bhd64

Ano XVIII, n. 64, maio de 2011

SUMÁRIO

Em obediência à nova orientação do BHD passaremos a divulgar e a integrar ao ROL, tão só, os trabalhos cujas informações nos forem enviadas por seus autores; tais referências bibliográficas devem vir acompanhadas de resumo. Como sempre, interessa-nos fazer chegar a nossos leitores todo material relacionado à história demográfica, trate-se de pesquisas universitárias ainda inéditas, de artigos e livros já publicados, dissertações, teses ou comunicações apresentadas nos mais variados tipos de eventos acadêmicos. Também estamparemos os endereços eletrônicos de sites ou blogs mantidos por colegas e nos quais sejam divulgados seus estudos desenvolvidos em nossa área de especialização; para tanto, solicitamos aos amigos que nos remetam as informações que desejam ver difundidas.

MACHADO, Cacilda. A inserção social de negros, índios e bastardos a partir de registros de óbitos (planalto paranaense na primeira metade do século XVIII). Ponta Grossa, UEPG, Revista de História Regional, 15(2):160-183, Inverno, 2010. Disponível em:
http://www.revistas.uepg.br/index.php?journal=rhr&page=issue&op=view&path%5B%5D=87&path%5B%5D=showToc

GOMES, Flávio dos Santos. Africans and Slave Marriages in Eighteenth-century Rio de Janeiro. The Academy of American Franciscan History, The Americas, volume 67, number 2, october 2010, p. 153-184.

PREVIEW OF THE ARTICLE. During slavery in the Americas, whether plantation, mining or urban, captives, Creoles, freedpersons and Africans invented various forms of socialization, in part through family arrangements. The slave family is one of the most prominent themes in recent studies of Brazilian slavery. Until the 1970s, several authors claimed that such families did not exist; however, contemporary studies have revised many of the arguments about slaves' experiences and daily lives. Based on statistical sources (post-mortem inventories, lists of names, population censuses, and parish records) historians have demonstrated that, despite their living conditions, workdays, specific demographics, illness, mortality, etc., a considerable part of the slave population was able to establish families and compadrio relations by employing various strategies. Criticizing the manner in which travelers' reports were used in historiography in the 1960s and 1970s, Slenes proposes a theoretical perspective for investigating the connections between "policies of domination" and "slave plans," and suggests new demographic approaches for original cultural and social history. While agreeing with this perspective, I also argue in this article that family arrangements and forms of compadrio helped slaves invent identities related to the communities in which they lived. One aspect of slave sociability can be analyzed using parish records. I have assessed patterns of marriage and compadrio in the Captaincy of Rio de Janeiro, in the rural parish of Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande, near the Guanabara bay area, and evaluated how the slave population underwent demographic changes that influenced their society and culture.

LUNA, Francisco Vidal & KLEIN, Hertbert S. Escravismo no Brasil. São Paulo, EDUSP/IMESP, Tradução: Laura Teixeira Motta, 2010, 400 p.

Os autores trazem ao leitor muitos dos resultados das últimas pesquisas realizadas sobre o tema da escravidão, elucidam a experiência brasileira e fornecem uma base de comparações para os demais sistemas escravistas da América. Como assinalam Luna e Klein, a organização da obra é audaciosa, já que buscaram apresentar o tema numa perspectiva cronológica ao mesmo tempo que segundo uma análise estrutural.

El Centro de Documentación Histórica del Río de la Plata, en el marco de las conmemoraciones del Bicentenario de la Revolución Oriental, informa que ya está disponible la Edición Extraordinaria Nº 3 de la revista digital Estudios Históricos, dedicada a ARTIGAS, en la siguiente dirección: www.estudioshistoricos.org

La edición es fruto de un largo período de análisis bibliográfico que llevo a una selección documental de los 34 tomos editados del Archivo Artigas, siguiendo el criterio de publicar un conjunto de documentos esenciales que exponen el pensamiento y la acción política, militar, económica y social de Artigas entre 1811 y 1820.

El trabajo editado se compone de un sumario analítico de cada tomo, acompañado por la reproducción de los documentos citados, lo cual permite acceder al documento directamente y sin comentarios de un tercero.

Este es un aporte genuino a la difusión del pensamiento artiguista, facilitando la lectura de originales en formato digital, ya que es muy difícil leer el archivo en formato papel dado su enorme volumen.

Prof. Mag. Eduardo R. Palermo
Director de Estudios Históricos

SILVA, Gian Carlo de Melo. UM SÓ CORPO, UMA SÓ CARNE: casamento, cotidiano e mestiçagem no Recife colonial (1790-1800). Recife, Ed. Universitária UFPE, 2010, 216p.

RESUMO. A obra Um só Corpo, Uma só Carne mostra como o sacramento matrimonial esteve presente na sociedade pernambucana no final do século XVIII, busca-se entender como as práticas cotidianas e o casamento movimentavam a sociedade da época. Do mesmo modo, o autor analisa como a população da freguesia estava inserida socialmente no espaço eclesiástico, aceitando normas da Igreja e adaptando-as de acordo com suas necessidades mais imediatas. No âmbito deste contexto de normas inserem-se as Ordenações Filipinas e as Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia, códigos que regiam as esferas civis e eclesiásticas do período colonial. A partir de tais leis, a obra descortina a sua aplicação no cotidiano do Recife entre os anos de 1790 e 1800. Algo que proporciona entender questões como: as idades dos nubentes, os costumes acerca dos horários, dias e meses do ano nos quais aconteciam as celebrações. Além disso, os registros de casamento, respondem questionamentos acerca da inserção social que o ato de casar poderia proporcionar aos homens e mulheres dos Setecentos. Ao longo do estudo é possível identificar uma permanência dos nubentes dentro de seu grupo de origem, confirmando os dados já encontrados para outras localidades, de que ao menos na união legitimada pela Igreja, poucos foram os casais mistos, existindo uma obediência ao "principio de igualdade", em que os parceiros para o casamento deveriam pertencer ao mesmo grupo e cor da pele, algo que era aconselhado pelos manuais de casamento da época e pelos costumes da sociedade. Por fim, a documentação matrimonial torna-se fundamental para entender como estava distribuída a população da freguesia de Santo Antônio do Recife. Esse processo de construção social é percebido quando os casamentos são associados aos dados dos levantamentos populacionais, possibilitando encontrar uma sociedade mestiça, que convivia no Recife colonial, e que teve no casamento um espaço, um ponto onde as pessoas poderiam conseguir inserção na sociedade, a partir da formação dos laços familiares e de solidariedade. Puxando os fios que entrelaçavam o cotidiano e as histórias de pessoas comuns, que viviam numa sociedade católica, o autor mostra que os casados encontraram no matrimônio um lugar que proporcionava vantagens que só estes usufruíam. Ao descortinar uma realidade que não podemos observar, essa obra preenche lacunas e enriquece a história do Recife e do Brasil concernente ao século XVIII, contribuindo expressivamente para os estudos acerca da família e das relações sociais.

PIRES, Julio Manuel & COSTA, Iraci del Nero da (orgs.). O Capital Escravista-Mercantil e a escravidão nas Américas. São Paulo, EDUC/FAPESP, 2010, 226 p.

Neste volume vão reunidos estudos publicados esparsamente, nas últimas décadas, trabalhos esses que representam solução consistente para um problema teórico até agora não resolvido satisfatoriamente por nossos estudiosos, qual seja, uma explicação plena, no campo do pensamento marxista, para a existência e superação do sistema escravista moderno estabelecido no Brasil e em várias outras áreas das Américas. Para tanto, vimo-nos obrigados, também, a reavaliar a visão clássica formulada no primeiro meado do século XX sobre a formação social e econômica do Brasil.

OLIVEIRA, Paloma Rezende de. Criança: "Futuro da Nação", "Célula do Vício" - políticas de assistência à infância em Juiz de Fora/MG na transição Império/República. Juiz de Fora, Universidade Federal de Juiz de Fora, Dissertação de Mestrado, 2009, 164 p.

Para ler a versão integral da dissertação .

No ROL -- Relação de Trabalhos Publicados na Área de História Demográfica --, além da referência bibliográfica completa de todos os trabalhos divulgados nos distintos números do BHD, são apresentadas, sempre que possível, resenhas ou resumos de tais obras. Trata-se, pois, de um arquivo com um vasto repertório de livros, artigos, teses, dissertações e demais estudos relativos ao nosso campo de especialização.