Uma escritora de Kansas City dirigia-se para um congresso anual de escritores na Universidade de Indiana.
Para além do congresso, iria ser efectuada uma entrevista individual a cada escritor sobre um trabalho por ele previamente apresentado, condição para ser admitido ao congresso. A escritora de Kansas City era a primeira vez que escrevia um romance para jovens, pelo que foi com certo nervosismo que bateu à porta do gabinete, no terceiro andar do edifico onde estava instalada, para a entrevista com a coordenadora de literatura juvenil.

A coordenadora abriu-lhe a porta, mandou-a sentar numa cadeira, e não parava de andar de um lado para o outro. Depois de algumas tentativas de estabelecer conversa, a orientadora exclamou:
- Por favor, falarei consigo mais tarde

A escritora desceu para o seu quarto decepcionada, julgando que era algo relacionado com o seu livro que a orientadora não saberia que lhe dizer. Deixando cair à porta do quarto o molhe de papeis que trazia, ao ajoelhar-se para os juntar, ouve uns passos na escada e vê a coordenadora que exclama:
- Nesse caso é você e não eu. - e voltou escada acima.

Mais tarde no auditório, um amigo conduz a escritora para fora e informa-lhe que o marido tinha morrido num acidente de avião.
Dois meses mais tarde recebe uma carta da orientadora.

"Penso que lhe devo contar o que aconteceu naquele dia no congresso. Quando você entrou no meu gabinete estava dominada por uma sensação de tragédia eminente que se tornava mais forte a cada segundo. Sentira o mesmo muitos anos atrás quando meu marido morreu num acidente no mar. Não sabia se essa sensação que você trazia ao gabinete se relacionava comigo ou com você.
Quando desci a escada e a vi de joelhos, por alguma razão fiquei a saber que era com você.
Tempos depois ouvi o que acontecera ao seu marido. Senti que lhe devia escrever a contar tudo"

Menu inicial

Página inicial