Ano XVII, n. 62, outubro de 2010
SUMÁRIO
Relação de Trabalhos Publicados
Prezados colegas, rendendo-nos à ampla divulgação emprestada pela Google e outros meios da Internet aos trabalhos realizados no campo da história demográfica, damos por encerrada nossa tarefa de divulgação de resumos de estudos desenvolvidos em nossa área. A contar do próximo número, pois, o Boletim de História Demográfica apresentará um novo feitio; a ênfase maior será emprestada ao noticiário concernente às notas bibliográficas e aos lançamentos de obras que versem sobre temas pertinentes ao nosso campo de especialização. Permitam-nos, por fim, consignar nossos agradecimentos aos pesquisadores que nos ajudaram na concretização da fase editorial que ora finda, a esses amigos auguramos um futuro pleno de realizações.
Com grande satisfação comunicamos aos Colegas que a Academia Brasileira de Letras outorgou ao nosso livro Escravismo em São Paulo e Minas Gerais o Prêmio ABL - História e Ciências Sociais, o qual partilhamos com toda uma geração de demógrafos historiadores e votamos à memória da Professora Alice Piffer Canabrava.
Francisco Vidal Luna -- Iraci del Nero da Costa -- Herbert S. Klein
NOVO MUNDO: NOVAS PERSPECTIVAS TEÓRICAS
Nelson
Nozoe
Professor Livre-docente da FEA/USP
Obra resenhada: PIRES, Julio Manuel & COSTA, Iraci del Nero da (orgs.). O Capital Escravista-Mercantil e a escravidão nas Américas. São Paulo, EDUC/FAPESP, 2010, 226 p.
Os organizadores reuniram neste volume quatro autores de um conjunto de nove trabalhos, em sua maioria redigidos isoladamente ou em coautoria por Iraci Costa. Tais artigos, escritos a contar do meado da década de 1980 e divulgados em diferentes publicações científicas, permitem delinear o esforço no sentido de dar uma resposta teórica à questão do estabelecimento e funcionamento do escravismo no Brasil - bem como em outras partes das Américas a partir do século XVI - e lançar luz sobre sua supressão no correr dos Oitocentos.
A motivação básica das propostas
efetuadas pelos articulistas deve-se à insatisfação que revelam com respeito
às interpretações formuladas basicamente nos quadros do pensamento marxista,
as quais se mostraram, segundo pensam, incapazes de oferecerem explicações
satisfatórias a achados de pesquisas empíricas, em especial os proporcionados
pelos estudos desenvolvidos na área da demografia histórica. À luz da
categoria analítica capital escravista-mercantil - uma forma de capital
própria das regiões onde o escravismo moderno vigorou -, são examinados
conceitos propostos por historiadores vinculados à vertente mencionada desde a
década de 1940, tais como sentido da colonização, sistema colonial da era
mercantilista, escravismo colonial, modo de produção dependente, dentre
outros.
Os últimos trabalhos estampados na
coletânea, "Entre o sentido da colonização e o arcaísmo como
projeto" e "Capital e colonização", escritos, respectivamente,
por João Paulo A. de Souza e Rodrigo Alves Teixeira atualizam o debate mediante
a análise crítica de esquemas interpretativos mais recentes elaborados,
sobretudo, por historiadores fluminenses.
Assim, os dois primeiros estudos da
coletânea possibilitam uma apreensão do conceito central que informa o volume;
no terceiro, são contemplados os fatores condutores da superação do capital
escravista-mercantil; a problemática da não existência de modos de produção
coloniais, objeto de discussão do estudo seguinte, é retomada no sexto
trabalho; o quinto e sétimo trabalhos tratam da formação das economias
coloniais na América e do modelo pradiano. Os artigos, que seguem uma
ordenação eminentemente lógica, não são apresentados de acordo com a
cronologia dos temas abordados nem seguem a ordem em que foram escritos.
Enfim, a clareza de exposição buscada pelos autores e organizadores da obra em foco a torna útil tanto do ponto de vista didático como da perspectiva teórica.
Iraci
del Nero da COSTA. Contribuições da demografia histórica para o conhecimento
da mobilidade socioeconômica e geográfica: uma aproximação ao tema.
APRESENTAÇÃO. Segundo o autor não parece absurdo asseverar que toda
investigação efetuada na área da história demográfica traz um ou mais
elementos informativos sobre a mobilidade social, econômica ou espacial do
grupo populacional analisado. Com respeito a tal assertiva, além, de atentar --
embora em termos meramente informativos e genéricos --, para a geração e o
amadurecimento da demografia histórica no Brasil, apresenta uma série de
exemplos a fim de embasar sua opinião. Para ler o
texto integral
Ana
Silvia Volpi SCOTT, Denize Terezinha Leal FREITAS, Jonathan Fachini da SILVA,
José Carlos da Silva CARDOZO & Marcelo Silveira VALADAS. Reflexão sobre a
mortalidade em Porto Alegre (1773-1797). Comunicação apresentada,
originalmente, no XVIII Simpósio de História da Imigração e Colonização,
realizado na UNISINOS/RS em setembro de 2008.
APRESENTAÇÃO. Os estudos que estão sendo desenvolvidos no projeto População
e Família no Brasil meridional dos meados do século XVIII às primeiras
décadas do século XIX abrangem tanto o levantamento como a análise da
documentação disponível na Cúria Metropolitana de Porto Alegre relativa às
freguesias do continente do Rio Grande de São Pedro. O projeto em andamento
está direcionado para o desenvolvimento de um banco de dados que permitirá
fazer análises sobre o comportamento da população de Porto Alegre, no
período entre 1772 e 1845. Para esta comunicação privilegiamos a exploração
das informações já disponíveis no banco de dados da pesquisa, apresentando
uma análise preliminar relativa aos assentos de óbito registrados a partir de
1773 (ano da criação da paróquia) até os finais do século XVIII, na
freguesia Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre. Para ler o
texto integral
TESES E DISSERTAÇÕES
ALVES, Romilda Oliveira. Fronteira em expansão,
população, terra e família na Zona da Mata mineira, 1808-1850. Belo
Horizonte, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas - UFMG, Dissertação de
mestrado, 2009, mimeo.
RESUMO. Este trabalho tem como objetivo estudar as estratégias de formação de
patrimônio de famílias que povoaram a área central da zona da Mata Mineira,
durante a primeira metade do século XIX. Para essa investigação foram
utilizados, entre outras fontes, inventários post-mortem, listas nominativas,
processos matrimoniais e livros de notas. A análise permite interpretar a
estrutura e composição das unidades domésticas e suas relações de
produção, atentando-se para suas formas de organização no espaço e, de uso
e exploração da terra. Com isso, foi possível reafirmar que essa área
funcionou como um espaço privilegiado para as investidas portuguesas e controle
da população, bem como um local destinado à produção de alimentos voltada
para um dinâmico mercado interno. Além disso, aborda a importância das
relações familiares para sobreviver nessa fronteira agrícola, marcada por
conflitos fundiários e mercado de terras.
AUGUSTO,
ISABEL TERESA CREÃO. Entre o ter e o querer: domicilio e vida material em
Santa Maria de Belém do Grão-Pará (1808 - 1830). Campinas, UNICAMP,
Dissertação de mestrado, 2007, xi+187 p.
Disponível em: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000407640
RESUMO. O objetivo central deste trabalho é estudar os significados da vida
material e das relações de convivência e solidariedade entre indivíduos e
famílias em Belém do Pará, no início do século XIX. Para tanto, acreditamos
ser necessário conhecer também a população que compunha esta sociedade,
pois, apesar da vasta produção historiográfica local sobre a sociedade ou
sobre alguns de seus grupos específicos da região, sentimos que ainda há
muito a ser dito e conhecido sobre aqueles que residiam no termo da cidade do
Pará. No intuito de colaborar com o entendimento sobre a população,
procuramos compreendê-la segundo a diversidade de origens, condições e
espaços sociais que os indivíduos ocupavam naquele universo social. Com a
utilização de mapas de população produzidos entre meados do século XVIII e
a segunda década do século XIX, um recurso pouco presente nos estudos
anteriores, esperamos incrementar o conhecimento já obtido pela historiografia
local. Nesse sentido, almejamos alcançar também algumas propostas para a
compreensão sobre a composição humana das famílias e domicílios do
município, como parte desta atenção acerca dos aspectos populacionais de
Belém.
CHAVES,
Elisgardênia de Oliveira. Viver e morrer: Uma análise sobre a
configuração sócio-familiar na freguesia de Limoeiro - CE, (1870 a 1880).
Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Ceará,
2009. Disponível: http://www.historia.ufc.br/admin/upload/Dissertação%20Elisgardênia%20de%20Oliveira%20Chaves.pdf
RESUMO. Viver e morrer: uma análise sobre a configuração sócio-familiar na
freguesia de Limoeiro - CE, (1870 a 1880) é um estudo que visa a compreender as
características da constituição populacional, bem como as tipologias e formas
de organização familiar mais presentes nessa sociedade. Na década de 1870, a
configuração sócio-familiar da freguesia de Limoeiro caracterizava-se por um
índice muito superior de livres em relação aos escravos, de pardos sobre
brancos e destes sobre negros. A divisão por sexo se fazia por uma pequena
maioria para os homens. Essa pluralidade social se fez sentir também na
organização familiar, cujas formas excederam a noção ideal de matrimônio e
variaram entre famílias nuclear, matrifocal e extensas. Os preceitos de ordem
religiosa e econômica influenciaram nas escolhas ou recusas por determinados
meses para a realização das nupcialidades, concepções, natalidades e
batismos. A morte com causas múltiplas incidiu-se principalmente sobre
crianças com até sete anos de idade e elevou-se extraordinariamente durante a
seca de 1877-1879. De modo geral, os sacramentos cristãos permeavam passagens
importantes da sociedade limoeirense, em torno da vida e da morte.
OLIVEIRA, Paloma Rezende de. Criança: "Futuro da Nação", "Célula do Vício" - políticas de assistência à infância em Juiz de Fora/MG na transição império/ república. Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Dissertação de Mestrado, 2009.
RESUMO. Esta investigação baseia-se em reflexões em torno das políticas de assistência à infância em Juiz de Fora/MG, vinculadas à escolaridade. A pesquisa analisa a passagem do regime monárquico para o republicano, momento crucial na formação do pensamento social brasileiro. Durante as leituras sobre a historiografia da infância e da assistência destacaram-se três elementos em torno deste tema: 1) as mudanças ocorridas nas políticas de assistência à infância na República em relação às políticas do período imperial; 2) a criança e a infância como categoria de análise; 3) a abordagem da História da Cultura e da História das Idéias como método de pesquisa para se tratar dessas políticas. Esses elementos ajudam a traçar um conjunto de temas que desenham o perfil institucional da assistência que se tem àquele tempo, não só nas dimensões materializadas dos prédios das escolas, asilos, institutos, com suas regras e funcionamentos, como também nas idéias que são expressas por essas construções. Trata-se de uma pesquisa documental, que analisa correspondências, atas, casos de tutelas, fotografias, legislação e jornais do Arquivo Municipal, Arquivo da Biblioteca Murilo Mendes e Arquivo da Igreja da Glória, em Juiz de Fora.
CALEIRO,
Regina Célia Lima & JESUS, Alysson Luiz Freitas de. Mulheres honestas e
perniciosas, homens refolhados e homicidas hirozos na "lista do
vigário": um censo sui generis no século XIX. Revista VARIA HISTÓRIA
FFICH - Dep. de História - UFMG. Belo Horizonte, vol. 22, n. 36, 2006, p.
539-563. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-87752006000200016&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
RESUMO. O presente artigo tem como principal objetivo levar a público uma Lista
Populacional elaborada em 1819 pelo vigário da Freguesia de Franca/SP, o padre
Joaquim Martins Rodrigues. Dispostos em 370 fogos, a Lista apresenta
características qualitativas sobre a população, o que torna a "Lista do
Vigário" um documento sui generis.
BOTELHO,
Tarcísio Rodrigues. O trabalho de crianças e jovens no Brasil Imperial: Minas
Gerais, 1831-1832. História: Questões & Debates. Curitiba, Editora UFPR,
n. 39, 2003, p. 191-220. Disponível em:
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/historia/article/view/2729/2266
RESUMO. Apresento evidências sobre a declaração de ocupação de crianças e
jovens em listas nominativas de habitantes existentes, para Minas Gerais, na
década de 1830. A partir da divisão em três faixas etárias específicas e
segundo diversas regiões da província, foi possível verificar que: o perfil
das ocupações das crianças e jovens acompanha aquele dos adultos; o padrão
do trabalho infantil no que diz respeito ao tipo de ocupação mostrou-se
sensível ao perfil econômico das diversas regiões de Minas Gerais; as
diferenciações observadas nos padrões de ocupação de crianças e jovens
eram determinadas muito mais pelo sexo que pela condição social; não
obstante, alguns aspectos permitem diferenciar livres e escravos, unificando-os
independentemente do sexo.
ENGEMANN,
Carlos. Mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Corriqueiro como
Nascer e Morrer. Práticas sociais e parentesco em Santa Cruz, Rio de Janeiro
(1791-1817). Acervo. Revista do Arquivo Nacional. Rio de Janeiro, Arquivo
Nacional, v. 15, n. 2, jul./dez. 2002, p. 87-100. Disponível em:
http://www.portalan.arquivonacional.gov.br/media/AN%20e%20Pesquisadores%201.pdf
ABSTRACT. This article describes some of the aspects of slave's life in Santa
Cruz Farm, in Rio de Janeiro, their social practices and kinship relations, and
how took place the procedures of transaction with their two bosses: first, Saint
Ignatius, later, El Rey.
GRAHAM,
Sandra Lauderdale. O impasse da escravatura: prostitutas escravas, suas senhoras
e a lei brasileira de 1871. Acervo. Revista do Arquivo Nacional. Rio de Janeiro,
Arquivo Nacional, v. 9, ns. 1/2, jan./dez. 1996, p. 31-68.
Disponível: http://www.portalan.arquivonacional.gov.br/media/V9_n1_2_jan_dez_1996.pdf
ABSTRACT. This article discusses social practices, everyday routine and the
social and juridical conflicts related to slave prostitutes and their mistresses
during the 1860's and 1870's. The text also discusses the campaign of the
abolicionists which culminated in the Brazilian Slavery Law of 1871, also known
as the Law of the Free Womb.
LIMA,
Carlos A. M. Escravos Artesãos: Preço e Família (Rio de Janeiro, 1789-1839).
Estudos Econômicos. São Paulo, IPE-USP, v. 30, n. 3, p. 447-484, 2000.
Disponível em:
http://www.estecon.fea.usp.br/index.php/estecon/article/view/540/249
RESUMO. O autor avalia preços de cativos com ofícios artesanais na cidade do
Rio de Janeiro entre 1789 e 1839, tanto tendo em vista padrões inscritos em sua
evolução no tempo como retirando conclusões baseadas no perfil da
distribuição por idades de suas avaliações. Lida com cerca de trezentos
inventários post-mortem, contendo avaliações de mais de três mil cativos,
dos quais pouco mais de mil com ofícios artesanais. Classifica os homens
artesãos segundo seu grau de qualificação, diferenciando sua condição
daquela das mulheres com ofícios mecânicos. A análise dos preços permite, em
confronto com a avaliação da presença de laços familiares entre os mesmos,
clarificar a inserção do artesanato na economia e na sociedade locais, bem
como revisitar questões afetas ao patriarcalismo, à escravidão urbana e à
comunidade escrava no Novo Mundo.
MACEDO,
Concessa Vaz de. A indústria têxtil, suas trabalhadoras e os censos da
população de Minas Gerais do século XIX - uma reavaliação. Revista VARIA
HISTÓRIA FFICH - Dep. de História - UFMG. Belo Horizonte, vol. 22, n. 35,
2006, p. 207-232. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-87752006000100012&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
RESUMO. O objetivo deste estudo é reavaliar as informações sobre as
ocupações dos habitantes de Minas Gerais, de modo a retificar o lugar de
destaque da indústria têxtil na economia da Província. As evidências aqui
apresentadas são inéditas e resultaram de um novo esquema de classificação
das ocupações originárias de dois registros oficiais, a saber, as Listas
Nominativas da População de Minas Gerais de 1831-32 e o Recenseamento Geral do
Império de 1872. Com base nessa classifica- ção, pôde-se recompor a
estrutura ocupacional da população e, então, confirmar e reabilitar a
importância da indústria têxtil, e de suas mulheres trabalhadoras, na
economia do período.
MAIA,
Moacir Rodrigo de Castro. Tecer redes, proteger relações: portugueses e
africanos na vivência do compadrio (Minas Gerais, 1720-1750). Topoi. Revista
de História. Rio de Janeiro, UFRJ, n. 20, vol. 11, jan.-jun 2010.
Disponível em:
http://www.revistatopoi.org/numeros_anteriores/topoi20/topoi20_04artigo4.pdf
RESUMO. Este artigo analisa as relações de compadrio tecidas em importante
núcleo minerador no âmbito da América Portuguesa e levanta novas questões
sobre o tema. Através da história de livres, escravos e forros procura-se
entender como a sociedade colonial institucionalizou práticas ao transgredir a
norma eclesiástica que proibia a participação de pais como padrinhos dos
próprios filhos. Além disso, a análise aponta como os vínculos entre
compadres, padrinhos e afilhados produziram várias reciprocidades e como o
apadrinhamento também se refletia em legados e bens deixados por aqueles que
fizeram do compadrio prática de eleição de uma povoação em processo de
formação.
VENÂNCIO,
Renato Pinto. Infância e pobreza no Rio de Janeiro, 1750-1808. História:
Questões & Debates. Curitiba, Editora UFPR, n. 36, 2002, p. 129-159.
Disponível em:
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/historia/article/view/2691/2228
RESUMO. O presente artigo tem por objetivo contribuir para o conhecimento da
história do abandono de crianças. Após uma conceituação mais detida
do fenômeno do abandono, concentra-se o foco na análise da Casa da
Roda do Rio de Janeiro colonial.
ALMEIDA,
Ana Maria Leal. Mulher escrava - da casa e da roça. Revista do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, IHGB/Imprensa Nacional, ano
163, n. 415, abr./jun. 2002, p. 9-51. Disponível em:
http://www.ihgb.org.br/rihgb/rihgb2002numero0415.pdf
RESUMO. Este texto apresenta pontos relevantes para o estudo da mulher escrava,
em Vassouras no período 1850-188, com base em fontes documentais, da literatura
da época e da bibliografia moderna. Destaca, em especial, a presença da mulher
escrava em inúmeras ocupações, tanto no interior dos casarões urbanos ou
campestres, como no meio rural, nos mais diversos trabalhos de roça.
ANDRADE, Rômulo. Havia um mercado de famílias escravas?
(A propósito de uma hipótese recente na historiografia da escravidão). LOCUS:
Revista de História, 6. Juiz de Fora, Departamento de História/Programa de
Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Juiz de Fora, vol. 4,
n. 1, jan./jun. 1998.
RESUMO. Utilizando as Escrituras de Compra e Venda de Escravos, é nossa
intenção discutir se a família escrava pesava ou não no cálculo econômico
dos senhores.
ASSIS, Sandra Maria de. Mulheres da vila, mulheres da vida
Vila do Príncipe (1850 - 1900). Mneme - Revista de Humanidades. Caiacó (RN),
Curso de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de
Ensino Superior do Seridó, Campus de Caicó, v. 3, n. 5, abr./maio 2002, p.
114-159. Disponível em:
http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/pdf/mneme05/005-p.pdf
RESUMO. Este trabalho de pesquisa pretende elucidar um pouco da História das
Mulheres da Vila do Príncipe partindo de elementos do seu cotidiano, de sua
vida familiar e privada. A investigação direcionou-se para dois universos
distintos, mas interrelacionados: o das mulheres ricas, brancas e livres e o das
mulheres pobres, negras, escravas e libertas. Através de alguns elementos do
seu cotidiano (trabalho, relações sociais, territórios de ação,
comportamento, submissão, casamentos, vestuário) e da análise de alguns
processos-crimes procuramos desvendar sua existência como também sua
insubmissão diante de uma sociedade marcadamente patriarcal.
BRAGA, Fernando Gomes & LIMA Luciana Conceição de
& PAIVA, Clotilde Andrade & RODARTE, Mário Marcos Sampaio. Padrões de
nupcialidade na Minas Oitocentista: uso do método Singulate Mean Age at
Marriage (SMAM) utilizando listas nominativas. Comunicação apresentada no XIV
Seminário sobre Economia Mineira (Seminário de Diamantina). CEDEPLAR-UFMG,
Diamantina, 24 a 28 de maio de 2010. Disponível em:
http://www.cedeplar.ufmg.br/seminarios/seminario_diamantina/2010/D10A052.pdf
RESUMO. Utilizando as listas nominativas da década de 1830 para Minas Gerais,
estimou-se para a população livre a proporção de mulheres uma vez casadas e
a idade média ao primeiro casamento, para ambos os sexos, aplicando o método
Singulate Mean Age at Marriage de Hajnal (1953) segundo o nível de
desenvolvimento regional, a situação de residência, a população dos
distritos de paz e o tamanho do plantel de escravos do fogo. Verificou-se para a
população em estudo uma idade média ao primeiro casamento de 23,4 anos para
homens livres e de 17,9 anos para mulheres e diferenciais importantes para o
tamanho do plantel do fogo.
CASTRO, Pérola Maria Goldfeder e. Digitalização e
Disponibilização de Acervos Paroquiais da Rota da Estrada Real. Comunicação
apresentada no XIV Seminário sobre Economia Mineira (Seminário de Diamantina).
CEDEPLAR-UFMG, Diamantina, 24 a 28 de maio de 2010. Disponível em:
http://www.cedeplar.ufmg.br/seminarios/seminario_diamantina/2010/D10A088.pdf
RESUMO. O projeto de pesquisa Digitalização e Disponibilização de Acervos
Paroquiais da Rota da Estrada Real objetivou digitalizar os acervos paroquiais
custodiados pelo Centro de Documentação e Informação da Cúria de Belo
Horizonte (CEDIC - BH), disponibilizando-os ao público através de uma
ferramenta de software que possibilitasse uma consulta mais acurada e eficiente.
A partir do material eletrônico digitalizado foi possível realizar um
levantamento de caráter demográfico acerca dos registros de casamento da
paróquia de Sabará na primeira década do século XIX. Sendo assim, esta
comunicação apresenta os resultados finais desta pesquisa, além do relato de
experiências enquanto bolsista do projeto entre agosto de 2006 e novembro de
2007.
CUNHA,
Maísa Faleiros da. Mineiros em terras paulistas: população e economia.
Comunicação apresentada no XIV Seminário sobre Economia Mineira (Seminário
de Diamantina). CEDEPLAR-UFMG, Diamantina, 24 a 28 de maio de 2010. Disponível
em:
http://www.cedeplar.ufmg.br/seminarios/seminario_diamantina/2010/D10A127.pdf
RESUMO. O objetivo deste trabalho é o de contextualizar o município de Franca
no momento histórico em que se desenvolve e é efetivamente povoado; mostrar
sua evolução populacional e caracterizar as atividades econômicas de seus
moradores no decorrer do século XIX até a abolição da escravidão,
destacando a participação dos migrantes de Minas Gerais no processo de
ocupação e nas atividades voltadas ao abastecimento interno que se
desenvolveram no norte paulista.
ENGEMANN, Carlos. Mundos Torcidos: diferenças entre crioulos e africanos na dinâmica da construção de comunidades de grandes propriedades no Sudeste brasileiro do século XIX. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais. São Leopoldo, Universidade do Vale do Rio dos Sinos
UNISINOS, vol. 1, n. 2, dez. 2009. Disponível em:
http://www.rbhcs.com/index_arquivos/Artigo.Mundos%20Torcidos%20.pdf
RESUMO. Este trabalho tem como objetivo identificar e analisar elementos
constitutivos das relações entre grupos de escravos oriundos da diáspora
africana e seus pares nascidos no Brasil, em busca de um padrão cultural e de
fundamentos morais que organizariam as diferenças instauradas no cativeiro,
buscando compreender um pouco mais a dinâmica do manuseio de patrimônios
imateriais, quer trazidos na travessia do Atlântico, quer produzidos nas
senzalas brasileiras. Para tanto, foram selecionados, por simples conveniência
de método, alguns dos maiores proprietários de escravos do Vale do Paraíba
fluminense e foram usadas algumas fontes já clássicas no estudo da
escravidão, em especial: inventários post-mortem, lista de batismos e de
óbitos e processos crimes.
FALCI,
Miridan Britto Knox. Nomear é socializar: estudo dos nomes e prenomes entre
livres e escravos de Oeiras, Piauí (1872). Revista do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, IHGB/Imprensa Nacional, ano 153, n. 374,
jan./mar. 1992, p. 7-18. Disponível em:
http://www.ihgb.org.br/rihgb/rihgb1992numero0374.pdf
RESUMO. Os nomes próprios dados às crianças ao batismo estão ligados a
costumes arraigados, crenças e valores religiosos. Dominam uma região a uma
família que faz, na repetição dos nomes, a própria representação do ciclo
vital, da sucessão das gerações. Ter o mesmo nome conduz a uma aliança, a
uma identidade dividida, compartilhada. Já o nome de família marca a linhagem,
a transmissão dos bens e por isso tem outra significação. Os escravos, na
sociedade oeirense, no Piauí, no século XIX, não recebiam sobrenomes, mas
nomes próprios inusitados, diferentes, a distingui-los.
FERREIRA, Roberto Guedes. A amizade e a alforria: um
trânsito entre a escravidão e a liberdade (Porto Feliz, SP, século XIX).
Afro-Ásia, Centro de Estudos Afro-Orientais - CEAO da FFCH-UFBa, n. 35, 2007,
p. 83-141.
Disponível em: http://www.afroasia.ufba.br/pdf/afroasia35_pp83_141_Guedes.pdf
APRESENTAÇÃO. Este artigo é uma versão modificada de parte do capítulo 4 de
Tese de Doutorado. Roberto Guedes Ferreira, Pardos: trabalho, família, aliança
e mobilidade social. Porto Feliz, São Paulo, c.1798-c.1850, (Tese de Doutorado,
Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio
de Janeiro, 2005). Serão analisados neste artigo: o perfil dos testadores, o
dos escravos alforriados, as condições senhoriais para dar liberdade e o
cumprimento, ou não, das últimas vontades.
FREIRE,
Jonis. O Parentesco e a estabilidade das famílias escravas nas Minas Gerais
oitocentista. Comunicação apresentada no XIV Seminário sobre Economia Mineira
(Seminário de Diamantina). CEDEPLAR-UFMG, Diamantina, 24 a 28 de maio de 2010.
Disponível em:
http://www.cedeplar.ufmg.br/seminarios/seminario_diamantina/2010/D10A035.pdf
RESUMO. O artigo trata das relações familiares dos cativos que fizeram parte
das posses de três abastadas famílias da Mata Mineira oitocentista. Tecemos
considerações a respeito da legitimidade dos cativos, a condição social de
seus pais e se os enlaces matrimoniais se realizaram com companheiros da mesma
posse. Destacam-se as possibilidades de formação de compadrio entre os cativos
e indivíduos com status jurídico diferenciado. Preocupamo-nos em compreender o
impacto da partilha dos bens sobre a família escrava. Procuramos sempre que
possível o cruzamento de fontes com o intuito de "acompanhar" essas
famílias e descobrir qual o seu destino após a partilha.
FREIRE,
Jonis. Casamento, Legitimidade e Família em uma freguesia escravista da Zona da
Mata Mineira: século XIX. LOCUS: Revista de História, 20/21. Juiz de Fora,
Departamento de História/Programa de Pós-Graduação em História da
Universidade Federal de Juiz de Fora, vol. 11, ns. 1 e 2, jan./dez. 2005, p.
51-73.
RESUMO. O artigo procura demonstrar, por meio dos registros paroquiais de
batismo, que a maioria dos casamentos ocorreu entre escravos de mesma origem. As
taxas de ilegitimidade foram maiores que as de legitimidade, notou-se ainda a
presença de famílias nucleares e matrifocais. As relações de parentesco
fictício puderam ser estabelecidas entre cativos de plantéis diferentes e com
indivíduos de todos os estratos sociais.
GUITIÉRREZ,
Horacio & LEWKOWICZ, Ida. Trabalho infantil em Minas Gerais na primeira
metade do século XIX. LOCUS: Revista de História, 9. Juiz de Fora,
Departamento de História/Programa de Pós-Graduação em História da
Universidade Federal de Juiz de Fora, vol. 5, n. 2, jul./dez. 1999.
RESUMO. Durante a colônia e no século XIX, as crianças começaram a
participar cedo no mundo do trabalho, independentemente d condição social e do
sexo. Este artigo analisa o trabalho infantil em Minas Gerais na primeira metade
do século XIX. Livres, libertos e escravos trabalhavam, principalmente na
tecelagem doméstica e na lavoura, mas também havia estudantes. Na faixa dos 11
aos 12 anos já estavam envolvidas em atividades ocupacionais em torno de 30%
das crianças e na de 13-14 anos mais de 40%.
LIBBY, Douglas Cole & FRANK, Zephyr Voltando aos
registros paroquiais de Minas colonial: etnicidade em São José do Rio das
Mortes, 1780-1810. Revista Brasileira de História. São Paulo, ANPUH, vol. 29,
n. 58, dez. 2009.
RESUMO. Este artigo trata dos complexos temas de etnicidade e classificação
social no Brasil dos séculos XVIII e XIX. Bases de dados substanciais, de
fontes primárias distintas, permitem vislumbrar um quadro integrado dessa
complexidade, tal como evoluiu nas Minas Gerais. A lógica no uso das categorias
étnicas/de cor e sociais emerge pelo cruzamento de nomes e características
individuais nos registros de batismo e de casamento e em listas nominativas. O
texto focaliza a paróquia de São José do Rio das Mortes e fornece respostas
preliminares para questões relativas às práticas de maternidade e de
casamento, sugerindo como designações étnicas e de cor se consolidaram ao
longo de várias gerações. Os achados apontam para a prevalência de exogamia
entre os escravos, enquanto a endogamia e, talvez, até mesmo um processo de
racialização teriam predominado entre a população livre e liberta de todas
as designações étnicas e de cor.
LIMA,
Carlos A. M. Roças de libertos e seus descendentes nas partes meridionais da
América Portuguesa (Castro, 1804-1835). Revista do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, IHGB/Imprensa Nacional, ano 166, n. 426,
jan./mar. 2005, p. 271-303. Disponível em: http://www.ihgb.org.br/rihgb/rihgb2005numero0426.pdf
APRESENTAÇÃO. O que se faz no texto é um estudo de História Social sobre
descendentes de libertos lançando mão de procedimentos, dados e análises
ligados à História da Família, à História Agrária e à historiografia da
escravidão no Brasil.
LOPES,
Luciana Suarez. Os proprietários de escravos e a estrutura da posse na antiga
freguesia de São Simão, 1835. Comunicação apresentada no XIV Seminário
sobre Economia Mineira (Seminário de Diamantina). CEDEPLAR-UFMG, Diamantina, 24
a 28 de maio de 2010. Disponível em:
http://www.cedeplar.ufmg.br/seminarios/seminario_diamantina/2010/D10A129.pdf
RESUMO. Este artigo estuda a estrutura da posse de escravos em São Simão,
localidade do nordeste paulista, utilizando a lista nominativa de 1835. O
objetivo principal é analisar a estrutura da posse de escravos na região pouco
antes da chegada do café, pois, ao que tudo indica, a estrutura produtiva
formada nesse período teria dado condições para o rápido desenvolvimento da
cultura cafeeira durante a segunda metade do século XIX. Destaca-se o caso de
Ribeirão Preto, localidade desmembrada de São Simão nos primeiros anos da
década de 1870, que chegou a ser a maior produtora de café do Estado de São
Paulo.
MALAQUIAS, Carlos de Oliveira. A organização do trabalho
na unidade familiar de produção: estrutura dos domicílios e ocupação da
mão de obra. São José do Rio das Mortes, 1795-1831. Comunicação apresentada
no XIV Seminário sobre Economia Mineira (Seminário de Diamantina).
CEDEPLAR-UFMG, Diamantina, 24 a 28 de maio de 2010. Disponível em:
http://www.cedeplar.ufmg.br/seminarios/seminario_diamantina/2010/D10A050.pdf
RESUMO. Este texto discute a organização do trabalho nas pequenas unidades de
produção familiar a partir da caracterização da força de trabalho presente
nessas unidades e da estrutura ocupacional na qual ela era empregada. Toma-se
como palco a paróquia de São José do Rio das Mortes durante as
transformações ocorridas na passagem do século XVIII para o XIX no Brasil e
em Minas. Este trabalho é parte da minha dissertação de mestrado defendida no
PPGHIS da FAFICH/UFMG.
NADALIN, Sergio Odilon. Reconstituir famílias e demarcar
diferenças: virtualidades da metodologia para o estudo de grupos étnicos. Rev.
bras. estud. popul. [online]. 2007, vol.24, n.1, pp. 5-18.
RESUMO. Este artigo pretende revisitar alguns textos concernentes a um grupo de
imigrantes de origem germânica e seus descendentes em Curitiba (Paraná),
marcando as virtualidades da metodologia das reconstituições familiares. Seu
conteúdo considera uma necessária atitude crítica que pautou o
desenvolvimento desses trabalhos, tendo em vista principalmente as limitações
da metodologia e das próprias fontes "paroquiais". Os primeiros
resultados centraram-se em estudos de fecundidade de três coortes de casamentos
(1866-1939) e, na continuidade, desenvolveram-se esforços no sentido de
explorar a base de dados com objetivos que extrapolaram a demografia histórica
stricto sensu. O quadro teórico da investigação está alicerçado numa
história da construção de fronteiras étnicas, tendo como horizonte a
imigração européia, a urbanização, questões político-ideológicas e a
história de uma instituição religiosa.
PESSI, Bruno Stelmach. O fim do tráfico e a organização
do trabalho nas charqueadas pelotenses: ofícios e avaliação dos escravos
arrolados nos inventários de charqueadores. Aedos, Revista Eletrônica do Corpo
Discente do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS), v.2, n 4, 2009. Disponível em:
http://www.seer.ufrgs.br/index.php/aedos/article/viewFile/11190/6898
RESUMO. A comunicação discute a organização do trabalho escravo nas
charqueadas de Pelotas na segunda metade do século XIX analisando os ofícios e
a avaliação dos escravos arrolados nos inventários de charqueadores. Com base
em dados extraídos de inventários de charqueadores, procuramos uma análise
comparativa entre dois períodos: um no qual o tráfico transatlântico de
escravos era a principal fonte de trabalhadores e outro onde a crise de mão de
obra causada pelo fim desse tráfico implicou a tomada de medidas
racionalizantes por parte dos charqueadores para o prosseguimento da produção
escrava. Através da descrição de ofícios e dos valores da avaliação dos
cativos nos inventários dos charqueadores, procuramos debater questões
referentes à possibilidade de organização do trabalho em uma empresa
escravista e de especialização do trabalho escravo no período proposto.
PINTO, Natália Garcia. Trabalho e Morte: Um Estudo das
Causas de Falecimentos de Trabalhadores Cativos na Cidade Portuária de Rio
Grande (1864-1870). Aedos, Revista Eletrônica do Corpo Discente do Programa de
Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), v. 2, n. 4, 2009. Disponível em:
http://www.seer.ufrgs.br/index.php/aedos/article/viewFile/11451/6882
RESUMO. Ainda que se afirme a alta freqüência de óbitos entre os
trabalhadores cativos, este não é um ponto estudado exaustivamente na
historiografia da escravidão brasileira. Diante disso, o presente trabalho tem
por objetivo analisar as principais causas de óbitos entre os trabalhadores
escravos na sociedade riograndina no período de 1864 a 1870, com o intuito de
dimensionar um estudo das condições de vida desses trabalhadores.
PRAXEDES, Vanda Lúcia. Mulheres chefes de domicilio em
Minas Gerais - 1770-1880: novos olhares sobre um velho tema. Comunicação
apresentada no XIV Seminário sobre Economia Mineira (Seminário de Diamantina).
CEDEPLAR-UFMG, Diamantina, 24 a 28 de maio de 2010. Disponível em:
http://www.cedeplar.ufmg.br/seminarios/seminario_diamantina/2010/D10A051.pdf
RESUMO. Este trabalho discute o perfil de mulheres chefes de domicilio em Minas
Gerais, entre 1770-1880, com a finalidade de problematizar a idéia recorrente
no pensamento social brasileiro, de que a matrifocalidade estava limitada apenas
as camadas populares, mas especificamente as mulheres livres pobres, forras e
escrava. As diversas fontes documentais utilizadas, especialmente as Listas
Nominativas, evidenciaram que o fenômeno abrangia mulheres de todas as
condições sociais, inclusive mulheres brancas, abastadas que gozavam de
prestigio social. Tal constatação joga por terra uma espécie de dualismo
perverso que é a associação entre pobreza e chefia feminina, como de um fosse
condição do outro. Este trabalho é parte de um dos capítulos da tese de
Doutorado intitulada Segurando as pontas, tecendo as tramas: mulheres chefes de
domicilio em Minas Gerais - 1770-1880, de minha autoria, defendida no Programa
de Pós-Graduação em História da FAFICH/UFMG em 2008.
PRECIOSO,
Daniel. Medidas político-administrativas para acomodação social de mulatos e
forros (Minas Gerais, século XVIII). Comunicação apresentada no I Seminário
Nacional Práticas Sociais, Narrativas Visuais, Relações de Poder: visões
contemporâneas. Universidade Federal de Viçosa, 18 a 20 de maio de 2010.
RESUMO. Nas Minas Setecentistas, constituiu-se uma ampla camada de mulatos e
libertos. A mestiçagem e a prática generalizada da alforria cedo definiram, na
sociedade mineira, a presença de pretos, crioulos e mulatos forros ou livres.
As autoridades coloniais, porém, não assistiram inertes ao incremento
populacional desses grupos, pois medidas políticas para acomodar socialmente
negros e mulatos forros foram debatidas durante toda a centúria. Afinal, era
preciso tornar "úteis" indivíduos que, de outra sorte, engrossariam
a fileira de "criminosos" e "vadios". Neste sentido, a
comunicação tem por objetivo analisar cartas e correspondências, localizadas
na seção de documentos avulsos da Capitania de Minas Gerais do Arquivo
Histórico Ultramarino (AHU/MG), que foram trocadas entre a Coroa e os
conselheiros reais, vice-reis, governadores e camaristas. Em nossa análise,
perseguiremos as medidas políticas e administrativas adotadas por
administradores régios, que visavam criar um lugar social com particularidades
positivas e negativas para os mulatos e os libertos na sociedade mineira. Assim,
discutiremos como medidas opressoras e segregacionistas, na segunda metade do
século XVIII, foram revogadas por uma política de integração controlada
desses indivíduos.
PRECIOSO,
Daniel. Taxionomia das "Cores": os pardos nos registros coloniais
(Minas Gerais, século XVIII). Comunicação apresentada no III Simpósio do ILB
- Núcleo de Pesquisa Impérios e Lugares no Brasil, Itinerários da Pesquisa
Histórica: Métodos, Fontes e Campos Temáticos. Ouro Preto, ICHS- UFOP, 12 a
14 de maio.
RESUMO. O objetivo da comunicação é discutir os significados assumidos pelo
vocábulo "pardo" em Minas Gerais colonial. Antes atrelada à
mestiçagem, a palavra "pardo" passou, a partir da segunda metade do
século XVIII, a designar também a condição social e legal. Ao contrário dos
"mulatos", geralmente adjetivados pelas autoridades coloniais de
"insolentes, vadios e atrevidos" e equiparados aos "negros",
os "pardos" passaram a representar a parcela de mestiços de branco e
negro, forros ou livres, socialmente integrada, seja através do desempenho dos
serviços reais em milícias e da participação proeminente em irmandades de
seu grupo, seja pelo desempenho de artes liberais e ofícios mecânicos. No
entanto, nos registros coloniais, os significados - social, étnico, legal e
"racial" - da palavra poderiam aparecer sobrepostos ou isolados. Neste
sentido, procuraremos demonstrar como os significados do termo oscilavam,
segundo o critério classificatório, de fonte para fonte. Para tanto,
analisaremos cartas trocadas entre autoridades locais e ultramarinas, missivas
dos homens pardos enviadas ao Conselho Ultramarino, livros de irmandades pardas,
inventários, testamentos, processos de habilitação para matrimônio, mapas e
tábuas populacionais etc.
SAMPAIO, Patrícia Melo. Nas teias da fortuna:
acumulação mercantil e escravidão em Manaus, século XIX. Mneme - Revista de
Humanidades. Caiacó (RN), Curso de História da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Centro de Ensino Superior do Seridó, Campus de Caicó, v. 3,
n. 6, out./nov. 2002, p. 49-70. Disponível em:
http://www.cerescaico.ufrn.br/mneme/pdf/mneme06/004-p.pdf
RESUMO. A presença de escravos africanos na Amazônia, tradicionalmente, é
tratada como acessória e pouco significativa pela historiografia. Analisando um
conjunto de fontes seriadas (inventários post-mortem e escrituras públicas) de
Manaus, capital da Província do Amazonas no século XIX, o artigo busca
iluminar o lugar desses sujeitos sociais no espaço da produção e,
principalmente, seu papel na configuração das fortunas da cidade no curso do
Oitocentos.
SILVA, Elisa Vignolo. As formas de obtenção da alforria:
São João del-Rei 1820-1840. Comunicação apresentada no XIV Seminário sobre
Economia Mineira (Seminário de Diamantina). CEDEPLAR-UFMG, Diamantina, 24 a 28
de maio de 2010. Disponível em: http://www.cedeplar.ufmg.br/seminarios/seminario_diamantina/2010/D10A032.pdf
RESUMO. O presente artigo tem por objetivo discutir, a partir das formas que os
escravos chegavam à liberdade, a relação paternalista estabelecida entre
senhores e escravos na região de São João del-Rei. O proprietário, ao fazer
promessas aos escravos, criava-lhes a expectativa de uma alforria futura e,
conseqüentemente, os mantinham enquadrados nas regras do cativeiro. Entretanto,
os diversos sujeitos escravos interpretaram de maneiras distintas o paternalismo
empreendido pelos senhores, e nem sempre por terem a promessa senhorial da
alforria se mantiveram submissos e deixaram de lutar por privilégios no
cativeiro ou mesmo por sua liberdade. Este artigo é parte da dissertação de
mestrado defendida em 2009, intitulada Alforriados e "Fujões": a
relação senhor - escravo na região de São João del-Rei (1820-1840).
SILVA, Sidney Pereira da. As relações socioparentais
entre escravos: o batismo de escravos em Valença, Província do Rio de Janeiro
(1823-1885). Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de
Janeiro, IHGB/Imprensa Nacional, ano 166, n. 428, jul./set. 2005, p. 9-39.
Disponível em:
http://www.ihgb.org.br/rihgb/rihgb2005numero0428.pdf
RESUMO. O autor analisa as dimensões sociais do relacionamento de compadrio do
escravos em Valença (RJ). Sua intenção foi aprofundar o estudo de tais
relações as quais podem servir para criar lações de solidariedade e ajuda
mútua.
SIRTORI, Bruna & GIL, Tiago Luís. Bom dia, padrinho:
espaço e parentesco na formação de redes entre cativos nos Campos de Vacaria,
1778-18101. Revista Eletrônica de História do Brasil. Juiz de Fora,
Departamento de História e Arquivo Histórico da UFJF, vol. 10, n. 1-2,
jan.-dez. 2008, p. 142-160. Disponível em:
http://www.ufjf.br/rehb/files/2010/03/v10-n1e2-a10.pdf
RESUMO. O objetivo deste trabalho é analisar a estrutura de posse escrava na
localidade de Vacaria, nos chamados Campos de Cima da Serra entre 1770 e 1810,
especialmente as relações de compadrio estabelecidas pelos cativos na pia
batismal. Procuramos entender os elementos que interferiam na escolha dos
compadres, tais como as relações pretéritas entre os cativos, as expectativas
futuras, a relação senhor - escravo e, o que destacamos neste texto, a
geografia. Nossa hipótese aponta que a limitação espacial dos agentes
contribuía para a intensificação dos relacionamentos cotidianos, e que esta
situação se manifestava na escolha dos padrinhos. Sem querer entrar em
determinismos geográficos, procuramos compreender o peso particular desta
limitação nas escolhas dos agentes sociais, ressaltando temas como vizinhança
e amizade, além de aspectos demográficos. (Uma versão preliminar deste
trabalho foi apresentada no IV Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil
Meridional, em Curitiba, 2009).
TRUZZI, Oswaldo Mário Serra e BASSANEZI, Maria Silvia
Beozzo. População, grupos étnico-raciais e economia cafeeira: São Carlos,
1907. Revista brasileira de estudos de população [online]. 2009, vol. 26, n.
2, p. 197-218.
RESUMO. Em São Carlos, a formação de uma população estabelecida iniciou-se
ainda na primeira metade do século XIX, com as primeiras fazendas mantidas a
braço escravo. Em 1884, com a chegada da ferrovia, o município inseriu-se
definitivamente na vigorosa economia cafeeira paulista. São Carlos acompanhou
assim a transição de uma economia tocada por trabalho escravo para outra em
que predominavam colonos livres, de origem europeia, sobretudo italiana. Menos
de duas décadas após a abolição do cativeiro, a composição racial da
população alterou-se significativamente, graças ao grande afluxo de
imigrantes e, provavelmente também, ainda que em menor grau, à saída de
ex-escravos do município. Esse aporte diversificado traduziu-se no levantamento
censitário realizado no município em 1907, que abrangeu a compilação de
informações variadas referentes a 38.642 indivíduos que então o habitavam.
Este trabalho busca analisar e discutir as características demográficas e a
inserção social de diferentes grupos étnico-raciais presentes na população
de São Carlos nessa época. Sua relevância deriva também da ausência de
levantamentos populacionais no período em questão, dadas as conhecidas
deficiências do censo de 1890 e 1900 e o longo período de 34 anos de
intermitência entre o levantamento populacional da província de São Paulo de
1886 e o censo nacional de 1920, este mais confiável, porém omisso quanto à
cor dos indivíduos.
VENANCIO, Renato Pinto. Paracatu: movimentos migratórios
no século XVIII. LOCUS: Revista de História, 6. Juiz de Fora, Departamento de
História/Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de
Juiz de Fora, vol. 4, n. 1, jan./jun. 1998.
RESUMO. O presente artigo tem por objetivo analisar o processo de povoamento da
região noroeste de Minas Gerais, em particular a vila de Paracatu no século
XVIII. Utilizamos, como fontes, os registros paroquiais de batismo que indicam a
origem dos pais das crianças batizadas.
VITTORETTO,
Bruno Novelino. População Escrava em uma Economia Mercantilizada: Santo
Antonio do Parahybuna (1840-1850). História e-História. Revista eletrônica,
UNICAMP, 20 de julho de 2010. Disponível em:
http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=306
RESUMO. O autor discute o perfil da população escrava do distrito de Santo
Antonio do Parahybuna, Minas Gerais, entre os anos de 1840 e 1850. Considera-se
que a comarca no qual ele se localiza, pautada em um "modelo mercantil de
subsistência", assiste a um ritmo econômico e demográfico mais intenso
do que as outras regiões da província de Minas Gerais - com destaque para o
próprio distrito em foco - às vésperas de sua expansão cafeeira.
Comunicações apresentadas no XVII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP. Caxambu (MG), de 20 a 24 de setembro de 2010.
BACELLAR, Carlos de Almeida Prado. População e escravidão na vila de Itu, Oeste Paulista, 1698-1800. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/tema_10/abep2010_2034.pdf
RESUMO. Ao longo do século XVIII, a região denominada Oeste Paulista passou
por uma formidável transformação econômica, transformando-se de uma economia
de abastecimento para uma economia alicerçada da grande lavoura canavieira.
Nesse contexto, a vila de Itu despontou como o principal centro econômico
regional, liderando o processo de enriquecimento econômico e crescimento
demográfico. Em termos de população, o processo de transformação econômica
traduziu-se na progressiva substituição da mão-de-obra indígena pela de
origem africana. A proposta desta comunicação é justamente caracterizar a
mudança de perfil populacional desta vila, através da análise dos registros
paroquiais de batismo de livres e não livres. Desta maneira, buscaremos
identificar a dinâmica dos batismos de indígenas ao longo da primeira metade
do século XVIII, caracterizados como servos ou administrados, depois
substituídos, de maneira progressiva, pelos escravos negros e mulatos.
Pretendemos também, assim, melhor entender o processo de substituição de
mão-de-obra em Itu, e identificar quais teriam sido as possibilidades de
interação das duas populações cativas no eito e no leito, via uniões
mistas.
BARROSO, Daniel Souza. Família e imigração: o casamento, em Belém, no início do século XX. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/tema_1/abep2010_2165.pdf
RESUMO. Este trabalho tem por objetivo analisar o casamento em Belém, no
início do século XX, a partir de uma perspectiva demográfica e de gênero.
Almejamos mapear as tendências gerais dos casamentos e o perfil demográfico
dos nubentes. Inicialmente, a discussão está centrada em uma tentativa de
contextualização histórica da região, com destaque para o intenso fluxo
migratório direcionado à Amazônia desde meados do século XIX.
Posteriormente, refletimos acerca do perfil demográfico dos nubentes e das
tendências gerais dos casamentos. Dos nubentes, procuramos investigar sua
origem, idade ao casar, profissão e estado civil. Dos casamentos, destacamos a
presença de crimes sexuais e de relações consensuais e casamentos religiosos
prévios, ao mesmo tempo em que buscamos mapear a sazonalidade destes casamentos
em dias da semana, meses e anos. Para tal, utilizamos uma série composta por
5.792 registros de casamento civil, entre 1908 e 1925.
CAMPOS, Kátia Maria Nunes. Mulheres coloniais: esposas e concubinas numa sociedade escravista. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/tema_10/abep2010_2459.pdf
RESUMO. Através da metodologia de análise de casos, este artigo analisa
algumas peculiaridades dos processos de formação de família, nos diversos
grupos sociais, associados ao trabalho feminino na sociedade urbana do período
colonial mineiro, enraizado no sistema escravista. Analisa também o fenômeno
da matrifocalidade, sugerindo a existência de adaptação de práticas
culturais ancestrais na formação de famílias chefiadas por mulheres
africanas, evidenciadas por padrões de nupcialidade e fecundidades específicas
dos diversos grupos de cor.
CARDOSO, Alanna Souto. Fotografia demográfica dos cabeças de família da capitania do Pará a partir do recenseamento de 1778. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/tema_1/abep2010_2658.pdf
RESUMO. Esta comunicação faz parte de um dos capítulos da minha dissertação
de mestrado "Apontamentos para História da família e Demografia
Histórica da Capitania do Pará (1750-1790)" e engaja-se na perspectiva
teórico metodológica, na qual o "olhar demográfico-histórico"
atenta cuidadosamente para os dados revelados pelo recenseamento da Capitania do
Pará de 1778 e fotografa, por meio deles, a população paraense do período, a
partir do recorte descritivo das categorias socioeconômicas nomeadas por esse
documento, apontando alguns indicativos de como se deu a reconstituição das
estruturas demográfica e de apropriação de riqueza na fase colonial. Tal
análise, ancorada em referenciais específicos, parte do pressuposto "de
que a sociedade colonial elaborou indicadores e sistemas classificatórios dos
habitantes dentro de certo padrão de objetividade".
CUNHA, Maísa Faleiros da. Famílias escravas no norte paulista, século XIX. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/tema_10/abep2010_2413.pdf
RESUMO. Este trabalho focaliza trajetórias de famílias escravas através do
cruzamento nominativo de fontes. Ao todo, conseguimos identificar 211 famílias
que pertenceram a 31 proprietários escravistas moradores na Vila Franca do
Imperador durante o século XIX. A reconstituição dessas trajetórias foi em
parte inspirada na bibliografia existente, no entanto, desenvolvemos uma
metodologia tendo em conta as especificidades locais e que esperamos venha a
contribuir para o estuda da família escrava. Em nosso trabalho, estamos
buscando não apenas caracterizar uma paróquia e suas famílias escravas a
partir de um enfoque micro-histórico, mas também propor elementos para se
pensar a família escrava oitocentista de uma perspectiva sociodemográfica:
nupcialidade e legitimidade, idade ao casar e ao ter filhos e intervalo entre os
nascimentos.
EMMI, Marília Ferreira. A Amazônia como destino das migrações internacionais do final do século XIX ao início do século XX : o caso dos portugueses. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/tema_1/abep2010_2086.pdf
RESUMO. A imigração portuguesa na Amazônia das últimas décadas do século
XIX às primeiras décadas do século XX insere-se no conjunto das correntes
migratórias européias que se dirigiram para a região, tendo como principal
motivação a busca das riquezas decorrentes do auge da exploração da
borracha. Nessa Amazônia, terra de imigrantes, constitui nosso foco de análise
a corrente portuguesa analisada quanto a suas características
sociodemográficas, inserção socioeconômica e suas contribuições para o
processo de desenvolvimento regional.
FRANCO NETTO, Fernando & OLIVEIRA, Mariani de & PACHECHNE, Larissa Compadrio Livre, Escravo ou Forro: estratégias de sobrevivência dos cativos nos Campos Gerais do Paraná no período Imperial. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/tema_10/abep2010_2071.pdf
RESUMO. Os arquivos eclesiásticos na região dos Campos Gerais do Paraná são
ricos em documentos relacionados com os registros de batismos de escravos,
principalmente durante grande parte do período imperial. Guarapuava e Castro
foram importantes localidades de passagem das tropas a fim de abastecerem a
região sudeste com o gado proveniente da região sul. Esses registros
ajudam-nos a conhecer melhor as estratégias adotadas pelos cativos e pelos
senhores de escravos quanto às alianças de parentesco. O trabalho sugere que a
relação de compadrio entre os negros, os pardos e os libertos estavam
relacionados com a manutenção e ampliação da comunidade. Como a região
possuía pequenos proprietários de escravos, o compadrio se tornou estratégico
na busca de proteção por parte dos escravos, bem como na manutenção do
controle dos cativos, por parte dos senhores. Com isto, verifica-se também uma
parcela importante de padrinhos livres no conjunto dos batismos, reforçando os
aspectos de dominação e da reprodução da hierarquia social.
FREITAS, Denize Terezinha Leal. O casamento na Freguesia Madre de Deus de Porto Alegre: a população livre e suas relações matrimoniais de 1772-1835. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/tema_10/abep2010_2423.pdf
RESUMO. A autora investiga as principais características referentes à população livre que casa na Paróquia Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre entre 1772 e 1835. Destaca o papel das escolhas matrimoniais na constituição populacional porto-alegrense durante o final do século XVIII e meados do século XIX. Por meio da análise quantitativa dos registros paroquiais de casamentos verifica aspectos significativos sobre as relações matrimoniais, tais como: a sazonalidade do evento, índice de legitimidade dos nubentes, etc. Desta forma, procura evidenciar como se deu o processo de mobilidade através do processo de formação da Freguesia e estabilidade populacional à medida que a localidade transformava-se em Vila e, posteriormente, na cidade de Porto Alegre.
PAIVA, Clotilde Andrade & RODARTE, Mario Marcos Sampaio & GODOY, Marcelo Magalhães. Acesso digital às listas nominativas: Poplin-Minas-1830, a proposta do Cedeplar para a universalização do acesso aos dados das fontes demográficas de Minas Gerais do século XIX. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/tema_10/abep2010_2512.pdf
RESUMO. As listas nominativas constituem fragmentos de censos demográficos e
socioeconômicos do período proto-estatístico brasileiro, entre meados dos
séculos XVIII e XIX. Em Minas Gerais, o acervo de listas nominativas do Arquivo
Público Mineiro, para a década de 1830, compreende o recenseamento de
aproximadamente meio milhão de indivíduos, distribuídos por quase 85 mil
domicílios espalhados por mais de 300 localidades da província. Estima-se que
esses números respondam por cerca de 10% da população brasileira e cubram
entre 60% a 65% do contingente populacional de Minas Gerais no período. Nas
últimas três décadas, no âmbito do Cedeplar, foram concentrados expressivos
recursos financeiros e humanos na localização, recolhimento, digitalização e
sistematização dessas fontes, formando a maior base de dados reconhecida dessa
natureza. Tal universo de dados serviu de base empírica para inúmeros
trabalhos acadêmicos que contribuíram de forma decisiva para a ampliação do
conhecimento sobre a história da população mineira e brasileira. Com o
presente texto objetiva-se a apresentação e discussão de proposta do Cedeplar
para o acesso a essa base de dados que, acredita-se, permitirá disseminar ainda
mais o seu uso. Essa proposta consubstanciou-se na elaboração do programa
Poplin-Minas-1830 de consulta aos dados das listas nominativas, via Internet, e
que tem como endereço virtual o sítio do Cedeplar. Portanto, com este texto
descreve-se as funcionalidades do referido programa e apresenta-se os aspectos
metodológicos e científicos requeridos para o seu desenvolvimento.
SOUZA, Guaraci Adeodato Alves de. Regimes mais recorrentes de reprodução demográfica e estruturação das famílias, na Bahia, no século XIX. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/tema_10/abep2010_2190.pdf
RESUMO. Nesta comunicação são discutidas algumas questões e considerações sobre as tendências e características de distintos regimes mais recorrentes de reprodução demográfica e estruturação das famílias, na Bahia, no século XIX, especialmente em Salvador e no Recôncavo Baiano, buscando-se analisar os possíveis significados das mesmas para a constituição e conformação das condições da vida social, assim como as dificuldades e contradições para a sua realização em conjunturas específicas desse século. Partiu-se do que já se conhecia sobre esses regimes para uma aproximação de questões pouco conhecidas. E foram usados dados, informações, análises e questionamentos de um conjunto de obras de história social e demográfica de peso, sobre nosso contexto regional e local, como as de Gilberto Freire, Thales de Azevedo, Kátia Mattoso, Johildo L. Athayde, João José Reis, Luiz Antônio Castro Santos, Dain Eduard Borges, entre outros. O trabalho se compõe de três partes. A primeira analisa como se deu a constituição dos habitus pró-natalistas desiguais e com larga vigência histórica, assim como a diferenciação dos regimes de sucessão das gerações. Na segunda, são delineados os regimes mais recorrentes, em diferentes estratos sociais de Salvador e do Recôncavo Baiano, discutindo-se achados dos autores de referência, da perspectiva teórico-conceitual usada em trabalhos anteriores (Souza). E, na última parte, apresenta-se uma análise retrospectiva dos perfis reprodutivos e de formação das famílias de mulheres mais longevas, de gerações nascidas entre 1860 e 1880 e ainda sobrevivendo em idades avançadas (50-79 anos) na data do Censo de 1940, indicando-se perspectivas e hipóteses sobre os regimes de sucessão das gerações caracterizados por mais intensa procriação, nas últimas décadas no século XIX, no conjunto da Bahia.
TEIXEIRA, Paulo Eduardo. Aspectos da reprodução populacional de Campinas. A fecundidade e a mortalidade da população livre (1774-1850). Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/tema_10/abep2010_2159.pdf
RESUMO. A cidade de Campinas foi fundada no dia cinco de fevereiro de 1842, no
entanto temos informações sobre o povoamento da localidade para o ano de 1767,
quando ela ainda era um bairro da vila de Jundiaí e tinha 268 habitantes,
segundo os dados das Listas Nominativas de Habitantes. Essa mesma documentação
apontou que em 1798 portanto um ano depois da localidade ser elevada à
condição de vila, batizada com o nome de vila de São Carlos, já possuía uma
população de pouco mais de 2.500 pessoas, entre livres e escravos. Em 1829
temos informações que apontam para um ritmo de crescimento muito
significativo, quando a população absoluta chegou a 8.545 habitantes. No ano
de 1854 Bassanezi calculou que a população total era de 14.201 pessoas, sendo
pouco mais da metade constituída de escravos. Neste estudo propomos analisar
dois aspectos importantes para entender o crescimento populacional de Campinas,
a fecundidade e a mortalidade da população livre. Assim, nos valemos dos
registros paroquiais de batismo, casamento e óbito, para o período inicial de
seu povoamento, passando pelo período em que ela tornou-se uma importante vila
paulista, até chegar a ser uma cidade imperial, para extrair os dados vitais
para realizar a reconstituição de famílias, método este que nos possibilitou
estudar vários aspectos da fecundidade e da mortalidade dessa população.
Utilizamos o software Sygap para viabilizar o cálculo das informações
colhidas a partir dos registros paroquiais, que somaram mais de 23.000 registros
ao longo do período 1774-1850. Os resultados apontaram para uma elevada taxa de
fecundidade para as mulheres entre 12 e 29 anos, maiores que as encontradas em
outros estudos sobre localidades como Ubatuba (Marcílio), Sorocaba (Bacellar) e
Curitiba (Burmester). A mortalidade infantil foi responsável por 31,5% do total
de óbitos no período 1774-1794, de cerca de 37% no lapso 1795-1819 e de 29,5%
entre 1832 e 1850. Isso atesta a debilidade dos recursos médicos e de saúde
reprodutiva da mulher daquela época, na qual, sobretudo a mortalidade neonatal,
era muito elevada. Em suma, as suspeitas de Maria Luiza Marcílio quanto à
existência de elevadas taxas de fecundidade legítima se confirmaram,
garantindo assim uma pronunciada natalidade. Por sua vez, as taxas de
mortalidade encontradas se mostraram menores que as concernentes à natalidade,
favorecendo a existência de um forte ritmo de crescimento vegetativo da
população.
TRUZZI, Oswaldo Mário Serra. Pautas matrimoniais na economia cafeeira paulista: São Carlos, 1860-1930. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/tema_10/abep2010_2290.pdf
RESUMO. O objetivo do presente trabalho é apresentar e discutir as pautas
matrimoniais vigentes em um município típico da economia cafeeira paulista
entre os anos de 1860 e 1930. Localizado no interior paulista, o município de
São Carlos foi fundado em 1857 e conformou-se, a partir da penúltima década
do século XIX, como um município bastante representativo da economia cafeeira
que se desenvolveu no estado. De fato, com uma mão de obra inicialmente
composta por escravos negros, a partir dos anos de 1880 o município passou a
receber um número muito expressivo de imigrantes europeus - italianos,
portugueses, espanhóis, alemães, turcos, russos e de outras origens
numericamente menos significativas - para trabalhar nas plantações de café, a
ponto de em 1894 ter recebido o maior contingente de imigrantes de toda a
economia cafeeira paulista. A partir de uma análise dos 15.011 registros
paroquiais de casamento observados no período, o trabalho discute a evolução
das preferências matrimoniais desses diversos grupos que, ao lado de
brasileiros brancos e negros, conformaram uma população estimada em 60 mil
indivíduos em 1930. Além disso, como os italianos constituíram, após os
brasileiros, a nacionalidade mais importante, discutem-se os padrões de
endogamia (por região da Itália) observáveis nesse grupo.
UMBELINO, Glauco & CARVALHO, Rodrigo & ANTUNES, Américo. Reconstituição dos caminhos da Estrada Real através da cartografia histórica e do geoprocessamento. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/tema_10/abep2010_2340.pdf
RESUMO. A partir do uso da cartografia histórica e de técnicas de
geoprocessamento, foi desenvolvida uma metodologia que permitiu a
reconstituição cartográfica dos caminhos da Estrada Real, fundamentais para a
ocupação territorial mineira. Para isso, foram cruzadas as informações
existentes em um mapa produzido em 1778 pelo militar português José Joaquim da
Rocha, com as informações georeferenciadas de remanescentes de calçamentos,
pontes e registros do século XVIII. Tal metodologia serviu de aporte para que o
IPHAN submetesse a Estrada Real à avaliação da UNESCO, visando sua
inscrição na Lista do Patrimônio Mundial da Humanidade, reconhecendo-a como
rota cultural do Brasil e do mundo.
WAGNER, Ana Paula. Porque sua Majestade quer saber o "número de vassalos que habitam nos seus domínios": recenseamentos da África Oriental Portuguesa no último quartel do século XVIII. Disponível em:
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/tema_10/abep2010_2094.pdf
RESUMO. Ainda que se considere que a relação entre população e geração de
riqueza ganhe destaque no século XIX, com Malthus, este enfoque é anterior,
como demonstram os esforços da Coroa portuguesa que, na segunda metade do
setecentos, empenhou-se, de modo mais efetivo, em conhecer quantos eram os
habitantes de seus domínios ultramarinos visando, sobretudo, ao aproveitamento
econômico desse tipo de informação. Esta iniciativa mostrou-se próxima a
idéias de governo colocadas em relevo na Europa do Antigo Regime, muitas das
quais derivadas dos mercantilistas e aritmético-políticos ingleses do século
XVII (G. King, J. Graunt, W. Petty, Ch. Davennant). Nesse sentido, é possível
considerar que ocorreu, naquele contexto, uma disposição em produzir um saber
instrumental a partir de dados populacionais. Verificou-se, assim, que, em 1776,
autoridades civis e religiosas da África Oriental Portuguesa receberam uma
ordem proveniente do reino para que efetuassem recenseamentos periódicos das
populações residentes nas regiões a elas subordinadas, pois era "ponto
de tanta importância, como é o de saber Sua Majestade o número de Vassalos,
que habitam nos seus Domínios". A partir da ordem em questão e de como
ocorreu a contagem anual dos habitantes daquele domínio português,
apresentamos e discutimos o processo de produção desse importante instrumento
administrativo e, hoje, valioso material de pesquisa para estudos de história
das populações. Assim, quando se considera o processo de elaboração dessas
listas dos habitantes da África Oriental Portuguesa - recebimento da ordem,
leituras que os funcionários fizeram desta ordem, dificuldades práticas
encontradas para a confecção das listas, condições de remessa para a
autoridade régia local e para o reino - diversas particularidades da história
da capitania de Moçambique e Rios de Sena são iluminadas, possibilitando uma
melhor compreensão da dinâmica econômica, administrativa e populacional da
região em foco, bem como construir uma discussão acerca do próprio conceito
de população.
TRABALHOS PARA OS QUAIS NÃO DISPOMOS DE RESUMOS
CUNHA,
Vagner da Silva. A "Rochela" das Minas de Ouro? Paulistas na vila de
Pitangui (1709-1721. Belo Horizonte, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
- UFMG, Dissertação de mestrado, 2009, mimeo.
SILVA, Elisa Vignolo. Alforriados e "Fujões": a relação senhor -
escravo na região de São João del-Rei (1820-1840). Dissertação de mestrado,
2009, mimeo.
PRAXEDES, Vanda Lúcia. Segurando as pontas e tecendo as tramas: Mulheres chefes
de domicílio em Minas Gerais (1770-1880). Belo Horizonte, Faculdade de
Filosofia e Ciências Humanas - UFMG, Tese de doutoramento, 2008, mimeo.
Dar-se-á em breve o lançamento da versão em português de Slavery in Brazil
KLEIN,
Hertbert S. & LUNA, Francisco Vidal. Escravismo no Brasil. São Paulo,
Edusp, 2010.
Os objetivos deste livro são
introduzir o leitor nas últimas pesquisas realizadas sobre o tema da
escravidão, elucidar a experiência brasileira e fornecer uma base de
comparações para os demais sistemas escravistas na América. Como assinalam os
próprios autores, a organização da obra é algo incomum, já que buscaram
apresentar o tema numa perspectiva cronológica ao mesmo tempo que numa
análise estrutural.
Recomendamos a leitura dos artigos publicados na 42ª edição da revista Histórica – publicação on-line do Arquivo Público do Estado de São Paulo. Acesse:
http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/
Com
satisfação comunicamos o lançamento da Revista Crítica Histórica da
Universidade Federal de Alagoas
Disponível para acesso e download gratuitos no site
http://sites.google.com/site/revistacriticahistorica
Conheça o site do Centro de Memória da Amazônia da Universidade Federal do Pará e os dados demográficos que vem disponibilizando na Internet:
http://www.ufpa.br/cma/index.html
A Universidade Federal do Rio de Janeiro disponibilizou na Internet a versão integral de cerca de 80 obras do total de 415 da Coleção Brasiliana editada pela Cia. Editora Nacional. Para consultá-las visite o site abaixo.
LIMA,
Carlos Alberto Medeiros. Artífices do Rio de Janeiro (1790-1808). Rio de
Janeiro, Editora Apicuri, 1a. reimpressão, 2008, 332 p.
APRESENTAÇÃO. Analisa as condições de existência do artesanato na sociedade
colonial, na passagem do século XVIII para o XIX. Estuda a cidade do Rio de
Janeiro, usando como fontes básicas os regimentos dos exames corporativos, as
licenças para oficinas, dadas pela Câmara da cidade e inventários post-mortem
de artesãos. Demonstra que o artesanato era de natureza escravista e
colonial, o que resultou na dependência frente ao capital mercantil, num
processo produtivo tosco, com limitadas possibilidades de acumulação e
mobilidade social, em padrões de crescimento puramente extensivos e na
liberação de interações competitivas entre os mestres artesãos, fugindo à
organização tradicional européia dos artífices em corporações de ofício.
Como afirma Hebe Mattos, responsável pela apresentação da obra, trata-se de
"pesquisa municiosa, inovadora, vem trazer subsídos aos debates em curso
sobre os significados da escravidão para a sociedade colonial no Brasil. Estudo
de história econômica e social... que se debruça nas teorias e
interpretações, refaz os percursos dos debates historiográficos e produz
material empírico, quantitativa e qualitativamente relevante, para intervir no
conhecimento histórico."
No ROL -- Relação de Trabalhos Publicados na Área de História Demográfica --, além da referência bibliográfica completa de todos os trabalhos divulgados nos distintos números do BHD, são apresentadas, sempre que possível, resenhas ou resumos de tais obras. Trata-se, pois, de um arquivo com um vasto repertório de livros, artigos, teses, dissertações e demais estudos relativos ao nosso campo de especialização.