Ano XVII, n. 61, maio de 2010
SUMÁRIO
Relação de Trabalhos Publicados
A elaboração deste exemplar do BHD contou com a inestimável colaboração de nossa colega cubana María de los Ángeles Meriño Fuentes; a ela devemos grande parte das indicações que vão reunidas nos "Resumos". Além deste rico repertório de trabalhos, vai este número enriquecido por vários livros os quais abordam distintas dimensões da história demográfica e econômica das Américas.
LUNA,
Francisco Vidal & COSTA, Iraci del Nero da. Sobre a estrutura de posse de
escravos em São Paulo e Minas Gerais nos albores do século XIX.
RESUMO. Neste trabalho evidenciamos algumas das muitas semelhanças e poucas
dissimilitudes existentes, ao abrir-se o século XIX, nas estruturas de posse de
escravos que vigoravam em São Paulo e Minas Gerais, duas capitanias brasileiras
limítrofes que, à época, conheciam momentos econômicos distintos. Enquanto
em Minas Gerais o clima era de esgotamento da atividade de exploração do ouro
e dos diamantes, em São Paulo se conhecia o dinamismo decorrente da ampliação
das atividades agrícolas. Mesmo assim, os dados contemplados em nosso estudo
revelaram que as referidas estruturas de posse de cativos guardavam um alto grau
de similitude. Ademais, o perfil de tais estruturas diferia radicalmente daquele
desenhado pela historiografia brasileira tradicional. Para
ler o texto completo
AMANTINO,
Marcia. Os escravos fugitivos em Minas Gerais e os anúncios do Jornal "O
Universal" - 1825 a 1832. LOCUS: Revista de História, 26. Juiz de Fora,
Departamento de História/Programa de Pós-Graduação em História da
Universidade Federal de Juiz de Fora, vol. 12, n. 2, 2006, p. 59-74.
RESUMO. A autora analisa o perfil de escravos fugitivos na cidade de Ouro Preto
no período 1825-1832 mediante o estudo de anúncios veiculados no Jornal
"O Universal". Este trabalho objetiva, ainda, identificar as causas de
tais fugas assim como também examinar o cotidiano da vida em cativeiro.
ANDRADE,
Rômulo. A família escrava na perspectiva da micro-história (estudo em torno
de um inventário e um testamento oitocentistas: Juiz de Fora, 1872-76). LOCUS:
Revista de História, 26. Juiz de Fora, Departamento de História/Programa de
Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Juiz de Fora, vol. 2,
n. 1, 1966, p. 99-121.
RESUMO. O intuito do autor foi o de avaliar por dentro a relação dos senhores
e seus escravos; o testamento é uma peça importante para tanto, pois constitui
uma fonte formidável para o estudo dos comportamentos costumeiros da sociedade
escravista, mostrando-se rico em detalhes que ajudam a recompor a mentalidade
dos proprietários de escravos.
ARAÚJO,
Cíntia Ferreira. Os filhos do Senado: a infância abandonada em Mariana no
século XIX. Revista População e Família. São Paulo, Editorial
Humanitas - CEDHAL - FFLCH/USP, n. 6, 2004, p. 121-146.
RESUMO. Visa-se à reconstrução da história da infância, especialmente da
denominada "infância desvalida", na cidade de Mariana (MG) no
período 1800-1850. Destaca-se o perfil da exposição de crianças, assim como
o mecanismo formal de assistência prestada aos pequenos abandonados no período
analisado.
BIANCHI,
Diana. Elementos para una tipología de los pobres asistidos en el Hospital de
Caridad de Montevideo (1787-1830). Revista Complutense de Historia de América.
Universidad Complutense, Madrid, 2001, (27):107-129.
RESUMEN. En Montevideo, ciudad-puerto de salida de la producción pecuaria de un
feraz territorio en la disputada frontera con el imperio portugués, se creó en
1787 un Hospital de Caridad, cuya gestión estuvo en manos de una cofradía
laica bajo advocación religiosa y evidenció notoria influencia del pensamiento
ilustrado español, sin perjuicio de las peculiaridades locales. Sus archivos
ofrecen rica información sobre los avatares de la economía, las guerras, la
integración étnica de la población, la situación de los sexos y la cuestión
de la esclavitud, revelando -a partir del mundo de los pobres- coordenadas
decisivas de la historia del país, incluso hasta más allá de su constitución
independiente en 1830.
BRÜGGER,
Silvia Maria Jardim. Crianças Expostas: um estudo da prática do enjeitamento
em São João del Rei, séculos XVIII e XIX. TOPOI: Revista de História, UFRJ,
v. 7, n. 12, jan.-jun. 2006, p. 116-146.
RESUMO. Neste artigo, analiso a exposição de crianças em São João del Rei,
no século XVIII e na primeira metade do XIX, tanto em termos das variações
nos índices desta prática, quanto das motivações que a estimulavam e das
relações que envolviam crianças, pais biológicos e os que recebiam os
enjeitados em suas casas. Procuro analisar ainda alguns indícios sobre a
inserção social dos expostos, ao longo de suas vidas. As principais fontes
utilizadas são os registros paroquiais de batismo e casamento da Matriz de
Nossa Senhora do Pilar de São João del Rei, inventários post-mortem,
testamentos e listas nominativas.
CAMPOS,
Adriana Pereira & MERLO, Patrícia M. da Silva. Sob as bênçãos da Igreja:
o casamento de escravos na legislação brasileira. TOPOI: Revista de História,
UFRJ, v. 6, n. 11, jul.-dez. 2005, p. 327-361.
RESUMO. O presente artigo tem como propósito discutir a legislação a respeito
de casamentos entre escravos e entre escravos e livres no Brasil do período
colonial ao Império. Para tanto, levantou-se o ordenamento legal em vigor até
a instauração da República, procedendo-se à leitura da legislação civil
que, até 1916, obedecia ainda às ordenações portuguesas intituladas de
Filipinas. Como aquela normatização lusitana fora precedida por duas outras, a
Afonsina e a Manuelina, buscou-se fazer uma comparação entre esses vários
diplomas legais. Além disso, procedeu-se a uma investigação a respeito do
assunto nas normas eclesiásticas, sobretudo nas decisões emanadas do Concílio
de Trento e nas Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia. Tais
documentos canônicos concorriam com as disposições civis contidas nas
ordenações que disciplinavam o matrimônio no Brasil desde os tempos coloniais
e permaneceram influentes mesmo após a Independência. A meta foi conseguir o
maior subsídio possível para esclarecer alguns aspectos importantes da
instituição matrimonial envolvendo cativos vigente no Brasil até o Império.
CASTELLANOS
Jorge & CASTELLANOS Isabel. Cultura Afrocubana, tomo 1: El negro en Cuba,
1492-1844. Miami, Ediciones Universal, 1988, 372 p.
PRESENTACIÓN. La obra recapitula la presencia histórica (demográfica,
económica, política, social) del negro en la Isla. Para determinar la
influencia de la cultura africana en el desarrollo de la cultura afrocubana,
primero, y la cubana, después, resulta indispensable averiguar la procedencia
concreta de los esclavos durante los cuatro siglos de la trata, tarea que dista
mucho de ser fácil. Un número considerable de los nombres con que los amos
llamaban a los esclavos o con que éstos se denominaban a sí mismos, han sido
conservados en Cuba, ya en documentos oficiales o privados, ya en libros,
folletos, periódicos, etc. Todos parecen aludir, con mayor o menor precisión,
a determinadas áreas generales de origen.
CERDAN,
Marcelo Alves. Os escravos nas horas livres em Itu - 1850 a 1888. Comunicação
apresentada no III Seminário de História do Açúcar: Produção, Trabalho e
Estrutura fundiária. São Paulo, FFLCH-USP, abril de 2010.
RESUMO. A comunicação diz respeito a uma pesquisa que ora se inicia e na qual
se busca analisar as experiências vividas por escravos em suas horas livres;
contempla-se a cidade de Itu para o período 1850-1888. Em tais momentos, ao
invés de prestarem serviços a seus senhores, os escravos encontravam-se
desenvolvendo práticas produtivas independentes ou dedicando-se a atividades de
lazer. Além das inúmeras opções para fazer uso desse tempo, serão estudados
aspectos da vida dos cativos relacionados à sua vida familiar, seus ofícios,
suas condições de moradia, sua origem, idade e práticas religiosas. Como base
empírica, o autor servir-se-á de ampla base documental consubstanciada em
processos judiciais, registros de cartas de alforria, assentos de batismos,
casamentos e óbitos, inventários, ações de liberdade, testamentos, registros
de compra e venda de cativos, jornais e Códigos de Postura.
DI
CARLO, Ricardo Felipe. Exportar e abastecer: população, comércio e estrutura
fundiária em Santos, 1775-1836. Comunicação apresentada no III Seminário de
História do Açúcar: Produção, Trabalho e Estrutura fundiária. São Paulo,
FFLCH-USP, abril de 2010.
RESUMO. O autor analisa a vila de Santos procurando evidenciar como o
crescimento econômico paulista iniciado na década de 1760, provocado pelas
medidas do Morgado de Mateus, refletiu-se no crescimento demográfico e na
distribuição da riqueza de Santos, principal porto de São Paulo. É nesse
período que se adotam medidas de monopólio a favor do aludido porto, a melhora
da estrada da Serra do Mar - com o desenvolvimento da Calçada do Lorena - e a
ampliação do comércio portuário, fatos estes fundamentados na expansão da
lavoura canavieira no Oeste Paulista. Portanto, a investigação baseia-se,
sobretudo, no impacto do comércio do açúcar paulista sobre seu porto de
escoamento. Para mensurar o desenvolvimento santista, seus dados são comparados
com os referentes ao restante da capitania a fim de serem identificadas as
especificidades de sua ampliação populacional, muito significativa,
especialmente entre o final do século XVIII e início do XIX, correspondendo,
justamente, ao boom açucareiro paulista.
ELTIS,
David. A Diáspora dos Falantes de Iorubá, 1650-1865: Dimensões e
Implicações. TOPOI: Revista de História, UFRJ, v. 7, n. 13, jul.-dez. 2006,
p. 271-299.
RESUMO. O objetivo geral do artigo é propor uma análise quantitativa da
etnicidade Iorubá, em suas expressões na diáspora, uma vez que esse grupo
não existia inicialmente como um povo, ou etnia, consciente de si mesmo.
Trata-se de explorar em que medida as condições criadas no Novo Mundo pelo
tráfico de escravos pôde acelerar a constante renovação da formação
identitária dos Iorubás. Para tanto, pretende-se apresentar uma estimativa
mais sistemática do envolvimento dos Iorubás na dinâmica do tráfico e
explorar as implicações dessas descobertas para iluminar questões mais amplas
do repovoamento das Américas.
ELTIS,
David & BEHRENDT, Stephen D. & RICHARDSON, David. A participação dos
paises da Europa e das Américas no tráfico transatlântico de escravos: novas
evidências. Afro-Ásia, Centro de Estudos Afro-Orientais - CEAO da FFCH-UFBa,
n. 24, 2000, p. 9-50. Disponível em: http://www.afroasia.ufba.br/pdf/afroasia_n24_p9.pdf
APRESENTAÇÃO. O que trataremos a seguir se baseia, parcialmente, em novos
dados de arquivos portugueses, espanhóis e brasileiros, mas principalmente em
dados sobre exportação de mercadorias e demografia escrava nas Américas, e
inferências a partir do melhor conhecido tráfico no Atlântico Norte. Primeiro
discutimos o consenso existente na bibliografia sobre o volume do tráfico
transatlântico de escravos, com particular atenção para sua fragilidade
potencial; em seguida, examinamos as implicações para este consenso provocadas
pelos novos dados, particularmente no que se refere ao comércio realizado sob
as bandeiras portuguesa, espanhola e brasileira. Os leitores devem observar que
90% ou mais deste comércio se estabeleceu nas Américas, não na Europa.
ELTIS,
David & RICHARDSON, David. Os mercados de escravos africanos recém-chegados
às Américas: padrões de preços, 1673-1865. TOPOI: Revista de História,
UFRJ, março de 2003, p. 9-46.
RESUMO. O presente artigo analisa as flutuações dos preços dos escravos
recém-desembarcados nas Américas, com ênfase especial para as colônias
britânicas do Caribe e para os Estados Unidos. Parte-se do suposto de que os
preços podem ajudar a determinar aspectos cruciais da história do tráfico
negreiro, tais como a interconexão entre os mercados e as determinações
estruturais da oferta e da demanda. Seu material empírico provém de uma base
de dados publicada pela Cambridge University Press, em 1999.
ENGEMANN,
Carlos. Mundos torcidos: diferenças entre crioulos e africanos na dinâmica da
construção de comunidades de grandes propriedades no Sudeste brasileiro do
século XIX. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, vol. 1, n.
2, dez. 2009. Disponível: http://www.rbhcs.com/index_arquivos/Artigo.Mundos%20Torcidos%20.pdf
RESUMO. Este trabalho tem como objetivo identificar e analisar elementos
constitutivos das relações entre grupos de escravos oriundos da diáspora
africana e seus pares nascidos no Brasil, em busca de um padrão cultural e de
fundamentos morais que organizariam as diferenças instauradas no cativeiro,
buscando compreender um pouco mais a dinâmica do manuseio de patrimônios
imateriais, quer trazidos na travessia do Atlântico, quer produzidos nas
senzalas brasileiras. Para tanto, foram selecionados, por simples conveniência
de método, alguns dos maiores proprietários de escravos do Vale do Paraíba
fluminense e foram usadas algumas fontes já clássicas no estudo da
escravidão, em especial: inventários post-mortem, lista de batismos e
de óbitos e processos crimes.
FERREIRA,
Jackson. "Por hoje se acaba a lida": suicídio escravo na Bahia
(1850-1888). Afro-Ásia, Centro de Estudos Afro-Orientais - CEAO da FFCH-UFBa,
n. 31, 2004, p. 197-234. Disponível em: http://www.afroasia.ufba.br/pdf/31_12_porhoje.PDF
APRESENTAÇÃO. Discutir o suicídio como mecanismo de resistência e
negociação utilizado por muitos escravos para obter sua liberdade ou alguma
autonomia é o objetivo principal deste artigo. Para isso utilizaremos dados
quantitativos e alguns relatos sobre suicídios de escravos praticados na
província da Bahia na segunda metade do século XIX.
FLORENTINO,
Manolo. Alforrias e etnicidade no Rio de Janeiro oitocentista: notas de
pesquisa. TOPOI: Revista de História, UFRJ, set. 2002, p. 9-40.
RESUMO. Este artigo trata dos padrões de alforrias vigentes no Rio de Janeiro
Oitocentista. Detecta o duplo movimento representado pela passagem das
manumissões pagas para as gratuitas, e o concomitante predomínio dos africanos
entre os escravos que alcançavam o mundo da liberdade. Busca as explicações
para ambos os fenômenos e aponta para procedimentos metodológicos que
eventualmente permitem melhor abordar a questão.
FLORENTINO,
Manolo & MACHADO, Cacilda. Famílias e mercado: tipologias parentais de
acordo ao grau de afastamento do mercado de cativos (século XIX). Afro-Ásia,
Centro de Estudos Afro-Orientais - CEAO da FFCH-UFBa, n. 24, 2000, p. 51-70.
Disponível em: http://www.afroasia.ufba.br/pdf/afroasia_n24_p51.pdf
APRESENTAÇÃO. Neste artigo buscou-se reconstituir a população escrava de
três gran- des plantéis rurais, visando indicar algumas das possíveis
configurações dos padrões de organização familiar de acordo ao grau de
afastamento das fazendas em relação ao mercado de cativos. Do ponto de vista
metodológico, optou-se pela adoção de estudos de casos, na firme convicção
de que a redução da escala da observação e a atenção ao singular poderão
revelar aspectos nem sempre capturáveis em estudos de caráter macro ou com
dados agregados.' Priorizou-se a utilização de listagens de escravos
constantes de inventários post-mortem escolhidos em função de sua
grande acuidade no que tange a informações de natureza demográfica,
complementados, sempre que possível, por registros eclesiásticos (batismos,
matrimônios e listagens de escravos pertencentes à Igreja católica), oficiais
e privados.
FREIRE,
Jonis. Escravidão e família escrava na Zona da Mata Mineira oitocentista.
Campinas, UNICAMP, tese de doutorado, 2009, 346 p.
Disponível em: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000437603
RESUMO. O objetivo deste trabalho é estudar as relações familiares e de
parentesco dos escravos em Juiz de Fora, região de plantation na Zona da Mata
Mineira, no decorrer dos oitocentos. Para tanto, foi feito o intercruzamento de
fontes variadas relativas aos mesmos grupos de cativos pertencentes a três
famílias abastadas, procurando sempre que possível acompanhar esses
escravizados ao longo do tempo. Houve a preocupação de investigar as famílias
senhoriais proprietárias desses cativos. Analisamos como se deu a manutenção
e/ou a ampliação das posses cativas, se por meio do tráfico e/ou da
reprodução natural, fatores que influenciavam a formação das famílias
escravas. Da mesma forma, procuramos avançar um pouco mais na compreensão das
relações familiares dos cativos e de sua estabilidade, bem como na avaliação
da importância da família escrava para os projetos de obtenção da liberdade
por meio da alforria.
GOMES,
Flávio dos Santos. Jogando a rede, revendo as malhas: fugas e fugitivos no
Brasil escravista. Revista Tempo, Niterói, UFF, vol. 1, 1996, p. 67-93.
Disponível em:
http://www.historia.uff.br/tempo/artigos_livres/artg1-5.pdf
APRESENTAÇÃO. Além de discutir o tema em termos amplos, traz informações
demográficas referentes aos fugitivos.
HALL,
Gwendolyn Midlo. Cruzando o Atlântico: etnias africanas nas Américas. TOPOI:
Revista de História, UFRJ, vol. 6, n. 10, jan.-jun. 2005, p. 29-70.
RESUMO. O artigo demonstra a aplicabilidade de novas metodologias, especialmente
a utilização de cálculos efetuados a partir da montagem de bancos de dados
relacionais constituídos a partir de documentos variados, gerados na América e
no âmbito do comércio negreiro através do Atlântico. Tais documentos são
fundamentais para a identificação das etnias dos africanos desembarcados nas
Américas ao longo de quase quatro séculos, permitindo analisar o sentido das
designações étnicas em vários idiomas, suas mudanças e variadas
aplicações no tempo e no espaço.
LACET,
Juliana Aparecida Lemos. "Nações" africanas nas irmandades negras
mineiras do século XVIII. Comunicação apresentada no II Encontro escravidão
e liberdade no Brasil Meridional, 2005.
APRESENTAÇÃO. No contexto das Minas Gerais do século XVIII as irmandades
leigas alcançaram grande importância, por isso, a compreensão de suas
funções nas Minas, não pode prescindir do estudo dos aspectos da vida
cotidiana daquele período histórico. É inevitável que o estudo das
irmandades leigas esteja inserido nas condições do poder político, social e
econômico vigentes na época, uma vez que, uma análise desconexa faria com que
perdêssemos suas dimensões religioso-culturais.
LIMA,
Carlos A. M. Além da hierarquia: famílias negras e casamento em duas
freguesias do Rio de Janeiro (1765-1844). Afro-Ásia, Centro de Estudos
Afro-Orientais - CEAO da FFCH-UFBa, n. 24, 2000, p. 129-164.
Disponível em: http://www.afroasia.ufba.br/pdf/afroasia_n24_p129.pdf
APRESENTAÇÃO. Após breve caracterização das paróquias analisadas, estudo a
distribuição do conjunto dos casamentos envolvendo ao menos um cônjuge
não-branco e não-escravo. Na sequência, analiso os casamentos efetuados por
famílias durante a trajetória das mesmas pelo mercado matrimonial.
LIMA,
Carlos A. M. Pequena diáspora: migrações de libertos e de livres de cor (Rio
de Janeiro, 1765-1844). LOCUS: Revista de História, 26. Juiz de Fora,
Departamento de História/Programa de Pós-Graduação em História da
Universidade Federal de Juiz de Fora, vol. 6, n. 2, 2000, p. 99-110.
RESUMO. O autor reavalia a tendência a migrar que vem sendo apontada em
relação a libertos e a livres de cor na América Portuguesa, trabalhando dados
relativos a uma área que comportou-se como ponto de partida de processos
migratórios: o Rio de Janeiro, entre 1765 e 1844.
LOPES,
Cristiane Fernandes. Imigração portuguesa e divórcio. Revista População
e Família. São Paulo, Editorial Humanitas - CEDHAL - FFLCH/USP, n. 4,
2002, p. 89-112.
RESUMO. A autora compara o matrimônio, a separação legal, os movimentos
populacionais e o mercado de trabalho de brasileiros e imigrantes portugueses
envolvidos em separações legais na cidade de Campinas (SP) entre 1890 e 1934.
Assim, foram estudados os processos de divórcio e desquite abertos no Tribunal
de Justiça de Campinas durante a Primeira República. Várias questões foram
propostas no correr do artigo com relação ao movimento migratório português
e alguns traços particulares do contingente populacional envolvido em
separações. Mediante as informações obtidas procurou-se contribuir tanto com
o debate sobre a família imigrante portuguesa no Brasil como com as
características demográficas, conflitos familiares, relações de gênero,
mudanças de comportamento, mercado de trabalho e descendência na cidade em
apreço.
LOVEJOY,
Paul E. Jihad e escravidão: as origens dos escravos muçulmanos da
Bahia. TOPOI: Revista de História, UFRJ, n. 1, p. 11-44.
RESUMO. A configuração étnica da população baiana modificou-se bastante de
fins do século XVIII para o século seguinte, quando povos islâmicos africanos
tornaram-se comuns entre os escravos, em especial a partir dos grandes
desembarques de cativos de fala Ioruba. As origens desses muçulmanos podem
estar relacionadas ao contexto próprio das áreas interioranas da Baía de
Benin e à jihad do Xeque Usman dan Fodio, fundador do Califado de
Sokoto. Este estudo examina o material biográfico disponível, procurando
oferecer subsídios adicionais acerca da comunidade muçulmana para, assim,
estabelecer mais claramente as ligações entre os padrões de resistência à
escravidão na Bahia, que culminaram na insurreição Malê de 1835, e o
movimento da jihad no interior da Baía de Benin.
MACHADO,
Cacilda. Cor e hierarquia social no Brasil escravista: o caso do Paraná,
passagem do século XVIII para o XIX. TOPOI: Revista de História, UFRJ, v. 9,
n. 17, jul.-dez. 2008, p. 45-66.
RESUMO. Em geral os historiadores concordam que, sob a escravidão, a
designação da cor das pessoas no Brasil tinha mais relação com a sua
inserção social do que propriamente com a ascendência étnica. Nesse sentido,
nesse artigo exponho alguns aspectos acerca do processo de diferenciação
social, por meio da designação da cor, no interior do grupo de escravos e
pobres livres que viviam no Paraná na passagem do XVIII para o XIX, uma região
com poucos escravos e com predomínio de pequenas escravarias e de domicílios
não escravistas de brancos e pardos pobres.
MAIA,
Moacir Rodrigo de Castro. O apadrinhamento de africanos em Minas colonial: o
(re)encontro na América (Mariana, 1715-1750). Afro-Ásia, Centro de Estudos
Afro-Orientais - CEAO da FFCH-UFBa, n. 36, 2007, p. 39-80.
Disponível em: http://redalyc.uaemex.mx/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=77011144002
APRESENTAÇÃO. Este artigo contém resultados do segundo capítulo da
dissertação "Quem tem padrinho não morre pagão": as relações de
compadrio e apadrinhamento de escravos numa Vila Colonial (Mariana, 1715-1750),
(Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Fluminense, 2006).
MARQUESE,
Rafael Bivar de. Moradia escrava na era do tráfico ilegal: senzalas rurais no
Brasil e em Cuba, c. 1830-1860. Anais do Museu Paulista, Julho-Dezembro, vol.
13, n. 2, 2005. São Paulo, Universidade de São Paulo, p. 165-188.
RESUMO. Há um bom tempo a historiografia sobre a escravidão nas Américas
analisa o tema da moradia escrava. O debate nas últimas décadas tem girado em
torno da discussão da autonomia escrava e do controle senhorial na construção
desses espaços, entrando-se em especial na investigação das matrizes
africanas das moradias rurais erigidas pelos cativos. Examino, no artigo, a
novidade histórica representada por dois tipos específicos de moradia que
apareceram após o segundo quartel do século XIX: o barracão de pátio do
cinturão açucareiro cubano (na região de Matanzas-Cárdenas-Cienfuegos) e a
senzala em quadra do Vale do Paraíba cafeeiro (no Centro-Sul do Império do
Brasil). O trabalho demonstra que houve uma articulação histórica estreita
entre esses dois arranjos arquitetônicos, passando pela apropriação de certas
práticas do tráfico de escravos em solo africano.
MARTÍNEZ
O'FARRILL, Luisa M. Yo soy el otro, los Cabildos de Nación en La Habana.
Disponível em: http://www.lacult.org/redrel/docc/Red_Luisa.doc
PRESENTACIÓN. Uno de los problemas más acuciantes para la Antropología Social
y Cultural en el presente es el análisis y los estudios acerca de la identidad
de nuestras naciones y regiones, con una visión objetiva y serena desde
nosotros mismos. Los análisis que se efectúen desde esta perspectiva han de
responder a enfoques culturales profundos, establecidos sobre la base de
parámetros justos, que sean integradores y suficientemente robustos, como para
explicar la diversidad de forma más plena y democrática, sin exclusiones,
reducciones, demagogias, ni presuposiciones. La actualidad nos exige tomar
conciencia cabal de la unidad, sin autoritarismos, ni desconocimiento a los
derechos y principios humanos de los componentes étnicos de nuestras
nacionalidades.
MATHIAS,
Carlos Leonardo Kelmer. Notas iniciais acerca da prática da alforria no Termo
de Vila do Carmo, 1711 - 1720. LOCUS: Revista de História, 26. Juiz de Fora,
Departamento de História/Programa de Pós-Graduação em História da
Universidade Federal de Juiz de Fora, vol. 12, n. 2, 2006, p. 29-58.
RESUMO. Estudando as escrituras de alforria e liberdade presentes nos livros de
nota do 1º Ofício do Arquivo da Casa Setecentista de Mariana, este artigo
pretende estabelecer o perfil das alforrias relativas à comarca de Vila Rica,
parte integrante da capitania de Minas Gerais, nos anos compreendidos entre 1711
e 1720.
MERCER,
José Luiz da Veiga & NADALIN, Sergio Odilon. Um patrimônio étnico: os
prenomes de batismo. TOPOI: Revista de História, UFRJ, v. 9, n. 17, jul.-dez.
2008, p. 12-21.
RESUMO. O artigo estuda os prenomes de batismo atribuídos a meninos e meninas
de uma comunidade luterana e evangélica em Curitiba, constituída na origem por
imigrantes alemães e seus descendentes. Os dados colhidos junto aos registros
de batismos, que se estendem de 1866 a 1987, foram objeto de uma classificação
em tipos e de uma análise frequencial. Os resultados permitiram estabelecer
relações entre as práticas onomasiológicas e o processo de integração
desse agrupamento étnico e religioso à sociedade receptora. Submetidos à
tensão entre a lealdade a suas origens e a necessidade de se adaptar ao novo
mundo, os membros da comunidade exploraram dois procedimentos de ambiguidade:
utilizar prenomes que podiam ser interpretados quer como germânicos quer como
brasileiros, e intensificar a internacionalização dos prenomes femininos,
compensando assim a preservação dos prenomes masculinos germânicos. Dessa
maneira alcançaram uma solução de compromisso que, nessa área da
organização social, lhes permitiu a integração sem a perda da identidade.
NASCIMENTO,
Washington Santos. Famílias escravas, libertos e a dinâmica da escravidão no
sertão baiano (1876-1888). Afro-Ásia, Centro de Estudos Afro-Orientais - CEAO
da FFCH-UFBa, n. 35, 2007, p. 143-162.
Disponível em: http://www.afroasia.ufba.br/pdf/afroasia35_pp143_162_Nascimento.pdf
APRESENTAÇÃO. Com base nas escrituras de compra e venda, termos de tutela e
outros documentos cartoriais, pretendemos fazer uma discussão sobre a família
escrava e as relações de poder entre forras e ex-senhores no sertão baiano
dos fins do século XIX, período final da escravidão, especificamente na
região de Ituaçu (antigo Arraial do Brejo Grande), localizada no sudoeste do
Estado da Bahia.
OLIVEIRA,
Anderson José Machado de. Devoção e identidades: significados do culto de
Santo Elesbão e Santa Efigênia no Rio de Janeiro e nas Minas Gerais no
Setecentos. TOPOI: Revista de História, UFRJ, v. 7, n. 12, jan.-jun. 2006, p.
60-115.
RESUMO. O autor procura refletir sobre o papel do culto de Santo Elesbão e
Santa Efigênia, no século XVIII, como um dos fatores de construção de
identidades entre segmentos da população negra no Brasil colonial. Defendo a
idéia de que o estímulo ao culto fazia parte de uma das estratégias da Igreja
na conversão de africanos e seus descendentes, no entanto, a complexidade do
processo caracterizado pela diáspora das culturas africanas na América deu a
este projeto de conversão outras dimensões. Num processo de criatividade e
resistência culturais, as populações de origem africana reinterpretaram os
códigos católicos, conferindo ao culto dimensões outras que, se por um lado
demonstraram em parte a eficácia do projeto com a aceitação dos símbolos
católicos, por outro atestaram a existência de uma relativa autonomia das
populações negras conquistada em meio às lutas cotidianas no interior do
sistema escravista.
OLIVEIRA,
Hilton Cesar de. Minho Gerais dinâmicas familiares e alianças políticas
dos minhotos na Comarca do Rio das Velhas (1726-1800). Niterói,
Universidade Federal Fluminense, Tese de Doutorado, 2010, 331 p.
RESUMO. A tese aborda a presença minhota em algumas localidades pertencentes à
Comarca do Rio das Velhas entre os anos de 1726 e 1800, evidenciando como
ocorreu a inserção dos emigrados na terra adotiva, as suas relações
políticas, o preenchimento de postos de destaque nas diversas instituições
então existentes. Problematiza-se a questão de se os costumes trazidos pelos
minhotos de sua terra de origem estariam presentes na organização da família
mineira. As fontes que dão sustentação à pesquisa são: registros paroquiais
de batismo e casamento; devassas diocesanas; testamentos e inventários
post-mortem; processos do juízo eclesiástico; documentos do Conselho
Ultramarino relativos à Capitania de Minas Gerais; documentos avulsos da
Secretaria de Governo da Capitania de Minas Gerais; Ordenações Filipinas;
Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia; Erário Mineral de Luís
Gomes Ferreira e documentos do códice Costa Matoso.
PARÉS,
Luis Nicolau. O processo de crioulização no recôncavo baiano (1750-1800).
Afro-Ásia, Centro de Estudos Afro-Orientais - CEAO da FFCH-UFBa, n. 33, 2005,
p. 87-132. Disponível em: http://www.afroasia.ufba.br/pdf/afroasia33_pp87_132_Nicolau.pdf
APRESENTAÇÃO. Este ensaio propõe abordar o processo de crioulização no
âmbito do Recôncavo baiano, no período colonial. Porém, antes de mais nada,
cabe distinguir uma dupla vertente do conceito: por um lado, o processo de
crioulização cultural (isto é, o processo de transformação a que estiveram
sujeitas as culturas africanas no Brasil) e, por outro, o processo de
crioulização demográfica, ou seja, o crescimento da população crioula
(crioulo aqui entendido como indivíduo negro de ascendência africana nascido
no Brasil). Essa diferença é analiticamente importante, porque embora ambos os
processos estejam interrelacionados eles não são paralelos, nem o primeiro é
resultado do segundo. As oscilações da demografia crioula e os padrões das
uniões entre crioulos e africanos - principal assunto deste ensaio -
condicionaram as possibilidades de transmissão dos referentes culturais e
lingüísticos africanos e constituíram aspectos críticos do complexo processo
de mudança cultural chamado crioulização. Apesar disso, a influência
cultural não se reduz a uma questão puramente demográfica. Todavia a
reflexão sobre essa interação deverá iluminar a compreensão da divisão
social que existia entre africanos e crioulos.
PEDRO,
Alessandra. Liberdade sob condição: alforrias e política de domínio senhorial em
Campinas, 1855-1871. Campinas, UNICAMP, dissertação de mestrado, 2009, 203 p.
Disponível em: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000470024
RESUMO. Este trabalho visa estudar as concepções senhoriais sobre a alforria,
nos anos entre 1855 e 1871 - um período de crescentes debates sobre a
manumissão dos escravos - tomando para isso a então ascendente cidade de
Campinas. Meu principal objetivo é compreender o pensamento dos indivíduos
que, ao formularem seus testamentos, concediam a seus escravos a promessa de
liberdade. Tendo por base os testamentos, pude verificar, pela análise da
partilha dos bens e das doações ali anotadas, a política senhorial de
manutenção da propriedade, as motivações e as estratégias que os senhores
utilizavam para garantir a continuidade de seu poder sobre os herdeiros e os
futuros libertos, bem como compreender a própria alforria no interior do
universo da concessão de dádivas. A partir dessas premissas e da análise da
documentação, reconstituí os perfis dos senhores de escravos que libertam
escravos em testamento; verifiquei as modalidades de alforria que concediam;
busquei compreender como eles pensavam seu próprio poder e averiguei as suas
reações diante as mudanças que estavam ocorrendo na sociedade. Além disso,
desenvolvi uma reflexão sobre as diversas abordagens existentes na bibliografia
sobre os mecanismos sociais e simbólicos envolvidos nos atos de doação,
considerando o conceito do "dom".
PEDROZA,
Manoela da Silva. Capitães de bibocas: casamentos e compadrios construindo
redes sociais originais nos sertões cariocas (Capela de Sapopemba, freguesia de
Irajá, Rio de Janeiro, Brasil, século XVIII). TOPOI: Revista de História,
UFRJ, v. 9, n. 17, jul.-dez. 2008, p. 67-92.
RESUMO. A fonte principal deste trabalho são registros de batismo, casamento e
óbito, depositados no Arquivo da Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro dos
quais foram analisados dados como naturalidade e profissão dos envolvidos, os
nomes de seus pais e sogros, além das óbvias datas e locais desses
acontecimentos.
PIMENTA,
Tânia Salgado. Artes de curar: um estudo a partir dos documentos da
Fisicatura-mor no Brasil do começo do século XIX. Campinas, UNICAMP,
dissertação de mestrado, 1997, 153 p.
Disponível em: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000118425
RESUMO. Este trabalho aborda o tema das práticas de curar no começo do século
XIX, mediante estudo da documentação de Fisicatura; a análise das relações
entre essa instituição e as pessoas às quais se autorizava o exercício de
suas atividades tornou-se o principal objeto de investigação.
PIMENTA,
Tânia Salgado. O exercício das artes de curar no Rio de Janeiro (1828 a 1855).
Campinas, UNICAMP, tese de doutorado, 2003, 256 p.
Disponível em: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000300841
RESUMO. As transformações pelas quais passou o exercício das práticas de
curar entre os anos 1828 e 1855, sobretudo no Rio de Janeiro, constituem o
objeto de estudo dessa tese. Observamos, nesse período, a organização dos
médicos acadêmicos em tomo da Faculdade de Medicina, Academia Imperial de
Medicina e periódicos especializados, ao mesmo tempo em que os terapeutas
populares foram perdendo espaço para legalizar as suas atividades. Comparamos,
então, as mudanças na legislação e a ação dos órgãos fiscalizadores com
a atuação dos terapeutas não oficializados e a procura da população por
seus serviços. Em seguida, para aprofundar a análise desse processo, enfocamos
a pesquisa no principal hospital dessa época - o da Santa Casa da
Misericórdia- e no contexto da epidemia de cólera de 1855. Sobressaem em nosso
estudo os conflitos derivados da tentativa da medicina acadêmica de se impor
sobre as demais artes de curar, demonstrando a dificuldade daquela em
estabelecer o monopólio das atividades terapêuticas.
PINHEIRO,
Maria Cristina Luz. O trabalho de crianças escravas na cidade de Salvador
1850-1888. Afro-Ásia, Centro de Estudos Afro-Orientais - CEAO da FFCH-UFBa, n.
32, 2005, p. 159-183.
Disponível: http://www.afroasia.ufba.br/pdf/afroasia32_pp159_183_CriancasEscravas.pdf
APRESENTAÇÃO. No Brasil, o trabalho escravo, inicialmente utilizado nas
propriedades rurais, expandiu-se para os centros urbanos, tornando-se não
somente fonte de riqueza e capital, mas esteio da sociedade. Essa mão de obra
era utilizada em todos os setores do trabalho urbano, propiciando inclusive
certas especializações a alguns escravos, contrariando a idéia de que os
cativos fossem incapazes de realizar atividades mais complexas. Entre os
trabalhadores escravizados, as crianças formavam um grupo específico ainda
pouco estudado. Com base em dados relativos a Salvador entre 1850 e 1888,
discutimos neste artigo o trabalho da criança escrava.
SÁ,
Magali Romero. A "peste branca" nos navios negreiros: epidemias de
varíola na Amazônia colonial e os primeiros esforços de imunização.
Disponível em:
http://www.fundamentalpsychopathology.org/8_cong_anais/SIMP_29c.pdf
RESUMO. O presente trabalho aborda as epidemias de varíola ocorridas em Belém
do Pará nos séculos XVIII e XIX enfatizando, a partir de relatos dos viajantes
e registros dos Arquivos Públicos do Pará, os primeiros esforços de
imunização empreendidos pelos missionários e governo colonial na região.
SAN
MARFUL ORBIS, Eduardo. Matanzas colonial: Historia poblacional e Industria
Azucarera (Siglos XVI-XVIII). Novedades en Población. La Habana, Centro de
Estudios Demográficos de la Universidad de La Habana, ano 1, n. 1, jan.-jun.
2005, p 247- 261.
RESUMEN. En este trabajo nos proponemos analizar y reflexionar, a partir de las
informaciones censales y otros datos complementarios de tipo histórico,
geográfico y estadístico, las relaciones entre la economía azucarera, la
población y el poblamiento en la provincia de Matanzas, corazón azucarero de
Cuba en el siglo XIX. Este objetivo se torna complicado debido a las numerosas
transformaciones que, en todos los órdenes, afectaron a esta zona del Occidente
cubano. Hemos dividido, para su mejor comprensión, el estudio en varias etapas
que se corresponden con los acontecimientos económicos, políticos y sociales
acaecidos en la provincia y en el país, teniendo en cuenta además, los
períodos censales.
SANTOS,
Joceneide Cunha. Os Pés e as Mãos do Senhor: um estudo sobre a mão de obra
utilizada no fabrico de açúcar nas terras sergipanas (1800-1850).
Comunicação apresentada no III Seminário de História do Açúcar:
Produção, Trabalho e Estrutura fundiária. São Paulo, FFLCH-USP, abril de
2010.
RESUMO. Os historiadores têm mostrado mediante suas pesquisas as
especificidades regionais da fabricação do açúcar. Os tamanhos das
propriedades, bem como o número de escravos variava de acordo com o período e
a região. A autora pretende analisar as posses de escravos dos engenhos
localizados nas terras sergipanas na primeira metade do século XIX, período de
grande produção açucareira e no qual existia na área um grande contingente
de cativos. Serão contempladas três vilas localizadas em regiões e/ou
marcadas por características distintas: São Cristóvão, Lagarto e Santo
Amaro. A principal fonte de dados corresponde aos inventários post-mortem
em face de sua completude e dada sua riqueza de informações quantificáveis.
Tais dados indicam que o número de escravos, bem como a composição das posses
de seus proprietários, variava de uma região para outra; variava, igualmente,
o número de engenhos. Em Lagarto, por exemplo, poucos engenhos foram
encontrados no período, pois a produção de cana chegou à localidade como
fruto da expansão da área canavieira. Em suma, a composição das posses de
escravos e a quantidade de engenhos e cativos também variou, como avançado, de
Vila para Vila nas terras sergipanas.
SANTOS,
Jocélio Teles dos. De pardos disfarçados a brancos pouco claros:
classificações raciais no brasil dos séculos XVIII-XIX. Afro-Ásia, Centro de
Estudos Afro-Orientais - CEAO da FFCH-UFBa, n. 32, 2005, p. 115-137. Disponível
em:
http://www.afroasia.ufba.br/pdf/afroasia32_pp115_137_Jocelio.pdf
APRESENTAÇÃO. A análise sobre o sistema de classificação racial
constitui-se em um tema candente das ciências sociais no Brasil. Desde a
segunda metade do século XX as análises comparativas buscam apontar as nuances
do nosso sistema multipolar, em que várias categorias raciais são utilizadas
no cotidiano (mulato, pardo, moreno, crioulo, preto, negro, moreno claro), em
oposição às do sistema americano, em que a classificação tenderia a uma
polarização "Blacks versus Whites".
SILVA,
Marilda Santana da. As mulheres no Tribunal Eclesiástico do Bispado de Mariana
(1748-1830). Campinas, UNICAMP, dissertação de mestrado, 1998, 180 p.
Disponível em: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000126071
APRESENTAÇÃO. O estudo da condição feminina no Tribunal Eclesiástico de
Mariana incursiona nos campos da "História das Mulheres" e da
"História da Família" filiando-se, ao mesmo tempo aos recentes
estudos sobre a questão das relações de gênero.
SLENES,
Robert W. & FARIA, Sheila de Castro. Família escrava e trabalho. Revista
Tempo, Niterói, UFF, vol. 3, n. 6, dez. de 1998, p. 1-7. Disponível em:
http://www.historia.uff.br/tempo/artigos_dossie/artg6-4.pdf
APRESENTAÇÃO. Apesar de certas premissas básicas serem aceitas por um grupo
numeroso de historiadores atuais, a história da família escrava no Brasil vem
suscitando inúmeras divergências de interpretações. Foi com base nestas
divergências que se montou uma sessão, no II Encontro de História da UFF,
intitulada "Família Escrava e Trabalho". Neste texto encontra-se a
intervenção de Robert Slenes seguida de um balanço crítico dos debates
então travados, redigido por Sheila de Castro Faria.
TERUYA,
Marisa Tayra. Estratégias de transmissão de patrimônio: Paraíba (1870-1970).
Revista População e Família. São Paulo, Editorial Humanitas - CEDHAL
- FFLCH/USP, n. 4, 2002, p. 73-88.
RESUMO. A autora analisa a endogamia enquanto estratégia de manutenção do
patrimônio de um grupo familiar na Paraíba, através de várias gerações,
entre 1870 e 1970. Tal grupo caracterizou-se por possuir uma base econômica
centrada na propriedade da terra e também por apresentar um alto índice de
casamentos consanguíneos. Mediante o estudo dos processos de inventários post-mortem,
observou-se que a endogamia não atuou de forma predominante no processo de
manutenção das propriedades e que a estratégia mais utilizada foi a da
transferência de quinhões entre herdeiros.
VASCONCELLOS,
Márcia Cristina de. O compadrio entre escravos numa comunidade em
transformação (Mambucaba, Angra dos Reis, século XIX). Afro-Ásia, Centro de
Estudos Afro-Orientais - CEAO da FFCH-UFBa, n. 28, 2002, p. 147-178. Disponível
em:
http://www.afroasia.ufba.br/pdf/afroasia_n28_p147.pdf
APRESENTAÇÃO. Em meio ao quadro de transformações econômicas e
demográficas, verificamos com quem os cativos que viviam e trabalhavam em
terras mambucabenses criavam os laços de compadrio e até que ponto o contexto
da segunda metade do Oitocentos alterou as preferências de senhores e de pais
de batizandos no momento de adoção da importante aliança. Assim, dividimos a
análise em dois momentos, o primeiro, relativo ao batismo de adultos, e o
segundo, ao de crianças. Inicialmente, veremos as tendências que ditavam as
escolhas de padrinhos e madrinhas durante o corte temporal de 1830 a 1871 e, em
seguida, as variações a partir dos subperíodos, 1830-1849 e 1850-1871.
VITORINO,
Artur José Renda. Cercamento à brasileira: conformação do mercado de
trabalho livre na Corte das décadas de 1850 a 1880. Campinas, UNICAMP, tese de
doutorado, 2002, 198 p.
Disponível em: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000257412
RESUMO. Ao tomar como objeto de estudo a cidade do Rio de Janeiro durante as
décadas de 1850 a 1880, o autor analisa as possibilidades históricas da
existência de um mercado de trabalho livre numa economia urbana mercantil sob a
escravidão. Vários indicadores demográficos são apresentados no corpo da
tese.
ZANATTA,
Aline Antunes. Justiça e representações femininas: o divórcio entre a elite
paulista (1765-1822). Campinas, UNICAMP, Dissertação de Mestrado, 2005, 217 p.
Disponível em: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000374972
RESUMO. Ao focalizar as mulheres da elite tem-se como objetivo central
verificar, por meio dos processos de divórcios, a relação dessas mulheres com
a Justiça Eclesiástica. A proposta visa, portanto, apreender estas no momento
de ruptura das alianças familiares, a fim de focalizar aquelas que após o
casamento perante a Igreja, buscavam romper os laços matrimoniais.
Vislumbra-se, dessa forma, a possibilidade de se realizar uma história das
mulheres da elite colonial paulista, utilizando documentos referentes aos
"processos de divórcio" e legislações civil e eclesiástica,
complementados por testamentos, inventários, livro de notas, dispensas
matrimoniais, registros de casamentos, processos crimes, narrativa de viajantes
e genealogias referentes à Capitania de São Paulo. Com base na pesquisa
efetuada procuramos verificar em que medida a atuação social destas mulheres
foi maior do que a historiografia tem apontado, e, conseqüentemente, questionar
os estereótipos referentes às mulheres da elite paulista cristalizados nas
imagens de devoção e reclusão.
TRABALHOS PARA OS QUAIS NÃO DISPOMOS DE RESUMOS
HALL, Gwendolyn Midlo. Africa and Africans in the African Diaspora: The Uses of Relational Databases. American Historical Review, American Historical Association, vol. 115, n. 1, February 2010.
HALL, Gwendolyn Midlo. Africans in Colonial Louisiana: The Development of Afro-Creole Culture in the Eighteenth Century. Louisiana State University Press, 1992.
HALL,
Gwendolyn Midlo. Slavery and African Ethnicities in the Americas: Restoring
the Links. University of North Carolina Press, 2005.
HALL, Gwendolyn Midlo. Social Control in Slave Plantation Societies: A Comparison of St. Domingue and Cuba. Johns Hopkins University Press, 1971.
HALL, Gwendolyn Midlo. Louisiana Slave Database and the Louisiana Free Database, 1719-1820: http://www.ibiblio.org/laslave
O ESCRAVISMO BRASILEIRO SOB NOVA ÓTICA
Iraci del Nero da Costa
Obra apresentada: LUNA, Francisco Vidal & COSTA, Iraci del Nero da & KLEIN, Herbert S. et alii. Escravismo em São Paulo e Minas Gerais. São Paulo, EDUSP - Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2009, 624 p.
Nas três últimas décadas do século XX a história econômica da América Latina conheceu amplos avanços e enriquecimento dos mais significativos. Tal ampliação de horizontes decorreu não só da emergência de novos temas e abordagens, como é o caso da demografia histórica, mas, também, da incorporação dessas novas perspectivas analíticas e metodológicas na esfera mais ampla da reinterpretação das conquistas historiográficas até então alcançadas. Deu-se, assim, uma verdadeira superação de nossos conhecimentos sobre a estrutura e funcionamento da sociedade escravista vigente nas áreas da América Latina dominadas pelos conquistadores europeus. Tal superação ocorreu, diga-se com ênfase, no âmbito teórico, metodológico e empírico.
Não se trata, para o do Brasil, do estabelecimento de uma nova perspectiva global, de um novo "paradigma"; não obstante, é preciso enfatizar, estarmos a vivenciar um processo harmônico e organicamente estruturado do qual, certamente, resultará uma visão original e mais rica de nossa formação histórica e social, a qual, certamente, mostrar-se-á capaz de qualificar e enriquecer as interpretações clássicas com as quais contamos.
A participar da emergência da visão aqui aventada encontram-se os artigos reunidos nesta coletânea. Representam eles o contributo de dois pioneiros do grupo de pesquisadores da faculdade de Economia da Universidade de São Paulo que se votou ao estudo da história demográfica e econômica do Brasil, e ao qual devemos algumas centenas de trabalhos originais. Organizar uma seleta de tais estudos parece oportuno por propiciar a reunião de publicações esparsas, algumas estampadas há tempos, e por permitir que as novas gerações de pesquisadores efetuem de maneira rápida um balanço de relevantes contribuições dos integrantes desse núcleo de estudos econômicos e populacionais.
Cabe assinalar, ainda, que os autores e co-autores reunidos nesta obra são poucos em face de toda uma geração à qual devemos atribuir as perspectivas renovadoras acima apontadas. Ademais, seus estudos, embora muito significativos, compõem, tão-somente, uma parte dos elementos inovadores que irrigaram, nas últimas décadas, os campos da demografia histórica e da história socioeconômica do Brasil. Ademais, por mais modesta que se queira, a contribuição trazida pelos estudos destes pesquisadores, define-se como essencial tanto para estudiosos já experientes como para estudantes que se iniciam nos estudos sócio-demográficos interessados em inteirar-se das mudanças e avanços que se deram na formação econômica, social e demográfica das sociedades escravistas que se estabeleceram no Novo Mundo.
Esta última observação é das mais relevantes, pois verifica-se que muitos dos elementos componentes da sociedade escravista brasileira, contemplados sob a ótica propiciada pelos estudos calcados em fontes documentais até então pouco exploradas, também se faziam presentes em outras áreas da América Latina. É isso que ocorre, por exemplo, com a expressiva participação dos pequenos proprietários de cativos no conjunto de detentores de escravos, com a significativa expressão alcançada pela família escrava estável em muitas de nossas sociedades, com a larga margem de alforrias concernente às mulheres anteriormente reduzidas ao cativeiro bem como com a relevante participação de elementos livres não proprietários de escravos no conjunto total da população. Enfim, um grande espectro das conclusões lastreadas na consideração de fontes documentais até então pouco estudadas mostraram-se não só típicas da economia e da sociedade imperantes no Brasil, mas, também, válidas para outras áreas latino-americanas. Tais evidências fazem com que a obra em apreço seja interessante não só para os estudiosos que se debruçam sobre a América Portuguesa, mas, também, para os pesquisadores que tomam como objeto de suas análises as demais regiões de nosso continente.
Não obstante os achados acima reportados, os quais nos parecem da mais alta importância, ainda há um largo caminho a percorrer, nestas considerações de caráter genérico parece-nos indicada a lembrança de duas das trilhas abertas aos historiadores de nosso passado demográfico.
Assim, uma dimensão vital para o entendimento de nossa formação demoeconômica prende-se às questões vinculadas à propriedade e, sobretudo, ao uso da terra, tanto no passado como no presente. Como sabido, o usufruto da terra, por via de regra, não apresentou o mesmo grau de excludência observado com respeito à propriedade deste fator produtivo. Poder-se-ia mesmo aventar a hipótese de que a relativa facilidade de acesso ao seu uso define-se como determinante principal da gênese de um grande contingente populacional de despossuídos. Entender as relações entre a propriedade e o usufruto da terra parece, pois, crucial para explicarmos a formação daqueles excedentes populacionais, os quais, hodiernamente, representam um dos maiores problemas sociais defrontados por várias de nossas nações. De outra parte, o próprio fato de os freios malthusianos não operarem entre nós segundo as formas clássicas assumidas na Europa, prende-se às discrepâncias verificadas entre a propriedade e o uso da terra: a primeira excludente, a segunda "permissiva". Não é este o momento de aprofundar esta questão, não obstante, é forçoso consignar com ênfase sua grande relevância para o desenvolvimento futuro da demografia histórica afeta às nações latino-americanas, pois, em termos genéricos, poderíamos dizer que, do ponto de vista econômico - sobretudo quanto à geração e distribuição da renda, bem como no tocante à formação dos grandes agregados econômicos -, deve-se privilegiar o estudo das formas legais e/ou efetivas de propriedade da terra, enquanto, da perspectiva demográfica, cumpre considerar, precipuamente, o usufruto, integral ou condicionado, de tal fator. Trata-se, portanto, de integrar num todo orgânico as questões referentes à propriedade da terra, ao seu uso e à formação de nossas populações, tanto para o passado mais remoto como para períodos mais recentes.
Igualmente relevante parece ser o enfrentamento do estudo dos regimes demográficos que vigoraram em nosso passado colonial. Pensamos aqui, especificamente, no esforço de elaboração a ser desenvolvido no sentido de integrarmos, num corpo teoricamente estruturado, os conhecimentos empíricos já fixados quanto à formação de nossas populações. Identificar os aludidos regimes, as especificidades próprias de cada grande segmento populacional (livres, escravos e alforriados), as peculiaridades regionais e os condicionantes devidos às várias "economias" que se definiram no correr de nossa história é tarefa urgente na busca de generalizações que possam transcender o largo apego ao empírico que, necessariamente, distinguiu grande parte do desenvolvimento da demografia histórica entre nós.
SILVIA
C. MALLO e IGNACIO TELESCA (editores). "Negros de la Patria": los
afrodescendientes en las luchas por la Independencia en el antiguo Virreinato
del Río de la Plata. Editorial SB, 288 pg. (Colección Paradigma indicial,
Serie, Historia Americana). ISBN 978-987-1256-69-3. Com a participação dos
seguintes autores: Liliana Crespi, Marta Beatriz Goldberg, Silvia C. Mallo,
Mónica Ghirardi, Sonia Colantonio, Dora Celton, Beatriz Bragoni, Sara E.
Mata, Ignacio Telesca, Ana Frega, Eduardo R. Palermo, Alex Borucki, Karla
Chagas y Natalia Stalla, Osvaldo Otero, Miguel Á. Rosal.
PRESENTACIÓN. Los afrodescendientes, quienes vinieron esclavizados desde el
África, estuvieron presentes en nuestros territorios desde el inicio mismo de
la conquista. Muchos pudieron ganar su libertad, muchos permanecieron
esclavizados. Ellos también fueron protagonistas de los diferentes procesos de
Independencia que se comenzaron a experimentar a partir de 1810. Aunque la
historiografía suele quitar visibilidad a su presencia, ellos igualmente
están, y su existencia nos devuelve una serie de preguntas que nos permiten
recuperar la complejidad original de esos sucesos. ¿Qué espacio de experiencia
y de definición les quedaba a los afrodescendientes, esclavos y libres, que se
veían restringidos a los espacios de mayor exclusión social hasta el punto de
no ser sujetos de derecho? ¿Cuándo y cómo se sentían parte? ¿Cuáles eran
sus esperanzas y expectativas de futuro? ¿Cómo se integraban al proceso y que
reconocimiento obtendrían de su participación? ¿Cómo vivieron sus amos y la
sociedad toda su participación y el proceso de liberación de los esclavos?
¿Cómo se conjugaron la etnicidad y la política, la libertad del pueblo todo y
la particular de los esclavos? ¿Se produjeron cambios en el reordenamiento de
la sociedad? Esta obra reúne el trabajo de especialistas de primer nivel en el
tema; un aporte variado y original que pone de manifiesto la realidad social
vivida por los afrodescendientes durante al proceso independiente en los
distintos rincones del Virreinato.
PERERA
DÍAZ, Aisnara & MERIÑO FUENTES, María de los Ángeles. La cesión de
patronato: una estrategia familiar en la emancipación de os esclavos en Cuba
(1870-1880). Havana, Editorial Unicornio, 2009, 130 p.
PRESENTACIÓN. La cesión de patronato cuenta, em ricos detalles, una serie de
desconocidas y conmovedoras historias sobre las luchas de los esclavos y las
esclavas cubanos por conseguir la libertad legal y por definirla y vivirla en
sus propios términos, en el nuevo contexto legal de la Ley Moret o de Vientres
Libres; transmitiéndonos no sólo partes fragmentadas de historias o individuos
aislados, sino trayectorias mucho más ricas y completas de sus familias
enteras, de su comunidad y de su cultura. Re-aprendemos así la relevancia de la
historia para nuestras vidas hoy en dia. Y entrevemos algo que sólo los mejores
historiadores pueden hacernos sentir: cuántas historias y voces nos quedan aún
por conocer. (Extraída do Prólogo escrito por Camillia Cowling).
MARQUES,
Leonardo. Por aí e por muito longe: dívidas, migrações e os libertos de
1888. Rio de Janeiro, Ed. Apicuri, 2009, 140 p. (Coleção Distâncias).
APRESENTAÇÃO. Com este livro, Leonardo Marques se une ao pequeno mas crescente
grupo de estudiosos que aborda de maneira direta a vida dos ex-escravizados
depois do 13 de maio. Os outros escritos nessa área geralmente estudam as
regiões "centrais" do Brasil, sobretudos os estados e as cidades do
Rio de Janeiro e de São Paulo. Marques, no entanto, pesquisou uma região
periférica - o Paraná -, onde, segundo os estereótipos prevalecentes, a
escravidão e as populações negras tinham pouca relevância. O método básico
aqui é de seguir as trajetórias de indivíduos e famílias por meio da
coligação de várias fontes, prestando atenção às relações sociais
envolvidas na mobilidade social e nas mudanças geográficas. Para isso,
Leonardo Marques focalizou principalmente os municípios de Campo Largo e
Curitiba, pesquisando inventários, processos criminais, censos e listas de
classificação de escravos para o fundo de emancipação. (extrato do prefácio
escrito por Karl Monsma).
BARCIA
ZEQUEIRA, María del Carmen. La otra familia: parientes, redes y descendencia
de los esclavos en Cuba. Santiago de Cuba, Editorial Oriente, 2009, 230 p.
(Bronce - Colección Historia).
PRESENTACIÓN. La otra familia obtuvo el Premio de Ensayo Histórico-Social de
la Casa de las Américas en el 2003 porque, en opinión del jurado, "es una
profunda investigación de carácter histórico sobre el tema de la esclavitud y
la negritud, realizada con originalidad y profesionalismo. La autora logra, a
partir de una amplia indagatoria documental […] que se escuchen las voces de
los esclavos mismos, y desarrollar el tema de la familia esclava desde una
perspectiva desprejuiciada, capaz de integrar el análisis concreto de la
sociedad en los diversos momentos de su desarrollo".
PERERA
DÍAZ, Aisnara & MERIÑO FUENTES, María de los Ángeles. Para librarse
de lazos, antes buena familia que buenos brazos. Apuntes sobre la manumisión en
Cuba (1800-1881). Santiago de Cuba, Editorial Oriente, 2009, 326 p. (Bronce
- Colección Historia).
PRESENTACIÓN. Para librarse de lazos analiza, con perspicacia y coraje, un tema
clave para la comprensión de la esclavitud, no sólo en la Cuba del siglo XIX,
sino también en la América esclavista en su conjunto. Sus autoras, además de
mostrarnos una historia de carne y hueso, argumentan cómo las estrategias de
libertad variaban conforme a las coyunturas políticas, económicas y
demográficas. Su perspectiva, al tratar el tema de la libertad en el ámbito de
las relaciones familiares, torna esta obra indispensable a los estudiosos de la
esclavitud en las Américas.
MERIÑO FUENTES, María de los Ángeles & PERERA DÍAZ, Aisnara. Matrimonio y Familia en el ingenio: una utopía posible. La Habana (1825-1886). La Habana, Editorial de Ciencias Sociales, 2008, 110 p.
APRESENTAÇÃO. Agora em sua segunda edição, esta valiosa obra nos oferece uma visão pormenorizada das famílias escravas de dois engenhos de açúcar localizados na província de La Habana. Ao se debruçarem novamente sobre a família cativa as autoras, não só alargaram nosso conhecimento referente às características e peculiaridades assumidas pela instituição em Cuba, mas, correlatamente, deram à luz mais evidências do quão afastados da realidade estavam os que consideravam inviável a existência de uniões matrimoniais regulares e estáveis no âmbito do escravismo moderno, em geral, e, em particular, nos quadros da sociedade escravista cubana. Além disso, como bem lembrado por Robert W. Slenes, a quem devemos o elucidativo prefácio desta obra, as autoras estabeleceram métodos originais de pesquisa, adequados às particularidades da documentação eclesiástica e civil de Cuba; puderam elas, dessa maneira, acompanhar as famílias estudadas ao longo do tempo. Destarte, somos conduzidos do passado colonial aos dias correntes.
No ROL -- Relação de Trabalhos Publicados na Área de História Demográfica --, além da referência bibliográfica completa de todos os trabalhos divulgados nos distintos números do BHD, são apresentadas, sempre que possível, resenhas ou resumos de tais obras. Trata-se, pois, de um arquivo com um vasto repertório de livros, artigos, teses, dissertações e demais estudos relativos ao nosso campo de especialização.