REPORTAGENS


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Ficam aqui cinco reportagens feitas com os silence 4, uma na altura do festival sudoeste, do qual eles participaram, feita pelo jornal expresso e outra feita pela nova gente em Lisboa. Espero que gostem pois podem encontrar muitas coisas que não sabem sobre os silence4.

 

 

REPORTAGEM 1

Feita por Carlos Correia da revista Nova Gente e publicada em 24 de agosto de 1998

 

Silence 4 apostam nos temas acústicos

"Não somos a cópia de ninguém"

David Fonseca, Sofia lisboa, Rui Costa e Tozé pedrosa...senhoras e senhores, os silence 4, banda nascida e criada na zona de Leiria, com um disco editado e um futuro risonho pela frente. Sintra foi o cenário da nossa conversa com o colectivo e o resultado está à vista.

 

Pouco tempo após a edição do seu álbum de estreia, os Silence 4, nome que acharam adequado pelo facto de, desde sempre, terem ensaiado em acústico e precisarem de silêncio para se ouvirem uns aos outros, já alcançaram o galardão de ouro, equivalente a 20 mil cópias vendidas.

Apostando nos instrumentos acústicos e nas excelentes vozes de David Fonseca e Sofia Lisboa, os silence 4 dizem não encontrar "influências directas" de outros grupos no seu trabalho, sendo este, sim, resulatdo de "milhares de referências e não só musicais". para eles, o assunto não dá lugar a equivocos: "Não identificamos o nosso som com o de outras bandas. Ele define-se como não sendo cópia de ninguém"

Uma particularidade interessante, e enriquecedora, deste disco vai directa para a participação de Sérgio Godinho em Sextos sentidos, um dos dois temas do disco cantados em português. Todos os elementos dos Silence 4 confessam ter apreciado a colaboração do autor de Com um Brilhozinho nos Olhos e não lhe regateiam elogios.

Outra nota a merecer destaque neste trabalho é a inclusão da versão de "A little Respect" dos Erasure : "Uma banda da qual não somos fãs"; tema que os músicos consideram "muito bom, de grande qualidade a nível sonoro e de texto.Ao qual fizemos o contrário do que é costume. ou seja, despimo-lo de toda a tecnologia e tornámo-lo acústico"

Sondados quanto á hipótese de , no próximo álbum, continuarem a optar pelos temas acústicos, os Silence 4 adiantam ter : "Tudo em aberto. Gostamos muito de guitarras eléctricas mas não pretendemos forçar nada".

 

REPORTAGEM 2

Texto de Manuela Goucha Soares, jornalista do expresso. reportagem publicada na Revista do Expresso em 22 de Agosto de 1998.

A BANDA DOS 4

Canhoto, o baixo dos Silence 4, nunca perde de vista o seu instrumento esquerdino, fabricado propositadamente "para tocar ao contrário", nem se esquece da escova de dentes que utiliza religiosamente antes de cada concerto. "Não tem nada a ver uma coisa com a outra, mas não me dá jeito tocar com os dentes para lavar. parece que o som não me sai bem", comenta Rui Costa, 29 anos, para o resto dos participantes, ao jantar, fazendo humor com os seus tiques de higiene. No canto oposto da mesa do restaurante, David Fonseca, 25 anos - a estampa vocal do grupo -, monta os pequenos aviões de plástico que comprara horas antes na papelaria de um restaurante de estrada: "Gosto de brinquedsos!", concede.

A banda de leiria está um bocado atarantada com o sucesso que lhe bateu à porta neste Verão. david, apesar de ser o único elemento do grupo que tem o instinto do palco e do espetáculo, só agora aprendeu a reagir aos comentários do público feminino. mas ainda fica atónito se duas jovens de mini-saia - como aconteceu no estádio do varzim - lhe entram pelo camarim antes do inicio do concerto que deram juntamente com os GNR e Xutos e Pontapés. o vocalista não se furta a dar o beijinho da praxe na maquilhagem pegajosa das fãs poveiras mas não tem resposta quando uma dels diz: "Tens uns lábios..." Coloca-as fora do camarim, diplomaticamente e desabafa :"Um homem ouve cada coisa! eu até sei que elas dizem isto porque tenho olhos verdes e esta cara".

Quem prefere que David seja o centro das atenções é o baterista, tozé pedrosa, 27 anos. fechado como uma ostra, até deve agradecer esta circunstância aos seus santos protectores. tozé pertence àquela categoria de pessoas que gosta de caminhar discretamente por entre pingos da chuva, e observar o exterior sem dar nas vistas. Gentil e contido, só parece ter vontade de sair da concha quando mergulha numa brincadeira de gestos intimistas e tranquilos com as suas baquetas de nogueira americana pro Mark 717.

Sofia Lisboa, 21 anos, a única voz feminina da banda, acaba por ser a mascote do grupo. Rejeita o estatuto, mas a verdade é que os colegas, o "manager" e os técnicos a tratam com especial atenção e carinho. apesar disso, Sofia diz que sente a "falta de uma companhia feminina", durante a tounée". David dá-lhe o mimo que pode e acompanha-a às lojas de vizela e da Póvoa de Varzim na busca do biquini perfeito para usar na Zambujeira. Não o encontra. "Sempre são duas peças para conjugar", mas aproveita a ternura do amigo, porque ele é "muio querido , quase um irmão mais velho". Além disso os silence 4 são uma espécie de familia, "muito unida, o que nos faz sentir quase como se estivéssemos em casa neste período de tournée em que vivemos de hotel em hotel", comenta o baixo canhoto, cheio de saudades de sua gata: "Bichos é que não para trazer na digressão"

Sofia, leitora militante da BD "Cathy", é uma menina da provincia que, de repente , se viu a cantar nos mesmos palcos onde actuam nomes consagrados internacionalmente, dos Portisheas a P.J harvey, como no festival sudoeste.

Ao pé destas bandas os Silence 4 são meninos de coro. Têm a frescura de quem descobre um novo caminho, deslumbram-se com a reacção do público, mas, por enquanto, não se levam demasiado a sério :"Tocamos porque gostamos" diz o rui, o único do grupo com "formação (em música) clássica".

A banda surgiu no ócio dos afectos, numa época (1995) em que "andávamos todos meios perdidos. as nossas tristezas começaram a fazer sentido, e começamos a ensaiar sem nenhum objectivo comercial". as letras do david escritas em inglês, agarraram esta brecha e transformaram as palavras num veiculo sem ruídos inquietantes. No projecto dos silence 4 a palavra é um espaço de encontro que liberta e cura. a lingua inglesa filtra a intensidade dos sentimentos "porque é dificil dizer coisas tão pessoas em português " se a dor existe, há que tentar mantê-la no seu próprio território.

Para além da sonoridade da língua inglesa, parece mais fácil inventar um alter-ego que diz "I was so lost in my pain. Fear was melting my brain" do que confessar cruamente "Eu estav tão perdido na minha cabeça. o medo consumia-me o cérebro"

David caminha através das palavras com a mesma facilidade com que brinca com os aviões de plástico comprados numa loja de estrada. Ocupam-lhe as mãos e emprestam-lhe a sensação de despreocupada leveza. Infantil e rebelde. que o consegue manter imune ao sucesso que os apanhou de surpresa neste Verão e o obrigou, com mais três amigos(que apenas gostavam de se juntar para tocar), a assumir uma sisciplina militar. Comer a horas, dormir a horas e tocar a horas, sob batuta do "manager" Luis Coradinho.

O "manager" também é o condutor da Renault "espace" que o grupo alugou para a tournée de Verão e onde percorre milhares de quilómetros,aos ziguezagues, pelo pais. Os músicos descansam e Luis aproveita o estatuto de motorista para controlar a intesidade do ar condicionado no interior do veiculo. Sofia manifesta regularmente os seus protestos contra o sistema de refrigeração que lhe "dá cabo da voz"

A viagem entre o Porto e a zambujeira, deixa-os estafados. Entram nas traseiras do festival e dirigem-se para os camarins (dois contentores). Os vizinhos da frente são os Placebo, batidos nestas andanças. Ricardo Prestes, um dos "roadies" do grupo que dormira durante todo o caminho, acorda finalmente. refila porque o frigorifico dos Placebo tem RedBull e o deles não tem. O namorado de Sofia acampado numa das tendas no exterior do festival, liga-lhe para o telemovel. Durante cinco minutos , irrita-se e discute com o "manager" porque este lhe diz: "Quero toda a gente aqui às 21 horas para jantar" Sofia percebe que não tem hipótese de passar um bocado com o namorado, apesar de já não o ver há dias. rui diz que quer tomar um banho: "Não aguento o meu próprio cheiro". O baterista ensaia movimentos irrequietos das baquetas contra o ar pastoso do entardecer alentejano. Só vão actuar á 1h30m da manhã e estão assustados com a responsabilidade de encerrar o festival. "Não fomos nós que escolhemos. Os Portishead é que têm que sair mais cedo", justifica-se a Sofia. Sobretudo a si própria.

Aguardam ansiosamente pela actuação nos contentores abafados. David e Rui , mais serenos e traquejados afinam as guitarras. para o resto da banda a tensão só começa a baixar quando pisam o palco. Há um ano eram uma banda de Leiria que gravara uma versão dos Erasure - "A Little Respect" - no CD colectvo Sons de todas as Cores. A editora Polygram apostou na divulgação do grupo e os organizadores dos festivais e concertos de Verão corresponderam ao desejo da editora. a banda dos quatro amigos de Leiria, começou a desbravar o caminho da profissionalização, antes de ter sido tempo de se habituar aos prazeres do amadorismo.

No fecho do sudoeste, o público aplaude-os e aguenta-os. São 2h45m da manhã. A banda dos 4 quer descansar. quarta feira vão tocar a milfontes e depois em Lisboa no àrmazem X, no espetáculo de entrega do disco de ouro. Nessa noite Rudi Steenhuisen, director-geral da Polygram irá anunciar que esta "grande aposta" da editora já vendeu "40 mil discos, atingindo a platina".

Do trabalho. das luzes de placo. Do silêncio em que cada um se encerra. Por agora, vão continuar a cantar palavras que elogiam o lado sagrado do silêncio, do não dito, e fluem numa articulação de sons que mais não são do que um "remake" de projectos antecessores.

 

REPORTAGEM 3 - reportagem retirada da revista Vox Pop

 

Chamam-se Silence 4, chegam-nos de Leiria e mostram-nos em "Silence Becomes It" que a via acústica também pode render dividendos.

 

Os Silence 4 nasceram no Inverno de 1995 numa casa de aldeia algures na zona de Leiria. Uma bateria, duas guitarras acústicas e duas vozes formaram a base inicial do gurpo que se juntaria mais tarde um baixo eléctrico. Uma formação eminentemente acústica quer iria desenvolver um som simples que em "Silence Becomes It", o albúm de estreia do grupo, apaixona que o ouve pela delicada transparência das melodias e dos jogos de vozes. David Fonseca (voz, guitarra acústica, letrista e compositor), Rui Costa (baixo e guitarras), Sofia Lisboa (voz) e Tozé Pedrosa (bateria) começaram por se apresentar a algunes amigos e convidados na sala onde ensaiavam. O desejo de ir por esses palcos mostrar a sua música levou-os até ao Festival Termómetro Unplugged, no Porto, que venceram. Seguiram-se concertos e uma participação no CD "Sons de Todas as Cores" ao lado de nomes como Blind Zero, Sérgio Godinho ou Pedro Abrunhosa, entre variadíssmos outros. A sua versão de "A Little Respect", dos Erasure, ganha-lhes aí o apoio de algumas rádios e serve de rampa de lançamento para o albúm que agora editam.

 

"Silence Becomes It" foi produzido por Mário Barreiros (um dos mais versáteis e talentosos produtores Portugueses) e inclui quatorze temas, entre eles os singles " A Little Respect" e "Borrow " (o actual single). Registe-se ainda a participação especial de Sérgio Godinho em "Sextos Sentidos". O albúm inclui os temas " Goodbye Tomorrow", "Dying Young", "Old Letters", "Angel Song", "My Friends", " A (Very) Little Respect", "Sextos Sentidos", "We", "Breeders", "Eu não sei dizer", "Cry" e "Teeth against the Glass". Um desfilar calmo de melodias e arranjos acústicos, onde as vozes de David Fonseca e Sofia Lisboa voam bem alto por territórios próximos dos de um Jeff Buckley, por exemplo. Um disco a ouvir com atenção. (POLYGRAM)

REPORTAGEM 4 - reportagem retirada da revista Elle

 

Silence 4 - Tocar o Silêncio

 

Tomem-se quatro jovens portugueses determinados a fazer aquilo que mais gostam - música-, acrescente-se um par de vozes poderosas e sirva-se acompanhado de uma dose generosa de talento e profissionalismo. Resultado: uma sonoridade deliciosa que primeiro surpreende e, depois, apetece repetir. Por Sandra Gato

 

Ao contrário de que muitas pessoas chegaram a pensar, são portugueses. De Leiria. São quatro - David Fonseca (voz, guitarra acústica, letras e composição), Rui Costa (baixo e guitarras), Sofia Lisboa (voz) e Tozé Pedrosa (bateria). Juntaram-se há cerca de três anos com o propóstio simples que preside à formação de qualquer banda: fazer música. « Eu já conhecia o Rui e o Tozé e acabámos por ensaiar alguns temas », relembra David. « Depois, um dia, ouvi a Sofia a cantar e a tocar Guitarra numa esplanada, gostei muito da voz dela e convidei-a a juntar-se a nós ». Entretanto, enclausuram-se durante uma semana, numa casa de aldeia « a fazer arranjos, a experimentar, a ligar e a desligar» , e a desenhar os esboços do som que os diferencia tão claramente da maioria dos restantes grupos musicais portugueses.

 

São eles próprios que afirmam que a música que fazem não se encaixa em nenhum nicho já existente no nosso país. Que foi preciso abrir espaço no mercado, o que, como se sabe, nem sempre é a mais fácil das tarefas. O que nos conduz à pergunta óbvia: « Que tipo de som é o vosso?.» « É muito difícil rotular música » , declara David, porta-voz do grupo. « Tentando uma aproximação, diria que a nossa música é essencialmente acústica. Mas, pensando melhor, não é só isso. Os Silence 4 são muitas coisas ». Entre elas, cantores de nostalgias e de dores silenciosas.

 

O silêncio- calmo ou agressivo, bom ou mau- é, aliás, uma esécie de pano de fundo que acompanha o grupo desde o início. David explica: « Já alguém disse que é muito mais fácil criar quando se está triste. Não só música, qualquer coisa. É que ao contrário da alegria, que se traduz numa dispersão física e mental, a tristeza traz consigo a contemplação, a introspecção. Nenhum de nós é uma pessoa triste- geralmente até somos pessoas muito bem dispostas! - só que não é esse o nosso lado que se espelha nos temas. É outro ».

 

Numa altura em que proliferam os grupos ditos musicais fabricados sobre bases frágeis e "plásticas", os Silence 4 transmitem a quem os vê (e especialmente a quem os ouve) uma refrescante sensação de autenticidade, de solidez. É fácil concentrarmo-nos no essencial - a música - porque não há elementos supérfluos que nos distraiam os sentidos. « O que as pessoas vêem no palco somos nós. Não houve reformulação de estilos pessoais ou maneiras de estar. Se existe uma imagem de banda é a nossa imagem real, nada foi estudado. Como se diz em inglês what you see is what you get » .

 

 

 REPORTAGEM 5 - reportagem retirada do jornal Blitz(29 de Setembro de 1998) - gentilmente oferecida por Andre andre_f_luis@hotmail.com (founder do canal #silence4 da PT Net…J )

 

 

SILENCE 4 - ENTRE 0 CASTELO E A(S) BATALHA(S)

 

Ao fim de poucos meses de edição do álbum «Silence becomes it» - com vendas, inesperadas, na ordem dos 80 mil já confirmados, cem mil a confirmar rapidamente -, pode dizer-se que os Silence 4 já conquistaram um castelo mas ainda têm muitas batalhas pela frente. E foi entre o Castelo (de Leiria, terra-natal do grupo) e um recinto na Batalha que se fez a festa da entrega do disco de dupla-platina ao grupo de «Borrow».

Na mesma sala do Castelo de Leiria que serviu para a gravação da primeira maqueta do grupo, os quatro Silence 4 receberam das mãos de Nuno Faria (A&R nacional da Polygram) o galardão de disco de dupla-platina atribuído pela AFP, ouviram discursos da Presidente da Câmara e do Governador-Civil de Leiria, fizeram urna pequena intervenção falada, humilde como já é seu hábito e, mais importante do que isso, fizeram um pequeno unplugged (eles, que mesmo em palcos grandes são quase totalmente unplugged) em que temas como «Borrow», «Old Letters» ou «A Little Respect» fizeram o orgulho dos familiares e amigos da banda que se atravancavam na minúscula sala. Festa bonita e simples. Era o final da tarde de sexta-feira, 0 sol já se punha, nu horizonte distante a perder de vista, visto do alto do castelo.

Qual é o segredo dos Silence 4, a banda que veio provar de urna vez por todas que um grupo português a cantar em inglês pode ter sucesso no nosso país? É a sua música, quase sempre de uma simplicidade quase chocante e de uma beleza que desarma o coração mais insensível? São as suas referências, que vão desde o country alternativo (e aqui podem entrar nomes com os Cowboy Junkies ou os Walkabouts ao lado de uns Palace e de uns Lambchop) a um pós-grunge acústico (como se a malta das camisas-de-flanela decidisse prestar vassalagem directa à fase pré-electricidade de Neil Young) ou a um lirismo que lembra, por vezes, um Leonard Cohen que, por uma vez na vida, se irritasse, ou um Nick Drake só um bocadinho menos depressivo mas nem por isso menos contemplativo? É a humildade, a simpatia e o absoluto «low profile» dos elementos da banda? São as vozes e/ou a beleza dos dois cantores (David e Sofia)? Não sei, nem me interessa. Estou muito feliz pelo sucesso do grupo, graças a Deus.

E eu, que não via um concerto dos Silence 4 há vários meses, fiquei surpreendido com o espectáculo que eles deram, nessa mesma noite, no kartódromo da Batalha. Não que estejam muito diferentes, não estão. Os arranjos continuam quase na mesma, mas a confiança da banda é agora muito maior, com um à-vontade em palco impressionante. Chovia na Batalha, via tanto que os instrumentos e o equipamento dos Silence 4 ficaram molhados - o baixista chegou a falar, com algum humor negro, a um grupo de jornalistas presentes em perigo de electrocussão - e alguns dos jornalistas, com um humor negro ainda maior, começaram a especular sobre o nome da banda se algo corresse para o torto (Silence 4ever era a proposta ... ). Mas o grupo começou, bem, com dois temas que não estão no álbum «Distance (Part II)» e «Atmospheres», seguido de «Old Letters», altura em que as pessoas que se abrigavam da chuva se aproximaram definitivamente do palco. E o concerto seguiu, sereno umas vezes, mais tenso e rápido de outras, com «Breeders» (tema que seria repetido no encore), «Angel Song», «A Little Respect» (a sua estranha versão dos Erasure que os fez, primeiro, chegar às rádios), «Dying Young», «Eu Não Sei Dizer, «Borrow» (cantado em coro pelas gentes encharcadas), «Sex Freak» (que, ao vivo, surge ainda mais selvagem do que no disco e que aponta para direcções muito diferentes dos caminhos habituais dos Silence 4) e «My Friends», entre outras do cancioneiro aberto pelo grupo e que promete uma continuação exaltante (David confessou numa entrevista que anda a ouvir Tindersticks, Red House Painters, Jeff Buckley; o que só lhe fica bem). Um belo espectáculo, prenunciador de muitas e continuadas outras batalhas.

Antes dos Silence 4 tinham subido ao palco os Phase, grupo também de Leiria, que deve quase tudo ao psicadelismo. Eléctricos, os Phase têm ambientes de Spiritualized, umas pitadas de Teenage Fanclub nas melodias, algumas aproximações aos Beatles e até aos Who (homenageados em «The Kids Are Allright»), com o recurso a barreiras sónicas de guitarras e até, num momento, a uma flauta estridente a dar o caos necessário antes de se entrar num registo mais planante. Uma promessa.

 

 

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