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FIFA Road To World Cup '98

Leia a coluna de Dagomir Marquezi escrita às vésperas da Copa de 98. Será que ele acertou o resultado final da Copa?


Coluna Inteligência Artificial - por Dagomir Marquezi - INFO Exame - MAIO/1998 - pág. 121 - Editora Abril

Como foi a Copa do Mundo de 98 na França

O Brasil começou bem sua luta pelo penta, mas e depois? Prepare seu coração e leia as linhas abaixo

     A COPA DE 98 NA FRANÇA começou com uma vitória tranqüila do Brasil por 1 X 0 (Romário, de cabeça) sobre a Escócia. A torcida brasileira achou que a Escócia era um obstáculo ultrapassado. Puro engano.
     Com a ausência de Edmundo, Romário e Ronaldinho marcaram um gol em cada partida seguinte, e com mais dois 1 X 0 passamos pelo Marrocos e pela Noruega. Com três vitórias e nove pontos, o Brasil seguiu firme e forte para a segunda fase como o primeiro absoluto do Grupo A. Em segundo - já viu né? - a Escócia.
     No Grupo B a grande surpresa foi a Itália, que, com uma campanha absolutamente medíocre (três 0 X 0!), perdeu seu lugar para a República de Camarões. Em primeiro, passou a Áustria. No Grupo C a Dinamarca venceu as três e pintou como uma possível zebra. Em segundo lugar, já meio vacilante, a dona da casa. No Grupo D, foi a Espanha quem ganhou todas, e a Nigéria pegou o segundo derrotando o Paraguai e a Bulgária, ambos por 2 X 0. Já no Grupo E a decepção ficou com a Holanda, que perdeu a vaga para a Bélgica e o México. No F o fato mais notável teve fundo político (a vitória do Irã sobre os Estados Unidos), e os classificados foram a Alemanha e a Iugoslávia.
     Inglaterra e Romênia se classificaram pelo Grupo G (e a derrota da Colômbia desta vez causou duas "execuções" na seleção nacional). No Grupo H a Argentina foi surpreendida pela Croácia, mas acabou se classificando junto com a grande zebra desta fase: o Japão.
     Nas oitavas-de-final, mais surpresas. O México destronou a todo-poderosa Alemanha, a Espanha despachou a França de uma vez. Argentina e Inglaterra travaram aquela que ficou conhecida como a "II Guerra das Malvinas", mas desta vez os argentinos venceram: 2 X 1.
     O Brasil passou por Camarões (1 X 0) e ganhou da Espanha na disputa de pênaltis pelas quartas-de-final. A Escócia ganhou da Dinamarca, a Argentina ganhou da Bélgica e a Romênia ganhou do México, e os quatro finalistas estavam escolhidos. Nas semifinais, num jogo extremamente nervoso, o Brasil passou pela Argentina (1 X 0, Ronaldinho de peixinho) e a Escócia ganhou da Romênia nos pênaltis.
     E assim, o último jogo do Brasil foi com a mesma Escócia do primeiro. Romário e Ronaldo marcaram ainda no primeiro tempo. A Escócia diminuiu no segundo tempo com McKimmie. E o Brasil sagrou-se campeão do mundo pela quinta vez. No outro jogo, a Romênia ganhou da Argentina e ficou com o terceiro lugar. Artilheiros: Andersen (da Dinamarca), Caniggia e Romário, quatro gols cada.
     Não, não tenho bola de cristal. Não sou filho de Mãe Dinah e nem me consulto com os discípulos de Walter Mercado. O campeonato descrito aqui foi simulado no FIFA 98, da Electronic Arts. Cada jogo foi compactado em 4 minutos por 4 (daí o fato de nenhum time ter feito mais que dois gols). Eu não interferi em nada, e o computador jogou sozinho. Alguns dos jogos foram simplesmente sensacionais. Daí um amigo-da-onça quis estragar minha brincadeira. "Se você disputar tudo de novo, o programa vai se repetir. A classificação vai ser a mesma." Movido pelo mais puro espírito de investigação científica, programei todas as partidas de novo.
     Pois desmentindo meu amigo, o Brasil dessa vez foi desclassificado já nas oitavas-de-final. A classificação dessa segunda Copa da França de mentirinha: 1º Inglaterra, 2º Espanha, 3º Argentina e 4º Áustria. O que vai se confirmar dessas simulações? Voltaremos ao assunto.

Dagomir Marquezi


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