Lietratura Brasileira
ORomantismo Brasileiro
No século XIX, na Literatura predominou o movimento Romântico no Brasil. A independência em 1822, estimulava o sentimento nacionalista, fazendo com que a elite intelectual buscasse um perfil cultural próprio, uma vez que mantendo os laços com a ex-metrópole poderia ser sinônimo de atraso, já que o referencial cultural e social era transferido para a França.
A valorização dos elementos da terra, que timidamente tinha início no Arcadismo brasileiro, é tema central na prosa e poesia do século XIX. O índio é idealizado como herói nacional principalmente na poesia de Gonçalves Dias e nos romances de José de Alencar ( Iracema, O Guarani, Ubrirajara).
Temas sociais também fazem parte da literatura da época, principalmente na luta contra a escravidão, exemplo claro é o poeta baiano Castro Alves, com Navio Negreiro e Vozes d’África
O Romantismo se prolongou no Brasil e didaticamente são consideradas quatro geração de poetas.
Tendência indianista e nacionalista: Gonçalves de Magalhães e Gonçalves Dias;
O mal do século : Influênciados pelo poeta inglês Lord Byron (“Já que viver é em vão, deixem-me morrer cedo") estes autores tinham a morte como tema central de sua poesia, falam de amores não correspondidos: Alváres de Azevedo, Fagundes Varela, Junqueira Freire, Casimiro de Abreu.
Poesia abolicionista: Temos Castro Alves como representante desta geração.
Poesia Dessacralizadora: Podemos dizer que Sousândrade foi o representante desta “geração” pois seus poemas inovavam a estética e a temática da época.
Na prosa temos
José de Alencar como um dos maiores representantes desta época sua obra pode ser dividida em: romance indianista, O guarani, Ubirajara e Iracema urbano Senhora, Luciola, A pata da gazela, Cinco Minutos, Sonhos D'Ouro ,Divae regionalista O Sertanejo, O Tronco do Ipê e O Gaúcho.
Joaquim Manuel de Macedo autor deA moreninha.
Bernardo Guimarães A escrava Isaura ; O Garimpeiro
Manuel Antônio de Almeida autor de Memórias de um sargento de milícias que se destaca pela paródia que faz ao cotidiano urbano da época.
Esta breve apresentação visa didaticamente colocar o leitor em contato com um momento da nossa literatura, instigar a pesquisa e a leitura destes autores.
ALGUNS POEMAS DA ÉPOCA
ÁLVARES DE AZEVEDO
O Fantasma
Sou o sonho de tua esperança,
tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!...
SONETO
Pálida, ``a luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada
Entre as nuvens do amor ela dormia
era a virgem do mar! na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia
Era mais bela! o seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti- as noites eu velei chorando,
Por ti - nos ombros morrerei sorrindo.
GONÇALVES DIAS
CANÇÃO DO EXÍLIO
MINHA TERRA TEM PALMEIRAS,
ONDE CANTA O SABIÁ,
AS AVES QUE AQUI GORJEIAM,
NOSSO CÉU TEM MAIS ESTRELAS,
NOSSAS VÁRZEAS TÊM MAIS FLORES,
NOSSOS BOSQUES TÊM MAIS VIDA,
NOSSA VIDA MAIS AMORES.
EM CISMAR, SOZINHO À NOITE,
MAIS PRAZER ENCONTRO EU LÁ;
MINHA TERRA TEM PALMEIRAS,
ONDE CANTA O SABIÁ.
MINHA TERRA TEM PRIMORES,
QUE TAIS NÃO ENCONTRO EU CÁ;
EM CISMAR - SOZINHO, À NOITE -
MAIS PRAZER ENCONTRO EU LÁ,
MINHA TERRA TEM PALMEIRAS,
ONDE CANTA O SABIÁ
NÃO PERMITA DEUS QUE EU MORRA,
SEM QUE EU VOLTE PARA LÁ;
SEM QUE DESFRUTE OS PRIMORES
QUE EU NÃO ENCONTRO POR CÁ,
SEM QU’INDA AVISTE AS PALMEIRAS,
ONDE CANTA O SABIÁ.
I JUCA PIRAMA
NO MEIO DAS TABAS DE AMENOS VERDORES,
CERCADAS DE TRONCOS - COBERTOS DE FLORES,
ALTEIAM-SE OS TETOS D’ALTIVA NAÇÃO;
SÃO MUITOS SEUS FILHOS, NOS ÂNIMOS FORTES,
TEMÍVEIS NA GUERRA, QUE EM DENSAS COORTES
ASSOMBRAM DAS MATAS A IMENSA EXTENSÃO.
SÃO RUDOS, SEVEROS, SEDENTOS DE GLÓRIA,
JÁ PRÉLIOS, INCITAM, JÁ CANTAM VITÓRIA,
JÁ MEIGOS ATENDEM À VOZ DO CANTOR:
SÃO TODOS VALENTES TIMBIRAS, GUERREIROS VALENTES!
SEU NOME LÁ VOA NA BOCA DAS GENTES,
CONDÃO DE PRÓDIGOS, DE GLÓRIA E TERROR!
..............................................................................................................................
Casimiro de Abreu
MEUS OITO ANOS
OH! QUE SAUDADES QUE TENHO
DA AURORA DA MINHA VIDA,
DA MINHA INFÂNCIA QUERIDA
QUE OS ANOS NÃO TRAZEM MAIS!
QUE AMOR, QUE SONHOS, QUE FLORES,
NAQUELAS TARDES FAGUEIRAS
À SOMBRA DAS BANANEIRAS,
DEBAIXO DOS LARANJAIS.
..............................................................................................................
Castro Alves
O NAVIO NEGREIRO
(Fragmento)
ERA UM SONHO DANTESCO....O TOMADILHO
QUE DAS LUZERNAS AVERMELHA O BRILHO,
EM SANGUE A SE BANHAR.
TINI DE FERROS...ESTALAR DO AÇOITE...
LEGIÕES DDE HOMENS NEGORS COMO A NOITE
HORRENDOS A DANÇAR....
..............................................................................................................
SE O VELHO ARQUEJA ...SE NO CHÃO RESVALA,
OUVEM-SE GRITOS ....O CHICOTE ESTALA.
E VOAM MAIS E MAIS....
PRESA NOS ELOS DE UMA SÓ CADEIA,
A MULTIDÃO FAMINTA CAMBALEIA,
E CHORA E DANÇA , ALI”!
SOUSÂNDRADE
NOVO ÉDEN
MANHÃS D’ÉDEN: UNIDOS, LONGE-OLHANDO
O SOL DIVINAMENTE JOVEM, FÚLGIDOS
VIVENTES RAIOS DO GRANDE OLHO ETERNO
AOS OLHOS DELES VINDO, QUE NÃO CEGAM,
MAS OS RECEBEM, E OS AFETOS CÂNDIDOS
RETRIBUEM, TÃO CÂNDIDOS, QUAL PARTES
DA NATUREZA TODA, NA SUA GLÓRIA,
ILUMINADA MATINAL, ESTAVAM:
ORA, AO CLARÃO OBSCUROS, VÊEM FLUTUANDO
DO SOLAR REVERBERO, À CIMA INÚMERAS
RODAS GLORIOSAS, PÚRPURAS, ESCARLATAS,
NOS VERDEJANTES ARES...E OUVEM ROSAS...
E O HOMEM: CANTAM, DIVINA! OLHA-AS ABRINDO!
QUE MARAVILHA! QUEM AS ABRE? ...ELE?...ELE!
MÃOS INVISÍVEIS D’ELE!... QUE D ‘ ENCANTOS!
SE PRESENTE ELE ESTÁ, MEIGA, ADOREMOS
A DEUS QUE ESTÁ PRESENTE! - SANTO! SANTO!
..............................................................................................................
HOME