Sarapatel dos Estetas
 
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De grão em grão a galinha enche o saco!
 
Marcos Xavier
Belo Horizonte - M.G..
 
 
 
Crônicas Se repararmos bem as atitudes humanas, não será difícil perceber o quanto o homem ainda preserva de seu lado animal, principalmente ao analisarmos seu comportamento alimentar. Não satisfeito com toda a infinidade de alimentos que a natureza lhe proporciona, o homem insiste vorazmente em provar absolutamente tudo. Animais? Já saboreou todos, sem deixar escapar nada, aproveitando rabo, focinho, língua etc. Muitos devem ter morrido ao comer plantas desconhecidas que eram venenosas. A fome, sem dúvida, faz com que muitos sejam obrigados a comer, dramaticamente, até lixo. Porém, o apetite humano vai além da fome: não bastassem os peixes, há que se comer toda a população marinha, até mesmo as ovas do peixe. Há restaurantes na Flórida que servem caranguejos ainda vivos. Sabe-se também que num exótico restaurante situado nas proximidades de New York servem-se larvas negras que se proliferam em madeiras podres. Lembre-se ainda que em algumas tribos nômades de uma república da Ásia central, uma das iguarias mais apreciadas são olhos de carneiro cozidos. Independentemente de fatores sociais, o fato é que o homem não passa de um bebê que sai engatinhando e vai colocando na boca tudo que acha pela frente. Ou uma galinha que sai ciscando. O mais radical, sem dúvida, nessa gula sem precedentes, são as tribos canibais. Entretanto, não duvido que muitos de nossa espécie "civilizada", ao verem algumas banhas humanas, imaginem suculentos torresmos. A bem da verdade, sabemos bem de alguns que não resistiram à tentação e foram condenados à prisão e mesmo à morte. O que é isso? O resultado aberrante de uma fase oral psicótico-megalômana? Ou é simplesmente a natureza humana? Bem, resta-nos ter esperança no grande salto evolucional da antropofagia dos Andrade de 22! 
   
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