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Ano XVI, no. 56, maio de 2009

SUMÁRIO

Apresentação

Artigos

Resumos

Notícia Bibliográfica 

Publicações Recebidas

Relação de Trabalhos Publicados

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Dois artigos iluminam este número de nosso BHD, o primeiro devemos a nossas colegas cubanas María de los Angeles e a Aisnara Perera o outro ao Prof. R. Graham. Este último apresenta a complementação de estudo publicado neste mesmo boletim e no qual propôs uma maneira inovadora de se substituir as conversões cambiais quando se confrontam, entre outros, valores colhidos em inventários post-mortem concernentes a distintos momentos do tempo. Já nossas duas autoras dedicam-se à consideração das famílias, agregados e escravos de Santiago de Cuba para o largo período que se estende de 1778 a 1861. Estas duas valiosas contribuições veem-se enquadradas por resumos de trabalhos e pela notícia do lançamento de novos livros que evidenciam a riqueza e profundidade dos trabalhos elaborados em nossa área de especialização.

MERIÑO FUENTES, María de los Ángeles & PERERA DÍAZ, Aisnara. Familias, agregados y esclavos. Los padrones de vecinos de Santiago de Cuba. (1778-1861).

                                        
RESUMEN. Un padrón de vecinos o un censo, cual instantánea, nos trasmite un momento en la vida, agitada o apacible de un barrio, una ciudad o de su cédula principal: el hogar, donde convivieron, cual universo heterogéneo, los más diversos caracteres humanos. No obstante, han sido los historiadores económicos los que más se han servido de los cientos de padrones y conteos generales que se ofrecen en los censos elaborados en el período colonial sobre la llamada riqueza agrícola y territorial; no así los historiadores sociales o los historiadores de familia, quienes, en su mayoría, han obviado los padrones o listas nominativas de vecinos como fuente imprescindible para el estudio de la población de Cuba. Por nuestra parte, hace algunos años nos referíamos a esta fuente con la reserva lógica de no conocer a fondo su rico potencial. Decíamos entonces que sin el cruzamiento de fuentes era difícil apreciar la dinámica del grupo familiar o de residentes, teniendo en cuenta que un padrón es un instante congelado en el tiempo, una foto de familia o del hogar donde convivieron parientes, agregados y esclavos; hoy, aun cuando continuamos haciendo votos por el cruzamiento de fuentes, sin el cual no se llegaría a un mejor conocimiento de la población estudiada, proponemos el cotejo de todos los padrones nominativos realizados en una ciudad -Santiago de Cuba- y sus barrios o cuarteles -además de como testimonio del desarrollo demográfico y económico-social- como otra posibilidad de conocer la manera en que -desde la tipología de hogares y familias- les fue permitido o prefirieron presentarse ante la posteridad las personas y sus familias consanguíneas o afines.

 Exchange Rates of Portuguese Currency, 1780-1808
                         
                        

Richard Graham
F. H. Nalle Professor of History Emeritus
University of Texas at Austin
                               
                            
                                            

In 2005 I published in these pages a short article entitled "Purchasing Power: A Tentative Approach and an Appeal." (Boletim de História Demográfica, ano 12, no. 36, abril 2005 -- click here to read this article). It addressed my attempt to devise a method for comparing the wealth of people over time as recorded in post-mortem estate inventories. The "appeal" in the title of this article referred not only to my desire to receive comments on my approach but specifically to finding data on the exchange rate of the Portuguese currency in pounds sterling before 1808.

I subsequently exchanged correspondence with several scholars, and discovered to my surprise that apparently no one had calculated this data despite the long-standing and active commercial relationship between Portugal and Britain. But I was led to a data-base prepared for the Global Price and Income History Group ( http://gpih.ucdavis.edu/Datafilelist.htm ). There I discovered a table titled "Exchange of Amsterdam; grooten per cruzado." Besides presenting monthly averages, it also calculates annual averages for the years 1750 to 1855. It bears the name of no author, but the web site mentioned Professor Peter Lindert of the University of California at Davis, and when I contacted him he pointed me to the astounding work of Nicolaas Wilhemus Posthumus, from which it appears he derived his data. (Nicolaas Wilhemus Posthumus, Inquiry Into the History of Prices in Holland, 2 vols. (Leiden: Brill, 1946-64). 

Volume I of Posthumus' work presents wholesale prices of an immense variety of goods at the Amsterdam public exchange or market from 1585 to 1914 and the rates paid for bills of exchange at Amsterdam from 1609-1914. Vol. II deals with commodity prices recorded by a large number of charitable institutions from 1348 to 1914. In both volumes the data is not always for every single year because sometimes the archives lack data for this or that period. Exchange rates refer to the amount that Bills of Exchange would get at Amsterdam. Some are due on sight, others days or months later, and still others according to the practices of the city where they were first issued.

What interested me were the exchange rates for Lisbon and for London and eventually the value of Portuguese currency in pounds sterling (£). First, I had to convert "grooten per cruzado" as given by Posthumus and Professor Lindert into "grooten per milréis." That was not difficult, because 1 cruzado = 400 réis. Posthumus presents the exchange value of schellingen per pound sterling and (after averaging monthly figures into annual ones) I converted these to grooten per pound (1 schellingen = 12 grooten). Since the figures I had for Brazil after 1808 were in pence per milréis, I converted pounds into pence (1 £ = 240 pence). I now knew the value of one grooten in both milréis and pence sterling, so the ratio between them was clear. I divided "pence per grooten" by "milréis per grooten" to get "pence per milréis".

There are, of course, some imprecisions in this method. It does not take into account the double charges for converting currencies if a merchant in Amsterdam wished to deal with both British and Portuguese goods. It also makes no allowance for interest charges built into the terms of the exchange. But for my purposes, these issues do not seem significant. There is also the problem that during the Napoleonic period, trade was often suspended between Amsterdam and London.

Future historians may be able to correct these deficiencies by referring to the fascinating bi-weekly publication regarding the London stock exchange titled, The Course of the Exchange. It has been used by others to calculate exchange rates with other European markets but not for Lisbon.

EXCHANGE RATES: 1780-1808

             Obs.: (1) From: http://gpih.ucdavis.edu/Datafilelist.htm
                        (2) From: Posthumus, Inquiry into the History of Prices in Holland, vol.1, pp.607-16. 

ALMEIDA, Ana Maria Leal & FALCI, Miridan Britto. A morte escrava em Vassouras: século XIX. Rio de Janeiro, Oficina do Livro - SENAI, 2007, 64 p.
RESUMO. Neste trabalho procuramos resgatar as condições nosológicas, isto é, o estudo das doenças na vida escrava no município de Vassouras, Estado do Rio de Janeiro, mais precisamente, no século XIX, a partir de inúmeras fontes. O nosso estudo traz para discussão a análise das condições de vida dos homens e mulheres escravos, observando-se a mortalidade dos mesmos, seja por faixas etárias ou pelas causa-mortis, assim como os locais de sepultamento dos corpos (igrejas, cemitérios ou fazendas) naquela cidade. Este cenário esteve restrito ao século XIX, e apoiou-se, basicamente, em levantamentos da documentação existente no Centro de Documentação Histórica da Universidade Severino Sombra (CDH), da documentação existente no Museu Casa da Hera em Vassouras, e do cotejamento historiográfico sobre o tema. Foram lidos e analisados os livros de vários viajantes do século XIX, que retrataram a vida dos escravos e foi feita uma revisão historiográfica sobre o assunto. Procuramos dividir nosso estudo em três pontos: a questão formal da mortalidade; a questão da saúde; a questão das doenças. Isso porque abordamos os três aspectos relevantes, mas cada ponto apresenta uma reflexão. Estudar as causas da morte significa retomar uma abordagem sobre o que se entende hoje, e no século XIX, por alta ou baixa mortalidade, e enunciar quais os princípios gerais que os estudiosos já verificaram, no passado, para a mortalidade, apresentando leis gerais que acompanham o movimento da população. Falar das doenças que levaram os escravos à morte é observar a condição de vida daquela população; é perceber a incidência das chamadas doenças da pobreza como tuberculose, pneumonia (já conhecidas desde o tempo de Hipócrates) e presentes nas populações mais enfraquecidas. Refletir sobre a saúde dos escravos significa rever a síntese final da análise das tendências da mortalidade e das doenças que mais os afetaram. Assim, além de oferecermos à comunidade científica uma série de informes até então desconhecidos, incentivamos alguns alunos na elaboração da pesquisa em livros paroquiais, em inventários, e em relatórios, que se transformaram em monografias de final de curso, e em projetos de pesquisa com vistas ao mestrado em História da Universidade Severino Sombra.

KLEIN, Herbert S. American Slavery in Recent Brazilian Scholarship, with Emphasis on Quantitative Socio-economic Studies. Slavery and Abolition. Routledge, Vol. 30, No. 1, March 2009, p. 113-135.
ABSTRACT. There is little question that the most dynamic, extensive, voluminous and interesting research on African slavery in any part of the Americas is now being done by Brazilian scholars. Nothing like this activity has been seen in North American historiography since the 1970s as any review of journals and dissertations will show. In contrast, since the centenary celebration of abolition of slavery in Brazil in 1988, there has been an ever-increasing flow of theses, dissertations, articles and books on all aspects of slavery and the Afro-American experience in Brazil. From Para´ to Rio Grande do Sul there is a continuous production of local and regional studies, of both an economic and social nature. The aim of this essay will be to review this new research primarily in the area of quantitative social and economic analysis, which of course is only one part of this extensive new research agenda on slave studies.

OLIVEIRA, Paloma Rezende de. A criança e o menor: tutelas e políticas de assistência em Juiz de Fora/MG (1888-1916). Trabalho apresentado no Seminário Poderes e Sociabilidades, UFPE, em 04 de novembro de 2008.
RESUMO. O presente trabalho tem por objetivo trazer reflexões sobre as políticas de assistência à infância, vinculadas à escolaridade, no contexto de Juiz de Fora/MG (1888 -1916). A relevância do tema está em trazer contribuições para a historiografia da Infância e da Assistência ao analisar a distinção de projetos existentes neste período, bem como de suas relações com o poder público. Buscou-se mapear as práticas para, a partir delas, estabelecer relação com aspectos mais generalizantes da nação, tendo por base as abordagens da História da Cultura e das Idéias. O levantamento dos dados foi realizado no Arquivo Municipal - atas da Câmara e casos de tutela - e no Arquivo da Igreja da Glória de Juiz de Fora - documentos das escolas paroquiais. 

PAULA, Juliano Tiago Viana de. Relações de compadrio entre a população escrava e liberta da Freguesia de São Tomé das Letras (1841-1859). Newsletter história e-história, disponível em: http://www.historiaehistoria.com.br:80/materia.cfm?tb=alunos&id=167 
RESUMO. O objetivo deste artigo consiste em analisar as relações de compadrio entre a população cativa e liberta da Freguesia de São Tomé das Letras, localizada na Comarca do Rio das Mortes de Minas Gerais. Nisto pretende-se observar as estratégias forjadas pelos cativos para ampliarem as suas redes de socializações e solidariedades mediante a ampliação dos laços de parentesco, instituídos por meio batismo cristão com indivíduos da mesma condição ou de posições sociais diferentes. 

PAULA, Juliano Tiago Viana de. Laços matrimoniais entre escravos e libertos: Comarca do Rio das Mortes - Freguesia de São Tomé das Letras (1841-1883). Newsletter história e-história, disponível em:
http://www.historiahistoria.com.br:80/materia.cfm?tb=alunos&id=182 
RESUMO. Nos limites de uma pesquisa em andamento, este artigo procura estabelecer uma analise das uniões matrimoniais entre os escravos e libertos da Freguesia de São Tomé das Letras, região localizada na Comarca do Rio das mortes no sul de Minas Gerais. Para tanto, foram analisados os assentos paroquiais de casamentos com os anos de 1841 a 1883. Tento por base este conjunto documental, procuro tecer alguma considerações preliminares sobre os padrões escolhas matrimoniais através da condição e da origem dos cativos. 

PEREIRA, Júlio César Medeiros da Silva. Práticas de saúde, doenças e sociabilidade escrava na Imperial Fazenda de Santa Cruz, da segunda metade do século XIX. São Paulo, Arquivo Público do Estado, Histórica: Revista on line do Arquivo Público de São Paulo, ano 5, n. 35, abril de 2009. Disponível em:
http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/materia01/ 
APRESENTAÇÃO. O artigo ora apresentado tem por objetivo verificar as principais doenças que acometiam os escravos de uma comunidade rural, distante centenas de quilômetros das freguesias do centro do Rio de Janeiro: a escravaria da Imperial Fazenda de Santa Cruz, entre 1861 e 1867. O nosso foco se concentra nos escravos pertencentes ao Império, os quais compunham a força motriz da singular Imperial Fazenda de Santa Cruz, uma das maiores produtoras agropastoris do século XIX. O estudo sobre tais escravos nos permitirá responder pelo menos três questões concernentes à sua saúde: em primeiro lugar, saber de que doenças eles morriam; em segundo, verificar se tais doenças encontradas nesses escravos rurais eram as mesmas que acometiam os escravos urbanos; e, finalmente, saber quais eram as ações dos escravos de Santa Cruz face às questões pertinentes à saúde e morte. O nosso recorte temporal se localiza na segunda metade do século XIX, e a nossa fonte documental consiste em livros de óbitos de escravos da Fazenda Imperial de Santa Cruz, de 1861 a 1867, encontrados no Arquivo da Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro. Tal documentação paroquial nos permite descobrir a data dos sepultamentos, quem mandou sepultar, a causa mortis, o local do sepultamento, assim como os paramentos fúnebres -- mortalhas -- que envolviam os mortos. A partir dessa fonte primária, confeccionamos um pequeno banco de dados que nos serve de base para a análise em questão. 

RIBEIRO, Núbia Braga. Os Povos Indígenas e os Sertões das Minas do Ouro no Século XVIII. São Paulo, Departamento de História. Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, Tese de Doutorado, 2008, 405 p.
RESUMO. Este estudo aborda as políticas de ocupação e exploração das minas dos sertões concomitante as reações indígenas, no século XVIII, principalmente, a partir da década de 1730. Ao analisar as fontes, contempladas nas correspondências entre autoridades, instruções, planos de catequese e civilização, se constatou que a violência, como resultado da prática consuetudinária, prevaleceu sobre as leis de integração social dos gentios. Avaliou-se as investidas dos índios, ao impedirem o êxito dos propósitos do Antigo Sistema Colonial, tornaram objetos da política de Estado incluindo o destino desses povos na pauta de diretrizes, donde derivou a série de planos de catequese. Entretanto, nada mais foram que alternativas dissimuladas de cooptação, articuladas numa seqüência estratégica de anulação das resistências indígenas, como a invenção dos aldeamentos foi um meio de confiná-los em redutos projetados para infligir os hábitos da vida sedentária e a extinção da vida nômade. Pretendia-se adaptá-los ao modelo de civilização européia, promover a convivência com os não índios e viabilizar o acesso às minas. Nesta perspectiva a colonização, inevitavelmente, esteve associada à apropriação das riquezas, condição determinante do sentido à conquista e a razão à catequese. Em contrapartida, originou uma situação permanente de tensões diretamente vinculada à desapropriação das terras indígenas, conjuntamente se revelou a maior incidência das disputas nas áreas dos principais focos de lutas indígenas e se identificou, exatamente, nelas a concentração da política indigenista. Embora aparentemente as estratégias ressoassem o intuito de apaziguar os índios mediante os instrumentos de sujeição, tutela, liberdade restrita, a guerra ofensiva foi um recurso condicionado aos agravos das reações indígenas. Contudo, a guerra, fenômeno histórico-cultural tanto indígena quanto europeu, se efetivou nos combates armados de ambos os lados. Assim, sob o artifício da fé e civilização se enunciou o dever cristão de conduzir o "bárbaro selvagem" à salvação. No entanto, o cumprimento do dever esteve conexo à recompensa de administrar a vida dos índios, por conseguinte, de administrar a opulência do patrimônio abrigado nas sesmarias e datas minerais localizadas nos sertões. Em função disso, foi indispensável à pesquisa apreender a concepção de sertões e reconhecer a significância do nomadismo, comum aos índios, que forneceu a imagem de espaços em movimentos, compreendendo fronteiras imprecisas que se interagiam nas dimensões étnicas, sociais e econômicas. A itinerância dos índios conferiu atributos à identidade dos ambientes naturais, à medida que se deslocavam se constituía a referência de fluidez dos espaços, mas para dominá-los dependia de fixá-los em limites. Portanto, a correlação entre mobilidade dos sertões e inconstância dos gentios configurou uma geopolítica específica do interior da América portuguesa interligado pelos caminhos trilhados das minas do ouro entre Minas-Goiases-Cuiabá, Minas e Espírito-Santo, Minas-Bahia e assim por diante. As Minas Gerais setecentista, respeitadas as peculiaridades do contexto e das diversas etnias dos povos indígenas, guardavam os metais preciosos e delas se partia para outras minas. Os sertões dos índios eram os sertões das Minas do ouro, espalhadas ao longo dos rios, distantes do litoral, se apresentaram nos focos de reações indígenas que se interpunham como desafio para atingi-las. (Resumo preparado pela autora da tese).
                              

ABSTRACT. This study focuses in the politics of settlement and exploitation of the mines of the hinterlands ("sertões") and the Indians reactions in the 17th Century Brazil, mostly in the 1730´s. In analyzing the sources - the correspondence between authorities, instructions, catechism plans, we were able to verify that the violence, as a result of the consuetudinary practice, prevailed over the social integration laws of the gentiles. We evaluated that the Indians attacks - that were successful in stopping the Ancient Colonial System purposes - were subject to State policy, including the fate of these peoples in the State agenda, generating the catechism plans. However, these were dissimulated alternatives of cooptation, articulated in a strategic sequence of annulment of the Indian resistance, such as the creation of the settlements ("aldeamentos"), that was a means to confine them in planned locals that were able to cause the habits of a sedentary life and the end of the nomad life. The purpose was to adapt the Indians to the European civilization model, to promote the familiarity with others and to enable the access to the mines. In this perspective, the colonization was associated to the appropriation of the riches, that was an important condition to give sense to the conquest and justify the catechism. On the other hand, it originated a scenery with permanent tensions, directly linked to the expropriation of the Indian land, that appeared in the greater incidence of the dispute in the areas where the major Indian struggles developed, that were the same areas where were concentrated the policies regarding the Indians. Although apparently these strategies showed the intention of pacifying the Indians, by subjugation, tutorship and confinement, the war was a resource that was subject to the intensification of the Indians reactions. But the war, a historical and cultural phenomena both Indian and European, was accomplished in the battles. Thus the Christian duty of bringing the "salvage barbarian" to salvation was implanted under the artifice of faith and civilization. Nevertheless, the fulfillment of duty was connected to the rewards of governing the Indians, and of governing the riches of the estate that was located in the "sesmarias" and mines of the hinterland. Thus, it was important to the research the understanding of the concept of "sertão", and to recognize the significance of nomadism, that supplied the image of spaces in movement, with imprecise borders that interacted in the ethnic, social and economic levels. The Indians dislocations gave identity features to the natural environment, and demanded the research to apprehend these dimensions. To be able to dominate them it was necessary to settle them in determined limits. The correlation between the mobility of the "sertões" and the inconstancy of the gentiles, shaped a specific geopolitics in the Portuguese America hinterland, connected by the paths of the gold mines (Minas- Goiases - Cuiabá, Minas and Espírito Santo, Minas-Bahia and so forth). The Minas Gerais of the 18th Century, respected the peculiarities of the context and the various ethnics of the Indians peoples, kept the precious metals and from there they went to other mines. The Indians "sertões" were the "sertões" of the gold mines, scattered by the rivers, faraway from the coast, and they presented themselves in the reactions of the Indians that were an obstacle to attain it. (Abstract preparado pela autora da tese).
                              
SANTOS, Sherol dos. Bastardo, Tropeiro e Pardo: a inserção social de forros numa vila colonial (a família de Inácio José de Mendonça - Santo Antônio da Patrulha, séc. XVIII). Comunicação apresentada no IX Encontro Estadual de História - ANPUH-RS. Porto Alegre, IFCH - UFRGS, 14 a 18 jul. de 2008.
RESUMO. Pretendemos nesta comunicação apresentar a família de Inácio José de Mendonça, pardo, filho de uma escrava e um padre, que como tropeiro cruzava o Continente de São Pedro no séc. XVIII. Por volta de 1750 Inácio instala-se na Guarda Velha de Viamão (atual município de Santo Antônio da Patrulha), em 1755 casa-se com Margarida da Exaltação, filha bastarda (como ele) de Manoel de Barros e uma escrava sua de nome Tereza, e no mesmo ano inicia a construção da primeira Igreja da nascente Vila. Estas ações nos revelam o investimento desse indivíduo no seu status social; partindo dessas informações buscamos, através da análise dos registros paroquiais referentes à família Barros de Mendonça, perceber as estratégias que transparecem na escolha dos padrinhos de seus filhos e netos. Acreditamos que casamentos e apadrinhamentos são estratégias colocadas em ação no sentido de ampliar e fortalecer relações, cimentando solidariedades, entrelaçando alianças e, no caso de pardos, viabilizando uma "melhoria" no seu status social. Portanto, a família Barros de Mendonça serve-nos como exemplo de como as redes de sociabilidade de pardos, negros e brancos se constituíam na freguesia da Guarda Velha de Viamão no final do século XVIII. 

SOARES, Luiz Carlos. As cidades escravistas brasileiras: algumas reflexões necessárias para os estudos de escravidão urbana. Departamento de História da UFF.
RESUMO. Neste trabalho, procuraremos realizar um debate historiográfico acerca do caráter ou da natureza das cidades escravistas brasileiras a partir de uma perspectiva de relação de interdependência entre cidade e campo, recusando as teses tradicionais que afirmam a supremacia daquela primeira ou deste último na formação da sociedade escravista. Em nossa opinião, seria muito mais apropriado falarmos numa inter-relação ou relação de interdependência entre o "campo" e a "cidade" nas diversas áreas escravistas brasileiras e, talvez, até mesmo do continente americano. Interdependência esta que pressupõe uma divisão ou diferenciação espacial (geográfica) do trabalho e da organização político-social no conjunto da sociedade escravista.

Jorge IBARRA CUESTA. Marx y los historiadores ante la hacienda y la plantación esclavistas. Editorial de Ciencias Sociales, La Habana, 2008.

APRESENTAÇÃO. La esclavitud…ese lejano mundo en blanco y negro, misterioso y poco conocido, ha sido objeto del minucioso análisis de historiadores brasileños, puertorriqueños, dominicanos, estadounidenses y cubanos, entre otros, que hurgando en aquel pasado, y enfrascados en arduos debates, nos presentan muchas y controversiales versiones de ese fenómeno y de las causas de su abolición. A esos efectos, el autor ha comparado los conceptos de Marx con los resultados científicos más recientes de la historiografía sobre la esclavitud en América. El análisis riguroso de las fuentes primarias y de la bibliografía contemporánea efectuado en esta obra, despliega ante nuestros ojos una compleja urdimbre de relaciones humanas: amos "paternalistas"con ejércitos de sirvientes en sus mansiones; amos que explotan a los esclavos con crueldad; negros libertos que apoyan a rancheadotes; haciendas trapicheras de escasos recursos, plantadores absentistas y plantadores arraigados, palenques, conucos, barracones, esclavos alquilados, peones campesinos con "libreta", las suculentas ganancias de los plantadores occidentales durante la Guerra Grande y la ruina de los patriarcas de la Tierra Adentro: todo un mundo cambiante, en el contexto de la abolición de la institución esclavista en América, que nos permitirá comprender quizás, muchas de nuestras contradicciones actuales. 

María del Carmen BARCIA ZEQUEIRA. Los ilustres apellidos: negros en La Habana colonial. Editorial Boloña, Colección Raíces, La Habana, 2009.

APRESENTAÇÃO. El presente título es una exhaustiva y pormenorizada investigación que devela la vida y el trabajo de los africanos y sus descendientes en el espacio habanero a lo largo de cuatro siglos, en los que se produjeron transformaciones significativas: la población creció vertiginosamente y la villa dejó ser, desde el punto de vista urbano, una sencilla aldea para convertirse en una de las ciudades más importantes del continente americano. A través de seis extensos acápites y una valiosa documentación que se incluye como Anexo, María del Carmen Barcia, mediante una prosa diáfana y motivadora, ejemplifica cómo los negros y mulatos, esclavos y libres, quienes constituían un elevado por ciento de la población, trabajaron en las ciudades, así como en las áreas rurales --plantaciones, haciendas y sitios de labor--, contribuyendo con su esfuerzo y quehacer cotidiano a construir la ciudad, su sociedad y su cultura. De igual manera nos va conduciendo al despliegue de sus redes familiares y al desarrollo de formas de sociabilidad específicas en sus cabildos y cofradías, y en los Batallones de Pardos y Morenos. Los estudios de nuestras raíces muchas veces han estado signados desfavorablemente por mitos e imprecisas afirmaciones históricas. Las huellas y valores dejados en la cultura nacional por los africanos que arribaron a nuestras costas, así como por sus descendientes, son ampliamente demostrados en este volumen, debido a la prolija y documentada información que el lector encontrará, fruto de la mirada brillantemente esclarecedora y, al mismo tiempo, desprejuiciada de su autora.

María de los Ángeles MERIÑO FUENTES & Aisnara PERERA DÍAZ. Un café para la microhistoria: estructura de posesión de esclavos y ciclo de vida en la llanura habanera. (1800-1886). Editorial de Ciencias Sociales, La Habana, 2008.

APRESENTAÇÃO. Un café para la microhistoria… muestra los resultados de una profunda y meticulosa investigación relacionada con el proceso histórico de producción cafetalera basada en la esclavitud, tal y como se produjo en el marco de un partido próximo a la ciudad de La Habana, y entre los años de 1748, ( fecha de la introducción del cafeto en Cuba), y 1886, (año en que fue oficialmente abolida la esclavitud en la Isla). Por tanto, nos encontramos ante un estudio sobre un tipo específico de explotación agraria: el cafetal, y su implantación en un espacio histórico previamente seleccionado: San Pedro de Quivicán, localidad enclavada al Sur-oeste de la provincia habanera. Con el propósito de dar cumplimiento a los objetivos de su investigación, las autoras han desarrollado un trabajo acucioso en los registros parroquiales del lugar, utilizando en sus pesquisas alrededor de 21.000 partidas de bautismos, 1.700 de matrimonio y 8.000 de defunciones, que fueron complementadas con un sinfin de documentos más, tales como cartas de liberdad, planos, informes de visitas pastorales entre otros. Los contenidos expuestos a través del texto con el apoyo de tablas y gráficos se basan en la aplicación creadora de métodos propios de la demografia historica, en especial, aquellos destinados a la reconstrucción de familias. A partir de un extraordinario complejo de fuentes las autoras lograron penetrar en las estructuras de posesión de esclavos y haciendas, estudiar ciclos de vida de esclavos y dueños, someter a prueba la estabilidad de la familia esclava, seguir estrategias matrimoniales y establecer con precisión redes de parentesco. Como complemento del texto escrito, el libro incluye un grupo numeroso de anexos que contienen tablas, gráficos, mapas, árboles genealógicas y otros datos requeridos para la mejor comprensión de este nuevo libro, el cual, con seguridad, estará llamado a convertirse en modelo de estudios de este tipo que se realicen en Cuba en el futuro. (Extraído do Prólogo, escrito por Alejandro García Álvarez).

SUPRINYAK, Carlos Eduardo. Tropas em marcha - o mercado de animais de carga no centro-sul do Brasil imperial. São Paulo, Annablume, 136 p., 2009.

APRESEMTAÇÃO. Olhando por trás do véu da economia agrário-exportadora do Brasil Imperial, este livro busca compreender as articulações domésticas do dinamismo econômico nacional durante o século XIX ao analisar um sistema de abastecimento fundamental neste período: o comércio de animais de carga - em especial de bestas muares - criados no extremo sul do Brasil e amplamente utilizados na regiões centrais do Império.

No ROL -- Relação de Trabalhos Publicados na Área de História Demográfica --, além da referência bibliográfica completa de todos os trabalhos divulgados nos distintos números do BHD, são apresentadas, sempre que possível, resenhas ou resumos de tais obras. Trata-se, pois, de um arquivo com um vasto repertório de livros, artigos, teses, dissertações e demais estudos relativos ao nosso campo de especialização.