Ano XV, no. 54, novembro de 2008
SUMÁRIO
Relação de Trabalhos Publicados
Sem deixarmos de lado os eventos realizados recentemente, procuramos neste número de nosso BHD recuperar indicações concenentes a encontros efetuados há vários anos; como temos repisado, manter atualizado nosso boletim eletrônico é tarefa que necessita do auxílio dos autores de trabalhos relativos à nossa área de especialização. Trazemos, ademais, três artigos cujo foco principal mostra-se lindeiro com respeito ao nosso campo de estudos; assim atuando esperamos chamar a atenção para a riqueza colocada nas regiões fronteiriças da história demográfica e econômica. O desenvolvimento de estudos em tal zona enriquece não só a demo-economia, mas, sobretudo, o conhecimentos de nossa formação histórica, social e cultural. De outra parte, o avultado número de trabalhos referentes à demografia histórica e a ampliação das fontes de informação disponíveis na Internet atuam, ao que parece, contra a manutenção de um Boletim como o nosso, pois talvez seja mais inteligente deixar a cada pesquisador a tarefa de garimpar as referências mais relevantes para a elaboração de seus estudos. Enfim, esta é uma dúvida que fica a atazanar os responsáveis pelo BHD.
SILVA,
Gustavo Bianch. Africanos e outros mapas das minas: a Irmandade de Nossa Senhora
do Rosário em Guarapiranga (1758-1800). Comunicação apresentada originalmente
no XVI Encontro Regional de História da ANPUH-MG. Belo Horizonte, 20 a
25 de julho de 2008.
RESUMO. Na América Portuguesa foi comum o surgimento de várias irmandades
religiosas especialmente de escravos, africanos, crioulos e libertos. Com
constituição diversa, atuaram tanto no âmbito da devoção a santos
padroeiros como na organização étnica e de ajuda mútua entre irmãos e
devotos. Estas confrarias tornaram-se - entre outros significados - palco de
criação e reinterpretação de identidades, fossem de africanos, crioulos e
setores coloniais diversos. Tema clássico na historiografia brasileira sobre o
universo colonial, destacadamente para as Minas Gerais setecentista, os estudos,
entretanto, têm destacado a formação das chamadas "irmandades
negras" nas grandes vilas como Mariana e Vila Rica. Ainda sabemos pouco
sobre o perfil e papel das irmandades criadas em outras áreas coloniais, fora
dos eixos urbanos e de expansão econômica. Nesta comunicação apresentamos
resultados preliminares de uma investigação em andamento sobre a irmandade de
Nossa Senhora do Rosário da freguesia de Guarapiranga. Levantamos questões
sobre possíveis diferenças e semelhanças entre as confrarias em áreas
urbanas em comparação com aquelas rurais, assim como as conexões destas nas
religiosidades populares locais, considerando o perfil sócio-econômico,
demográfico e cultural da população de escravos, africanos, crioulos e
libertos. Para ler o texto integral
.
PAIVA,
Adriano Toledo. "O anseio por bom tratamento e honra": índios,
negros e mestiços setecentistas e a delimitação de suas identidades.
Originalmente apresentado como comunicação no XVI Encontro Regional de
História da ANPUH-MG. Belo Horizonte, 20 a 25 de julho de 2008.
RESUMO. Esta comunicação tem por objetivo avaliar a percepção que os
índios, negros e mestiços possuíam de seus papéis sociais e a configuração
de suas identidades. As fontes analisadas nesta empreitada serão as
representações e petições elaboradas por estes aos órgãos administrativos
da Capitania Mineira. A legislação da segunda metade do setecentos -
especialmente a de 1755, que conferiu a liberdade ao "gentio da
terra", e o Diretório dos Índios (1757) - "retirou a infâmia"
do indígena e imputou restrições sociais aos negros e aos indivíduos
mesclados com esta qualidade. Avaliaremos o impacto destes instrumentos legais
no cotidiano colonial, porque com estas determinações, tradições,
sociabilidades e papéis sociais tiveram que ser reestruturados e inventados.
Observamos que o discurso empregado pelo gentio em suas petições pautava-se na
construção de uma imagem de honra e prestígio a sua categoria, em
contraposição ao estado e status degradante atribuído ao negro, vinculando-o
à condição escrava. Por sua vez, os homens livres negros e suas mesclas
conferiam ao gentio a imagem de "desordeiros" e "indecorosos a
lei do Rei e de Deus". Os indígenas, mestiços e libertos ansiavam apartar
suas trajetórias da escravidão, configurando vivências que os conferissem
"bom tratamento e honra". Para ler o texto integral
.
WEIMER,
Rodrigo de Azevedo. Italianos, quase italianos e africanos: identidades
contrastivas numa comunidade negra no pós-abolição. Comunicação apresentada
no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14
a 18 jul. de 2008.
RESUMO. Na presente comunicação analiso a
trajetória da família Pastorino, formada por um italiano que casou-se com uma
escrava na região de Morro Alto, litoral norte do Rio Grande do Sul em meados
do século XIX. Para tanto, utilizei documentação cartorial e depoimentos
orais. Problematizo de que maneira seus descendentes, ao reivindicar ancestrais
europeus e africanos, estabeleceram fronteiras internas e externas a uma
comunidade negra ao longo do século XX. Dessa maneira, a recordação de
ancestrais europeus não é contraditória com a luta por direitos étnicos na
condição de descendentes de africanos. Pelo contrário, aponta para uma
perspectiva menos essencializada e mais dinâmica e situacional de identidades
étnicas. Para ler o texto integral
.
ALVES,
Romilda Oliveira. Fronteira em movimento: ocupação, povoamento e economia da
zona Leste da Mata Mineira, nos séculos XVIII e XIX. Comunicação apresentada
no XVI Encontro Regional de História da ANPUH-MG. Belo Horizonte, 20 a 25 de
julho de 2008.
RESUMO. O presente trabalho pretende traçar um
histórico da expansão e povoamento da fronteira leste da mata mineira ao longo
dos séculos XVIII e XIX. Após uma breve discussão sobre as características
de suas unidades domésticas e produtivas no período 1808-1850, buscamos
mostrar que a construção desta área fronteiriça resultou da interação
entre, de um lado, a criação de quartéis/presídios e a montagem de
expedições voltadas para a política de "civilização" e
"pacificação" dos índios, e, de outro, o sistema de sesmarias,
abertura de novos caminhos, comércio e fixação de povoados que futuramente
tornar-se-iam vilas e cidades. Neste sentido, encaminhamos aqui um esforço de
compreender, à luz dos debates historiográficos atuais, como a área central
da Zona da mata teria funcionado como um espaço privilegiado para o caráter
policial-militar da política colonizadora, e, principalmente, como um local
destinado à produção de alimentos voltada para um dinâmico mercado interno.
Procuramos também mostrar que em áreas de fronteira aberta, os colonos
procuraram formar laços familiares mais estáveis como a melhor forma de se
fixarem na terra e adaptarem às dificuldades impostas pelas condições
naturais e conflitos com índios.
ALVES, Romilda Oliveira. A constituição da família na América Portuguesa: um debate historiográfico na perspectiva da demográfica histórica. Comunicação publicada nos Anais do Seminário Nacional de História da Historiografia: historiografia brasileira e modernidade. Mariana, Núcleo de Estudos em História da Historiografia e Modernidade (NEHM) e UFOP, 1 a 3 de agosto de 2007. Disponível em:
http://www.seminariodehistoria.ufop.br/seminariodehistoria2007/t/Microsoft%20Word%20-%20romilda_alves.pdf
RESUMO. A partir de 1980, a historiografia sobre a família brasileira passou a
utilizar técnicas e métodos da Demografia Histórica e de outras ciências
afins, como a Sociologia e a Antropologia. Dessa interdisciplinaridade surgiram
análises que criticam a generalização da idéia da organização familiar
patriarcal para toda a sociedade brasileira, evidenciando a diversidade de
estruturas familiares e domiciliares existentes no Brasil. Desse modo, a nova
produção historiográfica acerca da família no Brasil, vem, em seus estudos,
contestando a visão freyriana que ignorou todas e quaisquer diferenças
regionais e temporais, e que acabou encaixando a história da América
Portuguesa nos limites estreitos do engenho de açúcar. O presente trabalho
procura sintetizar alguns destes principais debates acerca da família, dando
ênfase aos que abordam a chefia feminina de domicílios e a questão da
ilegitimidade. Para tanto, direcionaremos nossa discussão para os
comportamentos ou conjunto de comportamentos que regiam essa sociedade, o que
pressionava as decisões e as escolhas individuais na formação ou não de
famílias.
ALVES,
Romilda Oliveira. Espaço masculino e espaço feminino: os filhos ilegítimos em
Mariana na primeira metade do século XIX. Comunicação apresentada no Simpósio
Impérios e Lugares no Brasil: Território, Conflito e Identidade. Mariana,
Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto,
29 a 31 de maio de 2007.
RESUMO. O objetivo da presente comunicação é o de tentar perceber se a
ilegitimidade foi fator comum na região de Mariana nas primeiras décadas do
século XIX. Para tanto, este estudo pretende, através de uma abordagem
qualitativa dos testamentos/inventários e quantitativa dos registros paroquiais
de batismo, recuperar informações de parte do universo cotidiano e social das
proles ilegítimas. Tentar-se-á perceber se estes naturais eram filhos de
mulheres solteiras, muitas das quais eram chefes de domicílio, bem como,
procurar-se-á mostrar que o fenômeno da ilegitimidade não foi incomum entre
as mulheres livres e brancas, que possuíam prestígio social e eram tratadas
como "donas".
ALVES,
Romilda Oliveira. Mulheres solteiras chefes de domicílio: Mariana, c.1807 -
c. 1822. Monografia apresentada ao Curso de História da Universidade
Federal de Ouro Preto como parte dos requisitos para a obtenção do grau de
Bacharel em História.
RESUMO. Esta monografia visa a expor algumas informações referentes aos
resultados alcançados pela pesquisa "Mulheres solteiras chefes de
domicílio em Mariana: c.1807- c.1822". A idéia foi estabelecer elos e
comparações com os estudos desenvolvidos por Donald Ramos sobre "A mulher
e a família em Vila Rica do Ouro Preto: 1754 - 1838", no qual o autor
quantificou e analisou os domicílios chefiados por mulheres na área urbana e
rural. Neste sentido, dirigimos nosso foco de atenção ao fenômeno da
ilegitimidade, como também às similaridades e diferenças da estrutura e
organização dos domicílios pertencentes às regiões de "expansão
agrícola" - Termo de Mariana - e área urbana de Mariana. Enquadrando-se
no âmbito da demografia histórica, esta pesquisa se insere nos atuais estudos
das relações de gênero que, aliadas à história da mulher associam-se ao
campo da história social da família.
ALVES,
Romilda Oliveira. Nos limites do patriarcalismo: gênero, identidade e chefia
feminina de domicílios em Mariana, c. 1800 - c. 1822. Comunicação apresentada
no XXIV Simpósio Nacional de História. História e Multidisciplinaridade:
territórios e deslocamentos. São Leopoldo (RS), Associação Nacional de
História - ANPUH & Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos, 15 a
20 de junho de 2007.
RESUMO. O presente trabalho tem como objetivo apresentar parte de um estudo
sobre a chefia de domicílios por mulheres solteiras, em Mariana, Minas Gerais,
nas primeiras décadas do século XIX. Através de uma abordagem qualitativa dos
testamentos/inventários bem como quantitativa das listas nominativas, este
estudo pretende analisar a estrutura e organização dos domicílios rurais e
urbanos, procurando similaridades e diferenças entre eles.
ARAÚJO,
João Eurípedes de. Cartas de Alforria na cidade de Uberaba. Comunicação
apresentada no XVI Encontro Regional de História da ANPUH-MG. Belo Horizonte,
20 a 25 de julho de 2008.
RESUMO. Nos períodos Colonial e Imperial as Cartas de Alforria influenciaram
mais no processo de dominação do que de libertação nas relações entre
senhores e escravos no Brasil. Na cidade de Uberaba, Triângulo Mineiro, as
manumissões mostram o poder dos senhores sob a sua mercadoria humana, as
alforrias mesmo registradas em Cartório poderiam ser revogáveis. Para
conseguirem a tão sonhada Carta de Liberdade, muitas vezes os cativos dependiam
da "bondade", "generosidade" dos seus senhores. Poderiam
também chegar à condição de forro se conseguissem durante o cativeiro
ajuntarem algum pecúlio para comprarem suas liberdades. A maioria das Cartas de
Alforria registradas no Cartório do 2o. Ofício de Notas, Escrituras e
Procurações, que se encontram no Arquivo Público de Uberaba, mostra quais os
motivos que levaram os escravos à condição de forro: pelos bons serviços
prestados aos seus senhores; onerosa com pagamento em dinheiro ou mediante troca
por mercadorias e, até mesmo, por animais. Outros foram libertos por seus
senhores devido ao "amor", ou por "esmola", ou por
"amizade". Mesmo com todos estes quesitos alguns escravos só seriam
libertos após a morte dos seus senhores e até mesmo dos seus descendentes.
Este trabalho tem como objetivo fazer uma comparação com as alforrias que
foram passadas em outros municípios tentando detectar suas especificidades.
ASSIS, Ângelo Adriano Faria de. Presença inquisitorial em Minas setecentista. Comunicação apresentada no I Seminário de História do ICHS: Tendências da Historiografia Brasileira Contemporânea. Mariana, ICHS da Universidade Federal de Ouro Preto, 2006. Disponível em:
CABELLA,
Wanda & POLLERO, Raquel. El descenso de la mortalidad infantil en Montevideo
y Buenos Aires entre 1890 y 1950. Comunicação apresentada no I Congreso de la
Asociación Latinoamericana de Población - ALAP. Caxambu (MG), 18 a 20 de
setembro de 2004. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/site_eventos_alap/PDF/ALAP2004_395.PDF
RESUMEN. El trabajo plantea un estudio comparado del descenso de la mortalidad
infantil en Montevideo y Buenos Aires desde fines del siglo XIX hasta mediados
del siglo XX, a partir de la combinación de análisis de series demográficas y
análisis cualitativo de fuentes históricas. En las dos capitales rioplatenses
el inicio del descenso de la tasa de mortalidad infantil se remontó a fines del
siglo XIX, alcanzando en la segunda década del siglo XX niveles poco usuales en
el contexto latinoamericano, en torno a 100 por mil. Sin embargo, mientras la
TMI bonaerense continuó descendiendo prácticamente sin interrupciones, el
descenso de TMI montevideana se estancó durante casi toda la primera mitad del
siglo XX. Este trabajo se propone comparar las principales causas de defunciones
de menores de un año en ambas márgenes del Río de la Plata, así como
explorar cuáles fueron los factores que determinaron las diferencias señaladas
en la tendencia de la mortalidad infantil. La divergencia en los desempeños de
las dos capitales es particularmente llamativa si se considera que ambas
partieron de condiciones demográficas (fecundidad, niveles de urbanización,
composición de las corrientes inmigratorias), geográficas y climatológicas
muy similares. Más aún, la consolidación de la matriz de Bienestar en
Uruguay, usualmente relacionada con la mejora en las condiciones de vida de los
niños, antecede prácticamente en tres décadas a la argentina. Pretendemos
comenzar a dilucidar estas interrogantes a partir del análisis comparado de
cuatro conjuntos de factores explicativos: 1) Medidas de salud pública y
extensión de los servicios de infraestructura básica urbana; 2) Nivel de vida;
3) Desarrollo institucional de la salud pública y medicalización y 4)
Desigualdad social.
CALDEIRA,
Newman di Carlo. Entre a diplomacia e a escravidão: as fugas internacionais de
escravos no relacionamento do Império do Brasil com a República da Bolívia
(1832-1870). Comunicação apresentada no XVI Encontro Regional de História da
ANPUH-MG. Belo Horizonte, 20 a 25 de julho de 2008.
RESUMO. Os países sul-americanos na primeira metade do século XIX enfrentaram
processos de independência cujos resultados foram distintos do Brasil,
especialmente no que se refere à abolição da escravidão negra. O fato é que
as disputas em torno dos projetos políticos que cada elite buscava afirmar em
sua respectiva área de influência produziram, mesmo que de maneira indireta,
reflexos que puderam ser sentidos em outros contextos, tendo como exemplo o caso
da abolição dos regimes escravocratas nos países limítrofes ao Império do
Brasil e suas conseqüências para os proprietários assentados em regiões de
fronteira. Na América do Sul, apesar dos poucos estudos sobre as fugas
internacionais de escravos, tais movimentações foram mais comuns do que se
pensa e chegaram mesmo a despertar o interesse dos representantes do Ministério
dos Negócios Estrangeiros do Império brasileiro que, em suas tentativas de
repatriar os escravos fugidos, esbarraram na falta de convenções ou tratados
específicos sobre extradição Na tentativa de compreender os debates
diplomáticos promovidos pela falta de regulamentação jurídica da propriedade
escrava no subsistema andino, escolhemos os marcos temporais de 1832 e 1870.
Este período abrange tanto a década que marcou o início das tratativas
diplomáticas para os ajustes dos tratados de amizade, limites territoriais,
navegação fluvial, comércio e extradição do Império do Brasil com os
países sul-americanos, quanto o final do processo de negociação ocorrido com
a assinatura dos tratados, troca de ratificações e, posteriormente, troca das
notas reversais.
CASTILHO, Fábio Francisco de Almeida. A historiografia da imigração estrangeira para Minas. Comunicação publicada nos Anais do Seminário Nacional de História da Historiografia: historiografia brasileira e modernidade. Mariana, Núcleo de Estudos em História da Historiografia e Modernidade (NEHM) e UFOP, 1 a 3 de agosto de 2007. Disponível em:
http://www.seminariodehistoria.ufop.br/seminariodehistoria2007/t/Microsoft%20Word%20-%20fabio_f.pdf
RESUMO. A presente comunicação se insere no debate historiográfico sobre a importância da imigração estrangeira para Minas Gerais. Este debate problematizou os dois principais entraves enfrentados no processo. Primeiramente, a má administração à qual a questão dos imigrantes ficou entregue e os problemas com a legislação, ainda pouco definida e incoerente em determinados aspectos. Em segundo lugar, a resistência dos fazendeiros em aceitarem o trabalhador estrangeiro e a concorrência com o estado paulista, que atraiu um contingente muito superior. No entanto, nosso prisma investigativo trará a baila o processo de modernização que ocorreu concomitante a chegada dos imigrantes. Ambos os processos, de modernização e imigração, foram fomentados pela crescente produção cafeeira da região estudada, que ao longo dos anos ganhou importância na receita arrecadada pelos impostos de exportação. Durante este período Minas passava por transformações em sua estrutura demográfica, econômica e social. E, aos poucos, se inseria a nova ordem capitalista. Embora não exista um trabalho que descortine a questão, com a apresentação de números exatos da demografia mineira, trabalhos seminais indicam que a migração de libertos da zona rural para a urbana, as melhorias nas condições de saneamento e a intensificação da imigração, impulsionada pelo Estado, estimularam o crescimento populacional.
CELTON,
Dora & RIBOTTA, Bruno. Las desigualdades regionales en la mortalidad
infantil de Argentina Niveles y tendencias durante el siglo XX. Comunicação
apresentada no I Congreso de la Asociación Latinoamericana de Población -
ALAP. Caxambu (MG), 18 a 20 de setembro de 2004. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/site_eventos_alap/PDF/ALAP2004_390.PDF
RESUMEN. El presente trabajo constituye una primera aproximación al estudio de
la mortalidad infantil en la Argentina, y se propone analizar los diferenciales
regionales para distintos momentos del siglo pasado (1950-2000). Al respecto,
indaga sobre el nivel y la tendencia de la mortalidad infantil y sus componentes
(neonatal y post-neonatal), así como las principales causas de defunción. A
grandes rasgos, los resultados indican que las reducciones más importantes de
la mortalidad infantil en la Argentina, se deben fundamentalmente a la
disminución del componente post-neonatal. Dada la asociación de éste con
causas de defunción fácilmente erradicables (de origen exógeno), las
posibilidades de obtener nuevos descensos en el futuro implicará cambios en el
abordaje del fenómeno. En particular, el mayor desafío estará centrado en la
reducción de la mortalidad neonatal, ya que la misma se encuentra asociada con
dolencias que pueden llegar a ser de complicada identificación y tratamiento, y
por lo tanto, de mayores costos. Un hallazgo significativo se relaciona con el
hecho de que las mayores desigualdades regionales acontecieron a propósito de
la reducción de la mortalidad post-neonatal, y que el descenso en la mortalidad
neonatal, muestra una pauta semejante solamente hacia el fin del periodo
estudiado (año 2000).
CERCEAU
NETTO, Rangel. Um em casa de outro: concubinato, família e mestiçagem na
Comarca do Rio das Velhas (1720-1780). São Paulo, Annablume/UFMG, 2008, 160
p.
APRESENTAÇÃO. O autor estuda as relações concubinárias como opção de
organização familiar de diversos grupos sociais. O ponto de partida são os
constantes debates que envolvem a variedade de culturas familiares e de
comportamentos presentes na sociedade colonial. O estudo desenvolve-se com a
análise dos vários sujeitos sociais que povoaram a região das Minas Gerais e
se envolveram nesses tipos de relacionamentos. Desse modo, este trabalho
constitui um esforço para situar a temática do concubinato como um estudo dos
agentes sociais que o praticaram e estabeleceram várias outras relações
familiares que diferiam do modelo cristão monogâmico de casamento.
CHAVES,
Edneila Rodrigues. O sertão de Rio Pardo: sociedade, cultura material e
justiça nas Minas oitocentistas. Belo Horizonte, dissertação de Mestrado
- Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas
Gerais, 2004.
RESUMO. As contraposições entre o Brasil do sertão e o Brasil do litoral, bem
como entre o Brasil sertanejo e o Brasil urbano, baseadas nas noções de
superioridade e de inferioridade espaciais e culturais, são aqui tratadas a
partir do estudo do sertão de Rio Pardo. O trabalho tem como marco temporal o
período entre 1833 e 1872, que corresponde aos anos de existência da vila de
Rio Pardo, instalada na região, ao norte da província de Minas Gerais.
Busca-se demonstrar que, em nível local, pensavam-se os espaços também em uma
relação de contraposição de culturas. São analisados os aspectos da cultura
material e da justiça na sociedade a partir dos discursos das autoridades
locais. Observa-se neles a concepção do espaço sertanejo em oposição ao
espaço urbano provincial. Procura-se perceber essas duas dimensões da vida
cotidiana local fora dos discursos oficiais, e, assim, outra faceta do sertão
é visualizada. Nessa perspectiva, é possível perceber singularidades, bem
como semelhanças e permanências entre as sociedades de espaços e de tempos
históricos distintos.
CHEQUER,
Raquel Mendes Pinto. Negócios de família, gerência de viúvas. Senhoras
administradoras de bens e de pessoas (Minas Gerais 1750-1800). Belo
Horizonte. Dissertação de Mestrado, FAFICH da Universidade Federal de Minas
Gerais, 2002, mimeografado.
RESUMO. O trabalho analisa situações cotidianas decorrentes da morte do esposo
de algumas senhoras em Minas Gerais, na segunda metade do século XVIII. Ele se
coloca dentro dos estudos atuais das relações de gênero, bem como das
intrafamiliares sendo, portanto, um estudo que se insere no campo da
"História das Mulheres" e da "História da Família".
Sabendo-se que o fenômeno da misoginia permeava o meio em que viviam,
procurou-se conhecer, através deste estudo, as ligações das mulheres com o
Estado, a Igreja e a própria família, pois, estas entidades eram de grande
importância na afirmação dos valores culturais relacionados ao mundo
feminino, vigentes à época. A principal questão que motivou este trabalho
consistiu em verificar se, ao tornar-se viúva, a mulher enquadrar-se-ia nos
padrões de uma sociedade dominada pelo homem ou encontraria no seu novo estado
conjugal uma brecha para se transformar em agente de significativa atuação na
sociedade mineira colonial? Para responder tal indagação, e outras não menos
pertinentes, foram estudados pedidos de concessão de tutelas constantes do
Arquivo Histórico Ultramarino no período compreendido entre 1750-1800, num
total de 113. Também foram analisados documentos cartoriais diversos, de
arquivos históricos das cidades de Mariana, Ouro Preto e Sabará. Desta forma,
buscou-se o conhecimento dos mecanismos institucionais que eram utilizados para
a sustentação da dominação feminina, bem como das reações das viúvas
frente a eles.
COE,
Agostinho Júnior Holanda. As epidemias e a morte: mudanças nas práticas de
sepultamento em São Luís na segunda metade do século XIX (1854 - 1856). Revista
Outros Tempos - Pesquisa em Foco - História, revista eletrônica da
Universidade Estadual do Maranhão, v. 4, n. 4, 2007. Disponível em (tópico
Volumes): http://www.outrostempos.uema.br:80/
RESUMO. Discussão das epidemias que assolaram São Luís ao longo do século
XIX e sua relação com as mudanças nas práticas de sepultamento. Os conceitos
sobre os paradigmas de modernidade na capital implicavam julgamentos do que
devia ou não ser preservado, do que seriam bons e maus lugares, progresso e
atraso, estabelecendo normas a serem seguidas. Uma das principais medidas a
serem implementadas com o intuito de fazer do ambiente urbano ludovicense um
lugar mais higiênico, era acabar com os sepultamentos nas igrejas e
transferi-los para locais distantes do espaço citadino. Com isso, buscava-se
diminuir a incidência dos vários surtos epidêmicos que assolavam a cidade no
decorrer do século XIX, dirimindo a ação dos miasmas, vapores pestilentos
causadores de malefícios físicos aos vivos.
COE,
Agostinho Júnior Holanda. A Secularização dos Costumes Funerários: o advento
cemiterial em São Luís (1828-1855). Anais do X Encontro Estadual de História
do Ceará - ANPUH-CE. Fortaleza, UECE / DIGI&TAL, 2006. Disponível em:
http://www.anpuhceara.org/anais_pdf/A_Secularizacao_dos_Costumes_Funerarios.pdf
APRESENTAÇÃO. No século XIX, as capitais brasileiras buscaram, incisivamente,
uma reorganização do espaço público citadino. As cidades que não
possuíssem as mínimas regras de organização pública teriam que passar por
rápidas melhorias com o intuito de proporcionar um ambiente urbano mais
saudável para os seus habitantes. São Luís do Maranhão não estava fora
deste contexto, pois entre as suas principais carências estava a preocupação
com as mínimas condições de saneamento básico, que contribuía decisivamente
para a proliferação de inúmeras doenças.
CORRÊA,
Randolpho Radsack. Criminalidade e escravidão na região de Carangola-MG:
segunda metade do século XIX. Comunicação apresentada no XVI Encontro
Regional de História da ANPUH-MG. Belo Horizonte, 20 a 25 de julho de 2008.
RESUMO. O objetivo do presente trabalho é apresentar um estudo sobre as
relações de conflito entre escravos e a sociedade, na região de Carangola -
MG, situada ao leste da zona da Mata, na segunda metade do século XIX.
Procurando definir estas relações, foi necessária a análise de processos
criminais e jornais que circularam na região no período citado. Tais fontes
são integrantes do acervo do Arquivo Histórico e Geográfico de Carangola -
MG. Busca-se também, para a melhor definição do estudo, o entendimento da
ocupação escrava nessa região no referido período, no intuito de
caracterizar a participação do negro na sociedade carangolense. Objetivando
demonstrar os conflitos entre escravos e a sociedade, foi necessário também o
levantamento da tipologia destes crimes, através de suas origens e
conseqüências na região. Sendo assim, tal estudo busca contribuir para a
construção histórica da região de Carangola, tendo como foco a escravidão
na localidade.
COSTA,
Carlos Eduardo Coutinho da. Campesinato negro no pós-abolição: migração,
estabilização e os registros civis de nascimentos: Vale do Paraíba e Baixada
Fluminense, RJ (1888-1940). Rio de Janeiro, UFRJ, dissertação de Mestrado,
2008. Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=106086
RESUMO. Na presente dissertação analisa-se o processo de migração de
ex-escravos e de seus descendentes para a Baixada Fluminense, no período do
pós-abolição. Para tanto, foram utilizadas entrevistas produzidas por Ana
Rios; Hebe Mattos; Robson Martins e Carlos Eduardo Costa no Vale do Paraíba e
na Baixada. Somando a isto, coletamos os registros civis de nascimentos no
Município de Nova Iguaçu entre 1889 e 1939. Nas décadas de 20 e 30, em
virtude da desestruturação da produção de café no Vale do Paraíba e do
surgimento de novas formas de economia que exigiam menos trabalhadores - como o
gado e o eucalipto - houve um processo de saída dos libertos e de seus
descendentes dessas antigas áreas. Esse foi o mesmo momento no qual a Baixada
ganhava destaque internacional graças à produção de laranja, e conhecia um
grande avanço urbano. Diante da possibilidade de acesso a terras baratas e à
diversificação nos arranjos de trabalho verificamos, nesta dissertação, que
muitos dos trabalhadores no Município de Nova Iguaçu eram de regiões de fora
da Baixada. Somando a estes elementos, tentamos compreender que não foram
somente os integrantes de famílias nucleares que buscaram legitimar seus
familiares, no pós-abolição. Com as leis incentivadoras para o registro civil
tardio, durante o Governo Vargas, um grupo específicos de pretos e pardos,
provindos regiões de fora da Baixada, em destaque para o Vale do Paraíba,
buscaram registrar-se.
COSTA,
Carlos Eduardo C. da. Campesinato Negro no pós-abolição: história, memória
e os Registros Civis - Vale do Paraíba e Baixada Fluminense (1888-1940).
Comunicação apresentada no XVI Encontro Regional de História da ANPUH-MG.
Belo Horizonte, 20 a 25 de julho de 2008.
RESUMO. Neste estudo buscou-se discutir os dados referentes à migração de
ex-escravos e seus descendentes do Vale do Paraíba em direção à Baixada
Fluminense, no Estado do Rio de Janeiro. A partir da análise serial dos
Registros Civis de Nascimentos do Município de Nova Iguaçu, o presente
trabalho descreve processos de migração, que iniciam principalmente a partir
da geração dos filhos de ex- escravos, entre as décadas de 20 e 30. Um das
mais importantes conclusões deste estudo parte da análise dos registros de
indivíduos que, na idade adulta, entre as décadas de 30 e 40, auto-declararam
o nascimento. Boa parte das pessoas pertencentes a esta categoria são de cor
preta ou parda, e têm como local de nascimento a região do Vale do Paraíba. A
estabilização na Baixada Fluminense foi outro aspecto avaliado nesse trabalho,
visto que demonstrou a procura por terras próximas aos centros produtores -
processo semelhante ao ocorrido na Jamaica no período do pós-abolição. O
presente resumo versa sobre a Dissertação de Mestrado apresentado ao Programa
de Pós-Graduação em História Social da Universidade do Rio de Janeiro, na
área de Economia e Sociedade em abril de 2008, intitulada: Campesinato Negro no
Pós-Abolição: Migração, Estabilização e os Registros Civis de
Nascimentos. Vale do Paraíba e Baixada Fluminense, RJ (1888-1940).
COSTA.
Carlos Eduardo C. da. Campesinato negro no pós-abolição: os registros civis e
a estabilização da população de cor na Baixada Fluminense (1888-1940).
Disponível em:
http://www.ppghis.ifcs.ufrj.br/media/Caderno%20de%20Resumos.pdf
RESUMO. A presente comunicação pretende abordar a problemática da migração
das famílias negras dentro do Estado do Rio de Janeiro. No início do século
XX, com o desgaste da produção de café no Vale do Paraíba e a entrada do
gado, a região da Baixada Fluminense tornou-se um dos principais locais da
estabilização dessas famílias. Efetivamente, após a abolição, grande parte
dessas famílias permaneceu no Vale do Paraíba, em terras compradas ou
mudando-se constantemente em busca de trabalho. A partir da década de 20 do
século passado, o campesinato negro começou a se desestabilizar e ser expulso
em face, principalmente, da introdução do gado e da necessidade cada vez maior
de terras de pasto. Neste estudo, buscamos compreender quais foram as
motivações que levaram esses familiares a se estabilizarem na região da
Baixada após a década de 30, seja pela produção da laranja, seja pela
possibilidade aberta pela diversificação dos arranjos de trabalho no entorno
do Município de Nova Iguaçu. Essa comunicação busca localizar onde e como
essas famílias se estabilizaram. Neste trabalho utilizamos informações
recolhidas do Oficio do Registro Civil das Pessoais Naturais da 1ª
Circunscrição, localizada no centro do Município de Nova Iguaçu, cruzando
com o material coletado a partir de entrevistas orais nesta mesma região.
FRANCO,
Renato. Pobreza e assistência aos expostos em Vila Rica, século XVIII.
Comunicação apresentada no XVI Encontro Regional de História da ANPUH-MG.
Belo Horizonte, 20 a 25 de julho de 2008.
RESUMO. Vila Rica, assim como boa parte das vilas e arraiais de outras regiões
do mundo católico, apresentou um considerável crescimento nas taxas de
abandono de crianças ao longo do século XVIII. Nos locais onde as Santas Casas
de Misericórdia eram instituições sedimentadas e financeiramente estáveis
foi freqüente a feitura de contratos para a divisão de responsabilidades entre
a Câmara e a Misericórdia local. Essa associação, freqüente em Portugal,
foi bem restrita na América Portuguesa. No entanto, conforme estabeleciam as
Ordenações do Reino, as Câmaras eram as virtuais e exclusivas responsáveis
pelo sustento das crianças até os sete anos de idade. Esse dever legal não
pressupunha qualquer restrição ao auxílio institucional. Entretanto, a partir
da institucionalização do estipêndio aos enjeitados de Vila Rica, em 1750, a
câmara local mostrou-se cada vez mais infensa ao auxílio de negros e mulatos
expostos. A presente comunicação tratará das tentativas de contenção dos
expostos, sobretudo os mestiços, e das batalhas judiciais para manutenção do
subsídio universal, procurando refletir sobre as especificidades do sistema de
atendimento à pobreza na América Portuguesa.
FREITAS
E SOUZA, Rafael de. Os contratos de aluguel de escravos da Anglo-Brazilian Gold
Mining Company, Limited (Passagem de Mariana). Comunicação apresentada no XVI
Encontro Regional de História da ANPUH-MG. Belo Horizonte, 20 a 25 de julho de
2008.
APRESENTAÇÃO. Diante da proibição de possuir e comercializar escravos as
companhias auríferas inglesas instaladas em Minas Gerais no século XIX
recorreram ao aluguel destes para suprir a força de trabalho necessária aos
trabalhos. Buscamos analisar as cláusulas dos contratos de aluguel de escravos
firmados entre a administração da Anglo-Brazilian Gold Mining Company, Limited
(ABGM) e os proprietários de escravos de Mariana na segunda metade do século
XIX. Nestes contratos, escravos e escravas eram divididos em "classes"
(sic) que, por sua vez, determinavam o valor do aluguel e dos jornais. Cotejando
estes dados com informações coligidas em outras fontes, pretende-se esclarecer
quais os critérios adotados para a classificação dos escravos de aluguel em
diferentes "classes" e discutir o verdadeiro significado dos
contratos.
LOPES, Heloísa de Meira. Batismo e compadrio de índios: um balanço bibliográfico e um estudo de fontes batismais do aldeamento de Rio Pomba e Peixes (MG), 1767-1787. Comunicação apresentada no I Seminário de História do ICHS: Tendências da Historiografia Brasileira Contemporânea. Mariana, ICHS da Universidade Federal de Ouro Preto, 2006. Disponível em:
RESUMO. Este artigo versa sobre a importância do aldeamento indígena de São Manuel do Rio Pomba e Peixes, localizado na Zona da Mata de Minas Gerais, aldeamento este que tinha como propósito reunir os índios cropós e coroados que se apresentavam como um empecilho para a ocupação e expansão econômica da Zona da Mata Mineira. Nosso período compreende a segunda metade do século XVIII, especificamente entre os anos de 1767 e 1787, os quais correspondem aos vinte primeiros anos de existência do referido aldeamento.
MACHADO,
Cacilda. A trama das vontades: negros, pardos e brancos na produção da
hierarquia social do Brasil escravista. Rio de Janeiro, Editora Apicuri,
2008.
RESUMO. O livro trata das relações entre escravos e livres, e entre brancos,
pardos e negros, no pequeno vilarejo de São José dos Pinhais, que na passagem
do século XVIII para o XIX era freguesia da Vila de Curitiba, região
paranaense que, por então, pertencia à Capitania de São Paulo. A atenção à
natureza e à dinâmica dessas relações permite ao leitor conhecer, nas
palavras do historiador Stuart Schwartz - autor do prefácio do livro - "a
natureza da escravidão e também o caminho através do qual as posições
raciais e sociais foram construídas e modificadas em uma região agrícola
particularmente modesta", (...) onde nem escravos nem escravidão
predominavam, mas onde a escravidão e as distinções raciais influenciavam
todas as relações sociais." Para a construção dessa história a autora
utilizou uma variada gama documental - especialmente listas nominativas (censos
populacionais da época) e registros paroquiais de batismos e casamentos.
Trata-se de uma extensiva análise demográfica, econômica e social empenhada
em desvelar as relações de poder e conjugada com uma abordagem metodológica
que busca reconstruir trajetórias individuais a fim de recuperar processos de
interação e de confronto social. Dentre as principais teses da obra está a
idéia de que práticas patriarcalistas eram compartilhadas por todos os grupos
sociais do vilarejo, porém tais práticas não constituíam pura e simples
adesão ao ideário da elite, mas a afirmação da liberdade por meio do
esforço de movimentação ascendente na hierarquia social. Igualmente, a autora
defende que haveria um nexo na dinâmica das relações sociais daquela
população, o qual poderia ser resumido como um estado de permanente tensão,
cujo mapeamento permitiu desvelar uma das faces do peculiar processo de
produção e reprodução da sociedade escravista brasileira que, como nos
mostrou Gilberto Freyre, se misturava sem deixar de preservar as diferenças.
Veja, nesta edição, prefácio escrito por Stuart B. Schwartz.
MAIA, Moacir Rodrigo de Castro.O Ribeirão de Nossa Senhora do Carmo: a primeira Vila do Ouro e sua população (1723). Comunicação publicada nos Anais do Seminário Nacional de História da Historiografia: historiografia brasileira e modernidade. Mariana, Núcleo de Estudos em História da Historiografia e Modernidade (NEHM) e UFOP, 1 a 3 de agosto de 2007. Disponível em:
RESUMO. O objetivo desse estudo é analisar a população do primeiro núcleo urbano mineiro, tendo como enfoque a propriedade escravista da Leal Vila de Nossa Senhora do Carmo nos primeiros anos da década de 1720. Conhecer a população dessa área de garimpo ajuda-nos a dimensionar a importância dos aglomerados em processo de formação e como as sedes dos povoados serviram de catalizadores da dinâmica econômica, social e cultural desse território no interior da América Portuguesa. Sendo assim, conhecer e trazer a público os dados populacionais das Vilas da Capitania nos primórdios de sua formação é extremamente necessário, pois contribui para a história demográfica e social do período, que possuí raras e fragmentadas informações sobre população. Analisaremos principalmente a "Relação dos escravos e vendas que se acham nesta Leal Vila de Nossa Senhora do Carmo e seus arredores", registro que informa a população escrava e os nomes dos senhores, livres e libertos no ano de 1723. Este importante documento serviu no passado para arrecadar a contribuição dos proprietários escravistas, dos homens e mulheres libertos e das vendas e lojas, aos Reais Quintos. Portanto, o objetivo desse trabalho tem como ponto de referência desenhar e esquadrinhar os moradores de Mariana, nos primórdios de sua ocupação e formação. A apresentação de dados baseados em diversas fontes documentais nos ajudará a entender a heterogênea população marianense, com sua diversidade étnica, social e econômica.
MARTINS, Eduardo Truhlar. Relações de Concubinato em Minas Gerais no século XVIII: a questão indígena. Comunicação publicada nos Anais do Seminário Nacional de História da Historiografia: historiografia brasileira e modernidade. Mariana, Núcleo de Estudos em História da Historiografia e Modernidade (NEHM) e UFOP, 1 a 3 de agosto de 2007. Disponível em:
RESUMO. O tema desenvolvido neste trabalho são as relações de concubinato entre colonos e índios durante o período de 1725 a 1750 em Minas Gerais. A falta de laços familiares (casamentos) entre a população era comum em Minas, fato esse que preocupava as autoridades eclesiais - defensores do casamento como base da família. Para assegurar a religiosidade e a moral das sociedades coloniais havia regularmente investigações presididas pela autoridade episcopal. Essas investigações procuravam organizar um pequeno tribunal, no qual denúncias contra criminosos eram recebidas e julgadas. A partir do uso dos inventários deixados pelos senhores, das devassas, das fontes matrimoniais e dos libelos de divórcios, este trabalho busca reconstruir as estratégias sociais adotadas pelos colonos para manterem as relações de concubinato, havendo interesses afetivos ou não. Outro objetivo é averiguar os casos em que os colonos permitiram que o sentimento religioso predominasse sobre os afetivos. Entender quais foram às estratégias adotadas pelos indivíduos após serem descobertos pelos visitadores, as formas de resistência e qual o destino dos envolvidos nas acusações, constituem-se como prioridades nesta pesquisa. A partir do ano de 1725, o trabalho escravo indígena estava em um processo de extinção ou quase-extinção. A idéia é tentar entender como os nativos da terra foram assimilados pelos colonos, no que diz respeito à conjugalidade, após o declínio da utilização da mão-de-obra escrava indígena.
MERIÑO
FUENTES María de los Ángeles. Notas para una historiografía del Café en
Cuba. Comunicação apresentada no II Seminário sobre História do Café.
Itu, Museu Paulista da USP/Museu Republicano Convenção de Itu/Cátedra Jaime
Cortesão, 10 a 14 de nov. de 2008.
RESUMEN. La comunicación realiza un balance crítico de la historiografía del
café en Cuba. Partiendo de El café. Historia de su cultivo y explotación en
Cuba de Francisco Pérez de la Riva, obra clásica de la historiografía
tradicional, publicada en 1944, hasta los estudios más recientes, discutimos
las tendencias, limitaciones y aportes más significativos de los mismos. Dicho
abordaje cuestiona el énfasis puesto en los estudios patrimoniales, enfocados
únicamente en la perspectiva arquitectónica, arqueológica y técnica y cuyo
fin último ha resultado ser la localización y rescate de las ruinas de
antiguas haciendas fomentadas por los inmigrantes franceses en los macizos
montañosos del occidente y oriente de la isla, descuidando la relevancia de
temas como la relaciones de esclavitud y, por tanto la estructura de posesión
de esclavos o la influencia del ciclo de vida del propietario en el de sus
cautivos, lo cual nos llevaría a estudiar el desenvolvimiento de grandes,
medianas y pequeñas haciendas en las que se cultivaba la rubiácea; así
también debatir sobre las explicaciones que la historia económica ha
facilitado sobre la salida de Cuba del mercado internacional, para finalmente
retomar el tema del cultivo del grano con relativo éxito después que la crisis
se abatió sobre las plantaciones del occidente.
MONTERO,
Raquel Gil & MASSÉ, Gladys. Evolución demográfica de Los Toldos (Bolivia
- siglos XVI a 1938- y Argentina - 1938 en adelante). Comunicação apresentada
no I Congreso de la Asociación Latinoamericana de Población - ALAP. Caxambu
(MG), 18 a 20 de setembro de 2004. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/site_eventos_alap/PDF/ALAP2004_394.PDF
RESUMEN. Dentro de América Latina, Argentina está considerada uno de los
países que inició en forma más temprana la transición demográfica, mientras
que Bolivia se encuentra entre los últimos. Los trabajos más recientes sobre
la temática, sin embargo, han hecho hincapié en las enormes diferencias que
hay en el interior de estos países. Con frecuencia se consideró que uno de los
factores más importantes que influyeron en el inicio temprano argentino fue la
llegada masiva de inmigrantes europeos que se asentaron fundamentalmente en la
Capital Federal y en las zonas litorales del país. Esta explicación desestima
la influencia de la enorme complejidad étnica y cultural colonial, que
"desapareciera" frente a la llegada de estos inmigrantes. Pensamos que
la dinámica demográfica de este interior argentino no es únicamente una
consecuencia de lo que no ocurrió (la llegada de inmigrantes), sino que tiene
una historia propia inscripta dentro de la historia colonial y la del siglo XIX
temprano. En este trabajo nos proponemos cambiar el mirador y analizar los
ritmos y las causas de los cambios en la dinámica demográfica desde un espacio
de tendencias muy diferentes a las del promedio nacional. Nuestro contexto es el
noroeste argentino y el sur boliviano. Nos centraremos en un departamento
ubicado al Noroeste de la Provincia de Salta (Santa Victoria), que tiene un
municipio (Los Toldos) que formó parte de la Provincia de Aniceto Arce (Tarija,
Bolivia) hasta 1938. Las fuentes de datos corresponden a registros parroquiales
del siglo XIX y estadísticas vitales del siglo XX; revisitas de indios
tardocoloniales y censos nacionales de población (Bolivia 1900; Argentina 1869
a 2001).
OLIVEIRA,
Lívia Gabriele de. Diamantina e suas alforrias: crise geral dos diamantes -
1870. Comunicação apresentada no XVI Encontro Regional de História da
ANPUH-MG. Belo Horizonte, 20 a 25 de julho de 2008.
RESUMO. O século XIX mineiro foi marcado por transformações na economia. A
mineração do ouro e de gemas preciosas teve grandes oscilações e a
agricultura de subsistência passou a ocupar uma posição de destaque. Em 1870,
com a abertura das minas de diamantes na África do Sul, os mineradores sofreram
com a crise mundial do produto. A região de Diamantina, portadora de um
importante histórico minerador, sofreu significativas transformações
econômicas com a baixa mundial dos preços das gemas. A falência de
empresários do ramo, a diversificação da economia e as novas leis imperiais,
vigentes a partir da segunda metade do século XIX, podem ter influenciado nas
práticas de alforrias e no número de livres da região. A mão-de-obra escrava
sempre esteve presente nos diversos setores da economia da Província, portanto,
o comportamento das Cartas de Alforrias no contexto da crise geral dos diamantes
é essencial para a percepção de uma sociedade escravista e mineradora. A
análise contempla alguns momentos distintos da sociedade que fazia seus
registros nos cartórios da Comarca do Serro Frio. Os Registros de Liberdades
remetem às décadas de 1860, 1870 e 1880 possibilitando a passagem pelo
período em que a região ainda vivia uma euforia na atividade mineradora, pelo
momento íntimo da crise e pelo processo de recuperação.
OLIVEIRA,
Luís Eduardo de. Uma cidade construída por cativos: o trabalho escravo no
núcleo urbano de Juiz de Fora (1830-1880). Comunicação apresentada no XVI
Encontro Regional de História da ANPUH-MG. Belo Horizonte, 20 a 25 de julho de
2008.
RESUMO. Sob os efeitos da intensificação da cafeicultura de base escravista na
Zona da Mata, da melhoria das vias de comunicação com a Corte e seus portos e
das transformações mais gerais engendradas pela abolição do tráfico
internacional de cativos, na segunda metade do oitocentos, a cidade de Juiz de
Fora se configurou como um espaço sócio-econômico específico e dinâmico.
Mas, o trabalho escravo foi não apenas predominante na produção de café e
outros gêneros agrícolas na vasta zona rural que envolvia essa cidade mineira,
como fundamental ainda para a viabilização de uma infra-estrutura regional de
transportes, para a constituição e expansão dos quarteirões e ruas centrais
desse centro urbano e para o desenvolvimento de diversas atividades no seu
interior. Por esta razão, acredito que o resgate e avaliação das modalidades
e condições gerais de exploração dos escravizados, em tal núcleo
populacional, possibilitará uma compreensão mais adequada dos estágios
iniciais de formação do proletariado juizforano - processo este que ainda
está por ser melhor investigado, especialmente no que se refere à
participação de elementos estrangeiros e nacionais (negros, brancos e
mestiços) no conjunto da força de trabalho que movimentou e fez crescer as
manufaturas, canteiros de obras e casas de negócios locais no final do século
XIX.
OLIVEIRA,
Luís Eduardo de. Os trabalhadores e a cidade - a formação do proletariado
de Juiz de Fora e suas lutas por direitos (1877-1920). Niterói,
Universidade Federal Fluminense - Campus do Gragoatá, Tese de doutorado, 2008.
RESUMO. Em função de um processo de modernização iniciado em fins 1850, na
passagem do Império para a República, o núcleo urbano de Juiz de Fora já
havia se consolidado como o principal centro mercantil e manufatureiro de Minas
Gerais e como um destino atraente e viável, até certo ponto, para expressivos
contingentes de trabalhadores brasileiros e estrangeiros, incluindo muitos
egressos do cativeiro e milhares de imigrantes germânicos, portugueses,
espanhóis e italianos. O incremento contínuo do mercado de mão-de-obra
remunerada e o aprofundamento da divisão social do trabalho, decorrentes
também das ações e estratégias das elites políticas e econômicas para
tentar disciplinar o cotidiano da população pobre e manter esse dinâmico
espaço ordenado sob sua hegemonia, resultaram num aviltamento brutal das
condições de existência do heterogêneo proletariado juizforano. Para fazerem
frente às agruras de seu mundo e se contraporem ao discurso elitista que
insistia em estigmatizá-los e tratá-los como classes viciosas e perigosas, no
decurso das três primeiras décadas republicanas, os empregados no comércio e
os operários da construção civil, do setor de transportes, das oficinas e das
grandes fábricas de tecidos locais iniciaram a difícil e demorada construção
de sua identidade de classe, forjando nesses anos os elementos fundamentais de
sua cultura política. Além de resgatar e analisar tais processos
histórico-sociais, esta tese tem como objetivo fundamental suscitar e
apresentar novas reflexões sobre os sentidos políticos e as repercussões na
opinião pública dos movimentos deflagrados por esses assalariados urbanos e
suas associações classistas, nessa época, em prol da redução da jornada
diária e semanal de trabalho, por aumentos salariais e contra a exploração
capitalista, a miséria e a exclusão social.
PERERA
DÍAZ, Aisnara. Entre el oficio y la especialización: una visión del trabajo
esclavo en las haciendas cafetaleras cubanas. Comunicação apresentada no II
Seminário sobre História do Café. Itu, Museu Paulista da USP/Museu
Republicano Convenção de Itu/Cátedra Jaime Cortesão, 10 a 14 de nov. de
2008.
RESUMEN. El presente trabajo tiene como objeto central el análisis de la
existencia de esclavos con oficios especializados en las haciendas cafetaleras
cubanas del siglo XIX como evidencia de la búsqueda, por parte de sus
propietarios, de autonomía en el proceso de obtención de mano de obra
calificada, a la vez que como estrategia de ahorro. En tal sentido aun cuando el
procesamiento del grano no era una labor de mucha complejidad ni exigía una
infraestructura tecnológica comparable a la del azúcar podemos afirmar que tal
y como ocurrió en la manufactura del dulce, en las plantaciones cafetaleras se
estableció una división social del trabajo encaminada a buscar rendimiento y
aprovechamiento de la mano de obra. Una evidencia importante al respecto nos la
brindan los inventarios de las haciendas, en ellos bajo la denominación de
enseres y útiles -junto a la enumeración de machetes, azadas, arados y
cuchillas para podar- se describen algunos instrumentos usualmente empleados en
las faenas agrícolas y en el procesamiento de la rubiácea. Así aunque el
grueso de la dotación se componía de trabajadores de campo, llamados
"gañanes" y considerados de menos calificación, sabemos que varios
fueron destinado por su destreza a la realización de la tarea más importante
para el buen estado de los cafetos: la poda.
PRECIOSO,
Daniel. Artes Liberais e Ofícios Mecânicos na Irmandade de São José dos Bem
Casados dos Homens Pardos - Vila Rica (1746-1800). Comunicação apresentada no
XVI Encontro Regional de História da ANPUH-MG. Belo Horizonte, 20 a 25 de julho
de 2008.
RESUMO. As associações de irmãos leigos foram, ao lado das Câmaras
Municipais, importantes contratadoras de mão-de-obra dos chamados ofícios
mecânicos e artes liberais nas Minas Setecentistas. Coadunando-se aos estudos
recentes acerca dos artífices e artistas que trabalharam nos projetos
construtivos e de ornamentação dos templos mineiros a partir da segunda metade
do século XVIII e que apontaram a presença marcante de africanos, crioulos e
mulatos (livres, forros ou cativos) nos canteiros de obra, o objetivo da
comunicação é apresentar os resultados aferidos com a pesquisa no arquivo da
Paróquia do Pilar/Casa dos Contos de Ouro Preto (APNSP/CC), no Arquivo
Histórico do Museu da Inconfidência de Ouro Preto (AHMI) e na Casa
Setecentista de Mariana (ACSM). Através do cruzamento entre os inventários e
testamentos dos homens pardos de S. José que ocuparam acentos na mesa
administrativa da irmandade, livros de receitas e despesas, atas e termos de
deliberações da irmandade procuraremos demonstrar como os mesários/oficiais
administrativos da Confraria beneficiaram-se do lugar de relevo que ocuparam na
associação para arrematarem obras do projeto de reconstrução da capela
processado a partir de 1746, assinalando ainda a presença escrava nos canteiros
de obras, bem como o universo material (ferramentas, materiais etc.) que
compunham o fazer manual em Vila Rica na segunda metade do séc. XVIII.
RANGEL,
Ana Paula dos Santos. Aspectos da demografia escrava em Vila Rica - 1755-1815. I
Colóquio do LAHES - Alternativas Metodológicas para História Econômica e
Social. Juiz de Fora, Anais do I Colóquio do Laboratório de História
Econômica e Social - UFJF, 2005.
RESUMO. Buscaremos neste texto delinear alguns aspectos da estrutura de posse e
da demografia escrava na Comarca de Vila Rica, mais especificamente no termo de
Vila Rica. O recorte temporal abarca os anos de 1755 a 1815, havendo uma
subdivisão em dois subperíodos - 1755-1775 e 1785-1815. Estabeleceremos uma
análise comparativa entre os dois períodos a fim de identificar as
alterações ocorridas na composição e distribuição da população cativa e
na medida do possível relacioná-las com as transformações econômicas
verificadas na passagem de uma fase a outra. Os inventários post-mortem são as
fontes que utilizamos, foram selecionados todos aqueles relativos aos anos
terminados em cinco. Temos um total de 98 inventários e 680 escravos, dentre os
quais 589 são descritos com informações como sexo, idade e naturalidade.
RANGEL,
Ana Paula dos Santos. Tempos e épocas: dias e meses de casar entre escravos e
forros (Barbacena, século XVIII). Rio de Janeiro, UFRJ, Seminário - III
Jornada de Estudos Históricos do PPGHIS-IFCS, 2007.
RESUMO. A influência da Igreja Católica incidia sobre as sociedades colonial e
imperial até no que diz respeito à organização do tempo. Mesmo a escolha da
data do casamento poderia ser limitada pelo calendário litúrgico. Através de
registros paroquiais de casamento de escravos e libertos do termo de Barbacena,
Comarca do Rio das Mortes, Minas Gerais, definimos a freqüência dos
matrimônios de acordo com os meses e dias da semana (neste último caso com o
auxílio de um calendário perpétuo). Neste trabalho buscaremos relacionar os
resultados deste levantamento com os ciclos anuais determinados pelos ritos
católicos, apontando para a influência da Igreja, bem como com os mecanismos
de reiteração da hierarquia social na Colônia, por intermédio da
observação das diferenças entre o comportamento de escravos, forros e livres.
RANGEL,
Ana Paula dos Santos. Com quem casar: critérios de escolha conjugal entre
escravos e forros Termo de Barbacena, 1781-1821. I Simpósio Impérios e
Lugares no Brasil - Território, Conflito e Identidade. Mariana, Anais do I
Simpósio Impérios e Lugares no Brasil Território, conflito e identidade,
2007.
RANGEL,
Ana Paula dos Santos. Nos limites da escolha: matrimônio e família entre
escravos e forros - Termo de Barbacena - 1781-1821. Rio de Janeiro, UFRJ,
dissertação de Mestrado, 2008.
RESUMO. Neste trabalho buscamos analisar as escolhas dos escravos do termo de
Barbacena - entre 1781 e 1821 - no que tange ao casar-se e ao constituir
família. A investigação com base nos registros paroquiais de casamento
revelaram que o quando casar para os escravos era determinado tanto pelo
calendário litúrgico da Igreja como pela posição ocupada na hierarquia
social. Através da quantificação dos dados constatamos entre os cativos a
predominância da endogamia do ponto de vista da condição jurídica; embora o
casamento misto fosse possível e tivesse uma lógica no contexto na sociedade
escravista colonial. A cor, a naturalidade e a procedência também foram
considerados como critérios de escolha do cônjuge e, embora fossem fatores
importantes, não eram critérios absolutos, ou seja, não constituía
impedimento ao matrimônio se os cativos não encontrassem cônjuges de mesma
cor, naturalidade ou procedência. No que diz respeito à extensão dos laços
de parentesco por meio do compadrio, observamos, através de algumas
trajetórias familiares, que a escolha por padrinhos livres/libertos ou escravos
tinha a ver com o tamanho do plantel no qual o cativo estivesse inserido; o que
determinava estratégias de consolidação da comunidade escrava ou de
estabelecimento de alianças com pessoas de recursos, mais bem situadas na
hierarquia social.
REZENDE,
Rodrigo Castro. AS "NOSSAS ÁFRICAS": população escrava e
identidades africanas nas Minas Setecentistas. Belo Horizonte, Universidade
Federal de Minas Gerais, dissertação de Mestrado, 2006.
RESUMO. Esta dissertação tem por objetivo analisar a composição populacional
e as identidades dos escravos africanos nas Minas Gerais do século XVIII. Para
tanto, o estudo do tráfico de escravos para a Capitania mineira se fez
necessário. Primeiro porque a partir de sua análise pode-se perceber as
questões relativas à oferta e à demanda, permitindo assim uma melhor
compreensão da composição da escravaria em Minas. Segundo, as relações
fomentadas por portugueses e luso-brasileiros na África repercutiram
diretamente nas representações atribuídas aos escravos das Gerais. Assim,
determinadas nações africanas ganharam representações que as fizeram ser
vistas como mais próximas culturalmente dos luso-brasileiros, ou mais
afastadas. Estas representações, não raro, expressaram a visão de mundo do
Eu. Ou seja, era, na verdade, como o Eu não-africano apreendeu os diversos
códigos e valores culturais dos africanos. A essas representações,
denominados de Identidades representadas. Por outro lado, os africanos se
apropriavam dessas representações, as utilizando na sociedade mineira, pois
quisessem ou não, tinham de se adequar a esta sociedade. Em outras palavras, ao
se apropriarem dessas representações, os africanos construíam suas
identidades de sobrevivência. Por último, deve-se ressaltar que os códigos e
valores culturais dos africanos não desapareceram no contato com o
não-africano. Estes, chamados no trabalho de identidades históricas, não eram
decodificados pelos não-africanos, permitindo que os indivíduos da África
expressassem suas identidades de forma muito mais autônoma do que a
historiografia ressalta. Nesse sentido, pode-se pensar que o processo de
aculturação foi e é uma invenção, já que as identidades africanas em Minas
Gerais no século XVIII eram múltiplas, manifestando-se diferentemente conforme
a interação que ocorria.
SEGUNDO, Lindemberg. Para além do cativeiro: Batismo, compadrio e casamento como símbolos da dinâmica social entre cativos e livres na freguesia de Limoeiro/Província do Ceará (1862 - 1872). Revista Outros Tempos - Pesquisa em Foco - História, revista eletrônica da Universidade Estadual do Maranhão, v. 5, n. 5, junho de 2008. Disponível em (tópico Volumes):
http://www.outrostempos.uema.br:80/
RESUMO. Este trabalho busca discutir, através da analise dos registros
eclesiásticos de batismo e casamento, a dinâmica social na qual o escravo
estava inserido na freguesia de Limoeiro (entre os anos de 1862 e 1872),
província do Ceará, buscando refletir sobre suas práticas e relacionamento
com as demais camadas sociais.
SILVA,
Carla Lediane Loschi da. A família escrava na vila de Barbacena e seus termos
no final do século XVIII e inicio do século XIX (1790-1810). Comunicação
apresentada no XVI Encontro Regional de História da ANPUH-MG. Belo Horizonte,
20 a 25 de julho de 2008.
RESUMO. A partir da década de 1970 os estudos sobre a constituição de
famílias escravas se avolumaram, colocando em xeque a visão tradicional de que
os escravos não constituíam família estável. Sendo suas uniões
"simples acasalamentos para a satisfação de necessidades exclusivamente
sexuais". Neste sentido, a estabilidade da vida familiar do escravo
praticamente inexistia. Sendo assim, o presente trabalho de pesquisa analisa a
constituição de famílias escravas na Vila de Barbacena e seu termo
(1790-1810), através da análise de inventário post-mortem verificando a
estabilidade destas famílias.
TEIXEIRA,
Maria Lúcia Resende Chaves. Família escrava e riqueza na Comarca do Rio das
Mortes: o distrito da Lages (1780-1850). Belo Horizonte. Dissertação de
Mestrado, FAFICH da Universidade Federal de Minas Gerais, 1998, mimeografado.
Publicado como: Família escrava e riqueza na comarca do Rio das Mortes: o
distrito da Lage e o quarteirão do Mosquito (1780-1850). São Paulo,
Annablume/Prefeitura Municipal de Coronel Xavier Chaves, 2007.
RESUMO. A pesquisa teve como tema central a riqueza nas fazendas mineiras entre
os anos de 1780 e 1850 e a detecção da família escrava no universo do
enriquecimento da propriedade rural, estudados a partir de um distrito
escravista: o distrito da Lage e o quarteirão do Mosquito na
capitania/província de Minas Gerais. O distrito da Lage e o quarteirão do
Mosquito pertenciam à comarca do Rio das Mortes, termo da vila de São José e
se destacaram pelo alto percentual de escravos e suas relações econômicas
sustentadas na produção de alimentos para o abastecimento interno da
capitania/província. No ano de 1838, o distrito estava dividido em cinco
quarteirões, caracterizados da seguinte forma: o arraial, quarteirão
claramente sinalizado com funções diferentes das rurais e assim denominado,
cercado de três quarteirões de aglomerados rurais, contendo enormes fazendas,
acrescidas de agregados e outros domicílios rurais próximos, ocupados por
parentes dos proprietários das grandes fazendas. O quarto quarteirão se
compunha de um quase arraial, com um número maior de fazendas e uma capela: era
o Mosquito. Para o desenvolvimento do estudo, alguns procedimentos
metodológicos tornaram-se essenciais na percepção histórica. O recorte
espacial circunscrito ao distrito foi adotado com a intenção de reduzir o
campo da observação, sem abandonar, contudo, o referencial teórico de
compreensão mais ampla. O estudo histórico foi realizado com base em um amplo
corpo documental, com o objetivo de cruzar as informações. Assim, recorremos
aos três fundos de censo: um originário de fonte eclesiástica, o Rol de
Confessados de São José do ano de 1795, localizado no Instituto Histórico e
Geográfico da cidade de Tiradentes (MG); e os outros dois resultantes das
listas nominativas produzidas a pedido do governo imperial mineiro às câmaras
municipais, nos anos de 1831 e 1838, ambos alocados no Arquivo Público Mineiro
(APM), em Belo Horizonte (MG). Essas listas forneceram inúmeras informações a
respeito dos moradores e dos domicílios, permitindo estudar os comportamentos
demográficos do distrito escravista. As listas descortinaram a série de nomes
dos fazendeiros e seus mancípios, além de revelar o padrão de riqueza e a
posse de escravos no intervalo entre os anos de 1795 e a década de 1830. A
pesquisa utilizou-se, também, de mapas esparsos de população, produzidos na
década de 1840, contendo dados sobre casamentos de livres e cativos e
informações acerca das fronteiras dos distritos mineiros da comarca do Rio das
Mortes, tais fontes também estão alocadas no APM. Todo este conjunto
documental foi comparado com os assentos de batismos e óbitos da freguesia
Nossa Senhora da Penha de França, na Lage, para os anos de 1840 e 1850 -
remetidos recentemente para o Arquivo Eclesiástico da Matriz de Nossa Senhora
do Pilar, em São João del Rei (MG). O resultado desta etapa da pesquisa foi
ainda enriquecido com as informações contidas nos inventários post-mortem
dos fazendeiros listados como moradores da região - todos os inventários
estão sob guarda do Arquivo Histórico do Escritório Técnico do IPHAN-II, em
São João del Rei (MG). Assim, o trabalho perseguiu dados quantitativos da
população do distrito e dados qualitativos sobre os personagens em particular,
resultando em informações de fôlego sobre os sujeitos, as fazendas, o
processo de enriquecimento rural e as famílias escravas no contexto econômico
mineiro voltado para o abastecimento interno. O livro está dividido em três
capítulos, sendo que sua organização se apresenta num ordenamento próximo
aos procedimentos metodológicos da pesquisa. O primeiro capítulo,
"Delineamentos de um distrito escravista" procurou apresentar o perfil
do distrito da Lage e do quarteirão do Mosquito, sua ocupação original
através da distribuição de sesmarias na região, as características
econômicas de sua ocupação rural com fazendas encravadas em uma área cercada
de terras minerais. Observamos que a região não era produtora de metais
preciosos, pelo contrário, tornou-se uma das áreas de abastecimento das
regiões mineradoras e que sua distribuição populacional era social e
economicamente distinta entre o arraial e as fazendas dos quarteirões rurais.
Detectamos ainda o vínculo do distrito com o movimento da Inconfidência
Mineira, no final do século XVIII, a partir da participação de alguns
fazendeiros importantes residentes na região. Enfim, o primeiro capítulo foi
dedicado a apresentar o distrito e o quarteirão encravados nas regiões rurais
das Minas Gerais com alto índice de mão-de-obra escrava, buscando, dessa
maneira, apresentar o problema de pesquisa que deu início ao estudo: uma
região marcada pela forte concentração de população escrava, em uma
economia voltada para o abastecimento interno. O segundo capítulo,
"Indicadores demográficos" foi marcado pelo estudo sistemático de
fontes de caráter demográfico - os mapas de população - com a intenção de
traçar o desempenho da região rural e escravista. A primeira questão que o
estudo demonstrou foi a existência de comportamentos populacionais
específicos, sinalizando a diferença entre a região rural e o arraial. Se
falar de diferenças rurais e urbanas ainda era prematuro, tratar
indistintamente a região também não se mostrou pertinente: claras diferenças
demográficas foram encontradas. Detectamos a diferença nos índices de
população feminina entre os livres e os cativos, na forma de ocupação dos
habitantes, no perfil dos domicílios rurais e do arraial e as origens dos
escravos africanos e crioulos. A região foi marcada pelo forte apego à
escravidão aliado às práticas sociais de posse de escravos e famílias
escravas. A segunda questão se referia à apresentação das curvas de
tendência escravista, vinculadas às regras mais gerais da escravidão no
Império do Brasil. O apego à escravidão, a propriedade de famílias escravas,
às possibilidades de enriquecimento com a posse e o trabalho dos cativos foram
demonstrados a partir da análise exaustiva sobre os mapas de população e
inventários post-mortem. Enfim, o objetivo do capítulo foi, portanto,
mostrar o comportamento demográfico e sua influência num distrito fortemente
apegado às práticas escravistas: a propriedade das fazendas e sua riqueza
estavam sustentadas em grande parte na presença escrava. O terceiro capítulo,
"A família escrava no distrito da Lage e no quarteirão do Mosquito"
(sub-dividido em: "A família escrava e suas estratégias diante das
adversidades" e "Crianças e seus valores"), voltou-se para
responder ao significado das duas faces teóricas da presença da família
escrava. Uma mais ligada a questões econômicas que prioriza o estudo da
família escrava inserida na propriedade de seus senhores e a outra que aborda a
presença das sociabilidades das pessoas dentro do cativeiro. A primeira mostrou
o processo dos interesses econômicos dos senhores com a família escrava,
acompanhando as adições ao patrimônio ao longo dos procedimentos de
inventários. As alterações no montante dos bens eram comuns perante as
transformações que apresentavam os valores do inventário. Eles podiam
aumentar com a valorização do escravo que crescia, podendo também diminuir em
função das subtrações oriundas de mortes e perdas. A valorização da
criança escrava acompanha o tempo de vida somado, afastando-se, gradualmente,
do risco de morte. O inventário registrava a lógica proprietária ao somá-los
aos valores dos bens. Por outro lado, os inventários também mostravam que a
separação/divisão das famílias escravas, como um bem, era sempre um
problema, sobretudo quando se tratava de amplas posses de famílias. Tal fato
lançou luzes sobre a outra abordagem a respeito da família escrava: a da
presença das sociabilidades dentro do cativeiro numa sociedade escravista. O
escravo era um ser de propriedade de outrem, mas também convivia no seio de sua
comunidade de cativos, possuías filhos, se casava e até conseguia certo
vínculo de aproximação ou mesmo de consideração por parte de seus senhores.
Este lado da sociabilidade também esteve presente e marcava o comportamento dos
cativos, como também de seus senhores. Este último capítulo procurou mostrar
o caráter dedutivo que as fontes impõem aos comportamentos dos pesquisadores,
demonstrando que ambos os lados interpretativos encontram sustentação
documental. Ambas correntes, aquela que considera o escravo e sua família como
riqueza material e a outra que considera a sociabilidade escrava como um
elemento de resistência à escravidão, encontram sua razão lógica em bases
empíricas. Ou seja, diante da presença de suporte documental, as diferentes
teorias conseguem se sustentar. E, então, volta-se ao ponto de partida das
dúvidas históricas e do conhecimento: existem diferentes formas defensáveis
de agir e pensar.
VAILATI, Luiz Lima. As três faces da sensibilidade face à criança no Brasil dos oitocentos. Comunicação apresentada no I Seminário de História do ICHS: Tendências da Historiografia Brasileira Contemporânea. Mariana, ICHS da Universidade Federal de Ouro Preto, 2006, disponível em:
APRESENTAÇÃO. Esta apresentação constitui-se de um balanço geral da investigação levada a cabo em minha tese de doutoramento, que discorreu sobre as práticas e representações da morte infantil na cidade do Rio de Janeiro e de São Paulo no século XIX, cuja hipótese central é de que a morte constitui-se um viés privilegiado para pensarmos a sensibilidade em relação à infância para as sociedades e período em questão.
VASCONCELLOS,
Márcia Cristina Roma de. Famílias entre escravos no litoral sul-fluminense,
século XIX. Comunicação apresentada no XVI Encontro Regional de História da
ANPUH-MG. Belo Horizonte, 20 a 25 de julho de 2008.
RESUMO. A partir da análise de registros paroquiais de batismo e de casamento
de cativos e de inventários post-mortem de escravistas de Angra dos Reis, no
litoral sul-fluminense, entre 1801 e 1888, foi possível verificar
características da organização parental entre escravos. Angra dos Reis era
uma região onde a agricultura de subsistência convivia com a produção de
café e o intenso movimento portuário baseado no escoamento do café do vale do
Paraíba, fluminense e paulista. Em meio a este contexto, destacavam-se as
famílias formadas a partir da ilegitimidade, muitas destas encabeçadas por
mulheres crioulas. Foram localizadas famílias extensas e uma tendência à
adoção de laços de parentesco ritualístico com escravos, na qualidade de
padrinhos e madrinhas. A partilha dos bens dos inventariados geralmente não
levava à desestruturação das famílias, principalmente quando envolviam
crianças com até cinco anos.
II
Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP - 1980
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III
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RESUMO. O presente texto visa a abordar o processo de transição da escravidão
para o trabalho livre mediante um enfoque distinto daquele comumente adotado em
economia. Acreditamos que os aspectos econômicos, embora sejam condicionantes
fundamentais do movimento histórico, mostram-se insuficientes, quando
considerados por si sós, para a explicação dos fenômenos ocorridos na
Província de São Paulo, no final do século XIX. Procuraremos, mais
especificamente, analisar os impactos do tráfico interprovincial de escravos do
Norte para o Sul do Império, a partir de 1850, na sua relação com o processo
de expansão da economia cafeeira e nos seus desdobramentos sobre a
concentração da população escrava nas fazendas cafeicultoras, nas décadas
de 1870 e 1880.
IX Encontro Nacional de
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XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP -- 2008
Caxambu, 29 de setembro a 3 de outubro de 2008
ANDRADE,
Leandro Braga de. Senhor ou Camponês? Economia e estratificação social em
Minas Gerais no século XIX. Mariana: 1821-1850. Comunicação apresentada no
XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a
3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1427.pdf
RESUMO. Este estudo almejou, a partir do panorama sócio-econômico de Minas
Gerais na primeira metade do século XIX, apresentar uma abordagem
micro-regional da estratificação social e da aplicação do trabalho livre e
escravo em unidades escravistas e/ou camponesas. O predomínio da agropecuária
na economia mineira manteve a estrutura escravista, porém também mostrou
formas de organização do trabalho calcadas na mão-de-obra livre, como o
trabalho camponês, centro da discussão que evidenciamos. Nossos esforços
concentraram-se na abordagem de alguns povoamentos do interior do termo de
Mariana, extenso município da região central de Minas Gerais, onde,
predominavam, na primeira metade do século XIX, as atividades agropastoris.
Foram analisadas listas nominativas de habitantes e inventários post-mortem de
chefes de domicílios da freguesia de Furquim no período que se estende de 1821
a 1850, quando a produção e circulação de alimentos consolidaram-se como
eixo central da economia mineira. As unidades produtivas que utilizavam
majoritariamente o trabalho livre ou um pequeno número de escravos se
assemelhavam em suas características econômicas, demográficas e produtivas.
Dessa forma a pesquisa identificou certa fluidez e indistinção no tocante à
possibilidade de incluir a pequena propriedade de escravos em categorias como
"camponês" ou "escravista". Por outro lado, a pesquisa
mostrou uma significativa capacidade de acumulação da elite escravista local,
composta por fazendeiros, como na Freguesia de Furquim, e de grandes
comerciantes, como na vila sede do termo de Mariana.
ANDREAZZA, Maria Luiza. Categorias sociais e espaciais
produzidas pelo recenseamento de homens de Curitiba de 1765. Comunicação
apresentada no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu
(MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1361.pdf
RESUMO. A comunicação se ocupa em detalhar um exercício de identificação
das palavras utilizadas na lista de 1765 para identificar de que forma elas
serviram para categorizar e estabelecer diferenças entre as pessoas e os
lugares, no termo da vila de Curitiba. É de conhecimento geral a ampla
variação dos indicadores coletados pelos primeiros recenseamentos coloniais,
parte devido à falta de orientação homogênea e parte devido ao arbítrio dos
responsáveis localmente por sua elaboração. É nessa relativa autonomia das
autoridades locais que, creio eu, o pesquisador pode identificar as categorias
sociais que estavam ativas. Já que as autoridades da capitania não enviaram
critérios para enquadrar a população, é legitimo supor que os recenseadores
rotularam as pessoas no interior de categorias que, a eles, detinham
significados para demarcar as singularidades dos integrantes daquele corpo
social. Longe de ser um treinamento de positivismo histórico, a intenção foi
colher as categorias 'vivas', que construíram os sujeitos sociais presentes na
lista de 1765. Subjaz essa intenção a crença de ser a taxionomia poderoso
instrumento de análise social. Com efeito, da atenção aos elementos presentes
nas fontes documentais, pode resultar uma multiplicação de atores sociais que,
sob critérios exclusivos de sexo, idade e condição, correm o risco de se
manterem na opacidade.
BACELLAR, Carlos de Almeida Prado. "Achados ao
primeiro cantar dos galos": os subterfúgios do abandono de crianças na
vila de Itu, capitania de São Paulo, 1698-1798. Comunicação apresentada no
XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a
3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1178.pdf
RESUMO. Esta comunicação pretende analisar a prática do abandono de crianças
na vila de Itu, capitania de São Paulo, no intervalo entre 1698 e 1798.
Contando com registros vitais bastante bem preservados, tem-se a oportunidade de
acompanhar a prática do enjeitamento ao longo de um século de profundas
transformações econômicas, graças à introdução da lavoura canavieira.
Para além dos dados estatísticos, contudo, pretendemos analisar a excepcional
riqueza qualitativa dos registros de batismos dessas crianças para o intervalo
específico entre 1732 e 1778, em que detalhes preciosos sobre os personagens
que achavam ou acolhiam, bem como horários e locais do abandono, foram
minuciosamente anotados pelos párocos, possibilitando melhor conhecer está
prática costumeira da sociedade colonial brasileira.
BORGES, Luiz Adriano Gonçalves. Doação e família nos
testamentos de Curitiba e São José dos Pinhais, século XIX. Comunicação
apresentada no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu
(MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1432.pdf
RESUMO. Os sistemas de transmissão de herança eram partes essenciais das
estratégias de reprodução social familiar no Brasil Colonial e Imperial,
sendo assim um importante aspecto para se compreender a própria formação
familiar brasileira. No presente trabalho, verificamos as doações
testamentárias para estudar aspectos da qualidade das relações familiares e
de parentesco, ou seja, para verificar que significados as pessoas atribuíam a
cada tipo de laço familiar e de parentesco. Para tal estudo foram coletados 50
testamentos referentes à primeira metade do século XIX em Curitiba, e 30
testamentos da segunda metade deste século em São José dos Pinhais. A forma
testamentária de doação - a terça parte da metade dos bens que podia ser
disposta livremente pelo testador - possuía uma importante característica que
era a liberdade com que os bens seriam dispostos. Isto se configura com um
importante aspecto dos testamentos para se perceber relações familiares.
CHAGAS, Paula Roberta & NADALIN, Sérgio Odilon. Para
o mundo e para a eternidade: a idade do batismo nas atas paroquiais (Curitiba,
séculos XVIII-XIX). Comunicação apresentada no XVI Encontro Nacional de
Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008.
Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_972.pdf
RESUMO. A historiografia tem apontado para a ausência de informações nos
registros paroquiais arrolados na América portuguesa, a respeito da idade em
que as crianças eram batizadas. Trata-se de evidência documental
característica até, pelo menos, as primeiras décadas dos oitocentos, o que
tem compelido os especialistas brasileiros em Demografia Histórica a
considerarem a data do Batismo como equivalente à do nascimento. Alguns
vigários que exerceram seu ministério na Paróquia de Nossa Senhora da Luz dos
Pinhais de Curitiba, inusitadamente, anotaram esses dados nas atas concernentes
aos anos de1729 a 1763, calando-se novamente até 1836. Acompanhando uma
tendência que parece se generalizar nas paróquias brasileiras no século XIX,
a partir do ano seguinte (1837) a informação torna-se corriqueira nas atas de
catolicidade. Isso nos permite construir uma base de dados comparativa e
realizar análises críticas a respeito do intervalo entre o nascimento e a data
do Batismo,tendo como fundo as disposições da Igreja (Constituições do
Arcebispado da Bahia, 1707). Da mesma forma, possibilita que realizemos algumas
inferências relacionadas à importância assumida pelo Sacramento no
imaginário da sociedade colonial. O mencionado acima explica o primeiro recorte
cronológico (1729); dado que na maior parte dos oitocentos a informação é
usual, decidimos encerrar o estudo em 1849, como que assinalando, a partir da
segunda metade do século XIX, as profundas mudanças institucionais e
estruturais que viriam.
CUNHA, Maisa Faleiros da. Criando gado, plantando roças:
trajetórias familiares e escravidão em uma vila paulista. Comunicação
apresentada no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu
(MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1394.pdf
RESUMO. Este trabalho tem como ponto de partida a morte trágica da escrava
Adriana em fins da década de 1870. Adriana foi vítima de seu próprio marido,
o escravo Damião. Este poderia ter sido mais um crime ocorrido entre pessoas
conhecidas, não fosse o fato de Adriana e Damião terem nascido em uma mesma
escravaria, seus pais terem sido companheiros de cativeiro e seus proprietários
descenderem de uma conhecida família do nordeste paulista (e sul de Minas), a
dos Junqueira. Através do acompanhamento dos cativos e de seus proprietários
em diversas fontes nominativas, reconstituímos as trajetórias familiares de
Adriana, Damião e de outros escravos. Ademais, foi possível vislumbrar o
processo migratório mineiro na região, as estratégias senhoriais de
composição das escravarias e de transmissão da posse cativa, bem como as
atividades econômicas em que estavam engajados os proprietários e seus
respectivos escravos.
FARIA, Sheila Siqueira de Castro. Aspectos demográficos
da alforria no Rio de Janeiro e em São João del Rey entre 1700 e 1850.
Comunicação apresentada no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais,
ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1431.pdf
RESUMO. O trabalho pretende discutir a conquista da alforria e as opções de
vida depois da liberdade. A pesquisa apresenta dados que permitem questionar
tanto a presumível pequena quantidade de alforrias na população escrava
quanto a inexorável pobreza dos libertos. Utilizo as cartas de alforria ou de
liberdade, os registros de crianças libertas na pia batismal e as alforrias
testamentárias, além de testamentos e inventários de forros nas cidades do
Rio de Janeiro e de São João del Rey, entre 1700 e 1850. Foco o estudo nas
mulheres forras, em particular as ricas e escravistas pretas-minas, analisando
as heranças culturais e condições materiais que as fizeram privilegiadas no
acesso à liberdade e ao acúmulo de bens. Também apresento a formação das
famílias dessas forras, pressupondo que as organizavam em função de suas
culturas africanas.
FREITAS, Denize Terezinha Leal. Quem casa na freguesia
Madre de Deus de Porto Alegre? A formação social através dos registros
paroquiais de casamento (1772 - 1806). Comunicação apresentada no XVI Encontro
Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3 de out. de
2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1222.pdf
RESUMO. O presente trabalho procura investigar a formação social
porto-alegrense a partir da análise dos registros paroquiais de casamento do
Livro 1 - Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus - Porto Alegre - 1772 a 1806. Tem
como objetivo principal destacar o papel das relações matrimoniais na
constituição populacional porto-alegrense durante o período colonial.
Através da análise demográfica pretende-se identificar, a partir de um
primeiro olhar quantitativo, características peculiares formalizadas mediante o
ato matrimonial, priorizando o perfil dos indivíduos que compõem o cenário da
região em meados do século XVIII. Esse trabalho de pesquisa procura mostrar os
primeiros ensaios do processo de quantificação dos dados paroquiais de Porto
Alegre para o período colonial, que por sua vez se insere no Projeto de
Pesquisa: "População e Família no Brasil Meridional dos meados do
século XVIII às primeiras décadas do século XIX". Esta comunicação
busca dados sobre o evento e informações sobre os indivíduos que se casam,
como a naturalidade dos noivos e o estado matrimonial.
GODOY, Marcelo Magalhães & PAIVA, Clotilde Andrade.
Um estudo da qualidade da informação censitária em listas nominativas e uma
aproximação da estrutura ocupacional da província de Minas Gerais.
Comunicação apresentada no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais,
ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1352.pdf
RESUMO. Para o período pré-censitário, os estudos de estruturas ocupacionais
de populações de espaços regionais do Brasil basearam-se, em larga medida, em
dados originários de listas nominativas de habitantes. Entretanto, parece que
pouco se realizou no sentido de avaliar a qualidade dos dados procedentes dessa
modalidade de fonte demográfica, mormente da informação de ocupação.
Também se pode afirmar que o exame do comportamento demográfico da população
brasileira do século XIX quase sempre se pautou, ainda que implicitamente, pela
consideração do caráter próprio a sociedades fortemente vincadas pelo
relativo isolamento geográfico, assim como pelo pronunciado condicionamento das
específicas configurações de suas economias regionais. Todavia, parece que
muito se precisa avançar na direção da compreensão da diversidade interna
às grandes unidades político-administrativas ou, em outra forma, de elementos
que imponham tratamento regionalizado dos espaços provinciais. Ainda é preciso
enfatizar a relevância de procedimentos metodológicos que intentem enfrentar
as dificuldades inerentes a essa modalidade de informação demográfica ou, em
outros termos, ao imprescindível estudo dos limites e possibilidades de dados
demográficos produzidos segundo critérios nunca inteiramente recuperáveis.
Como para qualquer tipo de fonte histórica, a utilização de listas nominais
de habitantes deve ser precedida de crítica que contemple a consistência
interna e externa do documento, bem como que estabeleça, como mencionado, suas
possibilidades e limites. São objetivos do estudo: i. evidenciar a necessidade
da avaliação da qualidade da informação censitária em listas nominativas de
habitantes do século XIX; ii. propor classificação, segundo a qualidade da
informação, para as unidades espaciais de informação do Censo de 1831-32,
realizado na província de Minas Gerais; iii. apresentar resultados preliminares
e gerais da estrutura ocupacional de Minas, com base no referido Censo, e que
contemplam a diversidade regional da província.
MARTINEZ, Cláudia Eliane Parreiras Marques. População,
trabalho e gênero na transição do sistema escravista: Vale do Paraopeba/MG.
Comunicação apresentada no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais,
ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1456.pdf
RESUMO. Esta comunicação estuda aspectos relacionados à população e às
atividades econômicas desenvolvidas no vale do Paraopeba, entre 1840 e 1914. A
pesquisa realizada a partir das listas nominativas de 1831/32 e do Censo de 1872
mostrou que o fim do trabalho cativo alterou substancialmente a economia e a
vida dos paraopebanos. Concomitantemente à agricultura de abastecimento é
preciso ressaltar que a fiação de algodão e a tecelagem constituíram
atividades essenciais e que marcaram fortemente o trabalho no campo e nos
centros urbanos. Aos dados censitários somou-se, ainda, um banco de dados
composto por 762 inventários post-mortem; sendo 452 para o período imperial e
310 para o republicano. O conjunto de dados reunidos demonstrou que, longe de
ser uma exceção, o trabalho de fiar e tecer utilizou largamente o trabalho
escravo. Tais constatações reforçam a historiografia recente que evidencia a
importância do trabalho feminino (livre e escravo) e como esse foi fundamental
para a dinamização da economia e das relações de gênero. Por fim, foi
possível constatar também que mesmo diante do inevitável fim da escravidão,
as regiões ligadas ao abastecimento interno, especialmente o vale do Paraopeba,
não abriram mão de seus cativos. Os motivos que levaram os donos de fazendas e
sítios a manter sua escravaria, até a década de 1880, foram vários como se
poderá observar na apresentação e no desenvolvimento do artigo.
MONSMA, Karl. Negros, imigrantes e brasileiros brancos no
oeste paulista, início do século XX: indícios de um censo municipal e outras
fontes nominais. Comunicação apresentada no XVI Encontro Nacional de Estudos
Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008. Disponível
em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1003.pdf
RESUMO. Ainda se sabe pouco - e se supõe muito - sobre as semelhanças e
diferenças nas condições de vida e nas oportunidades abertas para imigrantes
e brasileiros, sobretudo brasileiros negros, nas primeiras décadas após a
abolição. Este trabalho compara várias características demográficas e
econômicas de negros, brasileiros brancos, e distintos grupos imigrantes -
principalmente italianos, espanhóis, portugueses, alemães e "turcos"
- no início do século XX em um município produtor de café do Centro-Oeste
paulista. A fonte principal é um censo do município de São Carlos realizado
em 1907, que é um dos poucos censos daquela época que inclui informação
sobre a cor dos enumerados, classificados como "pretos",
"mulatos" ou "brancos". Relacionando este censo com outras
fontes nominais, principalmente o Estatística agrícola e zootechnica de
1904-5, o trabalho compara os vários grupos étnico-raciais no que diz respeito
à ocupação, à estrutura familiar, à alfabetização e às probabilidades de
obter terras ou outras formas de propriedade. Também relaciona várias
características individuais e familiares com as chances de adquirir
propriedades e com a probabilidade de alfabetização da nova geração.
Delineando algumas das vantagens e desvantagens das coletividades focalizadas,
este trabalho contribui para explicar as diferenças étnicas e raciais no grau
de mobilidade social observadas nas décadas subseqüentes. Também revela a
diversidade de situações sociais e oportunidades existentes dentro de cada
grupo.
MOTTA, José Flávio. Velhos no cativeiro: posse e
comercialização de escravos idosos. Comunicação apresentada no XVI Encontro
Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3 de out. de
2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1015.pdf
RESUMO. Neste artigo nossa atenção é dedicada às pessoas que vivenciaram o
cativeiro até uma etapa mais avançada de suas vidas, no Brasil do século XIX.
Mais especificamente, trabalhamos esse contingente de escravos velhos com base
em dois recortes distintos (inclusive da perspectiva temporal), cada um deles
aplicado ao estudo de uma determinada localidade paulista. O texto é dividido
em três partes. Na primeira, procedemos à definição da faixa etária que
entendemos mais adequada para identificar os cativos idosos analisados: 50 ou
mais anos de idade. Na segunda, preocupamo-nos com a caracterização do
conjunto dessas pessoas (seu "estoque", por assim dizer) existente em
Bananal na abertura do Oitocentos (1801); privilegiamos tanto variáveis
demográficas como econômicas (sexo, idade, estado conjugal, origem, tamanho do
plantel de escravos, atividades realizadas nos respectivos domicílios,
relações de família etc.). Na terceira parte do artigo, estudamos a
participação dos cativos de mais idade no fluxo de escravos comercializados na
localidade de Piracicaba (Constituição). Examinamos as transações
registradas naquele município no período 1861-1887 e enfocamos algumas
características das pessoas idosas que compuseram ditas transações, a exemplo
de suas aptidões/ocupações e de sua negociação isolada ou em conjunto com
pessoas de suas famílias. Enfatizamos a proporção de idosos nos distintos
tipos de tráfico (local, intra e interprovincial) durante essa etapa derradeira
da escravidão no Império brasileiro. O texto completa-se com nossas
considerações finais, às quais se seguem o rol das referências
bibliográficas efetuadas.
MOURA FILHO, Heitor Pinto de. Escravos em Pernambuco,
1560-1872. Ensaio de reconstituição macrodemográfica. Comunicação
apresentada no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu
(MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1035.pdf
RESUMO. Este trabalho apresenta um modelo demográfico para representar a
evolução do contingente de escravos africanos e de seus descendentes numa
província brasileira - neste caso, em Pernambuco - de 1560 a 1872. A principal
conclusão proposta neste estágio da pesquisa é a confirmação de que as
conhecidas combinações de parâmetros de mortalidade e fecundidade, dentro dos
amplos intervalos divulgados pela historiografia, podem de fato gerar
populações nos tamanhos e, principalmente, com as composições etárias e de
sexo apontadas pelos primeiros dados censitários disponíveis. Tais
combinações também reforçam as análises baseadas na hipótese de que o
tráfico foi o grande motor do crescimento da população de escravos e de seus
descendentes. A modelagem demográfica é uma vertente metodológica ainda pouco
explorada no Brasil, complementar à reunião de dados novos a partir de fontes
primárias e à análise crítica de dados agregados. As principais vantagens da
modelagem demográfica são a possibilidade de avaliar, em etapas seqüenciais,
a compatibilidade das diversas informações que emergem das novas pesquisas com
os dados até então conhecidos e a possibilidade de, dentro de certo contexto
de informações, gerar dados indisponíveis e indicadores impossíveis de serem
calculados unicamente a partir dos dados existentes. Essa capacidade de "ir
além" dos dados históricos decorre da lógica da equação demográfica.
O modelo descrito apresenta, em formato ainda preliminar, resultados que
congregam duas das principais fontes atuais sobre a demografia de Pernambuco
até o século XIX: a série histórica de importação de africanos de Silva
& Eltis e os dados do Censo de 1872.
PETIZ, Silmei de Sant´Ana. A reconstituição de
famílias escravas: parentesco e famílias entre os cativos de Mateus Simões
Pires, Rio Grande de São Pedro, 1750-1835. Comunicação apresentada no XVI
Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3
de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1219.pdf
RESUMO. Na presente comunicação pretendo apresentar uma parte da pesquisa que
desenvolvo sobre as famílias escravas da capitania - depois província -, do
Rio Grande de São Pedro, entre 1750 e 1835, período de pleno funcionamento do
tráfico atlântico. Procuro demonstrar que, diferentemente do que foi
enfatizado pela historiografia tradicional, o escravo não apenas foi bastante
representativo nesta região de economia interna, voltada para agropecuária,
como também teve acesso a relações sociais estáveis. Para desenvolver essas
idéias fundamento o presente trabalho numa associação entre análise
estatística e estudos de casos que visam ampliar a capacidade de deduzir
estabilidade nas relações entre cativos, ultrapassando a simples defesa da
contínua presença dessas relações parentais, através da análise de
gerações de cativeiro, ou seja, do estudo sobre como se comportavam
determinadas famílias no interior de propriedades locais. Em especial, pelo
acompanhamento em diferentes documentos, (registros paroquiais de batismos,
óbitos e casamentos, inventários post-mortem, censos e ações de liberdade),
para os mesmos grupos de escravos, como o que será apresentado através do
plantel de Mateus Simões Pires que, sem ser tomado como representativo,
apresenta-se como um instrumento importante, principalmente para a análise de
estratégias de relação interpessoal. Essas famílias, compreendidas como
"formas de controle", e "manutenção de paz" para os
senhores, representavam para os escravos "estratégias de
sobrevivência" e "resistência cotidiana". Fossem elas
consagradas pela Igreja Católica ou não, foram, sem dúvida, alicerces para a
vida comunitária dos cativos ainda que se tenham constituído e mantido no
tempo contando, também, com os reflexos do ciclo familiar dos senhores, como
pretendemos demonstrar no decorrer da pesquisa.
RESTITUTTI, Cristiano Corte. A circulação entre o Rio de
Janeiro e o Sul de Minas Gerais, c. 1800-1830. Comunicação apresentada no XVI
Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3
de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1659.pdf
RESUMO. Este artigo expõe os resultados do cruzamento de duas fontes
conhecidas: os livros dos registros da capitania de Minas Gerais e os despachos
de escravos e passaportes de tropas da Intendência da Polícia da Corte.
Descreve-se introdutoriamente a conjuntura comercial do Sul de Minas em
princípios do século XIX a partir das fontes dos registros. No corpo do
trabalho demonstram-se as possibilidades de análise conjunta das fontes.
Sugerem-se novas percepções das fontes a partir do cruzamento. Ampliam-se as
críticas às fontes. Apresentam-se possibilidades da análise para a
micro-história do tropeirismo e do tráfico de escravos.
RIOS, Ana Maria Lugão & COSTA, Carlos Eduardo C.
Migração de negros no pós-abolição: duas fontes para um problema.
Comunicação apresentada no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais,
ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1269.pdf
RESUMO. A partir da reconstituição de genealogias de famílias de descendentes
de escravos do Vale do Paraíba o artigo descreve processos migratórios que
iniciam principalmente a partir da geração dos filhos de ex-escravos.
Discute-se também estratégias familiares de migração e reassentamento, o
destino final e a permanência ou ruptura de vínculos. Um outro aspecto
ressaltado neste estudo será a metodologia empregada. Utiliza-se como fontes
entrevistas com descendentes de escravos (principalmente netos) e a
reconstituição genealógica a partir destes relatos, e o registro civil de
nascimento. A combinação dos dois tipos de fontes se mostrou complementar e
permitiu reforçar conclusões sugeridas em separado nos dois corpus de dados.
RODARTE, Mário Marcos Sampaio & SANTOS JÚNIOR, José
Maria dos. A estrutura ocupacional revisitada: uma proposta de correção dos
dados do Recenseamento Geral do Império de 1872. Comunicação apresentada no
XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a
3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1854.pdf
RESUMO. O Recenseamento Geral do Império de 1872 passou por alguns estudos
críticos de muito rigor, que apontaram erros de soma e na impressão da
publicação, dentre outros. Até então, as correções propostas tinham sido
insuficientes para eliminar as suas inconsistências, que acabam por comprometer
as análises, em especial, aquelas voltadas à áreas menores, como paróquias
ou termos. O presente trabalho objetiva apresentar, pela primeira vez, o Método
do Resultado Predominante (MRP), que foi desenvolvido pelo núcleo de pesquisa
do Cedeplar e a distribuição dos dados ocupacionais do Censo de 1872
resultante desse processo de correção. Em síntese, o MRP baseia-se no
cotejamento dos dados disponíveis no Censo de 1872 e na eliminação, por
automação, das suas inconsistências internas, mantendo a diretiva de
minimização de interferência sobre o dado original. Como resultado,
surpreendeu o fato de que totalizações paroquiais realizadas a partir dos
dados corrigidos pelo MRP passaram a corresponder, exatamente, com os resultados
de agregados provinciais divulgados pela Diretoria Geral de Estatística (DGE),
órgão de estatística encarregado de fazer o censo. Evidencia-se desse modo,
que a aplicação do MRP tornou os dados paroquiais mais confiáveis. À luz dos
resultados apresentados, procura-se contribuir com o debate na historiografia
sobre a estrutura ocupacional da população na segunda metade do Século XIX.
SANTOS JÚNIOR, José Maria dos & STENNER, Marcel. A
distribuição ocupacional mineira oitocentista: resultados a partir de métodos
de análise regional. Comunicação apresentada no XVI Encontro Nacional de
Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008.
Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1817.pdf
RESUMO. Este estudo tenciona caracterizar a província de Minas Gerais na
década de 1830 através da distribuição das ocupações em diversos níveis,
seja por distrito ou por município. Os métodos de análise regional utilizados
nesse trabalho dizem respeito ao agrupamento por cluster, seja pela lógica
fuzzy ou crisp, além da análise de componentes principais. O trabalho também
tenta evidenciar as diferenças entre as diversas técnicas de classificação
através dos resultados obtidos. O outro método de estatística multivariado
empregado é Análise de Componente Principais, que cria uma visão mais
explicativa dos indivíduos relacionado com suas variáveis. A estimativa das
ocupações para a década de 1830 foi elaborada tendo como base as Listas
Nominativas de 1831/32. Toma-se como hipótese principal a possibilidade de
caracterizar as localidades mineiras do século XIX, a partir de divisão
regional baseada em critérios de época. A espacialidade, longe de ser a única
possível, foi construída por Godoy (1996) com o intuito de diferenciar o
território mineiro. Perante o desafio proposto de traçar as características
mineiras com os métodos de estatística multivariada, este texto buscou tratar
o espaço da população mineira no século XIX mediante as técnicas de
análise regional. O resultado da análise deste trabalho é muito próxima da
classificação de centralidade descrita na rede de cidades de Rodarte (1999).
Observou-se que as ocupações mineiras foram muito relacionados com a
localização geográfica, seja perto da Corte, seja em entrepostos comerciais,
ou então, abundância de fatores de produção, como minérios e terra para
atividades agropecuárias. De certo, este trabalho surgiu como uma
contribuição para mostrar o espaço do mercado de trabalho mineiro, e
reagrupar localidades que detinham atividades homogêneas.
SCOTT Dario. A Contribuição da matemática no realce de imagens de documentos
históricos. Comunicação apresentada no XVI Encontro Nacional de Estudos
Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008. Disponível
em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1297.pdf
RESUMO. Os problemas enfrentados pelos historiadores que se utilizam de fontes
documentais manuscritas, como os registros paroquiais, colocam questões que nos
estimularam a encontrar soluções viáveis para o tratamento de fontes
documentais que podem ter sofrido a ação do tempo e/ou as más condições de
conservação e armazenamento. Além das vantagens óbvias da melhoria da
definição e qualidade das imagens das Fontes Paroquiais, deve ser ressaltada
ainda, a possibilidade da preservação de um patrimônio histórico documental,
que pode estar correndo risco de se perder. Uma das formas mais eficientes de
conseguir alcançar o realce dessas imagens digitais é através da morfologia
matemática, ramo do processamento e análise não linear de imagens, que
permite processar imagens com o objetivo de realçar, segmentar e detectar
bordas, entre várias outras aplicações. O objetivo desta comunicação é
mostrar as possibilidades de melhoria na qualidade das imagens digitais
manuscritas, o que facilitaria o trabalho do pesquisador na leitura e
interpretação dos documentos originais.
SILVA, Dafne Sponchiado Firmino da. Os eventos vitais em
Campinas nas primeiras décadas do século XX. Comunicação apresentada no XVI
Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3
de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1048.pdf
RESUMO. Este trabalho busca verificar as transformações ocorridas nos
Anuários Demógrafo-sanitários, no período de 1901 a 1928, principalmente no
que diz respeito à agregação dos dados referentes a Campinas, assim como a
evolução dos eventos vitais do mesmo município. A análise se dará a partir
da elaboração de taxas brutas e curvas de sazonalidade. Também será buscada,
na medida do possível, a verificação e possível inserção destes dados em
seu contexto histórico original.
TEIXEIRA, Paulo Eduardo. O compadrio entre as famílias da
elite campineira: 1774-1854. Comunicação apresentada no XVI Encontro Nacional
de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008.
Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1369.pdf
RESUMO. A imigração de casais mais afortunados vinda de outras localidades, no
início da fundação de Campinas, bem como de jovens de vilas vizinhas que,
nessa mesma condição, passaram a habitar as terras campineiras foi importante
para o crescimento econômico e o povoamento da vila, uma vez que passava a
atrair outros grupos de pessoas. Podemos dizer, ainda, que a permanência dessas
famílias e a formação de outras, principalmente a partir de indivíduos que
passaram a nascer na própria vila, foi um sinal de que elas haviam estabelecido
fortes vínculos com a terra garantindo o crescimento dessa camada específica
da população: a elite. O estabelecimento dessas famílias de elite se deu de
forma a apropriarem-se do que melhor havia naquelas paragens. No entanto, à
medida que houve uma valorização da terra com a expansão da lavoura
canavieira e posteriormente com a lavoura cafeeira, notamos que algumas
famílias foram mais beneficiadas pelo fato de serem os proprietários das
mesmas, constituindo-se num seleto grupo que passou a integrar a elite
campineira da época. A correlação entre proprietários, representantes da
câmara, chefes militares e senhores de engenho é quase total, e o compadrio
entre as famílias dessas pessoas contribuiu para notarmos uma das formas de
associações reinantes entre elas, sem dizer que o casamento entre essa mesma
elite foi um traço marcante de endogamia social, prática esta que acentuou a
desigualdade econômica e social entre as pessoas. Enfim, esta comunicação
visa descrever algumas características da elite campineira e do compadrio entre
essa camada da população, a partir dos Registros Paroquiais de batismo e
casamento, do Inventário dos Bens Rústicos de 1818, dos Registros Paroquiais
de Terras de 1854, e das Listas Nominativas de Campinas existentes para vários
anos.
TISOTT, Ramon Victor. Família e trabalho em lembranças
de infância (Caxias do Sul, fim do séc. XIX e início do XX). Comunicação
apresentada no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu
(MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1762.pdf
RESUMO. Caxias do Sul é parte da Região Colonial Italiana, no Nordeste do Rio
Grande do Sul. Essa área foi povoada com europeus a partir de 1875, quando as
primeiras famílias de imigrantes foram instaladas em pequenos lotes agrícolas.
A sociedade desenvolveu-se sobre essa base, e a família e o trabalho são
considerados valores fundamentais da cultura regional. Na presente
comunicação, são apresentados os resultados do estudo de experiências de
trabalho e relações familiares durante a infância, relatadas em entrevistas
que formam bancos de memória sobre a população regional. Desses acervos foram
selecionados alguns relatos sobre os quais foi aplicado instrumental
teórico-metodológico necessário para o uso dessas fontes orais na
construção da narrativa histórica.
TRUZZI, Oswaldo Mário Serra & BASSANEZI, Maria Silvia
C. Beozzo. População e economia cafeeira: São Carlos, 1907. Comunicação
apresentada no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu
(MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1108.pdf
RESUMO. No município de São Carlos, localizado na região central do estado de
São Paulo, a formação de uma população se iniciou ainda na primeira metade
do século XIX, com as primeiras fazendas tocadas a braço escravo. Nos anos
oitenta, quando o café já predominava, o município se inseriu na vigorosa
economia cafeeira paulista, com a chegada da ferrovia. São Carlos acompanhou
assim a transição de uma economia tocada a braço escravo para outra tocada
por colonos 'livres', de origem européia, sobretudo italiana. Menos de duas
décadas após a abolição do cativeiro, a composição racial da população
alterou-se significativamente, em decorrência do grande afluxo de imigrantes
europeus e, provavelmente também, ainda que em menor grau, devido à saída de
ex-escravos do município. Esse aporte diversificado se reproduziu no
levantamento censitário realizado no município em 1907, que abrangeu a
compilação dos dados referentes a 38.642 indivíduos que então habitavam o
município. Este recenseamento registrou o levantamento das seguintes
características de cada indivíduo da população: nome, idade, estado civil,
profissão, sexo, cor e nacionalidade. Além dessas, incluiu ainda duas
variáveis binárias (sim/não) referentes a ser ou não proprietário e a saber
ler ou não. A compilação dos indivíduos e de suas respectivas
características encontra-se ainda agrupada segundo a situação domiciliar da
população no território. Esse trabalho busca analisar as características
gerais da população do município coletadas por este censo. Sua relevância
deriva da ausência de levantamentos populacionais no período em questão,
dadas as conhecidas deficiências do censo de 1900 e o longo período de 34 anos
de intermitência entre os censos de 1886 e 1920, mais confiáveis.
VALADAS, Marcelo Silveira. Estudos sobre a população e a
família em Porto Alegre no século XVIII: registros paroquiais como fonte de
informações históricas. Comunicação apresentada no XVI Encontro Nacional de
Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008.
Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1311.pdf
RESUMO. A presente comunicação descreve características referentes aos
registros paroquiais existentes no Arquivo Histórico da Cúria Metropolitana de
Porto Alegre. O período de análise começa em 1772 e vai até meados do
século XIX. Utiliza-se das Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia
para verificar quais eram as normas indicadas para a elaboração dos assentos
de batismos, casamentos e óbitos. Além disso, também irão ser comparadas as
informações existentes nestes registros produzidos para Freguesia Madre de
Deus de Porto Alegre com as de outras localidades, a partir de trabalhos que
analisaram este tipo de fonte histórica. Por fim, são elaborados breves
comentários sobre a metodologia utilizada na coleta e armazenamento das
informações contempladas neste trabalho.
VALENCIA VILLA, Carlos Eduardo. Demografía histórica de
la familia esclava y el empleo de métodos estocásticos. Comunicação
apresentada no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu
(MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1620.pdf
RESUMEN. La demografía histórica ha asumido durante décadas el problema de la
composición familiar en épocas pre-estadísticas. Para tal cosa, se han usado
diversidad de técnicas de investigación y se han empleado innumerables fuentes
de información, entre ellas la inferencia estocástica, entendida como el
cálculo de estructuras de probabilidad para las variables demográficas de las
familias. Esta herramienta ha resultado de vital importancia para resolver las
limitaciones que tienen las descripciones estadísticas y los modelos
deterministas. Sin embargo, su uso aun continúa limitado y son pocas las
investigaciones en historia que recurren a ella. En ese sentido, esta ponencia
propone el empleo de técnicas estocásticas para avanzar en el conocimiento de
la familia esclava más allá de la pura descripción que permiten las fuentes,
sobre todo por la vía de la inferencia a partir de la información encontrada
en El análisis directo de los documentos. En particular, el texto usa como
ejemplo el cálculo de las estructuras de probabilidad para los patrones de
endogamia-exogamia entre los esclavos y manumitidos de Río de Janeiro en El
siglo XIX, usando 17.650 cartas de libertad para manumitidos y 4.072 registros
de esclavos urbanos.
VALENTIN, Agnaldo & MOTTA, José Flávio & COSTA,
Iraci del Nero da. Quando os deveres eram muitos: distribuição e
concentração da riqueza a partir de inventários post-mortem na presença de
casos de riqueza líquida negativa. Comunicação apresentada no XVI Encontro
Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3 de out. de
2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1171.pdf
RESUMO. Analisamos a distribuição e concentração da riqueza concernente a
678 inventários de duas localidades do Vale do Ribeira paulista (Iguape e
Xiririca), abertos entre 1800 e 1880. De início, distinguimos a distribuição
da riqueza bruta (soma de todos os bens e haveres pertencentes ao inventariado)
e da riqueza líquida (riqueza bruta deduzidas as dívidas passivas). Este
segundo padrão realoca a posição de 64% dos patrimônios, destacando-se cerca
de 10% cuja riqueza liquida revelou-se negativa. Utilizando como referência a
atividade econômica vinculada ao inventariado, avaliamos o impacto do uso das
duas medidas na distribuição da riqueza e propomos a utilização de um
índice de Gini que possibilita a incorporação destes valores negativos.
VIEIRA JÚNIOR Antonio Otaviano. Das minas ao Cariri:
trajetória de uma família no Ceará (séc. XVIII). Comunicação apresentada
no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de
set. a 3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_930.pdf
RESUMO. Buscando aprofundar o debate sobre as dinâmicas populacionais do
Sertão da pecuária, nosso trabalho tem como objetivo analisar alguns aspectos
da ilegitimidade no Ceará do século XVIII a partir do estudo de caso. A
trajetória que servirá como fomento da análise é a trajetória da relação
entre um tropeiro vindo das Minas e uma escrava oriunda de Sergipe, e que formam
uma unidade familiar nos "Cariris-Novos". A base documental é
composta de Registros de Batismos de filhos ilegítimos no Ceará (1750-1822) e
os Cadernos do Promotor do Tribunal do Santo Ofício de Lisboa; essas fontes de
pesquisa possibilitam explorar a relação entre dinâmica econômica cearense e
os marcadores sociais de gênero e de estamento social.
GARCIA, Ricardo Alexandrino & OLIVEIRA, Aline Silva de
& MELO, Ana Carolina Andrino de. A evolução regional da população
brasileira entre 1870 e 1940. Comunicação apresentada no XVI Encontro Nacional
de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008.
Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docspdf/ABEP2008_1169.pdf
RESUMO. O Brasil vem recentemente disponibilizando uma série de informações
sobre as características da população brasileira durante a primeira metade do
séc. XX. A análise dessas informações não permite, no entanto, determinar a
evolução da estrutura etária, por sexo e grupos de idade qüinqüenais, do
contingente populacional do país e de suas unidades constituintes, ao longo dos
anos anteriores a 1940. Esse estudo teve por objetivo inferir a respeito da
evolução decenal da população brasileira entre os anos de 1870 e 1940,
segundo o sexo e grupos de idade qüinqüenais. Para tanto, modelos empíricos
para a desagregação de contingentes populacionais agregados em agrupamentos
etários decenais foram elaborados, baseado em mais de 11 mil pirâmides
etárias conhecidas. Esses modelos foram inspirados nos métodos de
interpolação osculatória, do tipo spague e karup-king. Uma vez estimadas as
populações, por sexo e grupos de idade qüinqüenais, das unidades
administrativas do país, nos anos em que houve Censos Demográficos (1872,
1890, 1900, 1920 e 1940), pode-se derivar a evolução decenal da estrutura
etária dessas localidades ao longo das sete décadas anteriores a 1940. Por
fim, analisou-se as transformações do nível e da estrutura etária da
população brasileira e de suas unidades administrativas, agregadas nas atuais
Regiões Geográficas, entre 1870 e 1940.
CAMPOS. Kátia Maria Nunes. Antônio Dias de Vila Rica:
aspectos demográficos de uma paróquia colonial (1763-1773). Comunicação
apresentada no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu
(MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docspdf/ABEP2008_1596.pdf
RESUMO. A sociedade colonial brasileira apresenta características fundamentais
como altos índices de ilegitimidade, formas específicas de casamento e
constituição de famílias e elevada mobilidade populacional, além do papel
preponderante exercido pelo regime escravista na formação e evolução das
estruturas sócio-demográficas coloniais. Em geral, tais características
inviabilizam a aplicação da técnica de reconstituição de famílias de Henry
ao contexto brasileiro. Nesse sentido, este trabalho propõe o método de
reconstituição de paróquias de Amorim como alternativa metodológica,
explorando seu potencial analítico no estudo da Paróquia do Antônio Dias,
termo de Vila Rica, no período de 1763 a 1773, baseado em registros paroquiais
e fontes suplementares. Embora a paróquia seja de pequenas dimensões, o banco
de dados produzido reúne milhares de fichas pertencentes a indivíduos de
sucessivas gerações. Os registros se apresentam bastante regulares, sem
lacunas perceptíveis, num encadeamento cronológico excelente, seja entre
registros, seja entre as folhas ou na sucessão dos livros. O método de
reconstituição paroquial permite que as informações sejam organizadas de tal
forma que o indivíduo possa ser acompanhado, não apenas na sua trajetória
pessoal, mas também inserido na família e no seu grupo social. A amostra base
para a análise inicial revela algumas dessas potencialidades. Apesar do
reduzido período de análise (1763-1773) e deficiências dos dados, o método
se mostrou satisfatório na recuperação de informações de idade e filiação
da população de mães das crianças nascidas no período, sendo credenciado
para aplicação em outras áreas e períodos.
BASTOS, Sênia. Coleção Papéis Avulsos: fontes de
pesquisa para estudos populacionais. Comunicação apresentada no XVI Encontro
Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3 de out. de
2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docspdf/ABEP2008_1095.pdf
RESUMO. A coleção Papéis Avulsos compreende a documentação recebida e
expedida pela Câmara Municipal da Cidade de São Paulo, referente ao período
1714-1909, custodiada pelo Arquivo Histórico Municipal Washington Luiz. Apesar
da ordenação cronológica, nenhum outro critério foi adotado para
sistematizar os documentos, visando a sua encadernação em 2.058 volumes.
Pareceres de engenheiros, médicos e de comissões especiais; relatórios de
fiscais; projetos, diretrizes e orçamentos de obras públicas; guias de
encaminhamento para sepultar-se na condição de pobre; quadros estatísticos
mensais dos sepultamentos realizados no Cemitério Municipal da Consolação
(inaugurado em 1858); relação de impostos arrecadados; recenseamentos por
quarteirão; sugestões, pareceres, proposições legislativas e decisões dos
vereadores; solicitações de alvarás e licenças; correspondências, entre
outros itens, foram ali reunidos. As dificuldades de manuseio dos volumes, de
natureza e tamanho diferenciados, aliadas a falta de divulgação de seu
conteúdo, têm contribuído para o desconhecimento de sua importância enquanto
fonte de pesquisa para os estudos populacionais. Visando exemplificar a riqueza
dessa documentação, optou-se por abordar as atividades realizadas por
portugueses, durante o período 1850 a 1888, e acompanhar as trajetórias em
diferentes modalidades de ocupações e endereços. As informações presentes
nas fontes analisadas foram reunidas em um banco de dados contendo corpus
relativos a cada imigrante, de forma a contemplar: origem, a data de chegada ao
Brasil, a data de naturalização, o estado conjugal, a profissão ou atividade
exercida e o endereço.
TROVÃO, Cassiano José Bezerra Marques & ALMEIDA,
José Tadeu de. Dilemas da ruptura: notas sobre etnias e transição no mercado
de trabalho da região de Campinas ao final do século XIX. Comunicação
apresentada no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu
(MG), 29 de set. a 3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docspdf/ABEP2008_1702.pdf
RESUMO. No contexto de um debate a respeito das desigualdades étnicas no
espaço nacional durante a sua consolidação conquanto 'projeto de nação', o
presente artigo propõe realizar algumas discussões no que concerne à
reestruturação do mercado de trabalho na região de Campinas (SP) ao final do
século XIX. Em um contexto de aquecimento da atividade econômica, aliada à
progressiva extinção da mão-de-obra escrava no território nacional,
busca-se, através da análise de dados e de uma revisão bibliográfica a
respeito do tema, verificar que Campinas reorganizou sua demanda por
mão-de-obra a partir da década de 1880, com a introdução maciça do trabalho
assalariado de natureza imigrante, e dada a falência do modelo de tráfico
interprovincial. Não obstante, a sucessiva ocupação do espaço urbano por
negros recém-libertos, alocados em ocupações de caráter rudimentar,
aprofundou problemas de abastecimento de gêneros de subsistência - com a
ocupação total das áreas rurais pelo café, que liderava o crescimento
econômico no 'Oeste Paulista' - que culminaram em crises de saúde pública e
epidemias na década de 1890, reordenando os espaços rural e urbano e
conduzindo a novas ondas de investimento que consolidarão uma vocação
industrial para a cidade no século XX.
SIQUEIRA, Cláudia Gomes de. Distritos e desmembramentos
municipais: Explorando dados do século XIX para o estudo das configurações
político-territoriais dos municípios. Comunicação apresentada no XVI
Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a 3
de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docspdf/ABEP2008_1726.pdf
RESUMO. Os dados demográficos do século XIX, particularmente os de 1854 a
1890, disponibilizados tanto pelos censos provinciais e nacionais, trazem uma
variedade de informações sobre a população dos municípios paulistas, de
acordo com os diferentes distritos que os compõem. A análise desses dados,
numa perspectiva histórica, fornece elementos ainda pouco explorados para o
estudo da configuração territorial dos municípios. A partir de um aporte
teórico interdisciplinar entre a Demografia e a Ciência Política, elaborou-se
um tipo de análise que considera tanto os dados populacionais referentes aos
distritos como os processos de desmembramentos municipais nos processo de
configuração político-territorial dos municípios. Diante disso, o objetivo
deste trabalho é apresentar a aplicação dessa análise a casos específicos
do estado de São Paulo, particularmente o município de Campinas, onde se
observa que diferentes populações em diferentes espacialidades no âmbito
municipal, a partir de processos, denominados diferenciações
político-territoriais, contribuem para diferentes configurações territoriais.
Considera-se que uma análise comparativa dessa natureza contribui para a
compreensão de diferentes processos atuais de expansão urbana, entre eles a
metropolização e a fragmentação do espaço.
BOTELHO, Tarcísio R. & PAIVA, Clotilde Andrade.
Políticas de população no Período Joanino. Participação em mesa redonda do
XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, Caxambu (MG), 29 de set. a
3 de out. de 2008. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_1404.pdf
RESUMO. O propósito do paper é explorar algumas dimensões do que podemos
denominar de uma política de população posta em prática durante o período
que vai da chegada da Família Real ao Brasil (1808) até a conjuntura que marca
a separação política entre Brasil e Portugal (1822). Pretende-se evidenciar
um conjunto de aspectos que mostram preocupações sistemáticas dos governantes
ao longo desses anos em gerir a população do território brasileiro. Em
primeiro lugar, há o empenho em contar o contingente populacional através de
levantamentos estatísticos que não são sistemáticos mas que expressam a
necessidade de maior rigor na obtenção desse tipo de dado. Em segundo lugar,
há a tentativa de se estabelecer uma política imigrantista na nova conjuntura
que se abre com o fim do exclusivo colonial; nesse sentido, busca-se a fixação
de portugueses e estrangeiros tanto para ocupar espaços considerados vazios
como para "civilizar" os habitantes da colônia americana.
IX
ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA - ANPUH-RS
Porto Alegre 14 a 18 de
julho de 2008
ALADRÉN, Gabriel. Experiências de liberdade em tempos de
guerra: pretos e pardos nas Guerras Cisplatinas (1811-1828). Comunicação
apresentada no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH
- UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008. Disponível em:
http://www.eeh2008.anpuh-rs.org.br/site/anaiseletronicos
RESUMO. Este trabalho trata das experiências de pretos e pardos durante as
Guerras Cisplatinas (1811-1828). São observadas as possibilidades de mobilidade
social abertas aos pretos e pardos durante os conflitos, fossem escravos,
libertos ou livres. Analisa-se a campanha militar luso-brasileira contra o
General Artigas, a partir do estudo de casos de escravos fugidos que se
alistaram nas fileiras do exército artiguista. Também é analisado o temor da
classe senhorial rio-grandense e das autoridades brasileiras com a possibilidade
de revoltas de escravos durante a Guerra da Cisplatina (1825-1828). As fontes
utilizadas foram processos criminais, petições de libertos, cartas de
liberdade e listas de revistas de tropas.
AMARAL, Daniela Gonçalves. Mães solteiras em Porto
Alegre Colonial (1772-1822). Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual
de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
BECKER, Carolina Bitencourt. O uso dos registros de óbitos para estudar a
morbidade e a mortalidade dos escravos de Santa Maria da Boca do Monte, de 1844
a 1882. Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de História -
ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
CARDOZO, José Carlos da Silva. População e Família no
Rio Grande de São Pedro. Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de
História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
Este estudo refere-se à antiga Capitania/Província do Rio Grande de São
Pedro, estudando especificamente a antiga região de Porto Alegre. Essa
localidade conta com poucos estudos sobre o comportamento demográfico da
população e da família, entre os séculos XVIII e XIX. Esta pesquisa busca,
através dos métodos e técnicas da Demografia Histórica e da História da
Família, trazer uma contribuição para essa temática, explorando fontes
seriadas compostas pelos registros paroquiais de batismo, casamento e óbito da
antiga Paróquia Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre que estão
depositados no Arquivo Histórico da Cúria Metropolitana de Porto Alegre,
analisando os anos de 1772 a 1835 (recorte temporal definido no Projeto
"População e Família no Brasil Meridional, dos meados do século XVIII
às primeiras décadas do século XIX", financiado pelo CNPq). Na presente
etapa, as fontes estão sendo fotografadas digitalmente e as informações,
depois de mapeadas, organizadas e sistematizadas, estão sendo inseridas em
banco de dados e analisadas. A utilização desses dados tem como objetivo geral
contribuir para um melhor conhecimento da população e da família no passado
Rio-grandense, em especial as que viviam na região de Porto Alegre no período
colonial e imperial. Acreditamos que essa experiência, que se estenderá por
três anos, é um piloto para futuras pesquisas que se desenvolvam a partir dos
métodos e técnicas da Demografia Histórica e da História da Família no Rio
Grande do Sul.
CHRISTILLINO, Cristiano Luis. Estratégias de família na
ocupação do planalto sul-rio-grandense no XIX. Comunicação apresentada no IX
Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18
jul. de 2008. Disponível em:
http://www.eeh2008.anpuh-rs.org.br/site/anaiseletronicos
RESUMO. A ocupação efetiva das regiões do Planalto e das Missões do Rio
Grande do Sul ocorreu na década de 1810, em meio à ocupação do Uruguai pela
Coroa Portuguesa. Os chefes militares logo se apropriaram destes campos que, a
partir de 1833, constituíam o Município de Cruz Alta. Analisamos este processo
de ocupação do planalto a partir da trajetória da família Silva Prado. A
investigação deste núcleo de tropeiros e militares paulistas permite a
análise das estratégias de constituição de um patrimônio e, sobretudo, um
capital político familiar, para expandir e assegurar as propriedades frente a
uma conjuntura econômica e social marcada pelas incertezas. Por outro lado, o
núcleo familiar dos Silva Prado permite a discussão sobre a pecuária na
região e também sobre a erva-mate, quando a elite local passa a se apropriar
dos ervais públicos.
COMISSOLI, Adriano. Certezas baseadas em rumores: o desafio metodológico da
reconstrução de redes sociais por meio de processos de habilitação
matrimonial (Rio Grande de São Pedro, séculos XVIII e XIX). Comunicação
apresentada no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH
- UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
CRUZ, Fabienne. Mulheres Imigrantes: Portuguesas em Porto Alegre. Comunicação
apresentada no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH
- UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
ELIAS, Roger. Parâmetros Demográficos de Batizandos Escravos (Porto Alegre -
1810 a 1835). Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de História -
ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
FARINATTI, Luís Augusto Ebling. Famílias, escravos e pequena produção
pecuária no sul do Brasil (Alegrete, 1831-1870). Comunicação apresentada no
IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a
18 jul. de 2008.
FOLETTO, Arlene Guimarães. Rumo ao oeste: ocupação da fronteira agrária e
estratégia familiar (Província da Rio Grande de São Pedro - meados dos
oitocentos). Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de História -
ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
FREITAS, Denize Terezinha Leal. Quem casa na Freguesia Madre de Deus de Porto
Alegre? A formação social através dos Registros Paroquiais de Casamento (1772
- 1807). Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de História -
ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
GOMES, Fabricio Romani. As fontes e a história do negro no pós-abolição:
compartilhando experiências. Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual
de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
HAMEISTER, Martha Daisson. Três Famílias, Três Arranjos (Continente do Rio
Grande de São Pedro, c.1737-1763). Comunicação apresentada no IX Encontro
Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de
2008.
HARFUCH, Lívia. Identidade e etnicidade: Imigração
judaico-alemã para Rolândia-PR.
HEINEN, Joana Potira. Se receberão em matrimonio... indioz da aldeia, pretos de
nação, naturais de Maldunado, do bispado de Sam Paulo e da Ilha de Santa
Catarina: Casamentos em Santo Amaro do Sul, entre 1775 e 1800. Comunicação
apresentada no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH
- UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
KÜLZER, Gláucia Giovana Lixinski de Lima. Catarina Mina e Inocêncio: fontes e
possibilidades de reconstrução do espaço sócio-agrário do negro em Santa
Maria (RS), 1858-1889. Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de
História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
KUNIOCHI, Marcia Naomi. Proprietários e produção na
constituição da Vila de Santa Vitória em meados do sec. XIX. Comunicação
apresentada no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH
- UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
LIMA, Rafael Peter de. Conivência com o tráfico: as
autoridades brasileiras e uruguaias e as escravizações na fronteira.
Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto
Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008. Disponível em:
http://www.eeh2008.anpuh-rs.org.br/site/anaiseletronicos
RESUMO. O presente artigo trata da participação de autoridades brasileiras e
uruguaias em casos denunciados como de escravização de cidadãos negros livres
uruguaios a partir da metade do século XIX. A investigação se propõe a
analisar a atitude de alguns destes personagens que ocuparam cargos de destaque
na sociedade da época em relação a estas atividades criminosas, especialmente
àquelas que se demonstraram fortemente suspeitas ou com evidências de
colaboracionismo. A conjuntura da época, inaugurada com a intervenção militar
brasileira no Uruguai pondo fim à Guerra Grande (1851), será tomada como
referencial analítico, com especial atenção às disputas regionais e à
tensão na fronteira provocada pelo contraste entre o sistema escravista
brasileiro e as leis abolicionistas legalmente válidas em território oriental.
MACHADO, Dênis Wagner & SARAIVA, Antonio Roberto
Camargo. A Imigração e a reprodução do racismo no Oeste Paulista e no Sul
Gaúcho. Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de História -
ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
MATHEUS, Marcelo Santos & RIBEIRO, Max Roberto
Pereira. Registros de batismo e famílias subalternas (Alegrete, 1820-1850).
Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto
Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
MENEGAT, Carla. Considerações acerca da análise de rede
social de um casal da elite do charque: Vila de São Francisco de Paula de
Pelotas, 1824-1835. Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de
História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
http://www.eeh2008.anpuh-rs.org.br/site/anaiseletronicos
RESUMO. Analisando documentos paroquiais, inventários e livros notariais
busca-se evidenciar de forma breve algumas das estratégias utilizadas entre uma
determinada rede familiar para garantir a ampliação e manutenção de seu
espaço social e econômico. Iniciando pela trajetória de dois personagens - um
casal, Domingos José de Almeida e Bernardina Rodrigues Barcellos - as
indagações conduzem às perspectivas enunciadas através de uma breve
quantificação, reconduzida por alguns casos específicos, que revelam matizes
no uso estratégico do compadrio, do matrimônio e no trânsito de recursos
materiais entre indivíduos ligados por laços de parentesco. A origem
geográfica comum, açoriana, surge como parte do conjunto de elementos que
determinam as peculiaridades dessa rede familiar localizada na Pelotas do
início do Século XIX, e que tem como centro de análise a família Rodrigues
Barcellos.
MOLET, Claudia Daiane Garcia. Da área portuária à
Cadeia: os escravos marinheiros na cidade do Rio Grande (1868-1870).
Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto
Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
MOREIRA, Paulo Roberto Staudt. Etnicidade e Liberdade: As
nações africanas e suas práticas de alforria. Comunicação apresentada no IX
Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18
jul. de 2008.
OGNIBENI. Denise. A família charqueadora pelotense no
século XIX. Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de História -
ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
OLIVEIRA, Vinícius Pereira de. Sobre o convés:
marinheiros, marítimos e pescadores negros no mundo atlântico do Porto de Rio
Grande/RS (século XIX). Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de
História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
Disponível em:
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RESUMO. O artigo busca esboçar um quadro da presença negra (escrava, liberta e
livre) nas atividades de navegação do mundo atlântico brasileiro a partir do
estudo da cidade portuária de Rio Grande durante o século XIX. Identificados
como marinheiros, marítimos, catraieiros e pescadores os negros desempenharam
papel fundamental nas lides náuticas, principal forma de transporte a média e
longa distância do Brasil imperial. Neste trabalho procuraremos traçar algumas
breves considerações sobre esta realidade e seus personagens.
OSÓRIO, Helen. Vidas em dois momentos: o confronto de
inventários com outras fontes para o estudo de patrimônios familiares.
Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto
Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
PERUSSATTO, Melina Kleinert. Entre classificados e
libertos: emancipações escravas no contexto da Lei do Ventre Livre - Rio
Pardo/RS (1871-1888). Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de
História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
Disponível em:
http://www.eeh2008.anpuh-rs.org.br/site/anaiseletronicos
RESUMO. A partir do estudo da Lei do Ventre Livre, pretendemos explorar fontes
referentes ao processo de emancipação de escravos em Rio Pardo/RS (1871-1888):
cartas de alforrias e a documentação produzida pela Junta de Emancipação.
Analisaremos os títulos de liberdade pagos e/ou condicionados à prestação de
serviços, relacionando com as informações acerca do pecúlio e da atividade
ocupacional dos escravos classificados pela Junta. Para compor o quadro das
ocupações/profissões, utilizaremos também o recenseamento demográfico de
1872. Aliando a análise quantitativa com algumas experiências de libertação
e/ou classificação, acreditamos que essa investigação nos permita
identificar estratégias, ambigüidades, expectativas e incertezas em um
contexto de transformações nas relações de trabalho e no controle social,
especialmente da população escrava e egressa do cativeiro.
PETIZ, Silmei de Sant'Ana. A reconstituição de famílias
escravas da fronteira oeste do Rio Grande, 1750-1835. Comunicação apresentada
no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14
a 18 jul. de 2008.
PINTO, Natália Garcia. E o Trabalhador é Cativo: O
Escravo Urbano e seus ofícios na Cidade de Rio Grande [1848-1852].
Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto
Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008. Disponível em:
http://www.eeh2008.anpuh-rs.org.br/site/anaiseletronicos
RESUMO. Normalmente, a historiografia rio-grandense discute sobre o mundo do
trabalho das charqueadas e estâncias, cuja abordagem gira em torno do emprego
da mão de obra escrava. Como seria então, o mundo do trabalho do porto, ou
melhor, da cidade de Rio Grande? O espaço urbano da cidade permitia a adoção
do trabalho cativo? Diante disso, esta comunicação tem por objetivo buscar se
no espaço citadino de Rio Grande, havia o trabalhador escravo, como fora
mostrado nas pesquisas desenvolvidas nas outras cidades brasileiras [São Paulo,
Bahia e Rio de Janeiro], em que o mercado de trabalho era negro pelo emprego de
cativos nos serviços prestados à comunidade citadina. Assim sendo, essa
pesquisa tem o intuito de trazer novas abordagens sobre o mundo do trabalho
citadino de Rio Grande, em meados do século XIX.
SANTOS, Sherol dos. Bastardo, Tropeiro e Pardo: a
inserção social de forros numa vila colonial (a família de Inácio José de
Mendonça - Santo Antônio da Patrulha, séc. XVIII). Comunicação apresentada
no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14
a 18 jul. de 2008.
SCHLATTER, Gisele Oliveira. Nomes, trajetórias e famílias: bancos de dados
sobre escravos e libertos na fronteira sul do Brasil (século XIX).
Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto
Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
SCOTT, Ana Silvia Volpi. Família e relações
inter-geracionais: Porto Alegre na segunda metade dos Setecentos. Comunicação
apresentada no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH
- UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
SIQUEIRA, Ana Paula Pruner de. As relações de compadrio
em terras de pecuária na segunda metade do século XIX. Comunicação
apresentada no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH
- UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008. Disponível em:
http://www.eeh2008.anpuh-rs.org.br/site/anaiseletronicos
RESUMO. O presente trabalho versa sobre as relações de compadrio estabelecidas
pela população cativa presente nos Campos de Palmas, Paraná, na segunda
metade do século XIX. Visando este estudo foram arrolados os dados dos
registros de batismo e de casamento a partir de 1843 até 1888. Os livros de
óbitos existentes na Diocese de Palmas começam em 1853 e foram pesquisados
até 1890. Apesar do curto espaço de tempo, devido ao início da colonização
da região datar de 1839, e da inserção de novos escravos de várias regiões,
os cativos em Palmas conseguiram estabelecer laços de afeto, de proteção e de
compadrio.
TESSARO, Piero Alessandro Bohn. Arqueologia Histórica:
uma possibilidade na análise da Imigração Italiana, RS. Comunicação
apresentada no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH
- UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
TISOTT,
Ramon Victor. Aprendizes da Eberle: apontamentos sobre a formação de
mão-de-obra e o fazer-se da classe trabalhadora em Caxias do Sul, no início do
século XX. Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de História -
ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
VALADAS, Marcelo Silveira. Reflexão sobre os assentos de
batismos, casamentos e óbitos de Porto Alegre, de 1772 até meados do século
XIX. Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS.
Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
RESUMO. Esta comunicação faz parte do projeto População e Família no Brasil
meridional dos meados do século XVIII às primeiras décadas do século XIX, na
UNISINOS, coordenado pela Professora Ana Silvia Volpi Scott. Esta proposta de
estudo tem como um dos objetivos fazer o levantamento dos registros paroquiais,
referentes às primeiras freguesias do Rio Grande do Sul. Sendo assim, a
reflexão que aqui se apresenta se detém na análise das informações
existentes nos registros paroquiais produzidos para Nossa Senhora Madre de Deus
de Porto Alegre e verificar se estes seguem as regulamentações das
Constituições Primeiras do Arcebispado de Bahia. O Período escolhido para
esta reflexão começa em 1772 e vai até meados do século XIX. Com isso,
nota-se que assentos de batismos analisados apresentam informações sobre a
naturalidade dos avós paternos e maternos das crianças batizadas a partir de
1772 com exceção dos assentos produzidos para população escrava. Além
disso, os assentos de óbitos, a partir de 1799, apresentam as informações
sobre causa morte dos indivíduos em quase todos os assentos, tanto para livres
como para escravos. Todas estas informações específicas nestes registros não
são exigidas pelas Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia e se
continuam surgindo nos registros produzidos ao longo do século XIX. O
cruzamento com outras fontes poderá esclarecer o porquê do surgimento destas
especificidades. Mas, de modo geral, os registros paroquiais produzidos para a
paróquia Nossa Senhora Madre de Porto Alegre seguem regularmente o que está
disposto pela Constituição Primeira e fornecem informações de qualidade para
os estudos da população e da família desta freguesia.
ZUBARAN, Maria Angélica. Comemorações da Liberdade:
Lugares de Memórias Negras Diaspóricas. Comunicação apresentada no IX
Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18
jul. de 2008.
MACHADO, Cacilda. A trama das vontades: negros, pardos e brancos na produção da hierarquia social do Brasil escravista. Rio de Janeiro, Editora Apicuri, 2008.
PREFÁCIO, escrito por Stuart B. Schwartz, da Yale University.
Em 1984, quando fui para Curitiba como professor visitante na Universidade
Federal do Paraná, estava preparado para a realidade de um "outro
Brasil", sobre o qual tanto ouvira falar. Como um bahianista, minha
compreensão do Brasil havia sido moldada por uma história do brasil
açucareiro, onde a presença da África e o peso da escravidão eram
onipresentes. O Paraná, a quinta comarca, era supostamente um Brasil diferente,
um lugar onde a grande imigração do século XIX havia criado uma população
peculiar, e onde a estrutura da sociedade fora menos afetada pelos legados da
escravidão e da raça. Durante minha estada em Curitiba, trabalhei com ótimos
colegas e estudantes de graduação em alguns projetos que me revelaram que,
embora muito diferente do Nordeste, ainda assim o Paraná fazia parte da
história da escravidão e das distinções raciais que caracterizaram o país
como um todo, e então, com a colaboração de estudantes, organizei um projeto
de pesquisa, utilizando a excelente documentação disponível no Estado.
Justamente em função desta experiência eu tanto
apreciei e me beneficiei do novo livro de Cuca Machado. Manipulando um largo
espectro de fontes, mas fazendo uso especialmente das admiráveis listas
nominativas, antigos censos da população do sudeste brasileiro, ela realizou
uma extensiva análise demográfica, econômica e social, tendo como foco a
comunidade de São José dos Pinhais no início do século XIX. Com essas
listas, e com uma exaustiva investigação em outras fontes primárias
regionais, Cacilda produziu um primoroso estudo, que revela a natureza da
escravidão no Paraná e também o caminho através do qual as posições
raciais e sociais foram construídas e modificadas em uma região agrícola
particularmente modesta.
Em um momento historiográfico em que a moda é a
história cultural, a autora não se intimidou e fez um livro de história
social clássica, meticulosamente construída a partir de fontes quantitativas e
com técnicas que nos permitem ver o padrão geral no interior de um mundo rural
onde nem escravos nem escravidão predominavam, mas onde a escravidão e as
distinções raciais influenciavam todas as relações sociais. Este é um
Brasil rural de agregados, um mundo de pardos que, nessa frágil fronteira
social, buscam libertar-se do fardo da raça por meio das relações familiares
e pessoais.
O que a autora faz particularmente bem, no sentido de
documentar esse processo, é o acompanhamento de casos individuais a partir do
cruzamento das listas nominativas com outras fontes, de modo a iluminar com
detalhes as histórias ocultas e os motivos e objetivos velados das pessoas,
quando casavam, serviam, estabeleciam laços de compadrio, ou negociavam. É
esta ligação entre uma sólida análise quantitativa e a habilidade de
desvendar histórias pessoais que lança uma nova luz sobre os padrões gerais,
o que destaca o livro e faz dele uma muito bem-vinda contribuição para a
história da sociedade brasileira.
Num mundo como São José dos Pinhais, onde senhores
eram raros, pequenas as escravarias, e os escravos eram minoria, o poder da
escravidão era, como Cacilda Machado nos lembra, ainda assim presente, e
"provavelmente dependeu menos do ilimitado poder senhorial sobre os corpos
escravos - que teoricamente a instituição pressupõe - e mais da conformação
específica da trama social tecida no confronto das vontades pessoais."
TRABALHOS PARA OS QUAIS NÃO DISPOMOS DE RESUMOS
FREITAS,
Maira de Oliveira. Inventários Post-Mortem: Retrato de uma sociedade,
estratégia patrimonial, propriedade senhorial, posses de escravos na Comarca do
Rio das Velhas (1780/1806). Belo Horizonte, FAFICH da Universidade Federal
de Minas Gerais, dissertação de Mestrado, 2006.
LEMOS,
Carmen Silvia. A Justiça Local: os juizes ordinários e as devassas da
Comarca de Vila Rica (1750-1808). Belo Horizonte, FAFICH da Universidade
Federal de Minas Gerais, dissertação de Mestrado, 2003.
LOTT,
Miriam Moura. Casamento e família nas Minas Gerais: Vila Rica (1804-1839).
Belo Horizonte, FAFICH da Universidade Federal de Minas Gerais, dissertação de
Mestrado, 2004.
MACHADO, Janaína Marcon. Família e Herança na Zona da Mata Mineira: A formação do povoado de Santa Rita do Turvo: 1813-1850. Belo Horizonte, FAFICH da Universidade Federal de Minas Gerais, dissertação de Mestrado, 2007.