7 - Turismo e lazer- S. Joanico é,
talvez, uma das aldeias do Concelho, onde o lazer se pode tornar mais
atractivo. Para isso, é preciso criar as estruturas adequadas relativamente
à sua ribeira e à montanha. Nesta, é possível a caça do coelho, da lebre, da
perdiz, da rola, da pomba torcaz, do javali... Naquela, a pesca do barbo, da
boga, do escalo, da tenca, da sharda e até já houve, em tempos que já lá
vão, a enguia, a lampreia, o lagostim - de - patas - brancas e as “lapas”.
Em cada uma das quatro
estações, S. Joanico apresenta uma face diferente. Na Primavera, a
exuberância de toda a natureza: o sol, as cerejas, o mel das suas encostas
soalheiras, tonificado e aromatizado pela
abundância extrema das flores da giesta, da
urze e da esteva. Quem me dera reviver o matraquiar ensurdecedor das
cegonhas no cimo dos olmos que, apesar de abundantes, não eram suficientes
para os seus ninhos...Hoje, infelizmente, já nem estes nem aquelas. No
Verão, a ribeira com as suas praias fluviais, algumas, autênticas piscinas,
as sombras, a pesca, os picnics... e, no fim de Agosto, a festa anual do
Padroeiro, S. João Baptista; no Outono e no Inverno, as vindimas com as
naturais provas, as castanhas, os magustos, os cogumelos, os míscaros, a
caça... as matanças e até, por vezes, a neve...
Eu penso que o
Turismo quer a nível do Concelho, quer até do Distrito, S.Joanico ainda será
um ponto turístico a descobrir e a estruturar... Apraz-nos saber que a
Câmara de Vimioso”tem investido nestes últimos anos na construção do
Complexo Turístico” e sabemos que o Turismo é propósito primeiro deste
actual Presidente. "...atendendo que é uma das das minhas grandes
apostas. Possuímos condições magníficas para oferecer a quem nos visita.
Penso, por exemplo, na zona envolvente do Rio Angueira, que é muito bonito,
aí será desenvolvido um grande projecto turístico..."(Entrevista).
Julgo que S. Joanico poderá ser o privilegiado centro de apoio de e para
esse projecto, incluisive para os já implementados:..." da caça, das
praias fluviais, das piscinas naturais, do fumeiro.... da infinidade de
sabores e chaeiros...qualidade para oferec<er a quem nos visita."(www.ESPIGUEIRO.pt)
-PROGRESSO E EXPANSÃO -
Começou-se pela
construção de uma Escola nova, à entrada da ponte, de quem vem de Vimioso,
do lado e já quase a chegar Cabanas. Foi à volta deste progresso cultural
que S. Joanico cresceu a partir da década de setenta. (?) Não só cultural,
como também histórico - a presença dos judeus aí, como já fiz referência. E
isto poderá ter o seu significado... S. Joanico, pela sua situação
natural, está dividida em duas margens, em relação ao rio: a da direita e da
esquerda. Mas, nem por isso, vez alguma deixou de ser una. Vários são os
factores que para tal contribuem. Em primeiro lugar, o próprio modo de ser
das sua gente; em segundo, a sua ponte; de seguida, alguns espaços de ordem
comunitária e social; duma margem, a igreja, o cemitério; da outra, saída e
entrada para e de Vimioso; de ambas as margens, as terras, as hortas, os
lameiros, as eiras...
Os melhoramentos que houve ao longo dos tempos, a
nível da habitação, fizeram-se dentro do perímetro já habitado. À época, S.
Joanico, tal como as outras, era uma aldeia "cheia
como um ovo". Foi esvaziando-se nas décadas de 50 e 60- antes para o Brasil
e, depois, para França e para outros países. A partir daí, S. Joanico
cresceu, alargou-se para poente, para o lado de Cabanas, em frente, à ponte,
no local onde era uma das eiras, oferecendo -lhe uma porta de entrada e de
saída condignas; bem diferente e
bem melhor que a de antigamente, até pelo nome que tinha...Este
crescimento foi tal que, quando se perguntava por S. Joanico, a resposta
era: “S.Joanico, agora, é uma cidade”. Mas se S. Joanico cresceu
fisicamente, humanamente, continua vazia...
Todavia, gostava que a
parte antiga não fosse deixada ao abandono, entregue à degradação, ao
esborralhamento; que se mantivessem o granito, a laje, as varandas, as
portas de postigo, a madeira, primando pela ausência do alumínio. Neste
campo, em campo estar devia a vigilância, o apoio técnico e monetário da
Câmara... Quanto às novas construções, estimule-se e consuma-se o casamento
do moderno com o tradicional, quer quanto aos materiais, quer quanto aos
estilos.
- GASTRONOMIA
– Como nas Tradições, é a mesma em quase todo
o Concelho.“ Das carnes o carneiro/ Das aves a perdiz/ E, sobretudo, a
coderniz/ Mas se o porco voara,/Não havia carne que lhe
chegara.” (Adágio popular)“Coitado, ficou como quem não mata porco”(adágio
popular)“Outros sabores “constituem pitéu que não receia confrontos com
os mundiais mais afamados” Ab. Baçal. As especialidades aparecem de
acorde com as épocas festivas. Destaco dos doces, os chamados económicos, o
pão-de-ló, o arroz doce, os roscos...; o folar, na Páscoa, de ovos e de
carne; das carnes, os tradicionais e típicos enchidos: chouriços, chouriças,
o salpicão, o toucinho, o presunto consumidos durante o ano; o botelo, os
chavianos, com e sem mel, as tabafeias (alheiras), os rojões (o que restou
da extracção do "unto"-banha de porco), também com e sem mel, próprios do
tempo natalício, até ao Entrudo.
Todavia, o mais típico e
característico, são os peixinhos da Ribeira, confeccionados e servidos com
simpatia e requinte pela sra. Prudência no Café Lagostim, pescados na
hora, se houver pré-aviso, pelo sr.José "Saias".
-
As Festas e Romarias: Além das festas litúrgicas do Calendário
eclesiástico, celebra-se com maior pompa e circunstância, a do seu
Padroeiro, S. João Baptista, a 29 de Agosto que, regra geral, é antecipada
para o domingo anterior
Párocos(alguns) nestes últimos
sessenta anos: PP.Neto, Costa, Albino, Paulo, talvez o que paroquiou mais
tempo ...)Para todos a minha amizade e admiração; de todos eles: espírito de
sacrifício, entrega apostólica, homens de Deus entre os homens.
Como seus colaboradores mais directos e, por vezes,
até substitutos, lembro a Ana "Gracinda",sobretudo na orientação e
dinamização da Catequese e o tio José Ventura na dinamização e orientação da
Oração Comunitária.
(para
continuar e receber colaboração...)
samf@oninet.pt
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