Leia a coluna de Dagomir Marquezi escrita às vésperas da Copa de 98. Será que ele acertou o resultado final da Copa?
Como foi a Copa do Mundo de 98 na França
O Brasil começou bem sua luta pelo penta, mas e depois? Prepare seu coração e leia as linhas abaixo
A COPA DE 98 NA FRANÇA começou
com uma vitória tranqüila do Brasil por 1 X 0 (Romário,
de cabeça) sobre a Escócia. A torcida brasileira achou que
a Escócia era um obstáculo ultrapassado. Puro engano.
Com a ausência de Edmundo, Romário
e Ronaldinho marcaram um gol em cada partida seguinte, e com mais dois
1 X 0 passamos pelo Marrocos e pela Noruega. Com três vitórias
e nove pontos, o Brasil seguiu firme e forte para a segunda fase como o
primeiro absoluto do Grupo A. Em segundo - já viu né? - a
Escócia.
No Grupo B a grande surpresa foi a Itália,
que, com uma campanha absolutamente medíocre (três 0 X 0!),
perdeu seu lugar para a República de Camarões. Em primeiro,
passou a Áustria. No Grupo C a Dinamarca venceu as três e
pintou como uma possível zebra. Em segundo lugar, já meio
vacilante, a dona da casa. No Grupo D, foi a Espanha quem ganhou todas,
e a Nigéria pegou o segundo derrotando o Paraguai e a Bulgária,
ambos por 2 X 0. Já no Grupo E a decepção ficou com
a Holanda, que perdeu a vaga para a Bélgica e o México. No
F o fato mais notável teve fundo político (a vitória
do Irã sobre os Estados Unidos), e os classificados foram a Alemanha
e a Iugoslávia.
Inglaterra e Romênia se classificaram
pelo Grupo G (e a derrota da Colômbia desta vez causou duas "execuções"
na seleção nacional). No Grupo H a Argentina foi surpreendida
pela Croácia, mas acabou se classificando junto com a grande zebra
desta fase: o Japão.
Nas oitavas-de-final, mais surpresas. O México
destronou a todo-poderosa Alemanha, a Espanha despachou a França
de uma vez. Argentina e Inglaterra travaram aquela que ficou conhecida
como a "II Guerra das Malvinas", mas desta vez os argentinos venceram:
2 X 1.
O Brasil passou por Camarões (1 X 0)
e ganhou da Espanha na disputa de pênaltis pelas quartas-de-final.
A Escócia ganhou da Dinamarca, a Argentina ganhou da Bélgica
e a Romênia ganhou do México, e os quatro finalistas estavam
escolhidos. Nas semifinais, num jogo extremamente nervoso, o Brasil passou
pela Argentina (1 X 0, Ronaldinho de peixinho) e a Escócia ganhou
da Romênia nos pênaltis.
E assim, o último jogo do Brasil foi
com a mesma Escócia do primeiro. Romário e Ronaldo marcaram
ainda no primeiro tempo. A Escócia diminuiu no segundo tempo com
McKimmie. E o Brasil sagrou-se campeão do mundo pela quinta vez.
No outro jogo, a Romênia ganhou da Argentina e ficou com o terceiro
lugar. Artilheiros: Andersen (da Dinamarca), Caniggia e Romário,
quatro gols cada.
Não, não tenho bola de cristal.
Não sou filho de Mãe Dinah e nem me consulto com os discípulos
de Walter Mercado. O campeonato descrito aqui foi simulado no FIFA 98,
da Electronic Arts. Cada jogo foi compactado em 4 minutos por 4 (daí
o fato de nenhum time ter feito mais que dois gols). Eu não interferi
em nada, e o computador jogou sozinho. Alguns dos jogos foram simplesmente
sensacionais. Daí um amigo-da-onça quis estragar minha brincadeira.
"Se você disputar tudo de novo, o programa vai se repetir. A classificação
vai ser a mesma." Movido pelo mais puro espírito de investigação
científica, programei todas as partidas de novo.
Pois desmentindo meu amigo, o Brasil dessa
vez foi desclassificado já nas oitavas-de-final. A classificação
dessa segunda Copa da França de mentirinha: 1º Inglaterra,
2º Espanha, 3º Argentina e 4º Áustria. O que vai
se confirmar dessas simulações? Voltaremos ao assunto.
Dagomir Marquezi