BOLETIM DE HISTÓRIA DEMOGRÁFICA
Ano VII, no. 19, março de 2000
Mario
Boleda - ANTIGUO METODO PARA ANTIGUOS DOCUMENTOS;
DINAMICA
DEMOGRAFICA EN LA ARGENTINA COLONIAL DEL SIGLO XVIII.
La finalidad de este trabajo consiste en dar cuenta del proceso demográfico básico verificado en las poblaciones observadas. En este caso, el blanco del análisis está constituido por poblaciones indígenas del Norte de la Argentina, situadas en la actual provincia de Jujuy, que fueron objeto de recuento por parte de las autoridades coloniales en el curso del último cuarto del siglo XVIII. Ha de ponerse de relieve, sin embargo, que aquí se persiguen principalmente finalidades de difusión metodológica. Por eso, el texto es relativamente detallado en los apartados técnicos. Para ler a versão integral deste artigo,
Selma Árabe Andrietta - SANTA RITA DO
TURVO, 1819: ESTRATÉGIAS DE GERAÇÃO DE RENDA.
Nosso estudo pretende dialogar com os modelos disponíveis a respeito da questão econômica regional de Minas Gerais dos séculos XVIII e XIX. Confrontando a historiografia tradicional, que enfatiza a crise ou falência geral das Minas Gerais após a queda na exploração do ouro, com a historiografia revisionista, efetuamos o estudo, para 1819, da região de Santa Rita do Turvo, atual cidade de Viçosa, para verificarmos a aplicabilidade de um dos dois modelos acima aludidos. Para dar o download da versão integral deste documento,
MINAS GERAIS
GANHA MAIS UMA OBRA DE PESO
Francisco
Vidal Luna
FEA-USP
No final do ano de 1999,
a Cambridge Latin American Studies publicou o excelente trabalho do
pesquisador Laird W. Bergad, sob o título
Slavery and the demographic and economic
history of Minas Gerais, Brazil, 1720-1888. O livro contem os resultados
de uma exaustiva pesquisa em fontes originais de Minas Gerais, algumas
inéditas, e representa um trabalho fundamental para o entendimento do
processo histórico em Minas Gerais e do próprio regime escravista no Brasil.
O autor, ao analisar o importante debate a respeito da provável reprodução
da população escrava em Minas Gerais, sentiu a necessidade de complementar a
questão com uma base empírica mais consistente, suprindo a falta de séries
de dados a respeito da economia escravista mineira. O autor afirma que seu
estudo era ao mesmo tempo modesto e ambicioso. Mas, se havia objetivos
modestos, foram eles superados pelo desafio enfrentado na construção das
suas séries de dados, a respeito de aspectos demográficos e econômicos
relacionados com o escravismo em Minas Geria, nos séculos XVIII e XIX.
Representa um material de importância básica para futuros estudos relativos
ao escravismo no Brasil. O autor serviu-se das fontes tradicionais existentes
nos arquivos mineiros, mas centrou seu trabalho nos inventários. Desta fonte
coletou a maioria das informações demográficas relativas aos cativos e
também construiu uma longa série de preços de escravos.
Contudo, o trabalho não se limitou ao levantamento de
dados e sua divulgação. O sentido original do estudo era estudar a economia
e sociedade mineiras, particularmente as relações escravistas ali existente.
Inclusive participar do debate concernente à reprodução da população
escrava em Minas. Na falta de dados suficientes para avançar nesse debate
construiu novas séries de dados. Com este material empírico e exaustiva
utilização das fontes disponíveis, nos fornece uma visão ampla daquela
sociedade e introduz elementos novos ao debate a respeito da reprodução da
população escrava. O autor mostra evidencias claras da efetiva existência
da reprodução. Ao reduzir-se a
importação de escravos africanos, com a decadência da atividade extrativa,
a reprodução natural da população escrava permitiu seu crescimento
quantitativo, transformando Minas Gerais na região com o maior número de
escravos no censo de 1872. Já em meados da década de 90 do século XVIII, os
escravos nascidos no Brasil superavam os africanos e crescia
significativamente a proporção de crianças e mulheres na população
escrava. Todos os índices encontrados sugerem a reprodução dessa
população no século XIX. A questão não é nova. Vem sendo discutida nos
últimos vinte anos. Mas o trabalho acrescenta
novas evidencias e uma sólida base de dados na forma de séries de
tempo.
O livro divide-se em cinco capítulos e conclusão.
Nos dois primeiros são apresentados os aspectos históricos de Minas Gerais,
desde sua ocupação, com a descoberta do ouro, até a abolição dos escravos
em 1888. O segundo capítulo representa uma excepcional síntese da história
mineira no século XIX; para tanto, o autor serviu-se exaustivamente da
bibliografia existente, dando-lhe um tratamento claro, objetivo e
fundamentado. Para Laird, estes capítulos históricos representavam a base
para o entendimento dos aspectos econômicos e sociais do escravismo mineiro,
abordados nos capítulos seguintes. E isso foi obtido. No terceiro capítulo
analisa-se o processo demográfico em Minas, desde a ocupação até o censo
de 1872. Nesse capitulo o autor serviu-se de fontes tradicionais, publicadas
ou não, mas já utilizadas por outros pesquisadores. O sentido deste tópico
foi formar um quadro de longo prazo da dinâmica populacional em Minas Gerais.
No quarto capítulo apresenta os resultados demográficos da sua pesquisa,
baseada nos inventários. São dados anuais sobre variáveis demográficas a
respeito dos escravos, tais como origem, idade, sexo. Há referências,
também, sobre as famílias dos escravos, doenças etc. Os dados apresentados
são exaustivamente analisados. No quinto capítulo também se serve das
séries levantadas, mas agora levando em consideração aspectos econômicos,
tendo por base, essencialmente, séries de preços de escravos. Verifica
diferenças regionais, variações no tempo e correlação com as
características demográficas dos escravos. Após as conclusões, o livro
contém um extenso apêndice estatístico, contendo séries anuais de dados, a
maioria relativas ao período 1707-1888.
Laird W. Bergad, já publicou outros trabalhos sobre
temas de história econômica e social, tendo como objeto outras regiões
latino-americanas, dentre os quais podemos citar: Coffe and Growth of Agrarian Capitalism in
Nineteenth-Century Puerto Rico (Princeton University Press, 1983), Cuban Rural Society in the Nineteenth
Century: The Social and Economic History of Monocuture in Matanzas (Princeton
University Press, 1990). Foi co-autor da publicação The Cuban Slave Market, 1790-1880 (Cambridge University Press, 1995).
Sobre o tema do livro relativo a Minas Gerais havia publicado alguns artigos,
com resultados ainda parciais: “Depois do Boom: Aspectos Demográficos e
Econômicos da Escravidão em Mariana, 1750-1808“, Estudos Econômicos, 24(3):495-525, set-dez 1994; “After
the Mining Boom: Demographic and Economic aspects of Slavery in Minas Gerais,
Brazil: Marina, 1750-1808. “ Latin
American Research Review, vol. 31, no. I (1996), p. 67-97; “Demographic
Change in a Post-Export Boom Society: The Population of Minas Gerais, Brazil,
1776-1821.” Journal of Social History,
vol. 29, no. 4 (1996), p. 895-932.
BARICKMAN, B. J. As cores do
escravismo: escravistas ‘pretos’, ‘pardos’ e ‘cabras’ no
Recôncavo baiano, 1835. População e Família. São Paulo,
Humanitas-FFLCH/USP, n.º 2, p. 7-59, 1999.
RESUMO. Analisando censos nominativos de duas freguesias
rurais, este artigo demonstra que os não-brancos representavam uma parcela
significativa da população proprietária de escravos no Recôncavo baiano,
em 1835. De fato, pretos, pardos e cabras constituíam mais de um terço dos
escravistas nas duas freguesias. Mas os censos também indicam que a
distribuição da propriedade escrava no Recôncavo, em 1835, refletia as
hierarquias de cor e naturalidade características da sociedade brasileira da
época. O artigo também explora as implicações que decorrem da existência
de escravistas não-brancos para a compreensão da escravidão, da ideologia
racial e da construção das identidades fundadas na ‘cor’ ou na ‘raça’
no Brasil oitocentista.
FETTER, Bruce (editor and contributor). Demography from Scanty Evidence: Central
Africa in the Colonial Era, Boulder CO:Lynne Rienner, 1990.
RESUMO.
Edited proceedings of a conference of demographically oriented historians held
in 1986.
FETTER, Bruce. The mines of sourthern and central
Africa: An ecological
framework, Health Transition Review,
2 (1992), Supplementary Issue, 125-135.
RESUMO. Seeing
copper and gold mines as a microenvironment transformed by human initiative.
FETTER, Bruce. Changing determinants of African
mineworker mortality:
Witwatersrand and the Copperbelt, 1911-1940, Civilisations, 41 (1993), 347-359.
RESUMO. Compares
causes of death in Congolese and South African mines, showing how different
management philosophies nonetheless resulted in reduced mortality.
FETTER, Bruce. Health care in twentieth century Africa:
Statistics, theories, and policies, Africa
Today, 40 (1993), 9-23.
RESUMO. Summary
of colonial and post-colonial changes.
FETTER, Bruce. The health transition and colonial
British Africa, International Population
Conference, v. 1
(Montreal, 1993), 429-439.
RESUMO. National
level data.
FETTER, Bruce. Competing determinisms and the
demography of twentieth century Africa, R.W. Harms et al. (eds.), Paths toward the Past: African Historical
Essays in Honor of Jan Vansina, (Atlanta, 1994) 177-186.
RESUMO. Examines
Marxist and non-Marxist interpretations of African demography.
FETTER, Bruce & KESSLER, Stowell. Scars from a
childhood disease: Measles in the concentration camps during the Boer War, Social Science History, 20 (1996),
593-611.
RESUMO. Many
of the 28,000 deaths were due to measles rather than British mismanagement or
Boer uncleanness.
FETTER, Bruce.
Trois siecles de politiques gouvernementales en faveur de la sante publique:
un premier apercu, Annales de
demographie historique, (1997), 27-46.
RESUMO. Synthesis
of various national efforts.
FETTER, Bruce. The epidemiologic transition: One, many,
or none?, Health Transition Review, 7 (1997),
235-237.
RESUMO. Introduction
to a forum questioning the validity of the notion of
epidemiologic transition.
FETTER, Bruce.
"Genes, memes, and contingency: The effects of purposive action on
mortality reduction", (paper).
FETTER, Bruce. "Micro-organisms and historical demography: Reconciling
the quantitative and the organic", (paper).
FETTER, Bruce.
"Non-quantitative approaches to the study of historical mortality in
Africa", (paper).
FIGUEIREDO,
Aldrin Moura de. A liturgia das cores: relações interétnicas e contatos
culturais nas irmandades religiosas da Amazônia no século XIX, Estudos
Afro-Asiáticos. Rio de Janeiro,
Universidade Cândido Mendes, (34): 137-154, dezembro de 1998.
RESUMO.
Durante o período colonial e no século XIX as crianças começavam a
participar cedo no mundo do trabalho, independentemente da condição social e
do sexo. Este artigo analisa o trabalho infantil em Minas Gerais na primeira
metade do século XIX. Livres, libertos e escravos trabalhavam principalmente
na tecelagem doméstica e na lavoura, mas também havia estudantes. Na faixa
dos 11 aos 12 anos já estavam envolvidas em atividades ocupacionais em torno
de 30% das crianças, e na de 13-14 anos mais de 40%.
KARASTOJANOV,
Andrea Mara Souto. Vir, viver e talvez morrer em Campinas: um estudo sobre
a comunidade alemã residente na zona urbana durante o II Império.
Campinas, Ed. UNICAMP/CMU, 2000, 375 p.
RESUMO. A
autora identifica o olhar do imigrante alemão mediante a análise de
documentos da SAIL, sociedade organizada em 1863, quadra em que Campinas
deixava de ser uma urbe colonial para transformar-se em uma cidade de barões,
marquesas, viscondes, proprietários e fazendeiros.
LEVY, Maria Stella F. & SCARANO, Julita. O
imigrante em São Paulo: casamento e nupcialidade. População e Família.
São
Paulo, Humanitas-FFLCH/USP, n.º 2, p. 61-74, 1999.
RESUMO. O artigo trata de alguns aspectos relativos à
formação da família (casamento e nupcialidade) dos migrantes italianos e
portugueses chegados ao Estado de São Paulo por ocasião da imigração
provocada pelo desenvolvimento da cafeicultura. É possível observar por meio
de dados censitários, informações bibliográficas e entrevistas relativas
à formação da família, não só as condições do mercado matrimonial, mas
também os expedientes utilizados pelas famílias para manter os casamentos, o
mais possível dentro da comunidade de origem e assim tentar perpetuar as
tradições originais.
MARQUESE,
Rafael de Bivar. A Administração do trabalho escravo nos manuais de
fazendeiro no Império, 1830-1847. Revista de História – Terceira Série,
São Paulo, (137): 95-111, 2o. semestre de 1997.
RESUMO. Os dois
principais manuais de fazendeiro publicados no Brasil na primeira metade do
século XIX, a saber, o manual de
Carlos Augusto Taunay (1837) e o de Francisco Peixoto de Lacerda Werneck
(1847) inauguraram uma nova abordagem sobre a administração do trabalho
escravo na literatura agronômica brasileira. Este artigo analisa as
prescrições contidas nesta nova abordagem, e procura fornecer uma
explicação para o surgimento dessa atitude inédita sobre a administração
do trabalho escravo.
MARTINS,
Manoel de Jesus Barros. Retratos de São Luís: o recenseamento de 1885. Estudos de História, Franca, Faculdade
de História, Direito e Serviço Social - UNESP, v. 5, n. 2 , p. 173-185,
1998.
RESUMO: Este
artigo apresenta imagens de São Luis do Maranhão por meio do recenseamento
de 1885. Mostra a população segundo estado conjugal, condição social e o
número total de oficiais e artistas. A configuração urbana é revelada por
meio de uma relação dos quarteirões da cidade.
RESUMO. Análise do sistema de crédito e financiamento
da cafeicultura mineira do século XIX, vinculando-o às estratégias
sócio-familiares de preservação de status e patrimônio. A partir do questionamento da existência do
caráter capitalista do mercado deste período, propõe-se uma
interpretação, de viés antropológico, da função e dinâmica do
endividamento no processo de montagem do sistema agrário cafeicultor.
ROCHA,
Antonio Penalves. Um documento antiescravista do primeiro terço do século
XIX. Revista de História – Terceira Série, São Paulo, (137):
123-137, 2o. semestre de 1997
O artigo
analisa o texto “Da Liberdade do Trabalho”, publicado no tomo II da
revista Guanabara em 1851 e que apresentava as idéias de José da Silva
Lisboa, o Visconde de Cairu, a respeito da escravidão. O autor entende que o
artigo não mereceu a devida atenção nem quando da sua publicação, nem dos
historiadores que se debruçaram sobre as idéias antiescravistas no Brasil. E
o documento nunca foi reeditado apesar da sua importância para o entendimento
de uma visão a respeito da escravidão, surgida no Brasil das primeiras
décadas do século XIX, presente também em outros textos coevos com os quais
o artigo tem pontos em comum. A nova visão sobre a escravidão condenava,
pela primeira vez na história do Brasil, o emprego do trabalho do escravo
negro, embora reconhecesse, ao mesmo tempo, a sua importância econômica.
RESUMO. O artigo analisa condicionantes
locais concernentes ao fenômeno da constituição de sociedades de socorro
mútuo. O fenômeno na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul entre
1854 e 1889 revela que a atividade comercial
-- sobretudo na fronteira internacional -- , a existência de imprensa e o
relacionamento com as elites políticas estimula a associação de
trabalhadores e imigrantes.
SOTO,
Maria Cristina Martinez. Indústria e Transformações Urbanas: Taubaté 1891-1942. Revista de História –
Terceira Série, São Paulo, (135): 79-100, 2o. semestre de 1996.
RESUMO. A
instalação da Companhia Taubateana em Taubaté, e sua paulatina expansão no
espaço físico e social, causaram profundas transformações nesta cidade
valeparaibana. O artigo analisa a natureza e o significado de tal impacto a
partir da comparação das práticas da companhia e do discurso centrado nas
relações de trabalho, elaborado pela CTI para justifica-las.
TOSI, Pedro G.
Cultura do café e cultura dos homens em Franca: a influência da ferrovia
para a sua urbanização. Estudos de
História. Franca, Faculdade de História, Direito e Serviço Social -
UNESP, v. 5, n. 2 , p. 113-148, 1998.
RESUMO:
Investiga o impacto da ferrovia sobre a economia local. Identifica a área de
influência do município antes e depois da chegada dos trilhos da Mogiana, a
mudança do perfil da agricultura praticada e a diversificação da atividade
mercantil.
RESUMO. Os autores examinam, a partir da vasta
literatura sobre a capoeira, os mitos e as controvérsias à luz das fontes e
evidências atuais procurando identificar o que está provado, o que é apenas
plausível e o que parece claramente equivocado. Procuram refletir, também,
sobre a função destes mitos, mostrando que eles se relacionam com conflitos
mais abrangentes que se desenrolam na cultura e na sociedade brasileiras
fazendo da história da capoeira uma história marcada por rupturas e
contradições.
COUTO, Jorge. A construção do
Brasil: Ameríndios, Portugueses e Africanos, do início do povoamento a
finais de quinhentos. Portugal, Edições Cosmos, 408 p.
RESUMO. Historiador português, o autor apresenta-nos uma
análise sobre as relações entre os ameríndios e os portugueses, e entre
esses e os africanos. O livro
centra-se em três tópicos: a natureza das sociedades indígenas, a
"época do contato" e o processo de colonização. O leitor
iniciante no tema encontrará um bom levantamento bibliográfico sobre o
povoamento da América do Sul e sobre as sociedades indígenas. (resumo
adaptado de resenha escrita por Pedro Puntoni).
SLENES, Robert W. Na senzala, uma
flor. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 300 p.
RESUMO. O autor retoma e consolida seus estudos sobre a família
escrava no Brasil, demonstrando sua existência, sua estabilidade temporal e
defendendo a idéia de que a família definia-se como um instrumento de
resistência dos cativos com respeito aos elementos desagregadores, em termos
culturais, que a ordem escravista lhes impunha.
ANGELIS, Rebeca Carlota de. Fome
oculta - impacto para a população do Brasil. São Paulo, Atheneu, 236 p,
RESUMO. A autora apresenta os pontos básicos da fome oculta,
deficiência de nutrientes que passam despercebidos.
TORRES-LONDOÑO, Fernando. A outra
família: concubinato, Igreja e escândalo na Colônia. São Paulo,
Loyola, 216 p.
RESUMO. Estudo das várias facetas assumidas pelo concubinato,
conforme preceituado pela Igreja Católica, no período colonial brasileiro,
com ênfase no século XVIII. O autor serve-se, além da bibliografia
especializada e da documentação normativa produzida pela Igreja, das ricas
fontes primárias providas pelas devassas diocesanas.
Trabalhos de
Dora Isabel Paiva da Costa
Posse de escravos e produção no
agreste paraibano: um estudo sobre Bananeiras, 1830-1888. Campinas, UNICAMP/IFCH, Dep. de História. Dissertação de
mestrado, 1992.
Resumo:
Esta pesquisa relaciona-se a uma agenda temática que busca caracterizar as
economias e sociedades agrárias produtoras de bens para exportação e para o
mercado interno. Utiliza uma metodologia já consagrada voltada para estudos locais, com fontes primárias massivas e seriais. Enfoca a região agreste da província
da Paraíba do Norte, mais especificamente, a comarca de Bananeiras, durante
os anos de 1830 a 1888, tendo em vista a escassez de estudos sobre as áreas
periféricas. Levanta duas ordens de problemas: 1a.) o papel da mão-de-obra
escrava nos últimos anos da instituição servil em plantios e culturas
diversas; 2a.) a possibilidade de uma estratificação social e
diversificação econômica muito mais complexa do que a historiografia
clássica enfatiza. As fontes compulsadas são os inventários post-mortem que
cobrem o período, arquivados nos cartórios de 1o. e 2o. ofícios, as
escrituras de compra e venda de escravos transcritas nos Livros de Notas e o
Censo de 1872. Com o objetivo de testar a hipótese da presença de escravos em cultivos
voltados para exportação e em cultivos destinados ao mercado interno, a
autora lança mão de uma classificação que lhe serve de categorias de
análise, dividindo a população inventariada em três setores produtivos, a
saber: primeiro, os lavradores de cana e os senhores de engenho, segundo, os
lavradores de algodão, e terceiro, os
lavradores de mandioca e criadores. Para operacionalizá-las, dividiu estes
setores em quatro grupos relacionados ou não com a propriedade escrava: 1o.)
os não-proprietários de escravos; 2o.) os proprietários de pequenos
plantéis; 3o.) os proprietários
de médios plantéis; 4o.) os
proprietários de grandes plantéis. A
pesquisa está dividida em cinco capítulos. O primeiro trata de caracterizar
a evolução dos padrões de posse de escravos, da distribuição da
população escrava por tamanhos de plantéis e setores econômicos. O
segundo, o terceiro e o quarto capítulos caracterizam os lavradores de cana e
senhores de engenho, os lavradores de algodão e os lavradores de mandioca e
criadores, que, são apresentados nesta seqüência, a partir da descrição
do perfil econômico e social destes agentes. O último capítulo trata da
ação dos senhores de escravos donos de pequenos, médios e grandes
plantéis, plantadores de cultivos voltados para exportação e para os
mercados locais, na atividade de compra e venda de cativos.
Herança
e Ciclo de Vida: Um Estudo sobre Família e População em Campinas, São
Paulo, 1795-1850.
Niterói, UFF/ICHF, dep. de História, tese de doutoramento, 1997.
Resumo: Com base em fontes manuscritas
tais como as Listas de Habitantes de Campinas, os inventários post-mortem,
o cadastro de Bens Rústicos (1818), os Registros Paroquiais de Terras
(1854-57), e genealogias, a autora efetua percuciente análise dos processos
concernentes à transmissão de bens através de mecanismos diversos como os
dotes, as terças, os “empréstimos”, as antecipações etc., das gerações mais velhas para seus
descendentes. Os conceitos ciclo de vida e ciclo de desenvolvimento familiar
são operacionalizados no sentido de introduzir uma metodologia dinâmica e
longitudinal na formação da estrutura social da região enfocada. Com o fito
de proceder aquela metodologia operou-se uma coleta de cinco séries anuais de
todas as listas de habitantes correspondentes aos anos 1779, 1798, 1808, 1818
e 1829. Os inventários foram coletados a partir de dois métodos. O primeiro
se constitui no levantamento realizado a partir de intervalos regulares
qüinqüenais. A segunda amostra resultou do cruzamento dos nomes presentes
nas Listas de Habitantes com aqueles da lista de inventariados do 1º
, 2º e 3º cartórios da comarca de Campinas. O
objetivo foi rastrear o ciclo de desenvolvimento familiar associado ao ciclo
de vida dos membros da prole através do método baseado em histórias
(trajetórias) de vida ou biografias. Depois de passar em revista os
principais estudos nacionais e internacionais sobre a questão da transmissão
de bens, a autora passa a discorrer sobre as noções de família e domicílio
a fim de evidenciar as potencialidades e limitações do uso destes conceitos,
definindo-se os critérios utilizados na tese. A partir de tal pano de fundo
considera-se, inicialmente, a concentração e distribuição da propriedade
escrava, segundo os grupos domésticos e ocupacionais, para distintos momentos
no tempo. Tal análise conduz ao levantamento dos processos que informaram o
enriquecimento da população livre residente em Campinas e que levaram a
estrutura sócio-econômica da localidade a tornar-se mais complexa e
diversificada. Segue daí dois capítulos importantes cuja metodologia
fundamenta-se na reconstrução de trajetórias de vida de sorte a permitir a
identificação de estratégias das fases dos ciclo de vida dos membros da
prole bem como da estrutura familial no momento de transmissão de bens. Este
mesmo procedimento é aplicado também às camadas economicamente menos
privilegiadas com base no estudo de alguns casos de famílias de pequenos
agricultores proprietários de reduzidos plantéis. Contempla-se, ademais, como se davam
os arranjos domésticos nos distintos grupos ocupacionais. Aqui, o objetivo é
verificar com base no confronto de dados referentes a dois momentos do tempo,
1798 e 1829, em que medida a passagem da sociedade de lavradores de roça em
direção aos grandes plantadores, num contexto de fronteira aberta e de um
sistema de herança próximo do pólo igualitarista, possibilitou a formação
de arranjos domésticos mais complexos e a estruturação de grupos
domésticos mais diversificados. Em seqüência, estuda-se a formação dos
casais, procurando-se verificar até que ponto ocorriam estratégias
diferenciadas, segundo as ocupações, na constituição dos casais que
chefiavam domicílios. Tal análise é complementada pela concernente à das
mulheres às quais cabia a incumbência de chefiarem domicílios no âmbito
das transformações sociais e econômicas vivenciadas pela população
campineira, buscando entender tal fenômeno com uma metodologia que contrasta
as estratégias de convivência em domicílios chefiados por homens, mulheres
e casais. O resultado do ingente esforço analítico despendido pela autora
lança luz, assim, não só sobre as estratégias de transmissão de bens no
plano familiar, os processos que constituíram a hierarquia social, mas
também sobre a própria história da localidade e da região, numa quadra
marcada por profundas mudanças econômicas,
demográficas e sociais.
Artigos em Periódicos
Estrangeiros
1.
Family, patriarchalism and social change in Brazil, Latin American Research
Review, v. 32, n. 1, 1996, p.
212-225. Albuquerque, University of New Mexico, New Mexico, U.S.A. Em
co-autoria com a Profa. Dra. Eni de Mesquita Samara (Departamento de
História, USP).
Resumo: Neste artigo passa-se em revista as principais obras nacionais e
estrangeiras de natureza sociológica e antropológica que se tornaram
importantes sobre o tema família
no Brasil. Na segunda parte aborda-se o tema patriarcalismo, procurando-se
entender como as publicações mais recentes de caráter historiográfico,
nacionais e internacionais, têm tratado tal tema, ora reforçando uma visão
monolítica de patriarcalismo, ora enfatizando um conceito mais flexível
relacionado à experiência familiar brasileira, apresentando assim
contribuições importantes nesta área de estudos.
2. Arranjos domésticos e estratégias de
convivência na formação de plantations: Campinas, São Paulo, 1798-1829,
Annals of Seminar on Changes and Continuity in American Demographic Behaviors:
The Five Centuries’ Experience, IUSSP (International Union for the
Scientific Study of Population), Córdoba, Argentina, 1998, p. 1-16.
Resumo: Neste artigo investiga-se a formação dos arranjos
domésticos de diversos grupos ocupacionais através dos ciclos de
desenvolvimento familiar em dois momentos distintos: no primeiro, em 1798,
quando a sociedade estava organizada em pequenas unidades agrícolas
produtoras de alimentos, e no segundo, em 1829, quando a mesma já possuía
uma estrutura de grandes plantations.
Com estes cortes temporais busca-se examinar através de métodos
quantitativos a assertiva da historiografia clássica brasileira que enfatizou
a presença de famílias extensas nos grupos domésticos da sociedade rural
colonial e imperial brasileira. Pesquisas recentes têm caminhado em direção
oposta. A sociedade em foco é Campinas, pertencente à antiga capitania de
São Vicente e a posterior província de São Paulo. As fontes utilizadas são
as Listas de Habitantes.
Artigos em Periódicos
Nacionais
1.
Demografia e Economia numa região distante dos centros dinâmicos: uma
contribuição ao debate sobre a escravidão em unidades exportadoras e
não-exportadoras, Estudos Econômicos, FIPE-USP, v. 26, n. 1, 1996,
São Paulo, p. 111-136.
Resumo: Este artigo examina a
presença da mão-de-obra escrava nas unidades exportadoras e
não-exportadoras no mercado local de compra e venda de cativos, localizado no
município de Bananeiras, província da Parayba do Norte, entre os anos de
1860 e 1888. A metodologia consistiu em segmentar a população de
proprietários agrícolas, bem como a escrava
por setores econômicos e por tamanhos de plantéis. Em seguida, quantifica-se
as trocas de cativos por meio do comércio local com o objetivo de saber em
que medida houve transferência destes entre agricultores exportadores e os
não-exportadores.
2. As mulheres chefes de domicílios e a formação de famílias monoparentais: Campinas, São Paulo, 1829, Anais do XI Encontro de Estudos Populacionais da ABEP, Caxambu, 1998, p. 1145-1179, CD-ROM, ou http://www.abep.org.br/eventos
Resumo: Este artigo tem o objetivo de demonstrar que as
mulheres chefes de domicílios no começo do século dezenove em Campinas,
província de São Paulo, vivenciaram estratégias específicas em relação
aos arranjos domésticos e à convivência familiar. Esta especificidade
contrastava com os arranjos domésticos de outras famílias que experimentavam
a fase monoparental, mas que por sua vez, eram chefiadas por homens. Estas
últimas tinham um comportamento semelhante ao das famílias que passavam pela
fase parental, vivenciada pelo casal. A metodologia de segmentação das fases
de desenvolvimento familiar permitiu a análise dos comportamentos de
convivência das famílias em
relação às estratégias dos arranjos domésticos. Finalmente, procurou-se
integrar a noção de chefia feminina de domicílios ao conceito relativo às
fases de desenvolvimento familiar, isto é, mais especificamente, a fase
monoparental. Este último objetivo deve-se ao fato de que as análises até
então operadas têm enfatizado uma visão estática, na qual o domicílio
não é pensado de forma dinâmica.
3. Mecanismos de redistribuição de riqueza, diferenciação social e formação de famílias em área de fronteira: Campinas, São Paulo (1795-1850), Anais do III Congresso Brasileiro de História Econômica e IV Conferência Internacional de História de Empresas. 29 ago.-1 set., UFPR, Curitiba, 1999, no módulo Economia Agrária, CD-ROM, ou http://tamandua.sociais.ufpr.br/abphe/congress.htm
Resumo: Este artigo analisa as mudanças comportamentais das famílias proprietárias em relação ao problema da transmissão de bens na fase de constituição da sociedade agrário-exportadora de Campinas, São Paulo, entre os anos de 1795 e 1850. As famílias são examinadas a partir de níveis de fortunas, da posse de escravos, da situação patrimonial entre gerações, da freqüência de atitudes diferenciadoras inter-gerações, e da composição dos bens recebidos nas antecipações dos filhos varões e genros. Está dividido em três seções. Na primeira, explora-se as potencialidades da documentação consultada, dos métodos sistemáticos de coleta, e da representatividade das fontes. Na segunda, demonstra-se que o processo simultâneo de enriquecimento e a redistribuição da riqueza dos segmentos sociais proprietários eram partes constitutivas de um mesmo processo de complexificação e diferenciação social que o incremento e a dinâmica da agricultura mercantil proporcionou em relação à formação de famílias detentoras de fortunas, e que estas desenvolveram estratégias diferenciadoras através do ciclo de desenvolvimento da família no momento de transmissão dos bens às gerações mais novas. Finalmente, descreve-se de forma ilustrativa como as antecipações de herança tiveram um papel fundamental na distribuição da riqueza entre gerações através do ciclo de desenvolvimento da família.
Resenhas.
1.
Alida C. Metcalf - Family and Frontier in Colonial Brazil: Santana de
Parnaiba, 1580-1822. Berkeley: University of California Press, 1992. 280p.
Resenha publicada no boletim Populações,
São Paulo, CEDHALl/USP, n. 2, agosto de 1995, p. 11-12.
2.
”Muriel Nazzari - The Disappearance of the Dowry: Women, Families and Social
Change in São Paulo, 1600-1900.” Stanford: University of California Press,
1991. 245 p. Resenha publicada nos Cadernos Pagu, Campinas,
IFCH/UNICAMP, n. 8, 1997, p. 365-370.
Atas: Seminário
Internacional da História Cultural. Belo Horizonte, UNICENTRO
Newton Paiva, 1999, 236 p.
Sharing responsibility: women, society and abortion worldwide. New York, The Alan
Guttmacher Institute, 56 p.
INFORMATIVO ABEP: Boletim quadrimestral.
Associação Brasileira de Estudos Populacionais, no. 57, dez. 1999.
MADEIRA, Artur Boavida. População e emigração nos Açores
(1766-1820). Cascais, Patrimonia Histórica, 1999, 269 p. (Série
dissertações).
Reprodução
do prefácio de autoria da Profa. Gilberta Pavão Nunes Rocha.
Em Portugal, os estudos
demográficos são relativamente recentes, com cerca de uma vintena de anos,
em grande parte como consequência da introdução da Demografia nas
estruturas curriculares de algumas licenciaturas e posterior criação de
mestrados nesta área científica. Se ainda não se conseguiu um conhecimento
aprofundado da população portuguesa, tal como existe noutros países como,
por exemplo, os EUA, a França, o Reino Unido, a Bélgica ou a Espanha, não
se pode negligenciar o que tem vindo a ser feito, cada vez com maior
dinamismo, quer em estudos referentes ao
passado, como ao presente e mesmo em análises prospectivas.
De resto, a
investigação demográfica tem sido realizada de uma forma descentralizada,
em várias regiões do país, ancorada em universidades sediadas em Lisboa, no
Porto, no Minho, na Beira, no Alentejo, nos Açores e associada de um modo
particular a áreas científicas como a História, a Sociologia, a Economia.
Muito há ainda por fazer, quer no conhecimento e acessibilidade das fontes de
informação, como no estudo das diferentes variáveis demográficas e sua
inserção nos contextos e problemáticas sociais. Cremos, todavia, que uma
questão fundamental para o desenvolvimento da reflexão populacional, que
hoje se entende ser essencial, é a sua divulgação, que não pode estar
restrita a um pequeno número de investigadores. É com muito agrado que
assistimos nos últimos tempos a uma certa inversão desta tendência que,
todavia, é ainda insipiente e que urge dar continuidade.
Nos Açores,
designadamente na Universidade dos Açores, tem sido dada uma particular
atenção aos estudos sobre o arquipélago, entendido este no seu conjunto ou
nas suas diversas componentes: ilhas, concelhos, freguesias, em perspectivas
distintas, específicas de vários ramos do saber. Assim tem vindo a acontecer
com a investigação
demográfica, há já mais de 15 anos, que se foi desenvolvendo inicialmente
associada aos estudos históricos, fruto da introdução da disciplina de
Demografia na licenciatura em História em 1982, alargando-se posteriormente
ao conhecimento da actualidade e em análises prospectivas numa óptica
estritamente demográfica e de dinâmica populacional ou ainda em
interligação com outras disciplinas como a Sociologia, a Geografia ou a
Economia.
Mas se os estudos de
cariz populacional são, e continuarão a ser, uma base fundamental do
conhecimento da sociedade, na multiplicidade das suas diferentes abordagens, o
seu aprofundamento depende, no essencial, da investigação e da metodologia
de análise demográfica. A presente obra, da autoria de Artur Boavida
Madeira, é disso um bom exemplo, diremos mesmo, um exemplo a seguir por
quantos se dedicam aos estudos demográficos em Portugal.
Tendo como principal
objecto de estudo a população e a emigração açoriana em finais de
setecentos, princípios de oitocentos, o autor dedica grande parte da sua
investigação ao tratamento das fontes de informação, que lhe permite
avançar com segurança — a segurança possível e de algum modo
transitória quando se estuda nomeadamente o passado — para um conhecimento
pormenorizado da evolução do número de habitantes e da sua estrutura por
género e idade. Em alguns aspectos atende a
épocas distintas daquela que baliza o cerne da sua investigação,
dando-nos uma visão mais abrangente do evoluir da população do arquipélago
e dos principais determinantes demográficos que o justificam. A
caracterização daí proveniente propicia, de uma forma bastante
enriquecedora, o enquadramento da problemática migratória, designadamente da
emigração, fenómeno de acentuada centralidade quando se pretende conhecer a
demografia da região Açores.
População e Emigração nos Açores (1766-1820), de Artur Boavida Madeira, é uma obra
fundamental não só para todos os que se dedicam à investigação ou querem
aprofundar os seus conhecimentos
sobre a sociedade destas ilhas atlânticas, como para os demógrafos e outros
cientistas sociais. Nela encontram um estudo sério e minucioso das fontes de
informação e das variáveis demográficas, utilizando uma metodologia
simples mas adequada, designadamente no tratamento de reduzidos efectivos
populacionais. É um contributo relevante para a História e para a Demografia
portuguesa, e açoriana em particular, que prestigia a Universidade dos
Açores, o seu Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais, onde
o autor se licenciou em História e hoje, integrado na carreira
universitária, desenvolve os seus trabalhos como docente e investigador.
BERGAD, Laird
W. Slavery and the demographic and
economic history of Minas Gerais, Brazil, 1720-1888. New York, Cambridge University Press,
1999, xxvi+298 p., (Cambridge Latin American Studies, 85).
Veja resenha sobre esta
obra neste número do BHD.
SOUSA, Jorge Prata de. Escravidão ou morte: os escravos
brasileiros na Guerra do Paraguai.
Rio de Janeiro, Mauad/ADESA, 1996, il., 136 p.
Apresentação escrita por Sidney
Silveira (jornalista e escritor)
São dois os méritos de Escravidão ou Morte -- Os escravos brasileiros na Guerra do Paraguai:
opor-se, criticamente, à permissividade com que a historiografia erigiu o
mito dos voluntários da pátria
e apontar os caminhos de pesquisa a seguir, para mensurar com a maior
fidelidade possível a participação do negro escravo na Guerra do Paraguai.
O autor expõe a inconsistência basilar da mitificação do voluntarismo
pátrio, num lúcido exercício crítico com relação à postura de cronistas
e historiadores afoitos por idealizar, comezinhamente, o recrutamento para a
guerra. As fontes primárias cartoriais a que o autor recorreu evidenciam a
necessidade de completa revisão dos números hoje conhecidos, no tocante à
infausta presença dos libertos na Guerra da Tríplice Aliança. Tudo indica
ser bem maior do que se supunha essa presença, e isto por si só justificaria
a louvação da obra -- um benfazejo, ainda que tardio, desjejum histórico. O
autor esquiva-se do tom novidadeiro, embasa a sua tese na pesquisa dos
cartórios da Corte (os quais trazem à luz as alforrias para a guerra), e
também na apreciação da densa bibliografia acerca da Guerra do Paraguai por
ele exumada.
BACELLAR, Carlos de Almeida Prado &
BRIOSCHI, Lucila Reis (orgs.). Na estrada do Anhangüera: uma visão regional
da história paulista. São Paulo, Humanitas FFLCH/USP, 1999, 252 p., il.,
mapas.
Irineu Evangelista de Carvalho Filho
Instituição à qual se vincula
atualmente: MIT
Endereço para correspondência:
Patrícia Damasceno
Instituição à qual se vincula atualmente: Escola Nacional de
Ciências Estatísticas.
Bióloga, pós-graduada em Saúde Pública e mestranda em
Demografia. Interesse especial pela
evolução demográfica de grupos profissionais específicos tais como
pescadores artesanais, em face das transformações sócio-econômicas e
culturais ocorridas em nosso litoral
ao longo dos séculos.
Endereço para correspondência:
POPULATION INDEX NA INTERNET
Population Index,
um valioso repositório de indicações bibliográficas e respectivos resumos
concernentes a trabalhos publicados nos distintos campos da demografia, agora
também está na Internet sob o título Population Index on the Web e no
seguinte endereço:
http://popindex.princeton.edu/index.html
O ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL DE SÃO PAULO ESTÁ EM NOVAS
INSTALAÇÕES
O Arquivo
Histórico Municipal de São Paulo está em instalações novas na Casa da
Memória Paulistana no endereço:
ROL -
Relação de Trabalhos Publicados
Outros trabalhos incorporados ao ROL
ACEVEDO MARIN, Rosa Elizabeth.
Agricultura no delta do rio Amazonas: colonos produtores de alimentos em
Macapá no período colonial. In: ACEVEDO MARIN, Rosa Elizabeth. A escrita
da história paraense. Belém, NAEA/UFPA, 1998, p. 53-92.
AGUIAR, Marcos M. Negras Minas Gerais:
uma história da diáspora africana no Brasil colonial. (tese, FFLCH-USP,
1999).
ALANIZ, Anna G. Dr. Ricardo Gumbleton
Daunt: o homem, o médico e a cidade (Campinas, 1843-1893). (tese,
FFLCH-USP, 1999).
BORREGO, Maria A. Código e prática:
o processo de constituição urbana de Vila Rica colonial: 1702-1748.
(tese, FFLCH-USP, 1999).
CORREIA, Dora S. Paisagens
sobrepostas: índios, posseiros e fazendeiros nas matas de Itapeva
(1723-1930). (tese, FFLCH-USP, 1999).
FILLIPPINI, Elizabeth. À sombra dos
cafezais: sitiantes e chacareiros em Jundiaí 1890-1920. (tese, FFLCH-USP,
1999).
FONSECA, Carlos E. Cristãos Novos
naturais do reino e moradores na cidade do Rio de Janeiro, 1650-1710. (tese,
FFLCH-USP, 1999).
GUIMARÃES, Carlos. Quilombos:
classes, Estado e cotidiano (Minas Gerais - século XVIII). (tese,
FFLCH-USP, 1999).
MARQUESI, Rafael. Administração
& escravidão: um estudo das idéias sobre a gestão da agricultura
escravista brasileira. (tese, FFLCH-USP, 1999).
MASCARENHAS, M. Fortunas coloniais:
elite e riqueza em Salvador, 1760-1808. (tese, FFLCH-USP, 1999).
MUNIZ, Diva do Couto. Do lar para a
escola e da escola para o lar: mulheres e educação em Minas Gerais no
século XIX, 1834-1889. (tese, FFLCH-USP, 1999).
PASQUA, Suzana P. Mortalidade e
população: o processo de urbanização da cidade de São Paulo, 1890-1920 --
o caso do Brás. (tese, FFLCH-USP, 1999).
SCHLEUMER, Fábia. Além de açoites e
correntes: cativos e libertos em Cotia colonial, 1790-1810. (tese,
FFLCH-USP, 1999).
SILVA, Lina Gorestein. O sangue que
lhes corre nas veias: mulheres cristãs novas do Rio de Janeiro, século
XVIII. (tese, FFLCH-USP, 1999).
VELOSO, Euda Cristina Alencar. Estruturas
de apropriação de riqueza em Belém do Grão-Pará, através do
recenseamento de 1778. In: ACEVEDO MARIN, Rosa Elizabeth. A escrita da
história paraense. Belém, NAEA/UFPA, 1998, p. 7-28.