NÚCLEO DE ESTUDOS EM HISTÓRIA DEMOGRÁFICA

BOLETIM DE HISTÓRIA DEMOGRÁFICA

Ano II, n. 8, Novembro de 1995

SUMÁRIO

Apresentação

Artigos

Notícia Bibliográfica

Pesquisas em Andamento

Resumos

Resumos - SEADE/DOCPOP

Publicações Recebidas

Programas de Cursos

Censo de Demografia Histórica

Seminário Permanente IPE-USP

Relação de Trabalhos Publicados

Pesos e Medidas

Estatísticas Retrospectivas

Aos Colaboradores

 

Editores deste número: José Flávio Motta e Nelson Nozoe

 

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APRESENTAÇÃO

É com satisfação que o N.E.D.H. - Núcleo de Estudos em História Demográfica da FEA/USP dá a público o oitavo número do BHD-Boletim de História Demográfica, completando assim dois anos de existência. Os editores agradecem a todos os que colaboraram para que esta marca pudesse ser atingida, ao passo que reafirmam o caráter aberto desta publicação, conclamando todos os pesquisadores a enviar contribuições sob a forma de artigos, resenhas, notas de pesquisa em andamento, notícias e informes em geral, referenciações e resumos de seus trabalhos etc.

Particularmente, a satisfação dos editores deste número do BHD é devida ao fato de que nosso Boletim tem sua existência marcada por crescente vitalidade, manifesta em seu conteúdo cada vez mais alentado e variado. Assim, o "n. 8" compõe-se de interessante artigo de natureza metodológica, do arrolamento das listas nominativas existentes no Arquivo do Estado de São Paulo, da resenha de uma tese de Doutoramento recém-defendida na FFLCH/USP, do informe sobre duas pesquisas em andamento, de pós-graduandos, de extensa lista de resumos de trabalhos publicados na área, alguns dos quais fornecidos pelo SEADE-DOCPOP, do programa de um curso que será oferecido no próximo semestre letivo pelo IPE/USP, de resultados parciais do Censo de Demografia Histórica e da transcrição de trechos de obras que trazem dados sobre pesos e medidas e estatísticas da população provincial brasileira em alguns anos do século dezenove. Por fim, são noticiados um conjunto de eventos, inclusive a realização da 19a. sessão do Seminário Permanente de Estudo da Família e da População no Passado Brasileiro, e mencionadas as diversas publicações recebidas pelo N.E.D.H.

 

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ARTIGO

CONSIDERAÇÕES SOBRE A CRÍTICA DE FONTES PRIMARIAS:

O CASO DAS LISTAS NOMINATIVAS

 

Luciana Mendes Santos Servo

Renato Leite Marcondes

 

O crescente número de trabalhos na área de demografia histórica e mesmo em outras áreas com a utilização de uma ampla massa de documentação primária conduziu os pesquisadores a defrontarem-se com uma série de questionamentos a respeito da confiabilidade das informações presentes nas fontes primárias de seus estudos. Não obstante, realizavam uma crítica genérica das fontes, em parte decorrente da dificuldade do interessado em abordar e avaliar a dimensão do problema de forma mais específica e até prescritiva. Recentemente, alguns trabalhos procuraram colocar à disposição dos pesquisadores instrumentos e critérios para a crítica das fontes primárias.

Este texto objetiva divulgar as principais conclusões de tais trabalhos, os quais avançaram no entendimento dos problemas da documentação. Primeiramente, concentra-se na consideração de Fernández (1989) sobre a consistência das listas nominativas. Num segundo momento, analisam-se os artigos de Nozoe & Costa (1991 e 1992), nos quais se percebem comportamentos distintos do recenseador na coleta das informações e uma proposta de avaliação de tais atuações. Deve-se ressaltar o caráter ainda inicial destes estudos e a necessidade da reprodução dos critérios propostos para fontes, localidades e momentos distintos, como também de avançar na criação de outros métodos e em formas de correção das distorções encontradas.

 

I - A CONSISTÊNCIA DAS LISTAS NOMINATIVAS

 

O trabalho de Fernández (1989) marca-se, antes do mais, por ser um dos pioneiros na tentativa de criticar as fontes primárias à disposição do pesquisador. O trabalho dividi-se em cinco partes: (i) listas nominativas: descrição dos dado existentes; (ii) problema da identificação; (iii) tipologia das inconsistências; (iv) comparações intra-anuais; (v) comparações interanuais. O autor centrou-se na análise da consistência das listas nominativas de habitantes, partindo do estudo das mesmas para a localidade de Ubatuba em dois anos consecutivos: 1805 e 1806. A unidade de análise foi o "fogo" ou domicílio e seus respectivos moradores.

O autor ressaltou que "(...)para se analisar a inconsistência nas listas nominativas, preciso partir do princípio de que o sujeito, ao qual se atribui predicados incompatíveis é o mesmo" (Fernández, 1989, p.481). Assim sendo, o primeiro problema que se coloca ao pesquisador refere-se à identificação. Indivíduos com mesmo nome em duas listas diferentes não são necessariamente a mesma pessoa, bem como indivíduos com nomes diferentes podem vir a ser o mesmo sujeito. Para a identificação, deve-se levar em conta não só o nome, mas também idade, origem, cor, estado conjugal, tanto para o chefe quanto para os demais moradores do fogo. Para Ubatuba, Fernández percebeu que 90% dos indivíduos foram identificados de um ano para outro. Identificados os indivíduos, Fernández criou uma tipologia das inconsistências que se observaram nas listas em dois anos consecutivos: mudanças de nomes, origens diferentes, alteração da cor, idade acrescida de mais de dois anos, casualidades(omissão de variações no número de moradores de um fogo). Salientou que variáveis como produção e atividade econômica não são passíveis desse tipo de análise.

Um problema pouco comum, enfrentado pelo autor, referiu-se à existência de diferentes versões de uma mesma lista nominativa: "(...) As duas vias de uma mesma lista podem apresentar variações que, embora em geral sejam pequenas, podem causar distorções de proporções significativas nas pesquisas. Em particular, a mais importante do meu ponto de vista foi a alteração da sequência de fogos" (Fernández, 1989, p. 485).

Para comparações intra-anuais (duas vias de uma mesma lista), o autor notou que em 28% dos casos ocorreu algum tipo de erro. Ao examinar os resultados interanuais, 42% dos fogos da primeira e 21% dos domicílios da terceira companhia apresentaram algum tipo de inconsistência. Em relação aos dados referentes a cor, idade, estado conjugal e origem, Fernández concluiu que as inconsistências não comprometem a utilização da documentação, mesmo para as idades, nas quais foi encontrado um maior número de erros.

Do estudo realizado por Fernández, destaca-se a tentativa de chamar a atenção para a necessidade de uma postura crítica, mas não pessimista, perante as diversas fontes primárias. Dadas as inconsistências, deve-se avançar na direção de um trabalho de caráter mais prescritivo.

 

II - ATRIBUIÇÃO DAS IDADES

 

"Achegas para qualificação das listas nominativas", escrito por Nozoe & Costa (1991), destaca-se pelos métodos desenvolvidos para crítica das listas nominativas de habitantes. Nesse estudo foram compulsadas as listas nominativas de Lorena para o período de 1798 a 1812. Em um texto corrido, sem uma divisão por partes, os autores ressaltaram o papel do recenseador nos informes das idades, não mais visando à análise da consistência da listas, mas buscando atestar a qualidade dessas fontes. Segundo os autores, a escolha das idades como variável-chave teria suas vantagens e uma delas estaria "(...)no fato de a mesma evidenciar imediatamente o comportamento dos elementos envolvidos no levantamento" (Nozoe & Costa, 1991, p. 272).

Os autores perceberam duas situações possíveis: o recenseador realizou a coleta original dos dados ou o recenseador apenas atualizou a lista, sem um levantamento efetivo. A análise da freqüência relativa (FR) do algarismo final das idades, para os chefes de fogo e respectivas esposas (excluindo-se velhos e crianças em função de um maior grau de interferência do recenseador), permitiria verificar se o levantamento foi efetivo ou se os dados foram simplesmente atualizados com base no ano anterior.

O primeiro passo foi a análise das idades conjuntas do chefe do domicílio e respectivos cônjuges. A ocorrência de coletas originais de dados seria evidenciada pelo predomínio das idades com algarismos de final 0 e 5, devido à preferência do recenseador na atribuição destes dígitos. Este fenômeno corresponde ao que teria sido observado para os anos de 1798 e 1802.

A atualização, referente a um ano imediatamente posterior ao levantamento efetivo, seria indicada pelo acréscimo da unidade (predomínio dos algarismos 1 e 6), como é o caso de 1803. Para atualizações subseqüentes, os finais de idades seriam variáveis. Quanto aos novos moradores da localidade, observou-se a preferência do recenseador em imputar-lhes idades terminadas em 0, sendo que nos anos subseqüentes suas idades seriam atualizadas. No decorrer do período, os dados "(...) tenderiam a ser mais homogêneos no tempo, com maior equilíbrio entre os mesmos. A expressão estatística deste fenômeno é dada por valores cadentes do coeficiente de variação [(desvio padrão.100)/média]" (Nozoe & Costa, 1991, p. 276). Altos coeficientes de variação associar-se-iam a momentos de levantamento efetivo.

Das informações obtidas para o conjunto das idades, os autores afirmam que "(...) depreende-se que a atualização ou incorporação de novos habitantes, implementadas pelo recenseador, pode levar a que se encontre, para um dado ano, idades distribuídas de modo bastante equilibrado entre terminações. Tal fato poderia sugerir ao pesquisador que a lista nominativa correspondente resultou de um levantamento original, realizado de maneira criteriosa. Todavia, como demonstrado, esta harmonia advém do concurso sistemático de vieses. Assim sendo, caso seja de seu interesse trabalhar com uma lista baseada em levantamento original, o pesquisador deve optar por aquela referente ao ano para o qual apresentar-se maior desequilíbrio" (Nozoe & Costa, 1991, p. 277).

O passo seguinte dos autores consistiu em acompanhar, para o período 1801-1804, individualmente, os habitantes na faixa etária de 23 a 62 anos. A intenção era "(...)determinar de modo mais apurado o comportamento do recenseador em relação aos moradores constantes de listas de anos subsecutivos, bem como o tratamento dispensado àqueles anualmente incluídos" (Nozoe & Costa, 1991, p. 277). Para isso, inicialmente, construíram um gráfico com a freqüência das idades na referida faixa etária para o ano de 1802. A maior freqüência das idades terminadas em 0, seguida pela terminação 5, corroborou a conclusão extraída da análise conjunta das idades, ou seja, 1802 seria um ano de ocorrência de um levantamento efetivo para a localidade de Lorena. Observaram, ainda, que para os novos moradores havia uma elevada ocorrência das idades terminadas em 0, reforçando a conclusão anterior sobre o papel do recenseador quanto a esses habitantes.

As constatações quanto às maiores freqüências relativas de determinadas terminações a depender do papel do recenseador -- atualização ou levantamento efetivo -- são o primeiro passo desses autores em direção a um trabalho mais prescritivo. A principal conclusão desse trabalho é que uma menor atribuição de informações por parte do recenseador é inversamente proporcional à "qualidade" da documentação (menor atribuição, melhor "qualidade"). A partir desse estudo, eles avançariam, em texto escrito em 1992, no sentido de aplicar determinadas estatísticas à crítica das fontes primárias.

 

III - AVALIAÇÃO DAS FONTES

 

A proposta de avaliação das idades nas fontes primárias presente no trabalho de Nozoe & Costa (1992) permite ao pesquisador, com o uso de um método simples, a qualificação da documentação compulsada. A partir deste instrumento poderemos ter uma informação mais precisa da confiabilidade da fonte específica de cada pesquisador em relação às fontes semelhantes já utilizadas por outros estudiosos.

Em seu artigo Nozoe & Costa utilizaram os informes das idades como indicador da "boa qualidade" da documentação, especialmente quando for menor a atribuição das informações pelo recenseador (como foi visto no artigo anterior dos autores). Para tanto, houve a comparação de fontes, nas quais as idades foram declaradas, com outras em que a imputação ocorria aliada à declaração. Nestes últimas seria esperado um padrão na atribuição dos valores, que permitiria perceber a presença de maior ou menor grau das idades imputadas. Quando alguns dígitos das idades, em geral o 0, 5 e 8, concentram uma parcela muito superior à esperada pode-se afirmar a possibilidade de um maior peso de imputação das informações.

Os indicadores selecionados foram a participação do dígito zero no total das idades, os índices de Whipple e Myers. Estes últimos são calculados da seguinte forma:

 

INDICE DE WHIPPLE = 500(FRm + FRn)

FR = frequência relativa (concentra nos dois dígitos mais frequentes [m,n], em geral 0, 5 ou 8)

Os valores variam de 100 (menor concentração) a 500 (concentração absoluta)

INDICE DE MYERS = 100 S |FRi - 0,10|

i = dígitos de 0 a 9 (mede o grau de afastamento global do conjunto observado)

S = somatório

| | = módulo

Os valores variam de 0 (afastamento nulo) a 180 (afastamento total)

 

Os autores compulsaram as fontes nas quais as idades foram declaradas (devassas de Minas Gerais e o censo de 1870 do Rio de Janeiro) e as listas nominativas de São Paulo e Minas Gerais. A análise das idades restringiu-se aos homens livres de 23 a 62 anos em virtude da primeira documentação. As conclusões decorrentes destas fontes mostraram um padrão para a aceitação da "boa qualidade" da fonte, razoável de acordo com as idades declaradas na documentação utilizada pelos autores. Tal padrão apresenta os seguintes limites superiores:

- dígito zero com participação até de 25%

- índice de Whipple menor de 230

- índice de Myers menor de 60

Deve-se salientar, como visto na seção anterior, que a simples atualização das idades pode provocar a diminuição da discrepância dos valores dos indicadores acima. Tal fato poderia conduzir à aceitação dos informes como sendo de "boa qualidade", quando na realidade são produto não de um novo levantamento, mas de uma interferência do recenseador. Assim, estes indicadores não podem ser utilizados de maneira absoluta.

A análise para os demais contingentes da população mostrou uma maior discrepância das idades dos cativos e agregados em relação às dos livres. As diferenças das idades por sexo foram mais significantes para os livres do que para o conjunto dos escravos e agregados.

Assim, o pesquisador que refizer tais testes para sua documentação poderá ter uma avaliação mais criteriosa da qualidade da sua documentação. Vale observar novamente que a crítica das fontes primárias no Brasil ainda está em um estágio inicial; assim, é imperiosa a feitura de outros estudos, tanto na replicação dos instrumentos já disponíveis quanto na criação de métodos mais refinados de avaliação, consistência e correção das distorções.

 

Observação: Aos pesquisadores interessados em realizar tais testes, recomenda-se a leitura dos artigos aqui resenhados e a utilização do programa "Cálculo para datação das listas nominativas" (São Paulo, FEA/USP, 1991, disquete). Este último pode ser solicitado à editoria do BHD.

 

Referências Bibliográficas:

FERNÁNDEZ, R.V.G. A consistência das listas nominativas de habitantes da Capitania de São Paulo: um estudo de caso. Estudos Econômicos, v. 19, n. 13, p. 477-496, set./dez. 1989.

 NOZOE, N. & COSTA, I. Achegas para a qualificação das listas nominativas. Estudos Econômicos, v. 21, n. 2, p. 271-284, maio/ago. 1991.

 NOZOE, N. & COSTA, I. Sobre a questão das idades em alguns documentos dos séculos XVIII e XIX. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 34, p. 175-182, 1992.

 

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NOTÍCIA BIBLIOGRÁFICA

 

BRIOSCHI, Lucila Reis. Criando História: paulistas e mineiros no nordeste de São Paulo; 1715-1835. Tese de Doutorado. São Paulo, FFLCH/USP, 1995, 267 p. (mimeografado).

O objetivo principal desta tese de doutoramento recentemente defendida é lançar luz sobre a estrutura social forjada no decorrer do processo de colonização do nordeste paulista (antigo sertão do Rio Pardo), da ocupação desta vasta região -- povoada por paulistas que, agraciados com sesmarias, instalaram-se às margens do caminho de Goiás -- até a vinda dos mineiros, em princípios do século XIX.

Trata-se, fundamentalmente de um ambicioso estudo de caráter histórico-sociológico, cujo realce inicial recai sobre esforço deliberado de fazer uso de uma lista extensa de fontes manuscritas, algumas delas bastante pobres em informações:

1. Maços de População de Moji Guaçu entre 1765 e 1824
2. Maços de população de Franca/Batatais de 1824 a 1835
3. Registros Paroquiais (batismos, casamentos e óbitos)
a) Livro de Batismos de Caconde (Adriano Campanhole): 1775 a 1801
b) Livro de Casamentos de Moji Guaçu (Roberto Vasc. Martins): 1736 a 1775
4. Inventários e testamentos
5. Livros de Tombo da Igreja Católica
6. Registro Paroquial de Terras
7. Processos de Divisão e Demarcação de Terras

As informações básicas para a feitura da tese foram, contudo, extraídas das Listas Nominativas, empregadas em metade dos dez capítulos que a compõem, contadas as considerações finas. Além disso este corpo documental permitiu a elaboração de um volumoso e precioso apêndice quantitativo colocado ao final do trabalho.

As anotações constantes das Listas Nominativas serviram de base para a identificação das origens dos primeiros moradores da região -- capítulo 4 -- e também para evidenciar -- no capítulo 5 -- aspectos pertinentes ao crescimento da população segundo a condição social, o local de moradia (caminho de Goiás e Caconde), o sexo e a cor; e à distribuição espacial da população em 1835 conforme sua condição social, cor e quarteirão.

Dados retirados da mesma fonte manuscrita foram ainda examinados nos três capítulos subseqüentes. No capítulo 6, primordialmente dedicado ao estudo das práticas econômicas levadas a cabo pela população do sertão, busca-se evidenciar a atividade econômica, a riqueza possuída; os tipos de gêneros produzidos e vendidos; a presença de escravos nos domicílios e a estrutura de posse de escravos.

No capítulo seguinte, busca-se levantar o número médio de habitantes por fogo e por pouso, o sexo e o estado conjugal dos chefes de domicílios e, por fim, a estrutura interna dos domicílios. A importância relativa da população agregada e sua mobilidade espacial e social constituíram o objeto do oitavo capítulo.

As demais fontes manuscritas acima mencionadas serviram de suporte da análise acerca da formação da estrutura social da região durante o período, empreendida no capítulo 9. Tem-se como resultado deste esforço a revelação de um processo de diferenciação das famílias (de elite, de não-proprietários, paulistas e mineiros) e a possibilidade de se estabelecer trajetórias sociais de grupos familiares.

O resumo dos temas pesquisados nos capítulos centrais da tese em foco tem por objetivo convencer o leitor deste Boletim acerca da ambição de sua autora e do esforço de investigação e análise dela exigidos na elaboração. Em face do amplo leque de aspectos tratados, como esperado, a qualidade dos resultados alcançados apresentam níveis variáveis. A fragilidade de alguns deles parece decorrer da incapacidade da documentação compulsada oferecer base empírica sólida às indagações postas pela autora ou de fazê-lo de forma limitada; todavia, há indícios de que, no tocante a outros, decorreram das tentativas da autora em avançar explicações, às vezes criticáveis, para resultados que julga inesperados. É o caso, por exemplo, de suas colocações acerca da existência de um 'processo de nuclearização dos fogos' em uma área pioneira, a partir do exame de um lapso temporal relativamente curto.

A extensão do rol de problemas estudados, cuja relação entre si nem sempre pode ser estabelecida com facilidade, juntamente com a preocupação de apresentar os achados de acordo com um eixo temático, parece ter levado BRIOSCHI a afirmar, nas considerações finais, e apenas neste derradeiro capítulo, ter-se feito uso do arcabouço analítico elaborado por Pierre Bourdieu, em especial, o conceito de 'espaço social'. Ademais, as contribuições mais significativas de CRIANDO HISTÓRIA..., as quais não decorrem do emprego das conceituações formuladas pelo sociólogo francês, referem-se aos elementos que lança para a elucidação do processo migratório de mineiros em fins do século XVIII e início da centúria seguinte e das interrelações entre duas modalidade de economias de subsistência: autoconsumo e mercantilizada.

Do ponto de vista metodológico, há que se destacar o recurso, para a escolha da área a ser estudada, a uma estratégia que, na falta de melhor denominação, chama-se 'de afunilamento': de início, empreende-se o exame de toda a área entre os rios Pardo e Grande; feitas as comparações que legitimam a generalização dos resultados, passa-se, nos capítulos finais, à análise da freguesia de Batatais. Tal procedimento permitiu a BRIOSCHI principiar com a investigação do universo da população recenseada no Caminho de Goiás (81 indivíduos livres, em 1767 e 43 escravos, em 1776) e concluí-la com a análise de uma amostra estatisticamente representativa: 2.732 pessoas arroladas na lista nominativa de 1835 da localidade de Batatais, das quais 1105 cativas e 1627 livres.

Como complemento a CRIANDO HISTÓRIA..., recomenda-se, em especial aos pesquisadores interessados nos estudos sobre a região, a leitura de OS ENTRANTES DO SERTÃO DO RIO PARDO, obra coletiva coordenada pela mesma autora.

Nelson Nozoe

 

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PESQUISAS EM ANDAMENTO

NOME: Maria Adenir Peraro

ENDEREÇO: Residencial Nova Terra
CEP: 78 020-670 CIDADE: Cuiabá ESTADO: Mato Grosso
FONE: (065) 644-7175
INSTITUIÇÃO: Universidade Federal do Mato Grosso
GRAU: Doutoranda

 TÍTULO DA PESQUISA: Família e ilegitimidade na Paróquia Senhor Bom Jesus de Cuiabá

 TEOR DA PESQUISA: O presente projeto envolve uma discussão conceitual acerca da esfera pública e privada nas sociedades ocidentais, especificamente na sociedade brasileira na segunda metade do século XIX. Envolve também discussão a respeito das peculiaridades da família brasileira e suas formas de sociabilidade na Paróquia Senhor Bom Jesus de Cuiabá, Província do Mato Grosso. Parte-se do pressuposto de que as altas taxas de filhos ilegítimos nas áreas de ocupação, como as de fronteira e de garimpo, exemplo típico de Mato Grosso na segunda metade do século passado, sustentaram-se em práticas sexuais paralelas às do casal legítimo, assim como na existência de uma sexualidade não reconhecida pela Igreja Católica e não regulada pelo Estado.

O entendimento sobre a "Família e Ilegitimidade" no Brasil e em Mato Grosso, passa por reflexões acerca da diversidade de estruturas conectadas entre si pelo Estado monárquico e burguês em períodos históricos distintos; pela coexistência de estruturas familiares tradicionais (a patriarcal) e das modernas (a nuclear); difusão cultural dos paradigmas das camadas dominantes sobre as populares, podendo estas aceitá-los, negá-los, manipulá-los ou readaptá-los à sua vivência concreta.

A metodologia adotada segue, além de outros, a de Philippe Aries (Cia das Letras, 1991), que destaca novas formas assumidas pelo Estado e pela família a partir do século XVI.

As fontes de base para o desenvolvimento desta pesquisa são os registros de batismo, Censos de 1872 e de 1890, Relatórios de Presidente de Província e os Processos de Justificação do estado de casado localizados no Arquivo da Cúria Metropolitana de Cuiabá, Mato Grosso.

 

 

NOME: Teresinha Regina Busetti Pardo
ENDEREÇO: Rua Coronel Ottoni Maciel, 776 ap. 21 - Vila Isabel
CEP: 80 320-000 CIDADE: Curitiba ESTADO: Paraná
FONE: (041) 242-6686
INSTITUIÇÃO: Universidade Federal do Paraná
GRAU: Doutoranda

 TÍTULO DA PESQUISA: Escravidão e sentimentos no Paraná no século XIX

 TEOR DA PESQUISA: O objetivo do estudo é mostrar uma outra dimensão da escravidão: os sentimentos dos escravos. Os escravos enquanto pessoas que amam e odeiam, a manifestação de suas emoções. A sociabilidade entre escravos e os relacionamentos sociais entre eles e a sociedade paranaense estão sendo estudados, verificando assim as relações de afeto e cumplicidade entre senhores e escravos.

Formas de solidariedade criadas como mecanismos de ajuda entre escravos são percebidas pelo estudo das irmandades de negros do Paraná, que também integra o projeto. A religião e a caridade unia os integrantes das irmandades religiosas ou confrarias, sendo possível fortalecer laços de solidariedade. Foi por intermédio das irmandades de negros no Paraná que surgiram formas de manifestação cultural, como a congada da Lapa, até hoje lembrada. A importância do estudo das irmandades se fundamenta nos mecanismos de solidariedade e na transmissão de uma cultura afro como legado para novas gerações.

Para se compreender o sentido e a racionalidade do comportamento escravo perante sentimentos como amor e ódio, resgataram-se histórias de vida que transparecem na documentação, principalmente nos processos-crime. Em função da própria natureza das ocorrências litigiosas que registra, tal fonte revela episódios carregados de intensidade emocional.

 

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RESUMOS

 

COSTA, Iraci del Nero da. Sobre a ocupação e o povoamento das Gerais. São Paulo, FEA/USP, 1979, 48 p. mimeografado.

RESUMO. São identificados os principais condicionantes de ordem endógena e exógena concernentes ao processo de ocupação e povoamento da área de Minas Gerais na qual dominou a atividade mineradora. Fontes secundárias abrangendo estudos clássicos da historiografia, relatos de viajantes e obras de caráter literário embasam o trabalho.

COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, F. V. Sinopse de alguns trabalhos de demografia histórica referentes a Minas Gerais. São Paulo, FIPE, 1982, 136 p., mimeografado.

RESUMO. Sinopse na qual os autores arrolaram alguns dos resultados de seus estudos sobre núcleos populacionais existentes em Minas Gerais no período colonial. Não se trata de sumário exaustivo dos aludidos estudos, mas, tão-somente de uma série de observações consideradas relevantes para o entendimento dos processos demográficos e econômicos verificados na área de Minas Gerais na qual predominou a exploração do ouro e das pedras preciosas. Com base em documentos coevos, tanto da Igreja como de ordem tributária, são estabelecidas estatísticas concernentes às principais variáveis demográficas referentes à estrutura e dinâmica populacionais; considera-se, ademais, a estrutura de posse de escravos e a respeitante às atividades produtivas e ocupações econômicas.

COSTA, Iraci del Nero da. Minas Colonial: amostra de algumas fontes primárias manuscritas. São Paulo, IPE/USP, 1983, 57 p., mimeografado.

RESUMO. Com escopo meramente didático são reproduzidos originais de fontes primárias manuscritas referentes à população mineira e que remontam aos séculos XVIII e XIX.

COSTA, Iraci del Nero da. Lineamentos para o debate sobre os rumos da demografia histórica no Brasil. São Paulo, IPE-FEA/USP, 1989, 4 p., mimeografado.

RESUMO. O autor propõe temas para o debate sobre o desenvolvimento da história demográfica do Brasil.

COSTA, Iraci del Nero da. Apontamentos para a história da demografia histórica no Brasil. São Paulo, IPE-FEA/USP, 1989, 4 p., mimeografado.

RESUMO. De maneira concisa e visando a servir como orientação para leituras de alunos de pós-graduação, o autor identifica as principais fases, obras e temas relativos aos estudos no campo da história demográfica brasileira, do seu nascedouro à década de 80.

COSTA, Iraci del Nero da & PORTO, C. N. Transformações da estrutura produtiva da agricultura e movimentos migratórios no Brasil. São Paulo, FIPE, 1983, 126 p., mimeografado.

RESUMO. A matéria do trabalho está distribuída em duas partes. Na primeira, apresenta-se uma visão retrospectiva dos movimentos migratórios observados no Brasil no período compreendido entre 1872 e 1960. Na segunda, são contemplados os movimentos populacionais observados nas décadas compreendidas entre 1960 e 1980. Tais movimentos migratórios são correlacionados às mudanças verificadas na estrutura produtiva da agricultura brasileira.

COSTA, Iraci del Nero da (compilador). História demográfica: cálculos elementares. São Paulo, IPE-FEA/USP, 1991, disquete.

RESUMO. Trata-se da reunião e/ou elaboração de pequenos programas destinados ao cálculo de alguns dos principais indicadores estatísticos utilizados em estudos demográficos.

COSTA, Iraci del Nero da (compilador). Cálculo do índice de Gini. São Paulo, IPE-FEA/USP, 1991, disquete.

RESUMO. Reunião de um conjunto de aplicativos, já existentes, destinados ao cálculo do Índice de Gini.

COSTA, Iraci del Nero da. Pirâmides de idades, curva de Lorentz e outros gráficos em HG. São Paulo, FEA-USP, 1993, disquete.

RESUMO. São apresentadas planilhas já definidas de cujo preenchimento resulta a construção gráfica de pirâmides etárias e da Curva de Lorentz. Para tanto é utilizado o aplicativo Harvard Graphics (HG).

COSTA, Iraci del Nero da. Vila Rica: mortalidade e morbidade (1799-1801). In: BUESCU, M. & PELÁES, C. M. (coord.).A moderna história econômica. Rio de Janeiro, APEC, 1976, p. 115-27.

RESUMO. Analisam-se as principais doenças e sua distribuição entre os mais significativos segmentos populacionais da sociedade colonial: escravos, forros e livres. Tendo em conta tais estratos, procura-se determinar os possíveis condicionantes sócio-econômicos das evidências empíricas reveladas com referência à morbidade e à mortalidade.

COSTA, Iraci del Nero da. Os registros paroquiais como fonte complementar da história econômica e social. A propriedade rural. Anais do VIII Simpósio Nacional dos Professores Universitários de História, vol. III. São Paulo, FFLCH-USP, 1976, p. 1019-22.

RESUMO. São evidenciadas as potencialidades dos registros paroquiais como relevantes fontes primárias para o desenvolvimento de estudos nas áreas da história demográfica, econômica e social. Para tanto, são reportados dados concernentes à Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias (Vila Rica-MG).

COSTA, Iraci del Nero da. Análise da morbidade nas Gerais: Vila Rica, 1799-1801. Revista de História. São Paulo, FFLCH-USP, (107): 241-62, 1976.

RESUMO. Analisam-se as principais doenças e sua distribuição entre os mais significativos segmentos populacionais da sociedade colonial: escravos, forros e livres. Tendo em conta tais estratos, procura-se determinar os possíveis condicionantes sócio-econômicos das evidências empíricas reveladas com referência à morbidade e à mortalidade.

COSTA, Iraci del Nero da. História e demografia. Revista de História. São Paulo, FFLCH-USP, (109):195-203, 1977.

RESUMO. Com base em evidências de caráter retrospectivo são realçados os vínculos entre a História e a Demografia.

COSTA, Iraci del Nero da. Vila Rica: casamentos (1727-1826). Revista de História. São Paulo, FFLCH-USP, (111):195-208, 1977.

RESUMO. Com base nos registros de casamentos da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, faz-se a análise dos matrimônios contraídos por pessoas integrantes de três segmentos populacionais: livres, escravos e forros.

COSTA, Iraci del Nero da. A estrutura familial e domiciliária em Vila Rica no alvorecer do século XIX. Revista do IEB. São Paulo, IEB-USP, (19):17-34, 1977.

RESUMO. Estuda-se a estrutura familiar e domiciliária da população ouro-pretense mediante análise de dados empíricos (revelados por Herculano Gomes Mathias) relativos ao levantamento populacional efetuado em Minas Gerais em 1804.

 

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COSTA, Iraci del Nero da. Registros paroquiais: o arquivo esquecido. Suplemento Cultural de O Estado de São Paulo. São Paulo, 13/8/1978, p. 13-4.

RESUMO. Trata-se de versão adaptada para o grande público de artigo no qual são avaliadas as potencialidades dos registros paroquiais enquanto material a ser trabalhado pelos historiadores votados aos estudos demográficos.

COSTA, Iraci del Nero da. As populações das Minas Gerais no século XVIII: um estudo de demografia histórica.São Paulo,FEA-USP, 1978, 27 p. (Série História Econômica, 2).

RESUMO. Apresenta-se uma visão geral do comportamento, no correr do período 1719-1826, dos casamentos, óbitos e batismos concernentes à Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias (Vila Rica-MG). Ademais, é estabelecida a relação entre aquelas variáveis e as vicissitudes de ordem econômica -- apogeu e queda da produção aurífera -- vivenciadas pelos habitantes da urbe.

COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, F. V. Contribuição ao estudo de um núcleo urbano colonial (Vila Rica: 1804). Revista Estudos Econômicos. São Paulo, IPE-USP, 8(3): 1-68, 1978.

RESUMO. Apreciação das atividades produtivas, da posse de escravos e da estrutura profissional em Ouro Preto-MG, antiga Vila Rica, a partir de recenseamento realizado em 1804. Distribui-se a população em termos de posição social (livres/escravos), sexo e setores produtivos. Estudam-se algumas evidências relativas aos forros, selecionando dados comparativos entre livres e forros falecidos na freguesia de Antônio Dias, no correr do período 1719-1818.

COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, F. V. Algumas características do contingente de cativos em Minas Gerais. Anais do Museu Paulista. São Paulo, USP, (29): 79-97, 1979.

RESUMO. Indicam-se algumas características da massa escrava em Minas, realçando a composição da escravaria em termos de origem e seu enquadramento nos grandes grupos representados pelos Bantos e Sudaneses. O lapso de tempo considerado estende-se da segunda década do século XVIII ao primeiro quartel do XIX.

COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, F. V. A presença do elemento sudanês nas Minas Gerais. Suplemento Cultural de O Estado de São Paulo. São Paulo, 2/3/1980, p. 6-7.

RESUMO. Evidencia-se a expressiva presença -- majoritária na primeira metade do século XVIII -- dos escravos de origem sudanesa nas Minas Gerais.

COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, F. V. A presença do elemento forro no conjunto de proprietários de escravos. Ciência e Cultura. São Paulo, SBPC, 32(7):836-41, 1980.

RESUMO. Tomando como base os assentos de óbitos da freguesia de Antônio Dias (Vila Rica) e os registros de capitação dos escravos da comarca do Serro do Frio, estuda-se, para o período 1738-1811, a composição da massa de proprietários de escravos segundo sua condição social (livres e forros); considera-se, também, a distribuição dos cativos segundo sexo, faixa etária e origem.

COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, F. V. Devassas nas Minas Gerais: do crime à punição. Boletim do CEPEHIB. São Paulo, (3): 3-7, julho 1980. Também publicado: Anuario de Estudios Americanos. Sevilla, Escuela de Estudios Hispano-Americanos de Sevilla, (39): 465-474, 1982.

RESUMO. Com base na análise de documentação coeva são estabelecidos e exemplificados os procedimentos seguidos pelas devassas promovidas no âmbito episcopal e referentes a Minas Gerais. É proposta, ademais, uma categorização dos crimes previstos nos editais que informavam as aludidas devassas.

COSTA, Iraci del Nero da. Algumas características dos proprietários de escravos de Vila Rica. Revista Estudos Econômicos. São Paulo, IPE-USP, 11(3):151-57, 1981.

RESUMO. Investigam-se as características demográficas dos proprietários de escravos, tanto livres como forros, a partir das análises dos dados de óbitos da freguesia de Antônio Dias. O uso de informações de diversos momentos da história da freguesia, de 1743-45 a 1809-11, permite traçar as tendências mais evidentes do evolver sócio-econômico da antiga urbe de Vila Rica (Ouro Preto-MG).

COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, F. V. Estrutura da massa escrava de algumas localidades mineiras (1804). Revista do IEB. São Paulo, IEB-USP, (23):137-142, 1981.

RESUMO. Com base em levantamentos populacionais efetuados em 1804, estuda-se, para três localidades mineiras (Abre Campo, Capela do Barreto e São Caetano), a estrutura da escravaria segundo sexo, faixa etária e local de nascimento; observa-se, separadamente, a massa de cativos dos grandes proprietários divididos em três grupos: mineiros, agricultores e aqueles dedicados a ambas as atividades.

COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, F. V. Vila Rica: nota sobre casamentos de escravos (1727-1826). África. São Paulo, Centro de Estudos Africanos da USP, (4):105-109, 1981.

RESUMO. Com base nos códices manuscritos da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias referentes aos assentos de casamentos ali efetuados no período 1727-1826, e tomando em conta os enlaces com a presença de pelo menos um cônjuge escravo, analisam-se duas características dos nubentes: o estrato social e a origem.

COSTA, Iraci del Nero da. Ocupação,povoamento e dinâmica populacional. In: COSTA, Iraci del Nero & LUNA, F. V. Minas Colonial: economia e sociedade. São Paulo, Pioneira, 1982, p. 1-30. (Estudos Econômicos FIPE-PIONEIRA).

RESUMO. São evidenciados os elementos de ordem interna e externa que condicionaram a ocupação e povoamento das Minas Gerais. No âmbito deste pano de fundo são consideradas, para o período 1719-1826, as variáveis: bastismos, casamentos e óbitos. As fontes primárias referem-se à Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias (Vila Rica-MG).

COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, F. V. Profissões, atividades produtivas e posse de escravos em Vila Rica ao alvorecer do século XIX. In: COSTA, I. e LUNA, F.V. Minas Colonial: economia e sociedade. São Paulo, Pioneira, 1982, p. 57-77. (Estudos Econômicos FIPE-PIONEIRA).

RESUMO. Apreciação das atividades produtivas, da posse de escravos e da estrutura profissional em Ouro Preto-MG, antiga Vila Rica, a partir de recenseamento realizado em 1804. Distribui-se a população em termos de posição social (livres/escravos), sexo e setores produtivos.

COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, F. V. A vida quotidiana em julgamento: devassas em Minas Gerais.In: COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, F. V. Minas Colonial: economia e sociedade. São Paulo, Pioneira, 1982, p. 79-85. (Estudos Econômicos FIPE-PIONEIRA).

RESUMO. Com base na análise de documentação coeva são estabelecidos e exemplificados os procedimentos seguidos pelas devassas promovidas no âmbito episcopal e referentes a Minas Gerais. É proposta, ademais, uma categorização dos crimes previstos nos editais que informavam as aludidas devassas.

COSTA, Iraci del Nero da. Fundamentos econômicos da ocupação e povoamento de Minas Gerais. Revista do IEB.São Paulo, IEB-USP,(24): 41-52, 1982. Também publicado: Anuario de Estudios Americanos. Sevilla, Escuela de Estudios Hispano-Americanos de Sevilla, (40): 297-311, 1983.

RESUMO. São identificados os elementos de ordem endógena e exógena que condicionaram a ocupação e o povoamento das de Minas Gerais. Tais condicionantes são referidos aos conceitos de "direcionamento", "dimensionamento" e "estruturação"; assim, as políticas mercantilistas direcionaram o povoamento e a exploração da área; dimensionaram-nos, os quadros sócio-econômicos vigentes na colônia e na metrópole; a estruturá-los compareceram as condições efetivas das ocorrências minerais (ouro e diamantes).

COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, F. V. Devassa nas Minas Gerais: observações sobre casos de concubinato. In: BARRETO, A. E. M. et alii. História Econômica: Ensaios. São Paulo, IPE-USP, 1983, p. 43-58. (Relatórios de Pesquisa, 13). Também publicado: Anais do Museu Paulista. São Paulo, USP, (31):221-33, 1982.

RESUMO. Consideram-se algumas características -- sexo, ocupação, condição social etc. -- das pessoas sentenciadas pela Devassa (inquirição a nível episcopal) efetuada em Minas Gerais em 1738. Trata-se, especificamente, dos indivíduos condenados por concubinato.

COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, F. V. Posse de escravos em São Paulo no início do século XIX. Revista Estudos Econômicos. São Paulo, IPE-USP, 13(1):211-21, 1983.

RESUMO. Pesquisa-se a estrutura de posse de escravos, para dez localidades paulistas, no início do século XIX. Destacam-se o grande número de pequenos proprietários de escravos e a expressiva massa de cativos por eles possuídos.

COSTA, Iraci del Nero da. Os não-proprietários de escravos: nota sobre uma pesquisa em andamento. Arquivo: Boletim Histórico e Informativo. São Paulo, Edições Arquivo do Estado, 4(4):145-150, 1983.

RESUMO. Reporta-se a estrutura básica de pesquisa voltada à caracterização dos não-proprietários de escravos no Brasil: quando, onde, em que condições viviam, quantos eram, quem eram (em termos de variáveis demográficas) e o que faziam (em termos de ocupações econômicas e atividades produtivas.

COSTA, Iraci del Nero da.Nota sobre ciclo de vida e posse de escravos. História: Questões e Debates. Curitiba, APAH, 4(6):121-7, 1983.

RESUMO. Com base nos levantamentos censitários efetuados em Minas Gerais e São Paulo no início do século XIX, apresentam-se algumas evidências concernentes à relação entre o número de escravos possuídos e a faixa etária de seus proprietários. Tais evidências empíricas revelam a existência de uma correlação positiva entre o número médio de escravos possuídos e a idade dos proprietários até a faixa dos sessenta-setenta anos, ocorrendo o inverso na faixa etária superior a setenta anos.

COSTA, Iraci del Nero da & LUNA, F. V. Demografia histórica de Minas Gerais no período colonial. Revista Brasileira de Estudos Políticos. Belo Horizonte, UFMG, (58):15-62, 1984.

RESUMO. Trata-se de uma síntese de um conjunto de pesquisas efetuadas pelos autores sobre a demografia de Minas Gerais do século XVIII e início do século XIX. Analisam-se os casamentos, óbitos e batismos em Vila Rica entre 1719 e 1826, as estruturas populacionais típicas de dez localidades mineiras em 1804 e os padrões de propriedade de escravos entre 1718 e 1804. As fontes quantitativas de informações provêm de registros paroquiais, recenseamentos de população e códices de tributos.

COSTA, Iraci del Nero da & GUTIÉRREZ, H. Nota sobre casamentos de escravos em São Paulo e no Paraná (1830). História: Questões & Debates. Curitiba, APAH, 5(9):313-21, 1984.Também publicado como Note sur le mariage des esclaves dans les régions de São Paulo et du Paraná (1830). Annales de Démographie Historique, Paris, p. 49-57, 1986.

RESUMO. Analisam-se evidências de casamentos de escravos e livres e discutem-se padrões vigentes à época. A condição de livre ou escravo marcou, para a população, acesso diferenciado ao matrimônio católico. Dentre a população livre, 60 % em média passavam pelo sacramento da igreja, ao passo que para os escravos o porcentual correlato chegava a 20%. As discrepâncias não se explicam pelas razões de masculinidade, mas devem ser atribuídas a causas de ordem econômica e social. Os dados referem-se a treze localidades paulistas e a nove paranaenses, tendo sido coletados em listas nominativas coevas.

COSTA, Iraci del Nero da. Minas colonial: características básicas de quatro estruturas demo-econômicas. Acervo. Revista do Arquivo Nacional. Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, 1(1):95-114, 1986.

RESUMO. Neste trabalho evidencia-se a especificidade de quatro estruturas demo-econômicas existentes em Minas Gerais no período colonial: urbana, rural-mineradora, intermédia e rural de autoconsumo. Como fonte de dados primários utilizam-se levantamentos populacionais de dez localidades mineiras.

COSTA Iraci del Nero da; SLENES, R. W. & SCHWARTZ, S. B. A família escrava em Lorena (1801). Revista Estudos Econômicos. São Paulo, IPE-USP, 17(2):245-95, 1987.

RESUMO. Analisam-se as listas nominativas de quatro das oito Companhias de Ordenanças de Lorena-SP, em 1801. Estudam-se as características demográficas básicas dos escravos (estado conjugal, idade, sexo etc.), destacando-se a existência de relações familiares entre 53% da massa escrava. Indica-se a expressiva participação das famílias regularmente constituídas, com uma concentração maior nos grandes plantéis. Estudam-se também a legitimidade das crianças com 14 ou menos anos e a condição das mães (casadas, viúvas ou solteiras), segundo a origem, a cor e por faixas etárias.

COSTA, Iraci del Nero da. Os viajantes estrangeiros e a família escrava no Brasil. D.O. Leitura. São Paulo, IMESP, 7(77):9-10, 1988. Também publicado: Anais da VIII Reunião. São Paulo, SBPH, 1989, p. 27-30.

RESUMO. Com base em relatos de viajantes, evidencia-se que parcela substantiva deles deparou-se com famílias escravas regularmente constituídas, tendo-as descrito como se apresentavam no correr do século passado.

COSTA, Iraci del Nero da & SLENES, R. W. Nota sobre algunos elementos estructurales de la familia esclava brasileña. HISLA - Revista Latinoamericana de Historia Económica y Social. Lima, Centro Latinoamericano de Historia Económica y Social, (11): 3-11, 1988. Também publicado como: Nota sobre alguns elementos estruturais da família escrava (Lorena, 1801). Revista da Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica. São Paulo, SBPH, (4): 9-16, 1987/88.

RESUMO. Trata-se de versão sucinta de artigo votado ao estudo da família escrava de Lorena (SP). Nesta versão resumida são apresentadas, tão-somente, as principais conclusões do aludido estudo. (Cf. COSTA Iraci del Nero da; SLENES, R. W. & SCHWARTZ, S. B. A família escrava em Lorena (1801). Revista Estudos Econômicos. São Paulo, IPE-USP, 17(2):245-95, 1987).

COSTA, Iraci del Nero da. Nota sobre a posse de escravos nos engenhos e engenhocas fluminenses (1778). Revista do IEB. São Paulo, IEB-USP, (28):111-3, 1988.

RESUMO. Com base em documento coevo (Relação do Marquês de Lavradio) estuda-se a estrutura de posse de escravos nas propriedades fluminenses efetivamente produtivas (votadas ao preparo do açùcar ou da aguardente) e para as quais constou o número de escravos possuídos. Os dados estatísticos pertinentes (número médio de escravos possuídos, moda e índice de Gini) são confrontados aos então vigentes em áreas de São Paulo e da Bahia.

COSTA, Iraci del Nero da. Nota sobre fontes documentais para o estudo da demografia escrava. Arquivo: Boletim Histórico e Informativo. São Paulo, Edições Arquivo do Estado, 9(1):25-34, 1988.

RESUMO. São arroladas e caracterizadas, segundo a abrangência, as fontes documentais (escritas ou não) próprias ao estudo das variáveis demográficas referentes à população escrava do Brasil.

COSTA, Iraci del Nero da & SANT'ANA, R. B. A escravidão brasileira nos artigos de revistas (1976-1985). Revista Estudos Econômicos. São Paulo, IPE-USP, 19(1):131-194, 1989.

RESUMO. Reunião de 276 resumos de trabalhos sobre a escravidão negra e indígena no Brasil, publicados em mais de noventa revistas nacionais e estrangeiras, entre 1976 e 1985. Trata-se de uma tentativa de atualização, no que se refere aos periódicos, da obra de Robert Conrad intitulada Brazilian slavery: an annotated research bibliography.

COSTA, Iraci del Nero da. Demografia: por um curso de graduação. Informações FIPE. Sao Paulo, FIPE, no. 110, p. 12, 1989.

RESUMO. Evidencia-se a necessidade de se estabelecerem, no Brasil e em nível universitário, cursos para a formação de demógrafos.

COSTA, Iraci del Nero da. Registros paroquiais: notas sobre os assentos de batismo, casamento e óbito. LPH - Revista de História. Mariana, ICHS/UFOP, (1):46-54, 1990.

RESUMO. Descrição da forma e do conteúdo dos assentos paroquiais concernentes à Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias (Vila Rica-MG).

COSTA, Iraci del Nero da.Contribuições metodológicas à demografia histórica brasileira. Revista Estudos Econômicos. São Paulo,IPE-USP, 21(1):137-142, 1991.

RESUMO. Pequena revisão bibliográfica ressaltando os principais contributos metodológicos relativos à demografia histórica, de autores nacionais ou que escreveram sobre o Brasil, nos últimos vinte anos.

COSTA, Iraci del Nero da. Reflexões sobre os rumos da demografia histórica no Brasil. Boletim do Centro de Memória - UNICAMP. Campinas, UNICAMP, 2(4):17-23, 1990.

RESUMO. Com base em alguns questionamentos concernentes ao desenvolvimento e estágio de amadurecimento da demografia histórica no Brasil, tenta-se deslindar os caminhos que mesma assumirá em futuro próximo.

COSTA, Iraci del Nero da. Revisitando o domicílio complexo. Revista Estudos Econômicos. São Paulo, IPE-USP, 21(3): 401-407, 1991.

RESUMO. Examina-se o domicílio complexo (que reunia parentes e/ou núcleos familiares secundários ao núcleo familiar básico), para distintas estruturas demográficas e econômicas de Minas Gerais. Indicam-se os proprietários e não-proprietários de escravos, considerando-se, para os primeiros, o tamanho dos plantéis de cativos. Conclui-se que este tipo de domicílio difundia-se por todo o corpo social, não se definindo como característico das elites possuidoras de muitos escravos.

COSTA, Iraci del Nero da. População redundante: tópico para a agenda do século XXI? Informações FIPE. São Paulo, FIPE, no. 153, p. 14-16, 1993.

RESUMO. Reporta-se, com base em evidências históricas, a geração, no Brasil, de um crescente efetivo populacional redundante, vale dizer: não necessário à reprodução das condições econômicas imperantes.

COSTA, Iraci del Nero da.Por uma definição abrangente da categoria "agregado". Boletim de História Demográfica. São Paulo, FEA-USP, I (1): 12-13, 1994, disquete.

RESUMO. É proposta uma definição para a condição de "agregado" apta a abarcar toda a gama de situações econômicas, familiares e sociais concretas que a categoria assumiu no correr da história do Brasil, dos tempos coloniais aos dias correntes.

COSTA, Iraci del Nero da. Pesos e medidas no período colonial brasileiro: denominações e relações. Boletim de História Demográfica. São Paulo, FEA-USP, I(1): 3-11, 1994, disquete.

RESUMO. Apresentam-se as relações e denominações encontráveis em fontes primárias e secundárias e concernentes ao(s) sistema(s) de pesos e medidas adotados no Brasil nos séculos passados.

 

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COSTA, Iraci del Nero da. Por uma definição de demografia histórica. Boletim de História Demográfica. São Paulo, FEA/USP, I(2): 3-4, 1994, disquete.

RESUMO. Com objetivos didáticos e de maneira concisa o autor apresenta uma definição de demografia histórica que possa servir como abertura do debate, por parte de pós-graduandos, relativo ao objeto, escopo e métodos do referido campo de estudos.

COSTA, Iraci del Nero da. Vila Rica: população (1719-1826), São Paulo, IPE-USP, 1979, 268 p. (Ensaios Econômicos, 1).

RESUMO. Estuda-se o evolver da população ouro-pretana no período de ascensão, apogeu e decadência da atividade aurífera; verifica-se, ademais, a estrutura populacional de Vila Rica no início do século XIX. Com base nos registros paroquiais de batismos, casamentos e óbitos delineou-se o comportamento da população ouro-pretense e de seus mais significativos segmentos: escravos, forros e homens livres. Revelou-se o estreito relacionamento das variáveis demográficas com a atividade mineratória. Com base no censo efetuado em 1804, analisa-se a estrutura populacional de Vila Rica segundo sexo, idade, estado conjugal e posição social. Estuda-se, ainda, a estrutura populacional segundo profissões e atividades produtivas em termos de sexo, posição social, grandes faixas etárias e por setores econômicos (primário, secundário e terciário).

COSTA, Iraci del Nero da. Populações mineiras: sobre a estrutura populacional de alguns núcleos mineiros no alvorecer do século XIX. São Paulo, IPE-USP, 1981, 335 p. (Ensaios Econômicos, 7).

RESUMO. Analisa-se a estrutura populacional de dez localidades mineiras, com base em dados censitários levantados em 1804. No trabalho Vila Rica: População (1719-1826), foi determinada a estrutura populacional vigente em Ouro Preto no início do século XIX. A partir da metodologia desenvolvida nesse estudo e com dados de nove outras localidades mineiras, procurou-se nesta pesquisa responder a duas perguntas: a) ter-se-ia repetido em outros centros a estrutura populacional observada em Vila Rica? b) em caso afirmativo, a quais fatores atribuir as semelhanças e discrepâncias evidenciadas pelo confronto das estruturas populacionais de centros que, embora espacialmente distanciados, derivaram de uma matriz sócio-econômica comum? Chegou-se a duas conclusões básicas: a) a estrutura populacional verificada em Vila Rica reproduziu-se em dois outros centros, donde inferiu-se que a estrutura ali observada não decorria, tão-somente, da especifidade político-administrativa que distinguia aquela Vila; b) o estudo das divergências reveladas pela análise conduziu, com base em fatores de ordem demográfica e econômica, à identificação de quatro estruturas demo-econômicas típicas: urbana, rural-mineradora, intermédia e de autoconsumo.

COSTA, Iraci del Nero da. Minas Gerais: estruturas populacionais típicas. São Paulo, EDEC, 1982, 143 p.

RESUMO. Confrontam-se, com base em dados agregados e hauridos em listas nominativas de habitantes concernentes a dez localidades mineiras, as estruturas populacionais que se definiram, na área das Minas Gerais, no período colonial. Tais evidências referem-se ao final do século XVIII e inícios do XIX. As estruturas urbana, rural-mineradora, intermédia e rural de autoconsumo, são, assim, plenamente definidas em termos quantitativos referentes a variáveis demográficas e econômicas.

COSTA, Iraci del Nero da & SAMARA, E. M. Demografia histórica: bibliografia brasileira. São Paulo, IPE-USP, 1984, 75 p. (Relatórios de Pesquisa, 23).

RESUMO. Efetua-se o levantamento de parte substantiva dos trabalhos, efetuados até 1984, no campo da história demográfica do Brasil. Para artigos e livros são apresentadas, tão-somente, as respectivas referências bibliográficas; já para parte das dissertações e teses conta-se, também, com resumos.

COSTA, Iraci del Nero da & GUTIÉRREZ, H. Paraná: mapas de habitantes, 1798-1830. São Paulo, IPE-USP, 1985, 185 p. (Estatísticas Básicas da Economia Brasileira, 4).

RESUMO. Constam do volume os Mapas de Habitantes (que acompanhavam as listas nominativas concernentes aos levantamentos populacionais do passado) de todas as vilas e freguesias existentes entre 1798 e 1830 na região sul Capitania-Província de São Paulo e localizadas na área ocupada, nos dias correntes, pelo Estado do Paraná. Foram selecionados seis pontos no tempo, mais ou menos eqüidistantes: 1798, 1804, 1810, 1816, 1824 e 1830. O marco cronológico inferior corresponde ao primeiro ano para o qual existem tais Mapas, representando, 1830, o último ano para o qual foram confeccionados. Os dados foram tabulados em termos de sexo, condição social (livres e escravos), cor (brancos, pardos e pretos), estado conjugal e faixas etárias.

COSTA, Iraci del Nero da. Arraia-miúda: um estudo sobre os não-proprietários de escravos no Brasil. São Paulo, MGSP, 1992, 159 p.

RESUMO. Confrontam-se dados relativos ao comportamento demográfico e econômico de proprietários e não-proprietários de escravos no Brasil. Em termos simples, pretende-se saber, com respeito a estes últimos: quantos eram, quem eram (em termos de variáveis demográficas) e o que faziam (em termos de ocupações e atividades econômicas). Para tanto, foram utilizadas, basicamente, duas fontes de informações: as primárias, consubstanciadas em levantamentos censitários efetuados nos séculos XVIII e XIX, e as fontes secundárias pertinentes, vale dizer, obras nas quais qualificou-se ou quantificou-se a massa populacional brasileira. Contemplam-se núcleos localizados nas áreas de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia e Piauí.

GUTIÉRREZ, Horácio. O tráfico de crianças escravas no Brasil durante o século XVIII. Revista de História. São Paulo: Departamento de História da USP, v. 120, p. 59-72, jan./jul. 1989

RESUMO. Estudando listas de escravos transportados do porto de Luanda entre 1734 e 1769, o autor estima em cerca de 10% a presença de crianças entre os escravos. Analisa os decretos de impostos de 1758, que discerniam as crias de pé e as crias de peito. Chega a uma média anual de 534 crianças, das quais 73% seriam crias de pé, declinando o número de crianças na segunda metade do século XVIII. O artigo também analisa as circunstâncias de capturas das crianças e o modo como eram alojadas nos navios, bem como sua taxa de mortalidade na travessia. Procura definir a importância de Luanda com relação a outros portos de Angola e comparar as porcentagens relativas de crianças nos portos do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. Finalmente, compara o tráfico inglês, dinamarquês e espanhol nas Antilhas, que apresentavam um número bastante superior de crianças.

KLEIN, Herbert. Novas interpretaçoes do tráfico de escravos do Atlântico. Revista de História. São Paulo: Departamento de História da USP, n. 120, p. 3-25, jan./jul. 1989.

RESUMO. Os estudos mais sistemáticos sobre o tráfico de escravos possibilitaram inúmeras correções de conceitos ideológicos e de estimativas estatísticas inicialmente distorcidas pela campanha abolicionista. Confirmaram o predomínio do sexo masculino contra apenas um terço de mulheres e 10% de crianças. As próprias condições africanas definiram especificidades tais como o vulto demográfico e as porcentagens relativas de participação dos europeus. A multiplicação dos esforços de pesquisa levou a re-avaliações importantes sobre o papel do tráfico no crescimento do econômico dos países europeus, a distribuição das diversas culturas no continente americano e o seu efeito sobre a demografia e a economia africanas.

MONTEIRO, John M. Alforrias, litígios e a desagregação da escravidão em São Paulo. Revista de História. São Paulo: Departamento de História da USP, v. 120, p. 45-57, jan./jul. 1989.

RESUMO. O autor documenta o declínio da concentração de mão-de-obra indígena em São Paulo na conjuntura de 1690 a 1730 através de um cauteloso estudo dos inventários e das cartas de alforria. Assinala as dificuldades de serem implementadas as alforrias condicionais e o lento crescimento de uma população indígena pobre e destituída. A partir das descobertas do ouro, verifica um recrudescimento da presença de ouvidores e autoridades da Justiça metropolitana, apoiando os litígios e petições de índios forros. A crescente resistência dos índios acelera o fim da escravidão indígena. Os documentos nuançam diferentes estratégias de controle do trabalho servil e seu lento desaparecimento.

PAIVA, Eduardo França. Mulheres, famílias e resistência escrava nas Minas Gerais do século XVIII. Revista de História. Belo Horizonte: Departamento de História da FFLCH-UFMG, n. 13, p. 67-77, jun./1994.

RESUMO. Este artigo examina as estratégias de dominação adotadas por senhores e escravos (particularmente pelas escravas) em suas relações cotidianas na Comarca do Rio das Velhas, Capitania de Minas Gerais, entre 1720 e 1780. Os testamentos coloniais constituíram a principal fonte dos dados analisados e a leitura desses documentos possibilitou, segundo o autor, vislumbrar aspectos pouco conhecidos das relações escravistas mantidas naquela sociedade. Entre tais aspectos, destaca-se a utilização, por parte das mulheres, dos intercursos sexuais como meio de alcançarem suas próprias manumissões e as de seus familiares e de ascenderem economicamente.

PESAVENTO, Sandra Jutahy. Trabalho livre e ordem burguesa: Rio Grande do Sul, 1870-1900. Revista de História. São Paulo: Departamento de História da USP, v. 120, p.135-151, jan./jul. 1989.

RESUMO. A especificação regional do processo de desintegração da escravidão dentro de uma perspectiva marxista é o tema deste artigo. A autora documenta as dificuldades da pecuária e do charque riograndense de competir no mercado nacional de escravos. Os imigrantes, tanto de origem rural como urbana, resistiram à proletarização, mantendo-se como assalariados sazonais na medida em que se mantiveram presos ao sonho da pequena propriedade. A transformação de ex-escravos da indústria do charque em trabalhadores livres foi contemporânea às primeiras tentativas de colonais agrícolas e outros projetos de arregimentação do trabalho. Após a abolição, o preconceito racial, assim como projetos elitistas de educação foram aspectos concomitantes ao aparecimento de uma mão-de-obra urbana flutuante, temporária e subalternizada.

SAMARA, Eni de Mesquita. A família negra no Brasil. Revista de História. São Paulo: Departamento de História da USP, n. 120, p. 27-44, jan./jul. 1989.

RESUMO. O artigo discute as dificuldades da historiografia contemporânea para estudar o casamento entre escravos, particularmente o problema do difícil acesso a fontes específicas, sugerindo testamentos manuscristos onde vem descrita a vida familiar de escravos e libertos. Passa em revista diferentes trabalhos historiográficos, contrapondo dados. Cerca de um terço da população escrava e/ou liberta era casada ou vivia em uniões consensuais estáveis. Também aborda o estudo de casamentos mistos, entre os quais discerne a tendência ao casamento inter pares, reforçando o padrão de dominação das elites.

SOARES, Luiz Carlos. O roubo de escravos no Rio de Janeiro e o tráfico interno paralelo: 1808-1850. Revista de História. São Paulo: Departamento de História da USP,v.120,p. 121-133, jan./jul. 1989.

RESUMO. A documentação policial da Côrte na primeira metade do século passado evidencia a freqüência de um comércio ilícito de escravos roubados e revendidos para as províncias vizinhas. Delineia-se, a par do tráfico internacional de contrabando, um comércio marginal a preços bem menores, controlados em sua maioria por ciganos e seus intermediários. Também envolvia capitães de mato ou quadrilhas muito bem organizadas. Era um meio de fornecer mão-de-obra mais barata a pequenos proprietários. Por vezes, este comércio envolvia libertos em alforria condicional, evidenciando uma circulação clandestina de parentes escravos.

PASSOS SUBRINHO, Josué Modesto dos. Migrações internas: resistências e conflitos (1872-1920). Cadernos de Estudos Sociais. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Instituto de Pesquisas Sociais, v. 8, n. 2, p. 235-260, jul./dez. 1992.

RESUMO. Examina-se, tendo em vista a documentação sergipana, as principais causas apontadas pela literatura especializada do relativamente pequeno movimento migratório interno da população brasileira no período 1872-1920. Sergipe pode fornecer um bom exemplo das resistências e tensões provocadas pela emigração de parte de sua população para outras regiões do território nacional, à medida que, no período 1900-1920, apresentou a maior taxa líquida de emigração interna. Discute-se as tensões que esse movimento emigratório provocou no processo de reordenamento do trabalho após a abolição da escravidão em Sergipe e, finalmente, especula-se sobre o possível caráter disruptivo que teria sobre a unidade nacional a demanda intensa por força de trabalho dos cafeicultores paulistas na ausência de uma oferta internacional.

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RESUMOS - SEADE/DOCPOP

 

Nesta secção apresentam-se resumos elaborados com base nos arquivos da Fundação SEADE/DOCPOP, atinentes a parte dos trabalhos catalogados sob a rubrica "Demografia Histórica". Nos próximos números do BHD dar-se-á continuidade à publicação desses resumos. Para o acesso aos informes do DOCPOP, contamos com a preciosa colaboração de sua coordenadora, Sra. Magali Valente. Os interessados em contatar o SEADE/DOCPOP devem dirigir-se ao endereço:

 

Fundação SEADE/DOCPOP.
Av. Cásper Líbero, 464, 4o. andar.
a/c Magali Valente.
01033-000 São Paulo, SP.
Tel. (011) 229-2433, ramal 138.

 

BACELLAR, Carlos de Almeida Prado. Família, herança e poder em São Paulo: 1765-1855. São Paulo, CEDHAL, 1991, 99 p.,(Estudos CEDHAL, 7).

RESUMO. Busca-se compreender como se constituiu uma firme elite agrária regional na fase de introdução da grande lavoura no Oeste paulista. Efetuando a reconstituição de histórias de vida dos domicílios envolvidos com aposse de um engenho, acompanha-se quase quatro gerações de grandes proprietários. Esta reconstituição longitudinal permite entrever como foram elaborados alguns mecanismos visando à preservação e reprodução das fortunas, contrariando-se, por vezes, a própria legislação vigente. Voltou-se a atenção para o acompanhamento, no tempo, dos senhores de engenho que houvessem atingido, em pelo menos um dos anos do período estudado (1765-1855), a marca de um plantel integrado por 40 ou mais cativos. Segundo tal critério, os proprietários estudados constituiam, evidentemente, o estrato superior da sociedade paulista entre o final da era colonial e o inicio do Império, concentrando-se, em suas mãos, uma porção expressiva da riqueza regional, não obstante representassem uma fração insignificante da população total da capitania, depois província de São Paulo. Procura-se detectar, ademais, as alterações surgidas nos comportamentos demográficos desta elite canavieira do Oeste paulista.

BACELLAR, Carlos de Almeida Prado & SCOTT, Ana Silvia Volpi. Sobreviver na senzala: estudo da composição e continuidade das grandes escravarias paulistas, 1798-1818.

RESUMO. Analisa-se a composição e a estrutura dos plantéis pertencentes a grandes proprietários paulistas, no momento em que a economia açucareira de São Paulo atingiu um ponto alto entre 1798 e 1818. Faz-se uma análise longitudinal dos plantéis, buscando-se identificar as possibilidades de permanência de escravos, por anos a fio, num mesmo plantel. Utilizaram-se as técnicas de L.Henry a fim de reconstruir as famílias escravas. Selecionaram -se proprietários de algumas vilas, concentradas em duas regiões: circunvizinhanças de São Paulo -- Atibaia, Mogi das Cruzes, Santana do Parnaiba, São Roque e Mazaré --, e região do Oeste Paulista -- Itu. A primeira constituía uma economia não-exportadora voltada para o mercado interno e o grosso dos plantéis cultivava alimentos e era composto por um número proporcionalmente menor de escravos que os do Oeste. Esta última área constituía uma economia exportadora, na qual todos os plantéis considerados para análise estavam voltados para a produção do açúcar, eram consideravelmente grandes e seus proprietários eram, todos, senhores de engenho. A análise restringiu-se a três pontos: 1798, 1808 e 1818 e as informações foram levantadas das listas nominativas de habitantes.

BALHANA, Altiva Pilatti & WESTPHALEN, Cecília Maria. Raízes luso-africanas da população paranaense. Trabalho apresentado no Colóquio Internacional: "População no Mundo de Expressão Portuguesa", Recife, out. de 1988. Curitiba, 1988, 21 p., mimeografado.

RESUMO. Analisa-se a participação dos lusos e africanos na formação e composição da população paranaense desde 1646. Ressalta-se a importância da imigração européia a partir de 1829,que repercutiu diretamente na composição da população paranaense, assim como no seu crescimento.

BRIGNOLI, Héctor Perez. Nuevas perspectivas de la demografia histórica en America Latina. Latin American Population History Newsletter, Minneapolis, n. 12 fall 1986, p. 7-23.

RESUMO. Discutem-se as perspectivas da demografia histórica na América Latina. Consideram-se questões metodológicas e problemas teóricos e de interpretação. Assinala-se a importância da renovação dos métodos, em especial no que se refere ao estudo das séries vitais agregadas e à análise em profundidade dos dados de tipo censitário. Quanto à questão da teoria ressalta-se a necessidade de vincular os aspectos demográficos com as estruturas sociais e econômicas.

CERQUEIRA, Beatriz Westin de. Um estudo da escravidão em Ubatuba (1). Estudos Históricos. Marília, n. 5, 1966, p. 7-58.

RESUMO. Estuda-se a escravidão em Ubatuba, a partir da análise da evolução econômica local, realizada sob os aspectos rural e urbano, sendo o rural marcado por duas fases: a agricultura de subsistência e a agricultura de mercado (açúcar e café). Quanto ao desenvolvimento urbano e dos grupos profissionais, registra-se a relevância das atividades portuárias desenvolvidas durante a fase cafeeira. Faz-se, com base na perspectiva acima explicitada, a análise da população urbana de Ubatuba e um retrospecto da introdução dos escravos na área.

CERQUEIRA, Beatriz Westin de. Um estudo da escravidão em Ubatuba (2). Estudos Históricos. Marília, n. 6, 1967, p. 9-56.

RESUMO. Analisa-se a relação entre o escravo negro e a economia de subsistência, a de mercado (engenhos de açúcar e fazendas produtoras de café) e as atividades portuárias. Considera-se a vivência dos escravos e os conflitos entre os mesmos e seus senhores. Contempla-se, também, a estrutura social de Ubatuba e as mudanças sobre a ordem escravista em face da presença do imigrante e o abolicionismo.

GRAF, Márcia Elisa de Campos. Mulheres e crianças escravas na sociedade paranaense do século XIX. Curitiba, 1989, 20 p., mimeografado.

RESUMO. Evidenciam-se a importância e as fontes de estudo do tema para o caso do Paraná no século XIX.

GUDEMAN, Stephen & SCHWARTZ, Stuart B. Cleansing original sin: godparenthood and the baptism of slaves in eighteenth-century Bahia. In: SMITH, R. Kinship ideology as practice in Latin America. Chapel Hill, 1984.

RESUMO. Estudam-se as condições do batismo de escravos no século XVIII na Bahia, discutindo-se as funções do batismo e as relações entre senhores e cativos. As fontes principais utilizadas são os registros paroquiais do Recôncavo Baiano da década de 1780-1789.

GUTIÉRREZ, Horácio. O tráfico de crianças para o Brasil durante o século XVIII. São Paulo, 13 p., mimeografado.

RESUMO. Analisa-se o período 1734-1765 no tocante ao tráfico de crianças escravas, com o intuito de medir e qualificar este tráfico. Constatam-se os baixos índices de crianças traficadas, mas tenta-se mostrar que este tráfico pode ter tido uma relevância superior ao que habitualmente se imagina, caracterizando-se o tráfico de crianças no contexto global do comércio negreiro setecentista brasileiro e fornecendo-se indicações sobre portos de destino, tipo de embarcação e sazonalidade do tráfico. Os dados provêm de registros de navios negreiros saídos de Luanda, em Angola, verificando-se que 9.220 crianças foram transportadas de Luanda para o Brasil e que a média anual era de 542 menores (6.4% sobre o total), ao passo que a média para adultos era de 7.919. Analisa-se a importância relativa das crianças no conjunto dos africanos importados, revelando-se que o peso relativo das crianças no tráfico não foi homogêneo ao longo do período examinado, pois ocorreu um decréscimo de tal participação no correr do século XVIII.

KLEIN, Herbert S. The population of Minas Gerais:new research on colonial Brazil. Latin American Population History Newsletter. New York, v. 4, n. 1/2, spring/fall 1984, p. 3-7.

RESUMO. Apresenta-se o trabalho de alguns historiadores referentes à formação das populações mineiras.

KLEIN, Herbert S. Tráfico de escravos. In:IBGE, Estatísticas históricas do Brasil: séries econômicas, demográficas e sociais, 1550 a 1985. Rio de Janeiro, IBGE, 1987.

RESUMO. Reúnem-se estimativas do desembarque de escravos africanos no Brasil, para o período 1551-1855, com especificação, para certos subperíodos, da procedência, idade e sexo dos escravos e da mortalidade durante a viagem da África ao Brasil. As tabelas são acompanhadas de comentários explicativos.

KLEIN, Herbert S. O tráfico de escravos africanos para o porto do Rio de Janeiro, 1825-1830. Anais de História. Assis, no. 5, 1973, p. 85-101.

RESUMO. Explora-se uma nova fonte para o estudo do tráfico negreiro para o Brasil, nomeadamente, as listas marítimas de escravos, publicadas nos jornais dos portos brasileiros no século XIX.O estudo concentra-se no porto do Rio de Janeiro, de 1825 a 1830, devido à qualidade e quantidade das publicações que o embasam. Para o período as listas são detalhadas, com o nome do navio, o porto de embarque, o período de permanência no mar, a identificação dos comerciantes no Rio de Janeiro para os quais os escravos estavam consignados, o número de escravos embarcados e o número dos que morreram na travessia.

KNOX, Miridan Britto. Demografia escrava no Piauí. In: História e População: estudos sobre a América Latina. São Paulo, ABEP, 1990.

RESUMO. Discutem-se aspectos específicos da demografia escrava no sertão pecuarista, utilizando-se, basicamente, de Listas de Classificação de Escravos. Analisa-se a estrutura demográfica básica, através dos parâmetros sexo e idade, a importância das atividades econômicas, a estrutura familiar e a da posse de escravos para Oeiras (Piauí), em 1875. Verificou-se a baixa taxa de nupcialidade, o predomínio numérico do elemento masculino, uma pirâmide etária com patamares superiores praticamente inexistentes e o predomínio de grandes plantéis. O elevado número de mulheres em idade fértil e a alta participação relativa de escravos nascidos no Piauí, apontam no sentido de expressiva taxa de natalidade da qual resultaria o perfil relativamente "jovem" da população escrava. Assinala-se, ainda, a importância, para a economia do Piauí, de roceiros, rendeiras e vaqueiros, sendo que, 20% destes últimos, eram cativos.

KUZNESOF, Elizabeth Anne. Ilegitimidade, raça e laços de família no Brasil do século XIX: uma análise da informação de censos e de batismos para São Paulo e Rio de Janeiro. In: História e População: estudos sobre a América Latina. São Paulo, ABEP, 1990.

RESUMO. Apresenta-se uma revisão da literatura sobre a posição da Igreja Católica portuguesa e do Estado luso em relação ao concubinato e à ilegitimidade, de 1500 ao século XIX e as conclusões de estudos específicos sobre a questão como se apresentava no Brasil. Examinam-se dados concernentes a São Paulo (1836) e à paróquia carioca de São Cristóvão (1857-1867), procurando-se estabelecer, para livres e escravos, relações entre raça e legitimidade e observando-se as evidências de laços familiares apresentados em registros de batismos.

LIMA, Lana Lage da Gama & VENANCIO, Renato Pinto. Os órfãos da lei: o abandono de crianças negras no Rio de Janeiro após 1871.Estudos Afro-Asiáticos. Rio de Janeiro, n.15, 1988, p. 24-33.

RESUMO. Analisa-se o abandono de crianças negras na cidade do Rio de Janeiro. Constata-se que, a partir de 1871, com a lei do Ventre Livre, paralelamente à escravidão dos ingênuos, ocorreu um significativo aumento do abandono de crianças negras.

 

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LIMA, Lana Lage da Gama & VENANCIO, Renato Pinto. Alforria de crianças escravas no Rio de Janeiro do século XIX. 17 p., mimeografado.

RESUMO. Analisa-se, especificamente, a alforria concedida a crianças escravas no momento do batismo e registrada nos livros de assentos paroquiais: a chamada "alforria de pia". Como fonte para este levantamento utiliza-se o registro de batismos de escravos e verifica-se que as atas batismais de escravos eram de dois tipos: ingênuos (recém-nascidos e crianças com até 7 anos de idade) e adultos (maiores de 8 anos). Eram também diferenciados quanto à origem (nascidos no Brasil ou na África). Analisam-se os registros de batismos das paróquias de São José e Jacarepaguá. Ressalta-se o valor de escritura pública atribuído a tais atas, que serviam, também, como registro de alforria. Observa-se a predominância de alforrias gratuitas (60% delas para o sexo feminino) e verifica-se que, entre 1800 e 1830, foram alforriadas 396 crianças na paróquia de São José e 62 na de Jacarepaguá. Estas alforrias eram concedidas excepcionalmente; aborda-se a frequência do compadrio relacionado com a manumissão e conclui-se que esta libertação era uma concessão paternalista que acabava por reforçar o poder dos proprietários de escravos.

LUNA, Francisco Vidal & KLEIN, Herbert S. Escravos e senhores no Brasil no início do século XIX: São Paulo em 1829. Estudos Econômicos. São Paulo, IPE-USP, v. 19, no. especial, set./dez. de 1990, p. 349-79.

RESUMO. A partir dos censos manuscritos nominativos, objetiva-se aprofundar o estudo da população escrava e de seus proprietários. Foram selecionadas três localidades da província de São Paulo, em 1829: Mogi das Cruzes, Itu e a própria cidade de São Paulo. Foram analisadas variáveis tais como: sexo, idade, origem, estado conjugal, atividade do proprietário, bem como a estrutura de posse de cativos. Tais resultados foram comparados com os obtidos para outras áreas do Brasil e com os vigentes em outros regimes escravistas da América, principalmente os dos Estados Unidos e das Antilhas. A região estudada definiu-se como caso incomum, até mesmo para os padrões brasileiros, quanto à significativa ocorrência de casamentos entre escravos, muitos dos quais, é provável, formalmente legalizados. Possivelmente, em nenhum outro regime escravista da América verificou-se tal proporção de escravos casados legalmente e, em poucas províncias brasileiras, encontram-se níveis tão elevados de casamentos entre escravos, níveis estes comparáveis aos prevalecentes para a população livre.

LUNA, Francisco Vidal. Casamento de escravos em São Paulo: 1776, 1804, 1827. In: História e População: estudos sobre a América Latina. São Paulo, ABEP, 1990.

RESUMO. São estudadas as características demográficas dos escravos da área paulista em três distintos anos: 1776, 1804 e 1829. Analisam-se o sexo, idade, origem e a situação conjugal dos escravos relacionando-se tais informações com o tamanho do plantel, para treze localidades: Areias, Cunha, Curitiba, Guaratinguetá, Iguape, Itu, Jacareí, Jundiaí, Lorena, Mogi das Cruzes, São Paulo, São Sebastião e Sorocaba. Para muitas destas localidades, ademais, relacionaram-se aqueles dados demográficos com as atividades econômicas desenvolvidas pelos proprietários dos plantéis estudados.

MARCÍLIO, Maria Luiza. Bretões em Ubatuba. In: MASSA, J. M.(ed.). La Bretagne, le Portugal, le Brèsil. Paris, Université de Haute Bretagne, 1973.

RESUMO. Objetiva-se a assinalar a presença de bretões e outros franceses, em Ubatuba, entre a metade do século XVIII e 1830, mediante o levantamento de dados (em listas nominativas de habitantes e em registros paroquiais) concernentes ao período. Estes franceses, juntamente com outros imigrantes, vieram com suas famílias, escravos e capital, passando a ocupar papel de relevo em Ubatuba, dedicando-se ao plantio da cana e do café. A autora levanta, ademais, algumas hipóteses para explicar o motivo da escolha de Ubatuba para esse assentamento.

MARCÍLIO, Maria Luiza & VENANCIO, Renato Pinto. Crianças abandonadas e primitivas formas de sua proteção: séculos XVIII e XIX, Brasil. Anais do 7o. Encontro Nacional de Estudos Populacionais. São Paulo, ABEP, v. 1, 1990.

RESUMO. Procura-se desvendar a problemática da infância abandonada nos séculos XVIII e XIX no Brasil. Utilizam-se dados dos registros de entradas e de matrículas de expostos das Santas Casas de Misericórdia e das Câmaras Municipais. Destaca-se que o abandono de crianças variou no tempo e conforme a região e diversidade das formas de povoamento. Foi extremamente elevada nos maiores conglomerados urbanos do Brasil Colonial e do século XIX. As variações relativas ao sexo eram pequenas com exceção de Salvador, entre 1759-1762, com predominância do sexo masculino. Ressalta-se que os fatores que impulsionaram o ato de abandonar um bebê tinham raízes estruturais e sociais profundas, a começar pelo sistema escravista. Quanto à cor das crianças verifica-se uma forte mudança: as crianças brancas pobres eram preponderantes até meados do século XIX; o aumento significativo do segmento mestiço no total de expostos, em 1870, parece estar ligado às mudanças do escravismo no país. No Rio de Janeiro, entre 1866 e 1880, 42,5% dos expostos eram brancos. Observa-se que o abandono e mortalidade elevadíssima de crianças sempre estiveram em correlação estreita em toda a história do Brasil até os dias correntes. Analisam-se as formas de proteção dos expostos nas confrarias das Santas Casas de Misericórdia. Relata-se a trajetória dos expostos, desde o abandono até a emancipação.

MARCÍLIO, Maria Luiza. A cidade de São Paulo: povoamento e população, 1750-1850, com base nos registros paroquiais e nos recenseamentos antigos. São Paulo, Pioneira/EDUSP, 1973, xxii+220 p.

RESUMO. Descreve-se, com base nos registros paroquiais da Sé, nas listas de população assinadas pelos capitães das Companhias de Ordenanças (levantamentos de 1765, 1798 e 1836), os fenômenos demográficos e históricos da cidade de São Paulo. Revela-se, mediante a análise quantitativa dos dados, a estrutura demográfica e econômica então vigente. O estudo espraia-se por todo o rol de variáveis e temas próprios da demografia histórica, apresentando-nos um quadro preciso, minucioso e abrangente dos principais segmentos que compunham a população da cidade.

MARIN, Rosa Elizabeth Acevedo. Trabalho escravo e trabalho feminino no Pará. 1986, 24 p., mimeografado.

 

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RESUMO. Discute-se o papel histórico das mulheres das classes oprimidas no Pará, durante os períodos colonial e imperial, destacando-se as categorias mais sacrificadas: mulheres brancas empobrecidas, índias destribalizadas, negras escravas ou forras. Toma-se por base os dados de recenseamentos (Recenseamento Geral do Grão Pará de 1788); os depoimentos da visitação da Inquisição no Pará, de 1763 e 1769; anúncios e matérias de jornais; relatórios e "históricos" (Histórico e População das Villas do Pará, de 1823) e o Código de Posturas de Belém, de 1851. Analisam-se tais fontes verificando-se que o papel relevante exercido pelas mulheres pobres do Pará foi relegado ao silêncio, não se encontrando referências sobre as mulheres que contribuíram para o movimento cabano ou que participaram do movimento abolicionista.

MARIN, Rosa Elizabeth Acevedo. População e ocupação às vésperas da independência no Pará. Anais do 14o. Encontro Nacional de Economia. Brasília, ANPEC, 1986.

RESUMO. Observa-se que as fontes da historiografia do Pará permitem identificar, mesmo que parcialmente, a composição e distribuição da população e ocupação às vésperas da independência. Constata-se que o estudo demográfico econômico da área permite entender melhor a estrutura social colonial e analisar os confrontos e posições de grupos nas lutas desenvolvidas na região após a independência.

MATTOS, Odilon Nogueira de. Campinas no recenseamento do Marechal Muller. Revista da Universidade Católica de Campinas. Campinas, v. 12, n. 29/30, p. 122-31.

RESUMO. Analisa-se o "Quadro Estatístico da Província de São Paulo", publicado em 1836 pelo Marechal-de-campo Daniel Pedro Müller, procurando-se ressaltar os dados concernentes a Campinas. Destaca-se que este documento estatístico retrata a situação econômica, demográfica e social da Província de São Paulo na época da Regência. Avalia-se a parte referente a Campinas (então São Carlos), no tocante a sua fundação, limites e demais elementos geográficos, divisão dos distritos de paz, administração da justiça, produção econômica e efetivos populacionais segundo os principais cortes próprios da apresentação de dados demográficos.

MELLO, Pedro Carvalho de. A economia da escravidão nas fazendas de café: 1850-1888. Rio de Janeiro, PNPE, 1984, 221 p., (PNPE, Série Fac-Símile).

RESUMO. Apresenta-se uma análise econômica da escravidão nas fazendas de café, para o período 1850-1888, com ênfase para o lapso temporal que se seguiu à "Lei do Ventre Livre". Estuda-se a escravidão do ponto de vista da demanda de trabalhadores agrícolas por parte dos fazendeiros de café. Interpreta-se o processo gradual de abolição como uma mudança institucional no sistema de direitos de propriedade vigente no mercado de trabalho, avaliando-se como os fazendeiros de café perceberam e reagiram às mudanças observadas. Faz-se uma análise abrangente da produção cafeeira e da mão-de-obra escrava nela empregada, examina-se, também, o processo de compra, venda e aluguel de escravos rurais e urbanos e analisam-se as características do mercado escravo. São consideradas, ademais, as condições de mortalidade e longevidade dos escravos, mediante o estabelecimento de estimativas e elaboração de tábuas de sobrevivência.

METCALF, Alida C. A família escrava no Brasil colonial: um estudo de caso em São Paulo. In: História e População: estudos sobre a América Latina. São Paulo, ABEP, 1990.

RESUMO. Procura-se reconstruir as principais características da vida familiar escrava em Santana do Parnaíba (SP) no século XVIII. Destaca-se que, em Santana do Parnaíba, os escravos casavam sem restrições na Igreja matriz. Os escravos casavam com menos freqüência do que as pessoas livres e quase todos os enlaces (94%) davam-se entre nubentes pertencentes ao mesmo senhor. Havia expressiva quantidade de casamentos entre escravos e livres e a fecundidade das mulheres cativas da localidade não divergiam muito da prevalecente entre as livres. Os cativos integrantes de plantéis grandes encontravam maior facilidade na formação de famílias nucleares. Quanto à relação de compadrio, nenhum senhor apadrinhou seus próprios escravos. Observou-se que a família nuclear servia, sem dúvida, de alicerce para a vida comunitária dos escravos e que estes viviam na órbita de dois ciclos familiares: o próprio e o de seu senhor. Apesar de terem menos controle sobre suas vidas familiares que o demonstrado por outros grupos sociais, os escravos podiam conhecer longos períodos de relativa estabilidade. Os momentos de tensão que fraturavam a vida familiar dos cativos surgiam em circunstâncias específicas: quando o senhor passava por dificuldades econômicas e vendia escravos ou quando vinha a falecer, dando-se início ao processo de partilha. Demonstra-se, pois, que os cativos construíram e preservaram suas vidas familiares entre os limites estreitos impostos pela escravidão.

MONTEIRO, John M. The supply of Indian slaves to São Paulo in the seventeenth-century: some demographic implications. São Paulo,1989, 21 p., mimeografado.

RESUMO. Comunicação que procura contribuir com elementos para a demografia histórica da escravidão indígena em São Paulo no século XVII. Expondo dados de inventários, o trabalho demonstra uma forte relação entre a estrutura da população cativa e as vicissitudes do fornecimento de cativos indígenas.

MOTT, Luiz R. B. Estrutura e dinâmica da população de Sergipe, 1802-1854: definição do método e o problema das fontes documentais. Campinas, 1976, 22 p., mimeografado.

RESUMO. Apresenta-se o embasamento metodológico de pesquisa sobre a população de Sergipe na primeira metade do século XIX, através da etno-demografia histórica. Salienta-se a dificuldade em encontrar fontes de dados, visto que os tradicionais registros paroquiais e as relações nominais de habitantes não estão completos, existiram em pequena escala ou ainda não foram localizados. Apresenta-se a documentação selecionada para o estudo: os "mapas exatos" da população, que são 23 estatisticas relativas ao período 1825-1830, com dados sintéticos mas muito ricos no que se refere à cor, idade, sexo, estado conjugal, situação social e atividades produtivas; a descrição geográfica da capitania de Sergipe del Rei, que constitui o documento mais completo sobre a composição demográfica das vilas e a "Estatística da População livre e escrava da Província de Sergipe", organizada em 1854, com levantamento completo da população existente nas subdelegacias sergipanas.

MOTT, Maria Lúcia de Barros. Ser mãe: a escrava face o aborto e o infanticídio. 13 p., mimeografado.

RESUMO. Avaliam-se as razões apontadas para explicar a baixa reprodução da população escrava no Brasil, tendo-se em vista o estudo da criança sob as opiniões, às vezes opostas, de alguns autores em relação ao aborto e ao infanticídio das crianças escravas, como uma forma de resistência. A criança escrava era vista em geral como mercadoria e como futuro trabalhador e por merecer um preço menor, a criança escrava era vista como uma mercadoria mais acessível aos pequenos proprietários. Faz-se uma avaliação do trabalho executado pela criança escrava, desde o cuidar de bebês até o auxílio nos trabalhos agrícolas (entre os 6 e 7 anos de idade),já a partir dos 7 e 8 anos, passavam a trabalhar no serviço mais pesado e regular, seja na casa grande, fosse na lavoura. Verifica-se que o valor econômico das crianças escravas não as livravam dos maus tratos. Salienta-se o fato de que houve um tipo de atividade que apenas a criança escrava desempenhou: o de gerar e preservar o leite das amas-de-leite.

NADALIN, Sergio Odilon. Sexualidade, casamento e reprodução. Revista Brasileira de Estudos de População. São Paulo, ABEP, v.5, no. 2, jul./dez. de 1988, p. 63-91.

RESUMO. Tendo como ponto de partida a observação de famílias luteranas de origem alemã reconstituídas pelo método Fleury-Henry, foram evidenciadas freqüências de concepções pré-nupciais e de nascimentos ocorridos antes do casamento. As análises realizadas consideram a divisão do grupo em três coortes: 1866-1894, 1895-1919 e 1920-1939. De uma coorte para outra verificou-se uma diminuição das freqüências de nascimentos oriundos de concepções pré-nupciais.

 

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NEVES, Maria de Fátima Rodrigues das. Ampliando a família escrava: compadrio de escravos em São Paulo do século XIX. In: História e População: estudos sobre a América Latina. São Paulo, ABEP, 1990.

RESUMO. O sacramento do batismo teve freqüentemente um papel importante na sociedade brasileira. O papel social deste sacramento entre escravos foi estudado para a primeira década do século passado para a cidade de São Paulo, a fim de determinar os padrões na escolha de padrinhos. O contexto urbano do começo do século XIX em São Paulo propiciou a emergência de características específicas com respeito ao parentesco social entre escravos e população livre, os padrões de "compadrio" seguiram essas singularidades. Escravos convidavam pessoas pobres da população livre como padrinhos de seus filhos para estender seus vínculos familiares na direção vertical. Além disso, senhores nunca eram padrinhos de seus próprios escravos.

PAIVA, Clotilde A. Notas sobre a população de Minas Gerais no período provincial. Trabalho apresentado no Colóquio Internacional: "População no Mundo de Expressão Portuguesa", Recife, out. de 1988. Belo Horizonte, 1988, 25 p., mimeografado.

RESUMO. Apresentam-se observações sobre a população de Minas Gerais no correr do século XIX, sugerindo-se hipóteses a serem investigadas com o fito de se aprofundar o conhecimento sobre a dinâmica demográfica das populações mineiras.

PAIVA, Clotilde de A., CARVALHO, José Alberdo Magno de & LEITE, Valéria da Motta. Demografia. In: IBGE, Estatísticas históricas do Brasil: séries econômicas, demográficas e sociais, 1550 a 1985. Rio de Janeiro, IBGE, 1987.

RESUMO. Apresentam-se estimativas da população brasileira para o período pré-estatístico (do século XVI a 1750), dados para o período proto-estatístico (1750-1872) e dois grupos de tabelas comparativas dos Censos Demográficos: o primeiro reunindo os Censos de 1872, 1890, 1900 e 1920; o segundo, os censos de 1940, 1950, 1960, 1970 e 1980. Outros indicadores que cobrem as principais variáveis demográficas também são apresentados. A maioria das tabelas, em especial as concernentes aos censos, apresentam dados segundo as unidades da federação. As tabelas são acompanhadas de comentários explicativos.

PAIVA, Clotilde de A & KLEIN, Herbert S. Escravos e livres nas Minas Gerais do século XIX: Campanha em 1831. Estudos Econômicos. São Paulo, IPE-USP, v. 22, no. 1, jan./abr. de 1992, p. 129-51.

RESUMO. Estuda-se a idade, sexo, origem e estrutura ocupacional da população escrava, bem como sua distribuição entre os senhores, a partir de dados extraídos de listas nominativas de habitantes. Além destes aspectos, são enfocadas as características sociais e econômicas da população livre. Foi selecionado para estudo um dos maiores e mais urbanizados municípios da província de Minas Gerais: Campanha. Dentre outras conclusões, o exame dos dados sugere que a taxa de crescimento vegetativo dos escravos nativos poderia ser positiva e que, apesar da presença significativa de africanos na massa escrava, havia condições favoráveis para a procriação.

PRADO, Bárbara Brandão de Almeida. População escrava no município de São Carlos (1856-1887), 1989, 11 p.

RESUMO. Este trabalho dá início ao projeto intitulado Análise da Transformação Demográfica no Município de São Carlos, que visa a caracterizar a evolução da população e o desenvolvimento sócio-econômico em São Carlos, a contar de sua fundação, em 1856.

PRIORE, Mary Lucy Murray del. A maternidade da mulher negra no período colonial brasileiro. São Paulo, CEDHAL, 1989, 54 p., mimeografado, (Estudos CEDHAL, 4).

RESUMO. Apresentam-se as partes essenciais do "Tratado do Parto Humano", de autoria do Dr. Francisco Nunes, médico da capitania de Pernambuco, em fins do século XVII, no qual relatam-se as práticas, crendices e conhecimentos em torno do parto natural e não natural, incluindo a descrição de alguns partos de escravas. Avalia-se a riqueza do manuscrito como fonte para estudos sobre história da maternidade, do corpo feminino e da vivência do parto.

RAMOS, Donald. A mulher e a família em Vila Rica do Ouro Preto: 1754-1838. In: História e População: estudos sobre a América Latina. São Paulo, ABEP, 1990.

RESUMO: Estuda-se a dicotomia entre a mulher casada ou viúva e as que, solteiras, eram chefes de fogos em Vila Rica, no período de retração da atividade aurífera. Destaca-se que esta dicotomia serve de contexto para examinar as diferenças de comportamento destas mulheres: suas idades quando casam, quando dão à luz os primeiros filhos o número de filhos que tiveram e o tamanho de seus domicílios. Examinam-se estas características em um contexto de mudança econômica e prestando atenção às diferenças de classes e às especificidades que distinguiam os fogos chefiados por mulheres.

RAMOS, Donald. União consensual e a família no século XIX: Minas Gerais, Brasil. Estudos Econômicos. São Paulo, IPE-USP, v. 20,no. 3, set./dez. de 1990, p. 381-405.

RESUMO. O objetivo do artigo é explorar, em vários níveis, questões relativas aos domicílios chefiados por mulheres. Em primeiro lugar, descreve-se o domicílio chefiado pelas mesmas e, a seguir, confrontam-se os domicílios chefiados por mulheres solteiras com os encabeçados por mulheres casadas.

SAMARA, Eni de Mesquita. A produção da ABEP na área de demografia em uma perspectiva histórica no conjunto da produção nacional: levantamento, análise e sugestões. In: BERQUÓ, Elza (coord.). ABEP, primeira década: avanços, lacunas, perspectivas. Belo Horizonte, ABEP, 1988.

RESUMO. Aborda-se o tema demografia histórica no Brasil a partir de uma pesquisa bibliográfica concernente a trabalhos apresentados em encontros e seminários promovidos pela ABEP - Associação Brasileira de Estudos Populacionais, ou estampados em suas publicações.

 

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SAMARA, Eni de Mesquita. Família e domicílios em sociedades escravistas (São Paulo no século XIX). In: História e População: estudos sobre a América Latina. São Paulo, ABEP, 1990.

RESUMO. Analisam-se famílias e domicílios na cidade de São Paulo, no início do século XIX. Estudam-se os tipos de famílias, os arranjos domiciliares, os tipos de uniões, a ilegitimidade dos filhos, estado conjugal, chefia de família, tamanho da prole e dos plantéis de escravos etc., observando-se a importância dos testamentos como fonte de informação.

SCHWARTZ, Stuart B. Free labor in a slave economy: the lavradores de cana of colonial Bahia. In: ALDEN, Dauril. Colonial roots of modern Brazil. Califórnia, Univertisty of California Press, 1973.

RESUMO. Discute-se a história de um setor da população livre do Brasil colônia, especificamente a dos lavradores de cana da Bahia. A fonte primária utilizada consubstancia-se em documentos referentes ao engenho Sergipe do Conde, no Recôncavo, estabelecido em 1560 pelo governador Geral Mem de Sá.Tais fontes compreendem livros, cartas, contratos e transcrições legais. Examinam-se as condições de concessão de terras pelos sesmeiros aos cultivadores livres, as áreas e as relações econômicas com os engenhos de açúcar.

VENANCIO, Renato Pinto. A infância abandonada no Brasil Colonial: o caso do Rio de Janeiro no século XVIII. Anais do Museu Paulista. São Paulo, USP, v. 35, 1986-1987, p. 221-32.

RESUMO. Discute-se, mediante a análise demográfica de listas nominativas e de registros paroquiais, a questão do enjeitamento de crianças. Verifica-se que, ao contrário do que ocorria na maioria das sociedades européias (França 2%,Inglaterra 3%), os índices de nascimentos de ilegítimos no período colonial brasileiro eram muito elevados (Vila Rica 65%), com um elevado índice de recém-nascidos abandonados. Analisam-se as regularidades desse abandono no Rio de Janeiro entre 1700 e 1800 com base em livros de batismo do Arquivo da Cúria Metropolitana, verificando-se taxas de ilegitimidade e abandono variando entre 20 e 25% na área urbana, contra 10 a 15% na área rural do recôncavo. Considera-se a atuação de duas entidades criadas na época para fazer frente a esta questão: o Recolhimento de Meninos Orfãos (1734) e a Roda dos Expostos (1738). Ademais, levantam-se hipóteses explicativas concernentes às causas do abandono de crianças.

VENANCIO, Renato Pinto. A última fuga: suicídio de escravos no Rio de Janeiro (1870-1888). 1989, 12 p., mimeografado.

RESUMO. Trata-se de uma pesquisa sobre o suicídio de escravos no Rio de Janeiro, para o período que antecede a abolição, com base em variadas fontes primárias. Indicam-se as motivações que levaram ao suicídio, conclui-se que tal prática declinou com a aproximação do fim do escravismo.

 

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PUBLICAÇÕES RECEBIDAS

 

BOLETIM DO CENTRO DE MEMORIA - UNICAMP. Campinas: v. 6, n. 11, jan./jun. 1994.

BOLETIM DO CENTRO DE MEMORIA - UNICAMP. Campinas: v. 6, n. 12, jul./dez. 1994.

 BOLETIM DO CENTRO DE MEMORIA - UNICAMP. Campinas: v. 7, n. 13, jan./jun. 1995. 

Endereço: Boletim do Centro de Memória - UNICAMP
Rua Sérgio Buarque de Holanda, 800
Cidade Universitária "Zeferino Vaz"
Caixa Postal 6023
CEP: 13083-970 - Campinas - SP
Telefone: (0192) 39-3441 e 39-8216

 

CADERNOS DE ESTUDOS SOCIAIS. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Instituto de Pesquisas Sociais, v. 8, n. 2, jul./dez. 1992. 

Endereço: Instituto de Pesquisas Sociais
Fundação Joaquim Nabuco
Rua Dois Irmãos, 92 - Apipucos
Caixa Postal 1595
CEP: 52071-440 - Recife - PE
Telefone: (081) 441-5900

 

 

CARVALHO, José Geraldo Vidigal de. A escravidão: convergências e divergências. Viçosa: Editora Folha de Viçosa, 1988. 120 p.

CARVALHO, José Geraldo Vidigal de. Temas de História da Igreja no Brasil. Viçosa: Folha de Viçosa, 1994. 110 p.

Endereço: Editora Folha de Viçosa
Rua Santana, 171
CEP: 36570 - Viçosa - MG
Telefone: (031) 891-2159 e 891-2883

 

FALCI, Miridan Britto Knox. Escravos do sertão: demografia, trabalho e relações sociais (Piauí, 1826-1888). Teresina: Fundação Cultural Monsenhor Chaves, 1995.

NOVA ECONOMIA. Revista do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG. Belo Horizonte: UFMG/FACE/DCE, v. 5, n. 1, ago. 1995.

Endereço: Universidade Federal de Minas Gerais
Faculdade de Ciências Econômicas
Departamento de Ciências Econômicas
Rua Curitiba, 832 - sala 701 - Centro
CEP: 30170-120 - Belo Horizonte - MG
Telefone: (031) 201-3253 - Fax: (031) 201-3657
 

PASSOS SUBRINHO, Josué M. dos. História Econômica do Sergipe; 1850-1930. Aracaju: UFS, Programa Editorial da UFS, 1987. 116 p.

SALVADOR, José Gonçalves. A capitania do Espírito Santo e seus engenhos de açúcar (1535-1700); a presença dos cristãos-novos. Vitória: Secretaria da Produção e Difusão Cultural - UFES/Departamento Estadual de Cultura, 1994. 104 p.

UNITED NATIONS. The Health Rationale for Family Planning: Timming of Births and Child Survival. New York: United Nations, 1994. 112 p.

UNITED NATIONS. Populations Newsletter, nr. 59, June 1995.

UNITED NATIONS. International Migration Policies and the Status of Female Migrantes. Proceedings of the United Nations Expert Group Meeting on International Migration Policies and the Status of Female Migrants. San Miniato, Italy, 28-31 March 1990. New York: United Nations, 1995. 300 p.

UNITED NATIONS. Global Population Policy Data Base 1993. New York: United Nations, 1995. 199 p. ( Corrigendum p. 200-213).

UNITED NATIONS. World Urbanization Prospects: The 1994 Revision. Estimates and Projections of Urban and Rural Populations and of Urban Agglomarations. New York: United Nations, 1995. 178 p.

UNITED NATIONS. Results of the Seventh United Nations Populations Inquiry among Governments. New York: United Nations, 1995. 167 p.

UNITED NATIONS. Population and Development. Programe of Action Adopted at the International Conference on Population and Development, Cairo, 5-13 September 1994. New York, 1995. v. 1. 100 p.

Enedereço: United Nations Secretariat
Populations Division
Rm. DC2-1950, New York, NY
USA
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PROGRAMAS DE CURSOS

 

Neste número apresentamos o programa da disciplina intitulada FORMAÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL DO BRASIL: MODELOS INTERPRETATIVOS (EAE - 900) oferecida no programa de Pós-Graduação em Economia, ministrado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas da FEA/USP. O programa abaixo transcrito corresponde à versão do primeiro semestre de 1996, quando a disciplina em tela será ministrada sob a responsabilidade de José Flávio Motta e Nelson Nozoe.

 OBJETIVOS

 Neste curso discutimos um conjunto de interpretações acerca da formação econômica brasileira. De início, situamos o modelo elaborado por Caio Prado Júnior, que constitui ponto de inflexão em nossa historiografia econômica. Sua sedimentação, ainda na primeira metade do nosso século, implicou a consolidação de um entendimento daquela formação caracterizado pela ênfase no setor exportador.

Em seguida, voltamos nossa atenção seja para autores que perfilham o enfoque pradiano, como Celso Furtado e Fernando Novais, seja para os que avançam propostas mais ou menos apartadas do dito enfoque, como Antônio Barros de Castro, Ciro Flamarion Cardoso e Jacob Gorender. Em um terceiro momento, debruçamo-nos sobre o largo material historiográfico produzido nas décadas recentes, com base na integração de fontes primárias de variados tipos, que evidenciaram sobejamente a relevância dos processos econômicos que se davam na órbita interna da economia brasileira e, por essa via, demonstraram a insuficiência das visões até então vigentes.

Apresentamos, então, a vertente historiográfica que radicaliza a crítica ao modelo de Prado Júnior, advogando a reprodução autônoma da economia escravista brasileira. Por fim, procedemos a uma tentativa de reconciliação e superação das perspectivas aparentemente antagônicas acima referidas, mediante a elaboração de um modelo alternativo centrado na existência de uma forma específica do capital: o capital escravista-mercantil.

 

PROGRAMA

 1. Os primórdios da historiografia.

2. O modelo interpretativo de Caio Prado Júnior.

3. Consolidação da visão exportacionista: Celso Furtado e Fernando Novais.

4. Uma crítica: Antônio Barros de Castro.

5. O modo de produção dependente: Ciro Flamarion Cardoso.

6. O modo de produção colonial: Jacob Gorender.

7. A emergência de novas evidências empíricas nos planos econômico e demográfico.

8. Brecha camponesa e protocampesinato: a ênfase nos elementos econômicos de ordem interna.

9. A autonomização da economia escravista brasileira: uma proposta de superação da visão exportacionista.

10. O capital escravista-mercantil e a formação econômica brasileira: uma proposta alternativa.

 

DISTRIBUIÇÃO E SÍNTESE TEMÁTICA DAS AULAS

 1 - OS PRIMÓRDIOS DA HISTORIOGRAFIA

 Fornece-se um apanhado do evolver da historiografia econômica brasileira, desde os seus primórdios até a consolidação pioneira efetuada por Roberto C. Simonsen.

 Referências bibliográficas: BRITO (1980), CARREIRA (1889), CAVALCANTI (1896), IGLÉSIAS (1970), CANABRAVA (1972), RODRIGUES (1978), SIMONSEN (1978).

 

2 - O MODELO INTERPRETATIVO DE CAIO PRADO JÚNIOR

 Enfoca-se a formação econômica do Brasil consoante o modelo interpretativo elaborado por Caio Prado Júnior, o qual se coloca com o basilar da visão exportacionista e, como tal, referencial dos demais modelos tratados ao longo deste curso.

 Referências bibliográficas: D'INCAO (1989), PRADO JR. (1953, 1972, 1977 e 1981), IGLÉSIAS (1982).

 

3 - CONSOLIDAÇÃO DA VISÃO EXPORTACIONISTA: CELSO FURTADO E FERNANDO NOVAIS

 Analisam-se os principais trabalhos desses dois autores que se põem como continuadores do enfoque proposto por Caio Prado Júnior.

 Referências bibliográficas: BIELSCHOWSKY (1989), FRAGOSO (1992), FURTADO (1980 e 1989), GONÇALVES (1983), MANTEGA (1989), NOVAIS (1969 e 1979), OLIVEIRA (1983).

 

4 - UMA CRÍTICA: ANTÔNIO BARROS DE CASTRO

 Explicitam-se criticamente os reparos, apresentados por Castro, ao conceito de sentido da colonização tal como desenvolvido no âmbito da visão exportacionista.

Referências bibliográficas: CASTRO (1977, 1980 e 1984), FRAGOSO (1992).

 

5 - O MODO DE PRODUÇÃO DEPENDENTE: CIRO FLAMARION CARDOSO

Analisa-se o conceito de modo de produção dependente, enquanto uma tentativa de superação do modelo interpretativo originalmente elaborado por Caio Prado Júnior. Evidencia-se, ademais, as limitações do aludido conceito.

Referências bibliográficas: ASSADOURIAN (1975), CARDOSO (1975a, 1975b, 1975c e 1984), COSTA (1985), FRAGOSO (1992), LACLAU (1975).

 

6 - O MODO DE PRODUÇÃO COLONIAL: JACOB GORENDER

Considera-se, sempre com referência ao modelo pradiano, a categoria modo de produção colonial desenvolvida por Jacob Gorender. Enfatizase, outrossim, a permanência, na interpretação desse último autor, de elementos característicos da abordagem por ele criticada.

Referências bibliográficas: COSTA (1985), GORENDER (1983, 1990 e 1992), FRAGOSO (1992), MOTTA (1995).

 

7 - A EMERGÊNCIA DE NOVAS EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS NOS PLANOS ECONÔMICO E DEMOGRÁFICO

Exploram-se as contribuições trazidas pelo desenvolvimento da historiografia nos últimos lustros. Tais contribuições, fundamentalmente de caráter monográfico, e baseadas em amplo espectro de fontes documentais, acarretaram inequívoco desconforto no que respeita à adequação entre os modelos interpretativos vigentes e as novas evidências empíricas oferecidas pela dita historiografia.

Referências bibliográficas: COSTA (1992), COSTA & GUTIÉRREZ (1984), COSTA & NOZOE (1989), COSTA, SLENES & SCHWARTZ (1987), FUNES (1986), GORENDER (1990), LUNA (1981, 1983, 1986, 1992 e 1994), LUNA & COSTA (1980, 1981, 1982a, 1982b e 1983), MOTTA (1988a, 1988b, 1990, 1991, 1994 e 1995), MOTT (1978 e 1986), MOTTA & NOZOE (1994), RAMOS (1990), SAMARA (1989), SCHWARTZ (1983a e 1988), SLENES (1987 e 1988).

 

8 - BRECHA CAMPONESA E PROTOCAMPESINATO: A êNFASE NOS ELEMENTOS ECONÔMICOS DE ORDEM INTERNA

Contempla-se a interpretação proposta por Ciro Flamarion Cardoso, que aponta decididamente para a ênfase nos elementos econômicos de ordem interna e, em certa medida, fundamenta-se no desenvolvimento recente da historiografia tratado no item anterior.

Referências bibliográficas: CARDOSO (1987), LINHARES (1990), LINHARES & SILVA (1981), SILVA & REIS (1989), SCHWARTZ (1974, 1977 e 1983b).

 

9 - A AUTONOMIZAÇÃO DA ECONOMIA ESCRAVISTA BRASILEIRA: UMA PROPOSTA DE SUPERAÇÃO DA VISÃO EXPORTACIONISTA

Discutem-se as teses que propugnam a possibilidade de uma autonomização da economia escravista brasileira, cuja reprodução dar-se-ia de maneira primordialmente vinculada a processos de acumulação dados endogenamente.

Referências bibliográficas: CASTRO & SCHNOOR (1995), FLORENTINO(1991), FRAGOSO (1990 e 1992), FRAGOSO & FLORENTINO (1993), CASTRO (1987 e 1993), CARDOSO (1988), LINHARES (1990).

 

10 - O CAPITAL ESCRAVISTA-MERCANTIL E A FORMAÇÃO ECONÔMICA BRASILEIRA: UMA PROPOSTA ALTERNATIVA

Expõe-se a categoria capital escravista-mercantil, admitida pelos autores como uma específica forma de existência do capital e que estaria na raiz da formação econômica e social do Brasil, dela decorrendo as articulações que não encontram lugar nos modelos interpretativos até então vigentes.

Referências bibliográficas: PIRES & COSTA (1994), COSTA & PIRES(1994), PIRES & COSTA (1995), COSTA (1995), MOTTA (1995).

 

BIBLIOGRAFIA

ASSADOURIAN, C. S. Modos de producción, capitalismo y subdesarrollo en América Latina. In: ASSADOURIAN, C. S. et alii. Modos de producción en América Latina. 3.ed. Buenos Aires: Cuadernos de Pasado y Presente, 1975, p. 47-81.

BIELSCHOWSKY, R. Formação econômica do Brasil: uma obra do estruturalismo cepalino. Revista de Economia Política 9 (4): 38-55. São Paulo: Centro de Economia Política/Brasiliense, out./dez. 1989.

BRITO, J. G. de L. Pontos de partida para a história econômica do Brasil. 3.ed. São Paulo: Ed. Nacional; Brasília: INL, 1980.

CANABRAVA, A. P. et alii. Área de história. In: Anais do Encontro Internacional de Estudos Brasileiros. São Paulo: Instituto de Estudos Brasileiros, 1972, v. 2, p. 4-69.

CARDOSO, C. F. S. Severo Martínez Peláez y el carácter del régimen colonial. In: ASSADOURIAN, C. S. et alii. Modos de producción en América Latina. 3.ed. Buenos Aires: Cuadernos de Pasado y Presente, 1975a, p. 83-109.

CARDOSO, C. F. S. Sobre los modos de producción coloniais de América. In : ASSADOURIAN, C. S. et alii. Modos de producción en América Latina. 3.ed. Buenos Aires: Cuadernos de Pasado y Presente, 1975b, p. 135-159.

CARDOSO, C. F. S. El modo de producción esclavista colonial en América. In : ASSADOURIAN, C. S. et alii. Modos de producción en América Latina. 3.ed. Buenos Aires: Cuadernos de Pasado y Presente, 1975c, p. 193-242.

CARDOSO, C. F. S. Economia e sociedade em áreas coloniais periféricas: Guiana Francesa e Pará, 1750-1817. Rio de Janeiro: Graal, 1984.

CARDOSO, C. F. S. Escravo ou camponês? O protocampesinato negro nas Américas. São Paulo: Brasiliense, 1987.

CARDOSO, C. F. S. (org.). Escravidão e abolição no Brasil: novas perspectivas. Rio de Janeiro: Zahar, 1988.

CARREIRA, L. de C. História financeira e orçamentária do Império do Brazil desde a sua fundação precedida de alguns apontamentos acerca da sua Independência. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1889.

CASTRO, A. B. de. Escravos e senhores nos engenhos do Brasil: um estudo sobre os trabalhos do açúcar e a política econômica dos senhores. Estudos Econômicos 7 (1): 177-220, jan./abr. 1977.

CASTRO, A. B. de. A economia política, o capitalismo e a escravidão. In: AMARAL LAPA, J. R. do (org.). Modos de produção e realidade brasileira. Petrópolis: Vozes, 1980.

CASTRO, A. B. de. "As mãos e os pés do senhor de engenho": dinâmica do escravismo colonial. In:PINHEIRO, P. S. (coord.). Trabalho escravo, economia e sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.

CASTRO, H. M. da C. M. G. de. Ao sul da história: lavradores pobres na crise do trabalho escravo. São Paulo: Brasiliense, 1987.

CASTRO, H. M. da C. M. G. de. A cor inexistente: os significados da liberdade no sudeste escravista (Brasil, século XIX). Tese de Doutoramento. Niterói: Curso de Pós-Graduação em História/UFF, 1993. (mimeografado).

CASTRO, H. M. M. de & SCHNOOR, E. (org.). Resgate, uma janela para o Oitocentos: ensaios. Fotografias de Jhony Salles, Marcia Kranz. Rio de Janeiro: Topbooks, 1995.

CAVALCANTI, A. Elementos de finanças: estudo theorico-pratico. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1896.

COSTA, I. del N. da. Nota sobre a não existência de modos de produção coloniais. São Paulo: IPE-FEA/USP, 1985. (mimeografado).

COSTA, I. del N. da. Arraia-miúda: um estudo sobre os não-proprietários de escravos no Brasil. São Paulo: MGSP, 1992.

COSTA, I. del N. da. Repensando o modelo interpretativo de Caio Prado Júnior. São Paulo: NEHD-FEA/USP, 1995. (mimeografado).

COSTA, I. del N. da & GUTIÉRREZ, H. Nota sobre o casamento de escravos em São Paulo e no Paraná. História: Questões & Debates 5 (9): 313-321, dez. 1984.

COSTA, I. del N. da & NOZOE, N. H. Elementos da estrutura de posse de escravos em Lorena no alvorecer do século XIX. Estudos Econômicos 19 (2): 319-345, maio/ago. 1989.

COSTA, I. del N. da & PIRES, J. M. A fórmula do capital escravista-mercantil. Estudos Econômicos 24 (3): 527-532, set./dez. 1994.

COSTA, I. del N. da, SLENES, R. W. & SCHWARTZ, S. B. A família escrava em Lorena (1801). Estudos Econômicos 17 (2): 245-295, maio/ago. 1987.

D'INCAO, M. A. (org.). História e ideal: ensaios sobre Caio Prado Júnior. São Paulo: Brasiliense/Editora da UNESP/Secretaria de Estado da Cultura, 1989.

FLORENTINO, M. G. Em costas negras: um estudo sobre o tráfico atlântico de escravos para o porto do Rio de Janeiro, c.1790-c.1830. Tese de Doutoramento. Niterói: ICHF/UFF, 1991. (mimeografado).

FRAGOSO, J. L. R. Comerciantes, fazendeiros e formas de acumulação em uma economia escravista-colonial: Rio de Janeiro, 1790-1888. Tese de Doutoramento. Niterói: ICHF/UFF, 1990. (mimeografado).

FRAGOSO, J. L. R. Homens de grossa aventura: acumulação e hierarquia na praça mercantil do Rio de Janeiro (1790-1830). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1992.

FRAGOSO, J. L. R. & FLORENTINO, M. G. O arcaísmo como projeto: mercado atlântico, sociedade agrária e elite mercantil no Rio de Janeiro, c.1790-c.1840. Rio de Janeiro: Diadorim, 1993.

FUNES, E. A. Goiás 1800-1850: um período de transição da mineração à agropecuária. Goiânia: Ed. da Universidade Federal de Goiás, 1986. (Coleção Teses Universitárias, 40).

FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. 17.ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1980.

FURTADO, C. Entre inconformismo e reformismo. Revista de Economia Política, 9 (4): 6-28. São Paulo: Centro de Economia Política/Brasiliense, out./dez. 1989.

GONÇALVES, J. S. R. de C. Apresentação. In: FURTADO, C. Teoria e política do desenvolvimento econômico. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

GORENDER, J. Questionamentos sobre a teoria econômica do escravismo colonial. Estudos Econômicos 13 (1): 7-39, jan./abr. 1983.

GORENDER, J. A escravidão reabilitada. São Paulo: Ática/Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, 1990.

GORENDER, J. O escravismo colonial. 6.ed. São Paulo: Ática, 1992. IGLÉSIAS, F. Situação da história econômica no Brasil. Anais de História. Assis: FFCL de Assis, ano II, p. 9-64, 1970.

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SLENES, R. W. Lares negros, olhares brancos: histórias da família escrava no século XIX. Revista Brasileira de História 8 (16): 189-203, mar./ago. 1988.

 

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CENSO DE DEMOGRAFIA HISTÓRICA - SEGUNDA FASE

 

Solicitamos uma vez mais a contribuição dos colegas que nos remeteram os informes concernentes à primeira fase de nosso censo dos pesquisadores da área de demografia histórica. Agora, numa segunda etapa e com o intuito de atualizar a bibliografia produzida pelos estudiosos da área, gostaríamos que nos fosse enviado para o endereço abaixo, o mais breve possível, o arrolamento completo de seus trabalhos. Seria ótimo se tal arrolamento viesse acompanhado de breves resumos dos estudos elencados.

Tais trabalhos e respectivos resumos serão inseridos no arquivo denominado ROL - Relação de trabalhos publicados no campo da demografia histórica, organizado pelo N.E.H.D., regularmente atualizado e colocado à disposição de todos os colegas interessados.

Apresentam-se a seguir resultados parciais do Censo de Demografia Histórica - II Fase:

FARIA, Sheila Siqueira de Castro. A colônia em movimento: fortuna e família no cotidiano colonial (Sudeste, século XVIII). (doutorado, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 1994), mimeografado.

RESUMO. Este trabalho aborda aspectos da vida cotidiana colonial, particularmente o século XVIII, tendo como pano de fundo análise sobre a família, diferenciada por grupos sociais, o que a torna objeto central e estratégico para se observar o estabelecimento de modos de vida e de domínio. Está dividido em duas partes temáticas: "Mover-se" e "Viver e Morrer". A primeira trata do movimento, tanto espacial como econômico-social; a segunda enfoca o dia-a-dia dos homens coloniais: nascimento, casamento, morte, habitação e modos de produzir. As fontes utilizadas foram, basicamente, inventários post-mortem, registros de batizado, nascimento e óbito, mapeamentos populacionais e agrários e processos eclesiásticos de banhos para matrimônios.

FARIA, Sheila Siqueira de Castro. Família escrava e legitimidade. Estratégias de preservação da autonomia. Cadernos Cândido Mendes, Estudos Afro-Asiáticos. Rio de Janeiro, Centro de Estudos Afro-Asiáticos - CEAA, (23): 113-131, dez. 1992.

RESUMO. O artigo analisa a familia escrava, estabelecendo as variações regionais no acesso ao casamento legal na Igreja Católica. Aborda, também, o século XIX dentro do contexto escravista, diferenciando-o de periodos anteriores no que se refere à legalização dos matrimônios.

FARIA, Sheila Siqueira de Castro. Escravidão e relações de família no Rio de Janeiro (período colonial). Estudos de Escravidão II. Cadernos do ICHF, Niterói, UFF, (23): 54-103, 1990.

RESUMO. O trabalho analisa a demografia do tráfico africano, a legitimidade dos escravos e o compadrio, nos séculos XVII e XVIII, em àreas do Recôncavo da Guanabara e Norte Fluminense.

FARIA, Sheila Siqueira de Castro. Legitimidade, estratégias familiares e condição feminina no Brasil escravista. Anais do VIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais. São Paulo, ABEP, vol. I - Informação Demográfica, Fecundidade e Demografia Histórica, 1992, p. 297-317.

RESUMO. O objetivo do trabalho é apontar para diferenças existentes na forma e na constituição de famílias dos diversos grupos que compunham a sociedade escravista brasileira, especificando de maneira diferenciada os lugares de atuação, se em centros mineradores, urbanos, portuários ou agrários.

FARIA, Sheila Siqueira de Castro. Fontes textuais e vida material: observações preliminares sobre casas de moradia nos Campos dos Goitacazes, séculos XVIII e XIX. Anais do Museu Paulista - História e Cultura Material. São Paulo, USP, no. 1 (Nova Série), 1994, p. 107-129.

RESUMO. O trabalho tem por objetivo analisar o modo de vida material de habitantes da Capitania da Paraíba do Sul (atual Norte Fluminense), no século XVIII, em particular no que se refere à relação entre habitação e produção, acompanhando as vagarosas transformações ocorridas entre dois momentos: o de predomínio dos currais e o de desenvolvimento e consolidação da lavoura canavieira.

FARIA, Sheila Siqueria de Castro. Patriarcalismo e a questão da legitimidade na historiografia brasileira. Anais do IX Encontro Nacional de Estudos Populacionais. Belo Horizonte, ABEP, 1994, vol. 1, p. 397-417.

RESUMO. O trabalho trata da discussão acerca do patriarcalismo, no Brasil colonial, diferenciando-o de família extensa. Analisa, também, a questão da legitimidade, entre os séculos XVII e XIX, propondo questões para se repensar a afirmação sobre o "Brasil bastardo".

FARIA, Sheila Siqueira de Castro. Fortuna e família em Bananal no século XIX. In: CASTRO, Hebe Maria Mattos de & SCHNOOR, Eduardo. Resgate: uma janela para o oitocentos. Rio de Janeiro, Topbooks, 1995.

RESUMO. O ensaio pretende analisar as estratégias matrimoniais de segmentos da elite cafeeira do século XIX, no Vale do Paraíba, recuperando a forma como se constituíam e se consolidavam as fortunas locais.

FARIA, Sheila Siqueira de Castro. História da família e Demografia Histórica. In:CARDOSO, Ciro Flamarion & VAINFAS, Ronaldo (orgs.). Domínios da História. Rio de Janeiro, Ed. Campus, 1995.

RESUMO. O artigo é um balanço historiográfico geral e do Brasil, estabelecendo relação direta entre a demografia histórica (ou história demográfica) e o desenvolvimento de um ramo especifico de conhecimento: a história da família.

 

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CENSO DE DEMOGRAFIA HISTÓRICA - RESULTADOS PARCIAIS

 

Damos prosseguimento à apresentação dos resultados parciais do Censo de Demografia Histórica, cujo objetivo é proceder ao levantamento, o mais completo possível, dos estudiosos da área, bem como de suas respectivas produções científicas. Os endereços abaixo obedecem a forma:

 

Nome do pesquisador
Logradouro
CEP Cidade, Estado (caso se trate do Brasil)
Cidade, Estado ZIP (caso não se trate do Brasil)
País (caso não se trate do Brasil)
Telefone
Fax
Instituição à qual se encontra vinculado
Rosa Elizabeth Acevedo Marin
Travessa Perebebuí, Conjunto Santos Dumont II, no. 45
Bairro Marco
66087-670 Belém, PA
tel. (091) 228-2522
fax. (091) 211-1676, 211-1677
NAEA/UFPA
Teresinha Regina Busetti Pardo
Rua Coronel Ottoni Maciel, no. 776, ap. 21
Vila Izabel
80320-000 Curitiba, PR
tel. (041) 242-6686
Universidade Federal do Paraná
Elizabeth Agel da Silva Dantas
Rua 13, no. 519 - Setor Oeste
74120-060 Goiania, GO
tel. (062) 241-8524, 971-2573
fax. (062) 241-8424
CELG-Centrais Elétricas de Goiás S/A-Superintendência Jurídica
 
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SEMINÁRIO PERMANENTE DE ESTUDO DA FAMÍLIA E DA POPULAÇÃO NO PASSADO BRASILEIRO

 

Com o SEMINÁRIO PERMANENTE DE ESTUDO DA FAMÍLIA E DA POPULAÇÃO NO PASSADO BRASILEIRO, patrocinado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas da USP, visamos a propiciar a rápida divulgação dos trabalhos realizados ou em desenvolvimento na área da história demográfica, bem como promover o intercâmbio de críticas e idéias entre os pesquisadores já formados e os que se iniciam em nosso campo; o seminário está, pois, aberto a todos os interessados em contribuir para o avanço dos estudos populacionais.

Na 19a. Sessão do SEMINARIO PERMANENTE DE ESTUDO DA FAMÍLIA E DA POPULAÇÃO NO PASSADO BRASILEIRO serão apresentados os seguintes trabalhos:

- "Demografia e economia numa região distante dos centros dinâmicos: uma contribuição ao debate sobre a escravidão em unidades exportadoras e não-exportadoras", de autoria de Dora Isabel P. da Costa (CEDHAL/USP e UFF);

- "Condições sanitárias e assistência à saúde entre colonos do café no São Paulo republicano", de autoria de Rodolpho Telarolli Júnior (UNESP/Araraquara);

- "A alimentação no cativeiro: uma coletânea sobre os regimes alimen- tares dos negros afro-brasileiros", de autoria de Renato Leite Marcondes e Iraci del Nero da Costa (FEA/USP).

 

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RELAÇÃO DE TRABALHOS PUBLICADOS NA ÁREA DE HISTÓRIA DEMOGRÁFICA - ROL

 

A relação integral e atualizada dos trabalhos e resumos divulgados pelo BHD acha-se no arquivo denominado ROL -- RELAÇÃO DE TRABALHOS PUBLICADOS --, que está à disposição dos interessados. Para recebê-lo basta remeter, para o endereço abaixo, dois disquetes já formatados e a competente solicitação. Tais disquetes -- se compatíveis com a linha IBM-PC e de dupla face -- podem ser de qualquer marca, especificação (3 1/2" ou 5 1/4"), densidade (DD-dupla densidade ou HD-alta densidade) ou capacidade (360 Kb, 700 Kb, 1,2 Mb ou 1,44 Mb).

 

BHD - IRACI COSTA
R. Dr. Cândido Espinheira, 823, Ap. 21
05004-000, São Paulo, SP
BRASIL

Para maiores informações escreva para: nuede@brnuede.com 

 

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PESOS E MEDIDAS

 

Vão abaixo transcritos trechos selecionados das páginas CVII a CIX do livro de Frederic MAURO, intitulado "Le Portugal, le Bresil et l'Atlantique au XVIIe siecle (1570-1670) (Paris, Fondation Calouste Gulbenkian, 1983), traduzido pelos editores deste número de BHD.

 

I. MEDIDAS DE CAPACIDADE

 Segundo a "Carta de Lei" de Almeirim de 1575, deve-se utilizar as seguintes medidas:

 1o. para os gêneros sólidos:

fanga ............ = 4 alqueires

alqueire ......... = 13,8 litros a 18 litros, segundo

as regiões(1). Em Lisboa, 13,8 litros.

meio alqueire .... = 1/2 alqueire

quarta ........... = 1/4 alqueire

oitava ........... = 1/8 alqueire

 

2o. para os líquidos:

almude ........... = 12 canadas = 1 alqueire

meio-almude ...... = 6 canadas

canada ........... = 1 canada

meia-canada ...... = 1/2 canada

quartilho ........ = 1/4 canada

meio quartilho ... = 1/8 canada

"Botija" parece não ter definição bem precisa.

Todas as medidas são rasas(2). Em 1565, ao generalizar a medida rasa, o monarca abriu exceção para os Açores, onde dever-se-ia conservar a medida de cogulo (até as bordas, oposto de rasa), que representa, por moio de milho, 8 alqueires a mais que a medida rasa, e muito mais nos casos de trigo úmido(3). O norte de Portugal manteve-se fiel às velhas medidas(4).

Deve-se citar também outras medidas que são mais importantes, utilizadas no comércio marítimo:

saco ............. = 6 alqueires

moio ............. = 60 alqueires

pipa ............. = 26 almudes em Funchal, 27 em Machico e 25 em Lisboa (6)

tonelada ......... = Cf. H. e Pierre Chaunu, "Seville et l'Atlantique', t.I,p.132-141.

A afirmação destes autores pode ser aplicada também fora da Espanha.

 

Note-se, enfim, que tais medidas variam segundo as regiões do Império. A canada do Brasil corresponde a 3 vezes e meia aquela de Portugal(7). O alqueire brasileiro equivale a 2 vezes e meia o alqueire português (8). Entretanto, entre as diferentes ouvidorias deviam existir, em princípio, tribunais de apelação(9). Ações judiciais contra os "diminuidores de medidas" não eram raras(10).

 

II. MEDIDAS DE PESO(11):

quintal .......... = 4 arrobas

arroba ........... = 25 a 32 arratéis

arrátel .......... = 12 a 16 onças = 1 libra portuguesa

marco ........... = 8 onças = 230,4 g

onça ............. = 8 oitavas

oitava ........... = 72 grãos

 

III. MEDIDAS DE DISTÂNCIA(12):

légua marítima ... = 4 milhas italianas

= 3,197 milhas marítimas atuais (de 1852 m)

= 5920 m(13)

palmo ................. = 22 cm (25 cm em Goa)

vara .................... = 1,10 m

rumo ................... = 1,50 m

 

IV. MEDIDAS HOLANDESAS:

1 Libra de Amsterdan ...... = 1/28 = 0,49409 kg

1 caixa de açúcar do Brasil:

Até 1609 ..... = 350 libras de Amsterdan

Após 1609 .... = 450 " "

1 Caixa de açúcar de S.Tomé:

Até 1609 ..... = 150 libras de Amsterdan

Após 1609 .... = 200 " "

 

- NOTAS -

(1) COSTA LOBO, História da sociedade em Portugal, I (Lisboa, 1904), p. 268-269 e 271. Pode-se acrescentar ainda o 'exeque', equivalente a 4 'cazunguéis', ou seja, 56 litros. Cf. Virgínia Rau, A. C. Guerreiro, p. 48.

(2) Sebastião Francisco de Mendo Trigozo, Memórias,Academia das Ciências de Lisboa, V, p. 368 e Biblioteca Pública de Évora, cod. CIX/2-2, Ley de D. Sebastião ...

(3) Arquivo Distrital de Ponta Delgada, Canto I. 5 af. 39: Alvará derrogando a provisão régia de 4 de julho de 1565 que prohibia as medidas de seccos.

(4) Cf. nota 2.

(5) Dicionário de MORAIS, verbetes citados.

(6) Arquivo Distrital de Funchal, Vereações, 17 de junho de 1623.

(7) Bibliothèque Nationale Paris, Fonds Portugais 25(21), no. 53, f. 147 vo..

(8) Diálogos, p. 179.

(9) Cf. nota 2.

(10) Arquivo Histórico Ultramarino, Reino, Maço I, 27 de outubro de 1623: De Santarém... (negócio do trigo) e Elementos para a história do município de Lisboa, t. V, p. 611. Arquivo Distrital de Funchal, Vereações: 15 de fevereiro de 1625; 24 de janeiro de 1626; 16 e 20 de setembro de 1662; 21 de fevereiro de 1665. Sobre o solo: Paris, Aff. Etr., Corr.Pol., Sup.I, p.161, 2 de agosto de 1628. Coll. Chron., p. 100, 9 de setembro de 1652.

(11) Dicionário de MORAIS, verbetes citados.

(12) FONTOURA DA COSTA, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, (set./out. 1938), p. 370-379.

(13) Idem, ibidem.

 

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ESTATÍSTICAS RETROSPECTIVAS

 

POPULAÇÃO DO BRASIL POR PROVÍNCIA EM VÁRIOS ANOS DO SÉCULO XIX, SEGUNDO ALGUNS VIAJANTES

 

Vão abaixo transcritos trechos de relatos de alguns viajantes que nos visitaram em diferentes momentos do século passado. As partes selecionadas trazem informações sobre a distribuição populacional do Brasil segundo as províncias então existentes. Trata-se de informação de interesse de pesquisadores de assuntos demográficos no passado e devem ser usadas com extrema cautela, dadas as limitações dos procedimentos que a geraram; como aliás observa EWBANK, um dos viajantes apresentados a seguir.

Ademais, os editores deste número de BHD chamam a atenção do leitor para as divergências entre os totais constantes destes trabalhos e o valor obtido mediante a soma das parcelas referentes às províncias e/ou condição social. Tais discrepâncias, acham-se devidamente anotadas com o sinal *; embora os valores originais tenham sido mantidos.

Alguns dos anos mencionados pelos autores escolhidos - 1815, 1845, 1849 e 1866 - não constaram do trabalho de Joaquim Noberto de Souza e Silva, intitulado "Investigações sobre os recenseamentos da população geral do Império e de cada Província de per si tentados desde os tempos coloniais até hoje", apresentado em 1870. Igualmente, deixaram de figurar do "Resumo histórico dos inquéritos censitários realizados no Brasil", que integrou o volume I - Introdução, do Recenseamento do Brasil realizado em 1 de janeiro de 1920. Ambas as obras, cuja consulta recomendamos fortemente, foram reproduzidas, em versão fac-similada, pelo Instituto de Pesquisas Econômicas da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, em 1986.

 

I - EWBANK, Thomas. A vida no Brasil; ou, Diário de uma visita à terra do cacaueiro e das palmeiras, com um apêndice contendo ilustrações das artes sul-americanas antigas. Tradução de Jamil Almansur Haddad; apresentação de Mário Guimarães Ferri. Belo Horizonte: Itatiaia/São Paulo: EDUSP, 1976. p. 319-320.

 

"Não existe assunto mais envolvido em incerteza do que o recenseamento. Assegura-se que os cálculos oficiais são sempre baseados em dados imperfeitos, e não raro em meras presunções. ( ... )

 

Devo a um senador uma cópia de um relatório enviado ao Parlamento em 21 de Julho de 1847. Parece ser simplesmente uma reimpressão do trabalho de Veloso, de 1819, intitulado "A IGREJA DO BRASIL, ou Informação para servir como base para dividir o Brasil em Bispados etc." Ele avalia, baseado em cálculos isolados dos anos anteriores, ser o total da população brasileira em 1819 de 4.396.231 (1) habitantes, incluindo 800.000 selvagens. O Diário de 11 de dezembro de 1847 contém um artigo interessante sobre a Geografia Política do Brasil, de autoria do Senhor Souza, um estatístico brasileiro. Ele oferece algumas informações:

 

Em 1766 a população era de .......... 1.500.000

1798 ............................................... 3.000.000

1815 (de acordo com Veloso) ........ 4.396.000

1845 (presumivelmente) ................ 7.360.000

 

Nas dez províncias do Norte calcula haver 3.480.000 habitantes, 29 por légua quadrada. A cidade principal, Bahia, contaria com 150.000. As cinco províncias do sul contariam com 2.530.000 habitantes, 84 por légua quadrada. O Rio de Janeiro, cidade principal, diz ele, conta com 250.000 (Em 1807 a sua população era de 50.000 habitantes).

 

População aproximada das províncias

      Província

      1815

      1845

      Pará

      173.000

      260.000

      Maranhão

      200.000

      280.000

      Piauí

      61.000

      150.000

      Ceará

      210.000

      350.000

      Rio Grande do Norte

      71.000

      160.000

      Paraíba

      96.000

      240.000

      Pernambuco

      369.000

      800.000

      Alagoas

      112.000

      200.000

      Sergipe

      115.000

      140.000

      Bahia

      478.000

      900.000

      Espírito Santo

      73.000

      60.000

      Rio de Janeiro

      510.000

      1.400.000

      São Paulo

      321.000

      800.000

      Santa Catarina

      44.000

      80.000

      Rio Grande

      79.000

      190.000

      Minas Gerais

      622.000

      1.130.000

      Goiás

      33.000

      120.000

      Mato Grosso

      38.000

      100.000

      índios não domesticados

      800.000

      --

      TOTAL

      4.396.000 (*)

      7.360.000

 

As três províncias centrais Souza afirma possuírem 1.350.000 habitantes, 14 por légua quadrada. A cidade mais considerável, Ouro Preto, capital de Minas Gerais, conta com 200.000 habitantes.

Como não houvesse outros dados positivos ao alcance de nossa mão, as cifras acima alinhadas damo-las como simples aproximação. Tivessem os índios domesticados sido arrolados na última coluna da tábua precedentes, e o número chegaria a oito milhões. Ele subdivide a população assim:

Brancos ....................... 2.160.000

Mulatos livres ............. 1.100.000

índios domesticados .... 800.000

Negros escravos ......... 3.120.000

Negros livres ............... 180.000

Aqui ele introduz o mesmo número de índios domesticados e selvagens, como foram contados por Veloso. Baseado em fontes fidedignas de informação, posso afirmar que os números opostos de brancos e mulatos livres podem ser transpostos. O número de habitantes que confere ao Rio parece-me muito alto, mesmo se nestas cifras estiver computado o exército.

 

(1) Este número diz-se não sei baseando-se em que autoridade ser menor que o dos aborígenes no período da Conquista.

(2) 'É muito difícil chegar a um conhecimento correto da população do Brasil. De acordo com o Anuário Político de 1846 e informações corretas, a Província do Rio de Janeiro contém um milhão de escravos. Antes de consultar tal obra, eu havia suposto que a população inteira daquela província fosse de novecentos mil habitantes'. F. Nunes de Sousa. Nada pode ser mais expressivo de incerteza do que esta nota."

(*) Nota do BHD. O "total da povoação", segundo a soma dos valores das parcelas é 4.405.000 habitantes.

 

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II - BURMEISTER, Hermann. Viagem ao Brasil através das províncias do Rio de Janeiro e Minas: visando especialmente a história natural dos distritos auri-diamantíferos. Trad. de Manoel Salvaterra e Hubert Schoenfeld; nota bio-bibliográfica Augusto Meyer. Belo Horizonte: Itatiaia/São Paulo: EDUSP, 1980, p. 363.

" ... Conforme um almanaque anteriormente citado (*), o Brasil inteiro possui 6.300.000 habitantes, distribuídos pelas Províncias da seguinte maneira:

Província

Livres

Escravos

Soma

Rio Grande do Norte

130.919

18.153

149.072

Goiás

105.000

15.000

120.000

Santa Catarina

75.000

15.000

90.000

Alagoas

167.976

89.790

207.766 (**)

Pará

158.486

46.184

204.760

Mato Grosso

36.947

10.866

47.813

Sergipe

163.696

55.924

218.620 (***)

Piauí

80.000

30.000

110.000

Espírito Santo

21.844

10.876

32.720

Corte

155.864

110.602

266.466

Rio de Janeiro

262.526

293.554

556.080

TOTAL

1.348.258

695.949

2.0044.207 (****)

Faltam nestas listas as Províncias do Rio Negro, Maranhão, Ceará e Solimões no norte, e São Paulo e Rio Grande do Sul, no sul, que devem contar com uma população total de uns quatro milhões. Se a indicação do aludido almanaque for verdadeira, o número de índios existentes no Brasil não passa de 500.000, ...".

(*) Trata-se do "Almanaque Administrativo Mercantil e Industrial da Corte e da Província do Rio de Janeiro para o ano de 1852", organizado e redigido por Ed. Laemert. Rio de Janeiro, 1852. Ao que tudo indica, a população transcrita refere-se ao ano de 1849. Nota de BHD.

(**) Nota do BHD. A soma do número de livres e escravos é 257.766.

(***) Nota do BHD. A soma do número de libre e escravos é 219.620.

(****) Nota do BHD. Pela soma das parcelas acima, o total da população livre seria 1.358.258 habitantes; o total geral da população obtido por procedimento semelhante seria 2.003.297 habitantes.

 

III - BURTON, Richard. Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho. Belo Horizonte: Itatiaia/São Paulo; EDUSP, 1976, p. 340-341).

"O Sr. Cândido Mendes de Almeida dá a população do Brasil em 1866 como sendo de 11.030.000 almas ( ... ). O Senador Pompeu, a maior autoridade no assunto, no Brasil, apresenta a seguinte estimativa da população para 1866:

Províncias

Livres

Escravos

Selvagens

Município da Corte

320.000

100.000

 

Amazonas

69.000

1.000

 

(Amazonas e Pará)

 

 

140.000

Pará

290.000

30.000

 

Maranhão

320.000

65.000

 

(Maranhão e Piauí)

 

 

5.000

Piauí

210.000

22.000

 

Ceará

525.000

25.000

 

Rio Grande do Norte

210.000

20.000

 

Paraíba

250.000

30.000

 

Pernambuco

1.000.000

250.000

 

Alagoas

250.000

50.000

 

Sergipe

220.000

55.000

 

Bahia

1.100.000

300.000

8.000

Espírito Santo

50.000

15.000

 

Rio de Janeiro

750.000

300.000

 

São Paulo

750.000

85.000

 

(São Paulo e Paraná)

 

 

8.000

Paraná

80.000

10.000

 

Santa Catarina

125.000

15.000

 

São Pedro

340.000

80.000

 

Minas

1.150.00

300.000

 

Goiás

135.000

15.000

15.000

Mato Grosso

40.000

6.000

24.000

TOTAIS

8.134.000

1.784.000

200.000

Grande Total ............. 10.118.000(*)"

 

(*) Nota do BHD. Pela soma das parcelas referentes às províncias, obtém-se os seguintes valores para o Brasil: Número total de livres igual a 8.184.000 habitantes; número total de habitantes (livres + escravos + selvagens) igual a 10.158.000 habitantes.

 

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Reiteramos, por fim, a solicitação da remessa de trabalhos já publicados e concernentes à nossa área de especialização. Eles serão divulgados no Boletim e incorporados ao acervo da Biblioteca da FEA-USP.

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