é mostrar
como famílias consensuais transmitiam seus bens aos filhos ilegítimos e a seus
parceiros. A principal fonte utilizada foi a "Carta de perfilhação",
documento vinculado à Mesa do Desembargo do Paço. Em outra oportunidade,
mostramos um trabalho parcial sobre o processo de legitimação, sobretudo no
Rio de Janeiro, com dados ainda incompletos sobre esta região. O levantamento
de fontes sobre o tribunal foi, finalmente, concluído resultando mais de 120
processos para o local. Utilizaremos a técnica do cruzamento das fontes para
complementar a pesquisa com inventários post-mortem, testamentos e outras
fontes. Questões como a existência de tensões entre herdeiros legítimos e
ilegítimos não só no momento da partilha patrimonial, mas no da transmissão
de bens simbólicos como títulos de ordens religiosas ou de nobreza; o
tratamento dispensado pelos pais à prole bastarda e, também, dos homens em
relação às concubinas, sobretudo, no que diz respeito aos aspectos
econômicos, serão temas privilegiados neste trabalho.
POLAZ,
Karen Teresa Marcolino. Porto Feliz: evolução demográfica, imigração e
propriedade de terra nos séculos XIX e XX. Comunicação apresentada no XV
Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 18 a 22 de
setembro de 2006. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_533.pdf
RESUMO. O município de Porto Feliz (SP) exerceu papel central na fase
monçoeira do movimento bandeirantista, possibilitando a expansão das
fronteiras do Brasil nos séculos XVII e XVIII. Durante os anos 1800,
caracterizou-se como importante produtor de cana-de-açúcar, mesmo durante o
período da ampliação da lavoura cafeeira no território paulista. A partir da
década de 1880, no entanto, recebeu um contingente razoável de imigrantes
estrangeiros. O objetivo da pesquisa consiste em traçar um panorama da
evolução demográfica e econômica de Porto Feliz e, principalmente,
acompanhar a trajetória dos imigrantes no município, em particular os belgas,
que vieram trabalhar para o Engenho Central, com estabelecimento no Núcleo
Colonial Rodrigo Silva. As fontes básicas utilizadas são os censos
demográficos e agrícolas, almanaques, documentos de época existentes nos
arquivos históricos, entrevistas com descendentes dos imigrantes e com
historiadores locais, além da bibliografia sobre o tema. A presente proposta
está em fase de levantamento e sistematização das fontes, elaboração de
tabelas e gráficos e de análises preliminares.
II Encontro Internacional de História Colonial
A
experiência colonial no Novo Mundo - séculos XVI a XVII
Natal, 16 a 19 de setembro de 2008
ALBUQUERQUE,
Myrianne Carla Oliveira de. Vida conjugal ilegítima: o concubinato e a
repressão do Senado da Câmara de Natal. Comunicação apresentada no II
Encontro Internacional de História Colonial: "A experiência colonial no
Novo Mundo - séculos XVI a XVII". Natal, 16 a 19 de set. de 2008.
Disponível em:
http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_9/myrianne_st9.pdf
RESUMO. Durante a América Portuguesa, o Estado e a Igreja incentivaram
amplamente a constituição de casamentos formais, visto que um dos objetivos da
colonização era o povoamento. Entretanto, a realidade colonial não permitiu
que essas uniões fossem uma realidade de todos os segmentos sociais, sendo
comum a existência de uniões ilegítimas como os amancebamentos e o
concubinato. Este trabalho visa a analisar, com base nos Termos de Vereação do
século XVIII, a atuação do Senado da Câmara de Natal, instituição
representante do Estado, com relação ao concubinato e demonstrar como essa
união ilegítima existia mesmo sendo alvo de punições desta instituição.
ALBUQUERQUE,
Walquiria Farias de. Por uma história das mulheres: historiografias e fontes na
colônia. Comunicação apresentada no II Encontro Internacional de História
Colonial: "A experiência colonial no Novo Mundo - séculos XVI a
XVII". Natal, 16 a 19 de set. de 2008. Disponível em:
http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_11/valquiria_st11.pdf
RESUMO. Com o passar dos séculos, foi construída uma imagem das mulheres de
sexo frágil, indefesa e dependente da presença do sexo oposto para as
proteger. Esse artigo discute as referencias teóricas de novas construções
historiográficas na contemporaneidade, dando importância aos estudos que dão
relevância à mulher como objeto de pesquisa, aflorando, assim, questões
relacionadas com a nova visão da historiografia e a real posição das mulheres
no seio da sociedade, desconstruindo o sentido negativo e ao mesmo tempo
construindo um outro, caracteristicamente feminino.
ALVES,
Jeferson Candido & MACEDO, Muirakytan Kennedy de. Razão de masculinidade da
população escrava da Ribeira do Seridó (século XVIII). Comunicação
apresentada no II Encontro Internacional de História Colonial: "A
experiência colonial no Novo Mundo - séculos XVI a XVII". Natal, 16 a 19
de set. de 2008. Disponível em:
http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_8/muirakytan_st8.pdf
RESUMO. A formação da sociedade pecuarista do sertão da ribeira do Seridó,
capitania do Rio Grande do Norte teve um significativo concurso de negros
africanos e afros-descendentes. Com uma proporção menor de escravos, se
compararmos com aqueles utilizados no processamento da cana-de-açúcar, os
sertões pecuaristas terão, no entanto, um maior equilíbrio em termos
demográficos entre os sexos das pessoas de cor. Fator que facilitaria os
arranjos familiares. Nossas conclusões baseiam-se em análises da razão de
masculinidade (número de homens dividido pelo de mulheres e multiplicado por
cem) calculada a partir de investigação em fontes seriais da ribeira do
Seridó: livros de óbitos, nascimento, casamento; inventários e testamentos.
BORGES,
Cláudia Cristina do Lago. Cativos do Sertão: um estudo da escravidão no
Seridó - Rio Grande do Norte. Comunicação apresentada no II Encontro
Internacional de História Colonial: "A experiência colonial no Novo Mundo
- séculos XVI a XVII". Natal, 16 a 19 de set. de 2008. Disponível em:
http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_15/claudia_st15.pdf
APRESENTAÇÃO. As primeiras peças de escravos africanos trazidos para o Brasil
foram logo empregadas no serviço da cana. Com o crescimento dos engenhos e com
o surgimento de outras formas de exploração da terra, a necessidade de
escravos cresceu e o comércio especializado neste tipo de serviço prosperou.
As áreas mineradoras representaram um negócio promissor, mas também
demandavam um grande número de braços para a extração dos minerais e, assim
como na lavoura de cana, foi usado o elemento servil. Além destas, o trabalho
escravo também estava presente nas áreas urbanas, em forma de serviços
domésticos. Ainda no século XIX foi uma das forças motoras dos cafezais.
COSTA,
Robson Pedrosa. As ordens religiosas e a escravidão negra no Brasil.
Comunicação apresentada no II Encontro Internacional de História Colonial:
"A experiência colonial no Novo Mundo - séculos XVI a XVII". Natal,
16 a 19 de set. de 2008. Disponível em:
http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_15/robson_st15.pdf
RESUMO. Pretendemos, neste trabalho, discutir acerca da exploração do trabalho
escravo negro pelas ordens religiosas no Brasil Colônia, trazendo à tona as
principais questões que marcaram o cotidiano das relações dentro do cativeiro
dos conventos. É importante frisarmos que na América Portuguesa amalgamaram-se
os interesses da Igreja Católica e da Coroa, numa união indissolúvel que
marcou todo o período colonial. Contudo, as tensões também estiveram
presentes nas relações entre estas instituições, principalmente em relação
ao Padroado. Este último serviu como justificativa para muitos autores que
estudaram a temática em questão, já que o clero aqui estabelecido tivera de
adaptar-se ao jogo de poder entre Coroa e Igreja.
MACEDO,
Helder Alexandre Medeiros de. Escravidão indígena no sertão da capitania do
Rio Grande. Comunicação apresentada no II Encontro Internacional de História
Colonial: "A experiência colonial no Novo Mundo - séculos XVI a
XVII". Natal, 16 a 19 de set. de 2008. Disponível em:
http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_15/helder_st15.pdf
RESUMO. A colonização do sertão da Capitania do Rio Grande, possibilitada
pelo fenômeno da ocidentalização, interpôs universos distintos - o ocidental
e o nativo - em situações conflituosas, que resultaram, dentre outros
acontecimentos, na construção de um território colonial pontilhado de
fazendas de gado e templos cristãos. Nesse território, colonizado,
principalmente, pela empresa pecuarista, sobressaiu a utilização de
mão-de-obra escrava índia e negra, como aponta a historiografia recente.
Partindo de fontes de natureza civil, judicial e eclesiástica existentes em
Natal, Acari e Caicó, o trabalho propõe-se a discutir a existência de
escravos índios no sertão da capitania e sua relação com as atividades
econômicas nesse território. Toma como recorte o território da Freguesia de
Santa Ana do Seridó (criada em 1748), cuja cartografia era formada por espaços
das Capitanias do Rio Grande e da Paraíba, durante o período que vai do
século XVIII ao início do século XIX. A imersão de escravos índios,
curibocas e mestiços é uma evidência de que, como disse Serge Gruzinski, a
ocidentalização não acarretou o total arrasamento das culturas autóctones,
mas, produziu mestiçagens - do ponto de vista biológico e cultural. Na
prática, confirmando o que a historiografia já tinha apontado, assinalamos a
presença de escravos índios ao lado dos escravos africanos e crioulos,
trabalhando nas lides do pastoreio ou em atividades agrícolas em alguns pontos
da Freguesia de Santa Ana do Seridó.
MACEDO,
Muirakytan Kennedy de. O sertão negro: escravos nos inventários e testamentos
da Ribeira do Seridó colonial. Comunicação apresentada no II Encontro
Internacional de História Colonial: "A experiência colonial no Novo Mundo
- séculos XVI a XVII". Natal, 16 a 19 de set. de 2008. Disponível em:
http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_15/muirakytan_st15.pdf
APRESENTAÇÃO. A América portuguesa foi fundada em representações do mundo
social, herdeiras da tradição medieval e clássica de hierarquia, que dividiam
a sociedade em ordens. No entanto, necessitou de acomodar-se à realidade
colonial que lhe exigiu adaptação e criação de formas societárias que deram
à América portuguesa uma feição particular. A sociedade colonial se
estruturou experimentando numerosas hierarquias que poderiam corresponder às
várias categorias de mão-de-obra e à complexa divisão de cor, sem,
entretanto, cavar um fosso abismal de dualismos contrastantes: senhor/escravo,
fidalgo/plebeu, católico/pagão, branco/negro, cristão velho/cristão-novo.
Tais polaridades na América foram construídas em degradê conciliando, como
diz S. B. Schwartz: "as múltiplas hierarquias entre si, de modo que a
gradação, a classe, a cor e a condição social de cada indivíduo tendesse a
convergir".
OLIVEIRA.
Vinicius Araujo de. Estupro, rapto e defloramento. Violência sexual em Aquiraz
no século XVIII (1779 - 1785). Comunicação apresentada no II Encontro
Internacional de História Colonial: "A experiência colonial no Novo Mundo
- séculos XVI a XVII". Natal, 16 a 19 de set. de 2008. Disponível em:
http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_9/vinicius_st9.pdf
RESUMO. No período colonial a mulher era permeada de funções e sujeita a
regras que limitavam seu modo de agir e se comportar, algumas dessas funções
eram definidas pelo grau de posição social, raça e hierarquia familiar,
fazendo com que a análise do campo feminino torne-se vasto, complexo e
constantemente revisto na historiografia brasileira.
PAULA,
Thiago do Nascimento Torres de. Colonos e Expostos: uma rede solidariedade na
Capitania do Rio Grande do Norte setecentista. Comunicação apresentada no II
Encontro Internacional de História Colonial: "A experiência colonial no
Novo Mundo - séculos XVI a XVII". Natal, 16 a 19 de set. de 2008.
Disponível em:
http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_9/tiago_st9.pdf
RESUMO. O objetivo deste texto é demonstrar uma possível articulação dos
homens e mulheres que viviam na Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação no
século XVIII. O que provavelmente gerou uma espécie de rede de solidariedade,
a qual teve como elementos beneficiados as inúmeras crianças recém-nascidas
que foram abandonadas no espaço da jurisdição eclesiástica citada, já que
ela não dispunha de uma Roda dos Expostos, nem muito menos de uma Irmandade da
Misericórdia instituída.
POSSAMAI,
Paulo César. O trabalho de negros e índios na Colônia do Sacramento.
Comunicação apresentada no II Encontro Internacional de História Colonial:
"A experiência colonial no Novo Mundo - séculos XVI a XVII". Natal,
16 a 19 de set. de 2008. Disponível em:
http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_15/paulo_st15.pdf
RESUMO. A Colônia do Sacramento, fundação portuguesa no Rio da Prata, contou
com o trabalho de indígenas e negros. Uma vez que a Coroa portuguesa
necessitava da aliança dos indígenas que habitavam a região para resistir a
uma provável ofensiva espanhola contra o novo estabelecimento, ela impediu a
escravização dos índios. Os soldados e colonos, porém, trouxeram consigo
índios e negros do Brasil para auxiliá-los na construção e manutenção do
novo estabelecimento. Contudo, seu papel não se limitou aos trabalhos
cotidianos, pois muitas vezes foram forçados a lutar ao lado de seus donos nos
constantes conflitos com os espanhóis ao longo da conturbada história da
Colônia do Sacramento, um ponto de discórdia entre espanhóis e portugueses na
América.
RESTITUTTI,
Cristiano Corte. Comércio e tráfico de escravos nas primeiras décadas do
século XIX: novas percepções de duas fontes seriadas. Comunicação
apresentada no II Encontro Internacional de História Colonial: "A
experiência colonial no Novo Mundo - séculos XVI a XVII". Natal, 16 a 19
de set. de 2008. Disponível em:
http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_8/cristiano_st8.pdf
RESUMO. Este trabalho expõe os resultados do cruzamento de duas fontes
conhecidas: os livros dos registros da capitania de Minas Gerais e os despachos
de escravos e passaportes de tropas da Intendência da Polícia da Corte.
Ampliam-se as críticas às fontes, demonstram-se as possibilidades de análise
conjunta e sugerem-se novas percepções das fontes a partir do cruzamento.
Apresentam-se possibilidades de análise do comércio terrestre de abastecimento
e de exportação e, sobretudo, do tráfico de escravos.
SANTOS,
Sebastião Genicarlos dos & MACÊDO, Muirakytan Kennedy de. O enigma das
cores: cotidiano e relações interétnicas no Seridó escravista à luz da
documentação colonial. Comunicação apresentada no II Encontro Internacional
de História Colonial: "A experiência colonial no Novo Mundo - séculos
XVI a XVII". Natal, 16 a 19 de set. de 2008. Disponível em:
http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_15/sebastiao_st15.pdf
RESUMO. Neste artigo procuramos fazer uma análise das relações interétnicas
na Ribeira do Seridó à época colonial, especialmente no que diz respeito às
múltiplas formas de relacionamentos envolvendo negros e não-negros. Deste modo
recuperamos, a partir de documentação paroquial e cartorial, algumas
micro-histórias, a fim de compreender minimamente o cotidiano regional. De
maneira que pudemos estabelecer comparações entre as informações contidas
nas fontes e os discursos que circulam no imaginário estadual e regional a
respeito do Seridó.
SILVA,
Henrique Nelson da. Trabalhadores de São José: pedreiros, carpinteiros,
marceneiros e tanoeiros do Recife, século XVIII. Comunicação apresentada no
II Encontro Internacional de História Colonial: "A experiência colonial
no Novo Mundo - séculos XVI a XVII". Natal, 16 a 19 de set. de 2008.
Disponível em:
http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais/st_trab_pdf/pdf_8/henrique_st8.pdf
RESUMO. O século XVII assiste, assim podemos dizer, ao nascimento do Recife.
Cidade que já surge como importante centro comercial, urbano. Com a invasão
holandesa em 1630, o Recife deixa de ser apenas uma vila de pescadores para se
tornar um dos principais centros urbanos da colônia, e até de toda a América.
Com suas ruas, repletas de casas comerciais. Com suas pontes, igrejas e
sobrados. Com sua concentração populacional. Com sua demanda por serviços e
produtos. O Recife era sem dúvidas um centro atrativo de artífices com suas
mais variadas especialidades. E é tendo este centro urbano como espaço durante
o século XVIII, que passamos a refletir sobre a vida dos trabalhadores
especializados. Sobre os oficiais mecânicos.
XVIII
Encontro Regional de História da ANPUH - São Paulo
Assis, Unesp-Assis, 24 a
28 de julho de 2006
CAMPOS,
Zóia Vilar. Italianos em São Paulo: de colonos a empresários do açúcar.
1876 -1941. Comunicação apresentada no XVIII Encontro Regional de História da
ANPUH - São Paulo. Assis, Unesp-Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Disponível em
(tópico - Autores e Artigos):
http://www.anpuhsp.org.br/downloads/CD%20XVIII/index.html
RESUMO. Este artigo explora o papel dos usineiros italianos durante o processo
de transformação dos engenhos centrais em usinas, entre 1876 e 1941, em São
Paulo, com o intuito de explicar a participação destes industriais, no
contexto do desenvolvimento econômico brasileiro. Diante desses fatos,
manifesta-se o nosso desejo de compreender como italianos vindos para o Brasil,
a fim de servirem de mão-de-obra na lavoura cafeeira, a partir da quinta
década do século XIX, se transformaram em usineiros.
PIRES,
Maria de Fátima Novaes. Ex-escravos no alto sertão da Bahia - fios da vida.
Comunicação apresentada no XVIII Encontro Regional de História da ANPUH -
São Paulo. Assis, Unesp-Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Disponível em
(tópico - Autores e Artigos):
http://www.anpuhsp.org.br/downloads/CD%20XVIII/index.html
RESUMO. O presente texto trata das experiências de ex-escravos no alto sertão
da Bahia (Rio de Contas e Caetité), nos anos iniciais da abolição até a
década de 1920, quando se intensificaram fluxos migratórios para o Centro-Sul
do Brasil, em especial para o Estado de São Paulo. Para reconstituir parte da
dinâmica dessa conjuntura, foram consultados processos criminais, inventários,
livros de conta corrente e correspondências da "Casa do Barão de
Caetité".
SILVA,
André Félix Marques da & BEYELER, Nadia & SILVA, Patrícia Garcia
Ernando da. Transmissão de bens nos testamentos femininos do século XIX em
São Paulo. Comunicação apresentada no XVIII Encontro Regional de História da
ANPUH - São Paulo. Assis, Unesp-Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Disponível em
(tópico - Painéis de Iniciação Científica):
http://www.anpuhsp.org.br/downloads/CD%20XVIII/index.html
RESUMO. Este trabalho tem por objetivo estudar os testamentos femininos
paulistas compreendidos entre 1840 e 1880, fotocopiados do 3º Ofício da
Família do ATJSP (Arquivo do Tribunal de Justiça de São Paulo) e alocados no
arquivo do CEDHAL (Centro de Estudos de Demografia Histórica da América
Latina), enfatizando a transmissão de bens. Neste sentido, temos como metas
mostrar os herdeiros e legatários privilegiados nas doações e as
disposições religiosas. Para efetuar esse trabalho transcrevemos os
testamentos, extraímos suas informações em fichas de coleta, elaboramos um
Banco de Dados específico para a documentação e cadastramos as informações.
Numa etapa posterior criamos sistemas de consulta, dos quais selecionamos
algumas ocorrências nos testamentos para estudos de casos.
SILVA,
Patrícia Garcia Ernando da. Transmissão do patrimônio e circulação de
riquezas: os cativos nos testamentos (1850 - 1875). Comunicação apresentada no
XVIII Encontro Regional de História da ANPUH - São Paulo. Assis, Unesp-Assis,
24 a 28 de julho de 2006. Disponível em (tópico - Painéis de Iniciação
Científica):
http://www.anpuhsp.org.br/downloads/CD%20XVIII/index.html
RESUMO. Este artigo trata sobre as concessões de alforrias por parte dos
senhores aos seus escravos e sobre o processo de transmissão do patrimônio, na
cidade de São Paulo, no período compreendido entre 1850 e 1875. Com este
intuito utilizamos os testamentos manuscritos fotocopiados do 3º Ofício da
Família do ATJSP (Arquivo do Tribunal de Justiça de São Paulo), que se
encontram impressos e em rolos de microfilme no acervo do CEDHAL (Centro de
Demografia Histórica da América Latina).
SOUSA,
José Weyne de Freitas. A família cearense sob o signo das secas: domicílio,
trabalho e migração. Comunicação apresentada no XVIII Encontro Regional de
História da ANPUH - São Paulo. Assis, Unesp-Assis, 24 a 28 de julho de 2006.
Disponível em (tópico - Autores e Artigos):
http://www.anpuhsp.org.br/downloads/CD%20XVIII/index.html
RESUMO. A hipótese principal dessa pesquisa é a de que de 1877 a 1915 a
família cearense esteve sob o signo das secas. Por isso, ela objetiva
compreender as relações familiares no Ceará nesse período, a partir do
estudo do impacto social, político, econômico e cultural das secas na
sociedade. Procura-se baseado na relação família/seca, analisar os seus
diferentes significados através do escrutínio de diversas fontes como:
relatórios de presidente de província e estado, periódicos da época, censos
populacionais e, principalmente, da documentação das Comissões de Socorros
Públicos produzida durante as estiagens. Intenta-se, portanto, avaliar neste
trabalho o processo de transformações ocorridas na família cearense após as
secas e no interregno de tempo entre elas. Por esse motivo, abarca-se nessa
pesquisa quatro secas: a de 1877-79 (conhecida como a grande seca), a de
1888-89, 1900 e 1915.
XIX
Encontro Regional de História da ANPUH - São Paulo
São Paulo, 8 a 12 de
setembro de 2008
BARBOSA,
Keith. Escravidão, mortalidade e doenças: notas para o estudo das dimensões
da diáspora africana no Brasil. Comunicação apresentada no XIX Encontro Regional
de História da ANPUH - São Paulo.
São Paulo, FFLCH/USP - (Cidade Universitária/campus Butantã), 8 a 12 de
setembro de 2008. Disponível em (Tópico: Textos completos; Item: Seminários
Temáticos): http://www.anpuhsp.org.br:80/
APRESENTAÇÃO. Verificam-se importantes avanços na historiografia atual sobre
a escravidão no Brasil. Sob diversos ângulos muitos autores têm enfocado os
complexos universos sociais da escravidão em áreas urbanas e rurais,
examinando o cotidiano, os arranjos familiares e as sociabilidades diversas nos
dois lados do atlântico. Através de abordagens mais sofisticadas têm surgido
investigações a respeito de vários aspectos da agency e da cultura escrava.
Além disso, diversas faces da cultura material africana na diáspora -
considerados cruciais na formação da cultura e da identidade - ganharam
destaque. Incluiríamos aí padrões de mortalidade e morbidade no interior das
senzalas que analisados sob novas óticas - considerando as experiências
escravas e a complexa rede de significação tecida no universo do trabalho --
poderiam ser reveladores. Como apontou R. Slenes: "é possível recuperar
no olhar branco um lar negro coerente com os novos dados demográficos",
mas antes é preciso conhecer "o espaço marcado pelo encontro entre a
herança cultural africana dos escravos e sua experiência no cativeiro".
Inseridos neste movimento de revisão historiográfica, para além das leituras
caricatas a respeito da saúde e doença entre a população cativa, propomos
demonstrar como o diálogo entre as regiões diversas - uma freguesia urbana e
outra rural - fornecem instigantes indícios de como os cativos viviam e lidavam
com a experiência da doença e da morte. Neste sentido, evidencia-se a
necessidade que os historiadores da escravidão intensifiquem o diálogo com
outras áreas de conhecimento, destacadamente para os estudos sobre medicina e
doenças, e assim avancem nas pesquisas relacionadas a saúde da população
negra tornando possível que novas faces do universo da escravidão sejam
analisadas através das experiências de mortalidade e morbidade. Mais do que
explicações conclusivas, pretendemos destacar nesta comunicação as
possibilidades analíticas para o universo da temática da escravidão no Brasil
através de abordagens iniciais cruzando escravidão, mortalidade e doenças.
Desta forma, ressaltamos a importância e possibilidades de se pensar as
experiências escravas em torno da doença, da cura e da morte esquadrinhando
variados aspectos do cotidiano e seus arranjos sociais específicos.
BASTOS,
Ana Cristina do Canto Lopes. Autos de tutoria e contrato de órfãos: trabalho
infantil e violência contra menores desvalidos (1871-1900). Comunicação
apresentada no XIX Encontro Regional de História da ANPUH - São Paulo. São Paulo, FFLCH/USP - (Cidade
Universitária/campus Butantã), 8 a 12 de setembro de 2008. Disponível em
(Tópico: Textos completos; Item: Seminários Temáticos): http://www.anpuhsp.org.br:80/
RESUMO. Nesta pesquisa, busca-se analisar em Autos Cíveis de Tutoria e Contrato
de Órfãos do século XIX, do Poder Judiciário da Comarca de Bragança
Paulista, situações envolvendo exploração do trabalho de menores, violência
e maus-tratos, com órfãos pobres e desvalidos entre os anos de 1871 a 1900.
Procura-se rastrear as iniciativas educacionais e de disciplinarização desse
grupo de crianças a partir de relações de trabalho que se estabeleceram entre
estes e seus tutores, bem como, verificar de que forma se processava o acesso à
educação desses "menores" por meio do exame das práticas da
administração da Justiça, uma vez que os órfãos ficavam sob sua
jurisdição. Considera-se que as tutorias e contratos de órfãos figuram entre
os mecanismos de ajuste ao esquema proposto pelas novas relações de trabalho
que surgem na época, encampadas pelo Poder Judiciário. É possível verificar
ainda casos de violência sexual envolvendo tutores e as menores contratadas que
podem ser notados em cotejo desses autos com Inquéritos Policiais. Como
principal aporte teórico deste estudo, recorreu-se às contribuições de E. P.
Thompson, Jacques Le Goff, Carlo Ginzburg, entre outros.
DIÓRIO,
Renata Romualdo. Negociando a Liberdade: as coartações e seus entraves
judiciais na cidade de Mariana na segunda metade do século XVIII. Comunicação
apresentada no XIX Encontro Regional de História da ANPUH - São Paulo. São Paulo, FFLCH/USP - (Cidade
Universitária/campus Butantã), 8 a 12 de setembro de 2008.
FERRAZ,
Lizandra Meyer. Alforrias em Campinas no século XIX. Comunicação apresentada
no XIX Encontro Regional de História da ANPUH - São Paulo. São Paulo, FFLCH/USP - (Cidade Universitária/campus
Butantã), 8 a 12 de setembro de 2008. Disponível em (Tópico: Textos
completos; Item: Seminários Temáticos):
http://www.anpuhsp.org.br:80/
APRESENTAÇÃO. "Que outro tipo de documentação existe para estudar a
alforria?" já questionava o historiador Peter Eisenberg em seu artigo
"A Carta de alforria e outras fontes para estudar a alforria no século
XIX". Neste artigo, Eisenberg problematiza se a carta de alforria é
suficiente para estudar o ato de alforriar ou se existem outras fontes também
importantes para o estudo deste tema. Ao responder a esta questão, o autor
além de apontar outras fontes possíveis para uma pesquisa sobre o tema (livros
de batismos, testamentos e inventários post-mortem, processos crimes, etc.),
procura indicar o que pode ser feito através do cruzamento destas últimas com
as cartas de alforria registradas em cartório. Uma das possibilidades por ele
apontada seria (a partir do cruzamento de testamentos e inventários post-mortem
com as cartas de alforria) estudar, por exemplo, os perfis dos alforriados
(sexo, idade, profissão, naturalidade, residência, cor, valor etc.) e dos
senhores que concediam as alforrias (casados ou solteiros, com ou sem herdeiros
forçados, proprietários pequenos, médios ou grandes etc.). Apesar destes
apontamentos, Eisenberg pesquisou as alforrias em Campinas a partir do final do
século XVIII até a abolição (1798 a 1888) apenas utilizando como fonte as
cartas de alforria registradas em cartórios neste município. Pesquisou um
total de 2.093 cartas de liberdade registradas nos cartórios do Primeiro e
Segundo Ofícios de Campinas, as quais libertavam 2.277 escravos. Nos últimos
anos, diversos estudos sobre as alforrias no Brasil têm utilizado, juntamente
com as cartas de liberdade registradas em cartórios, diferentes tipos de
documentos para a pesquisa deste tema: inventários post-mortem, testamentos,
registros de batismos, listas de matrícula, ações de liberdade, processos
crimes, autos de prestação de contas testamentárias etc. Com esta
diversificação na utilização das fontes e adoção de outros métodos de
pesquisa, novas abordagens e enfoques puderam ser priorizados para este estudo
que apenas com a utilização dos registros cartoriais de alforrias não era
possível. Esta comunicação procura discutir outras formas de obtenção de
liberdade pelos cativos em Campinas no século XIX, maior município escravista
da província de São Paulo, para além das tradicionais cartas de alforria.
FONSECA,
Sérgio C. A assistência à infância pobre na República Velha: comparações
entre São Paulo e Ribeirão Preto (1900-1917). Comunicação apresentada no XIX Encontro Regional
de História da ANPUH - São Paulo. São Paulo, FFLCH/USP - (Cidade Universitária/campus Butantã), 8 a
12 de setembro de 2008. Disponível em (Tópico: Textos completos; Item:
Seminários Temáticos): http://www.anpuhsp.org.br:80/
APRESENTAÇÃO. Em 1903, foi inaugurada na cidade de São Paulo uma
instituição pública destinada a receber e reeducar meninos recolhidos das
ruas pela polícia ou por ordem do judiciário. O Instituto Disciplinar, cujo
nome mais tarde é completado pelo bairro onde existiu, foi instalado nesse ano
no Tatuapé em uma antiga fazenda, dotado de um casarão, dormitórios e
barracão, reformados com o fim de receber os primeiros meninos internos. Uma
das justificativas apresentadas para fundar esse instituto estava amparada no
Código Penal da República, que, desde 1891, determinava a internação de
meninos, nomeados como menores, em institutos industriais para a sua
regeneração pelo trabalho. Depois dos asilos de órfãos e colônias
agrícolas, difundidos no Brasil após 1850, como destaca M. Luíza Marcílio ,
precursores do uso do trabalho como meio para reeducar e incutir a disciplina, o
Instituto Disciplinar, no caso de São Paulo, foi o primeiro do gênero sob o
regime republicano. Além das iniciativas do estado paulista no trato da
menoridade, nas primeiras décadas do século XX, a cidade de São Paulo contava
com diversas instituições de assistência às crianças pobres, com acentuada
presença das confissões religiosas, católicas, judaicas e espíritas, por
exemplo, e das mantidas pela iniciativa particular, como os dispensários
fundados por médicos. Quanto à assistência à infância, a cidade de São
Paulo, desde o século XIX, contava também com o trabalho de instituições
privadas. A antiga roda dos expostos, que persistiu junto à Santa Casa de
Misericórdia até a década de 1950, tem origens antigas e alcançou o século
XX de forma ativa, sendo recebedora de parte dos abandonados da cidade. Com
motivação um tanto diferente, mas igualmente preocupada com o abandono e a
pobreza de mães e crianças, são dignas de nota as ações de Anália Franco.
Em comparação com a longa duração da história de São Paulo, Ribeirão
Preto é uma cidade de passado mais recente, com a coincidência de parte da
formação histórica das duas acontecer nas primeiras décadas do século XX,
num contexto político, econômico e social próximo. O ambiente político é o
da República, obra oficialmente iniciada em 1899 e, mais precisamente, o da
Primeira República, com suas forças avalizadas por cafeicultores e outros
grupos políticos associadas à economia agrário-exportadora. Movidas pelas
necessidades econômicas a capital e as fronteiras agrícolas do interior
recebem constantes ondas de imigração desde fins do século XIX, o que
introduz novos sujeitos no tecido social das cidades e no campo, propiciando
mais diferenças sociais, aliadas aos deslocamentos resultantes da abolição e
da nascente urbanização paulistana e de outros núcleos como Campinas e
Ribeirão Preto, por exemplo.
FREITAS E SOUZA, Rafael de. Os contratos de aluguel de escravos da Anglo-Brazilian Gold Mining Company, Limited. Comunicação apresentada no XIX Encontro Regional de História da ANPUH - São Paulo. São Paulo, FFLCH/USP - (Cidade Universitária/campus Butantã), 8 a 12 de setembro de 2008. Disponível em (Tópico: Textos completos; Item: Seminários Temáticos):
http://www.anpuhsp.org.br:80/
APRESENTAÇÃO. Diante da proibição de possuir e comercializar escravos as
companhias auríferas inglesas instaladas em Minas Gerais no século XIX
recorreram ao aluguel destes para suprir a força de trabalho necessária aos
trabalhos. Buscamos analisar as cláusulas dos contratos de aluguel de escravos
firmados entre a administração da Anglo-Brazilian Gold Mining Company, Limited
(ABGM) e os proprietários de escravos de Mariana na segunda metade do século
XIX. Nestes contratos, escravos e escravas eram divididos em "classes"
(sic) que, por sua vez, determinavam o valor do aluguel e dos jornais. Cotejando
estes dados com informações coligidas em outras fontes, pretende-se esclarecer
quais os critérios adotados para a classificação dos escravos de aluguel em
diferentes "classes" e discutir o verdadeiro significado dos
contratos.
LISBOA, Maria Aparecida Morais. A especificidade da Imigração Italiana no Sudoeste do Estado de São Paulo. Comunicação apresentada no XIX Encontro Regional de História da ANPUH - São Paulo. São Paulo, FFLCH/USP - (Cidade Universitária/campus Butantã), 8 a 12 de setembro de 2008. Disponível em (Tópico: Textos completos; Item: Seminários Temáticos):
http://www.anpuhsp.org.br:80/
APRESENTAÇÃO. O presente estudo é parte integrante da dissertação de
mestrado "Viver na intersecção de culturas: trajetórias de famílias
imigrantes italianas em Angatuba (1881-1982)" realizado a partir de
encadernamentos múltiplos entre Memória, Cultura e História. Busca-se com
este estudo enforcar não só a reconstrução da trajetória
sócio-histórico-cultural do Município de Angatuba, na Região de Sorocaba e
micro-região de Itapetininga, mas também reconstruir, com clareza e
pertinência, a contribuição do contingente de origem italiana nesse processo
de formação de uma cidade do interior do Estado de São Paulo. A utilização
do método biográfico, método qualitativo e do depoimento oral como técnicas
de pesquisa, associados a múltiplos suportes empíricos (documentos textuais,
fotografias históricas e objetos) permitiu perceber como imigrantes italianos
setentrionais e meridionais se integraram à sociedade local e, como ambos os
contingentes alcançaram rápido sucesso econômico e bom relacionamento com a
sociedade luso-brasileira. Constatamos também que o capital cultural e
econômico de alguns imigrantes permitiu-lhes superar a condição de
estranhamento e construir laços de aliança com a elite local. O embate
político tornou-se objeto de reflexão deste estudo por expressar as relações
político-sociais no espaço local e sua evolução até a constituição de
dois grupos políticos antagônicos no campo partidário e eleitoral em tempos
mais recentes. Conclui-se demonstrando e dando ênfase também ao fato de que a
integração na sociedade receptora dos contingentes de imigrantes italianos
setentrionais e meridionais se deu respeitando a diversidade cultural dos dois
grupos, o que possibilitou inserções diversas, conforme as origens e
trajetórias familiares.
RIBEIRO,
Fábia Barbosa. Irmandades de Pretos e Pardos no Vale do Paraíba Paulista (XVII
e XIX). Comunicação apresentada no XIX Encontro Regional de História da ANPUH - São
Paulo. São Paulo, FFLCH/USP -
(Cidade Universitária/campus Butantã), 8 a 12 de setembro de 2008.
ROCHA,
Sirlene de Andrade. Demografia e sociabilidades em regiões açucareiras:
experiências escravas de Campos dos Goytacazes/Brasil e Matanzas/Cuba -
1790-1830. Comunicação apresentada no XIX Encontro Regional de História da ANPUH - São
Paulo. São Paulo, FFLCH/USP -
(Cidade Universitária/campus Butantã), 8 a 12 de setembro de 2008. Disponível
em (Tópico: Textos completos; Item: Seminários Temáticos):
http://www.anpuhsp.org.br:80/
APRESENTAÇÃO. As últimas décadas do século XVIII foram marcadas por
significativas mudanças demográficas e sócio-econômicas no mundo atlântico.
Dentre elas uma que mais criou reflexos nas sociedades escravistas foi a
Revolução do Haiti. Os ecos dessa Revolução acabaram contribuindo para uma
redefinição nas relações estabelecidas nestas sociedades que dependiam do
trabalho escravo. Mas a revolução dos escravos não ecoou apenas no
imaginário dos indivíduos pelo Atlântico. Seus reflexos puderam ser sentidos
na esfera dos mercados de região. Antes da Revolução do Haiti, a colônia
Francesa de São Domingos era a maior produtora de açúcar e abastecedora da
Europa. Após 1791 a produção foi interrompida aumentando a demanda e os
preços no mercado. Esta saída da colônia francesa do mercado atlântico
produtor de açúcar contribuiu decisivamente para sua redefinição. Novas
regiões de plantation açucareira alcançaram seu auge neste período. As
regiões de Havana, em Cuba, e de Campos dos Goytacazes no Rio de Janeiro já
produziam, cada qual em proporções distintas, derivados da cana-de-açúcar em
uma escala de produção singela se comparada com das principais produtoras do
século XVIII. Contudo, essas a partir da segunda metade do XVIII e durante o
século XIX, vêem sua produção se expandir consideravelmente. Uma vez que a
montagem da plantation dependia da utilização de mão-de-obra escrava, essa
expansão foi acompanhada de um crescimento da população escrava africana.
Estes espaços tiveram um crescimento na produção de açúcar num mesmo
momento impulsionado por redefinições da economia-mundo no Atlântico. Foram
assim ligadas, de certa forma, por modelos e tendências semelhantes do mundo
atlântico, mas construídas de acordo com a experiência escravista de cada
local. Pretendemos aqui apresentar algumas características de Campos dos
Goytacazes/Brasil e Matanzas/Cuba nesse período de expansão da monocultura
escravista, atentando para a evolução da população cativas das duas regiões
Atlânticas.
SCHEFFER,
Rafael da Cunha. Comerciantes de escravos em Campinas - década de 1870.
Comunicação apresentada no XIX Encontro Regional de História da ANPUH - São
Paulo. São Paulo, FFLCH/USP - (Cidade
Universitária/campus Butantã), 8 a 12 de setembro de 2008. Disponível em
(Tópico: Textos completos; Item: Seminários Temáticos):
http://www.anpuhsp.org.br:80/
Na segunda metade do século XIX, com a proibição efetiva do trafico africano
de escravos e a contínua procura por mão-de-obra, o comércio de cativos entre
as regiões brasileiras expandiu-se grandemente. No Sudeste, a cidade paulista
de Campinas destacou-se como um grande mercado de escravos das mais diversas
províncias. O peso deste comércio na região pode ser visto na presença de
74% de escravos de outras províncias entre os cativos negociados em Campinas na
década de 1870. Procurando entender como se davam essas transferências
inter-regionais e as negociações locais de escravos, o presente artigo procura
explorar a figura dos comerciantes de cativos nessa cidade.
SCHLEUMER,
Fabiana. Por uma História da Morte Escrava no Brasil: O Caso de São Paulo no
Século XVIII. Comunicação apresentada no XIX Encontro Regional de História da ANPUH - São
Paulo. São Paulo,
FFLCH/USP - (Cidade Universitária/campus Butantã), 8 a 12 de setembro de 2008.
Disponível em (Tópico: Textos completos; Item: Seminários Temáticos):
http://www.anpuhsp.org.br:80/
APRESENTAÇÃO. Segundo M. L. Marcílio "o grande salto da população da
Cidade de São Paulo se deu ao longo do século XVIII, um reflexo claro do
crescimento da economia paulista, provocado pela produção agrícola e
comércio desenvolvidos para o abastecimento das regiões de mineração do
ouro. Além disso, a Cidade de São Paulo tornava-se sede do bispado, sede do
governo da Capitania, residência dos governadores e capitães-mores para ela
enviados. Local de transações comerciais entre as regiões produtoras de
alimentos e de criação de gado e as Minas Gerais, as minas de Goiás e as de
Mato Grosso. No último quartel do século, a melhor safra de cana e as tropas
de mulas carregadas de sacos de açúcar, produzidas nos engenhos recém-criados
do Oeste, desde Jundiaí e de Campinas, passavam obrigatoriamente pela Capital
para alcançarem a Calçada do Lorena, rumo ao porto de Santos". É dentro
desse contexto que nos propomos a estudar a escravidão negra na cidade de São
Paulo e nos seus arredores, utilizando como fonte primordial os registros de
óbito da freguesia da Sé e dos demais bairros periféricos (São Roque, Santo
Amaro, Cotia e Araçariguama).
SILVA,
Maria Celeste Gomes da. Dimensões atlânticas: notas sobre o tráfico negreiro
e as rotas comerciais entre a Alta Guiné e o Maranhão, 1755-1800.
Comunicação apresentada no XIX Encontro Regional de História da ANPUH - São
Paulo. São Paulo, FFLCH/USP - (Cidade
Universitária/campus Butantã), 8 a 12 de setembro de 2008. Disponível em
(Tópico: Textos completos; Item: Seminários Temáticos):
http://www.anpuhsp.org.br:80/
APRESENTAÇÃO. Neste texto apresentamos as primeiras reflexões acerca de uma
pesquisa em andamento sobre tráfico negreiro e rotas comerciais entre a Alta
Guiné e o Maranhão. Enfocamos o comércio de cativos africanos realizado pela
Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão (CGGPM) durante a segunda metade do
século XVIII, especialmente a estreita relação que manteve a América
Portuguesa (Estado do Grão-Pará e Maranhão) com a região da Alta Guiné,
mais especificamente com os portos de Bissau e Cacheu - que mais forneceram
cativos para as lavouras maranhenses, de arroz e algodão. Argumentamos que as
conexões estabelecidas entre estas regiões são anteriores à criação da
CGGPM, ou seja, esta empresa monopolista se favoreceu de experiências
anteriores para remontar, em Bissau e Cacheu, redes atlânticas de compras de
cativos. Ao analisarmos a importância desta empresa monopolista no incremento
do tráfico de escravos - em especial nos referidos portos - consideramos
inicialmente a verificação do volume e freqüência dos desembarques de
africanos da Alta Guiné no Maranhão colonial. Utilizamos basicamente a
correspondência do Conselho Ultramarino (depositada no Arquivo Histórico
Ultramarino de Lisboa), com destaque para os "mapas de escravatura".
Outro conjunto de fontes utilizado é a coleção "Documentação colonial
portuguesa na África, Ásia e Oceania", depositada no Instituto Histórico
e Geográfico Brasileiro.
TIMPANARO,
Mirtes. A morte como memória: imigrantes nos cemitérios da Consolação e do
Brás. Comunicação apresentada no XIX Encontro Regional de História da ANPUH - São
Paulo. São Paulo, FFLCH/USP -
(Cidade Universitária/campus Butantã), 8 a 12 de setembro de 2008. Disponível
em (Tópico: Textos completos; Item: Seminários Temáticos): http://www.anpuhsp.org.br:80/
APRESENTAÇÃO. O silêncio é uma das características do interior dos
cemitérios. Vento, chuva e, em alguns lugares do mundo, a neve cobrem esses
espaços, tornando-os ainda mais distantes da presença dos vivos. Contudo esses
cemitérios solitários carregam dentro de si uma incrível quantidade de vozes
prontas para serem ouvidas, basta ter ouvidos e olhos treinados para isso. O
sol, o céu azul, a brisa fresca e reconfortante também passam por ali, e se
para o personagem de Joyce, Gabriel, a neve desce como a hora final sobre todos
os mortos e os vivos, a luz do sol pode iluminar todos os vivos e todos os
mortos. Foi no desejo de ouvir essas vozes, vozes imigrantes, o que elas teriam
para dizer, as memórias guardadas por este grupo, que esta pesquisa se iniciou.
Os lugares escolhidos e percorridos foram os cemitérios da Consolação e do
Brás, necrópoles nascidas dos desejos estatais de organização, controle e
limpeza do espaço público. As novas leis de sepultamento trouxeram muitas
incertezas à população acostumada, pela tradição, ao sepultamento no
interior das igrejas. Os mortos não eram mais sepultados em solo sagrado, mas a
céu aberto, em túmulos que só lentamente tomariam formas e significados para
a população. Antes dos cemitérios extramuros pagava-se mais ou menos pela
localização da sepultura dentro da igreja. Com os cemitérios públicos as
preocupações se tornaram outras. Num primeiro momento procurou-se a
proximidade com a capela, depois uma localização de visibilidade, perto deste
ou daquele vizinho, nas alamedas mais belas e centrais - pensando no
Consolação - ou simplesmente habitar o espaço da necrópole de maneira
pessoal e familiar. Internamente os cemitérios foram ganhando forma e, por que
não?, identidade. Túmulos com imagens religiosas - santos, virgens, anjos -,
túmulos com sinais apocalípticos, túmulos em forma de pequenas igrejas
góticas, de capelas de bairro ou casas de porta direto na rua passaram a povoar
estes dois cemitérios. A presença imigrante em seus interiores, com sua
herança cultural, um passado trazido da terra natal e um presente de luta na
nova terra contribuiu para a formação da identidade do Brás e do
Consolação.